existe um tipo de comportamento que ainda não consegui entender ou fazer uma hipótese coerente. Basicamente, é quando uma auto-imagem que se tem é tão poderosa, tão pura, tão correta, que se perde a empatia com o sofrimento ou erros alheios. Algo como o inverso do relativismo moral, o outro extremo, vou chamar agora de absolutismo moral.
"Drepressão mulherzinha", o não entendimento (ou não consideração, ainda que não para deixar de punir alguém) dos fatores que levaram alguém a errar, o juízo de valor fácil (fez X é Y) são alguns dos sintomas.
Acho que também. Mas é mais uma crença na perfeição de si mesmo (ou de seus pares, os justos e bons) do que propriamente em acreditar que o mundo seja justo. Ou não entendi a correlação.
Agnóstico, você não estaria exagerando um pouco?

Não é uma questão de ser perfeito, é uma questão de se ter limites, mesmo quando submetido à propaganda e informação enganosa.
Não posso falar pelo Gaúcho, mas eu entendo que grande parte dos nazistas e do exército alemão não era tão "inocente" assim, e tinham clara noção de que estavam cometendo barbaridades contra os judeus. Estamos falando de 1939 - 1945, e não da pré-história. Os judeus eram parte da sociedade alemã, eram vizinhos de alemães, não eram um povo estrangeiro alienígena.
Além do mais, judeus existiam no mundo todo, eram discriminados no mundo todo, mas relativamente poucos países do mundo chegaram aos extremos como os alemães. Então não dá para dizer que isto era fruto da época em que eles viviam, já que muitos outros povos viviam na mesma época, também detestavam os judeus, mas nem por isso os massacraram em massa.
Se hoje o Irã invadir Israel, e massacrar todos os judeus, ou se Israel invadir o Irã, e massacrar todos os iranianos, e daqui a 60 - 70 anos a atitude deles for justificada como "fruto do seu tempo e de sua sociedade" isto seria verdade?
Dizer que um nazista ou soldado alemão, mesmo que não nazista, não tinha plena consciência de que atirar na nuca de mulheres e crianças, socá-las em vagões como se fossem gado, mandá-las para câmaras de gás, deixá-las morrer de fome era um ato criminoso não seria um tanto quanto ingênuo? Quanto disto era "cultural" e quanto era pura maldade?