Depende. Você disse que é pouco expressivo em termos militares e políticos. Isso é verdade quando se compara com um universo e falso com outro. Na esfera de influência do Brasil é de grande relevância política e militar. Isso é verdade na América do Sul e, arrisco a dizer, em toda América latina.
Admitindo a existência de dois universos, resta o fato de que um é relevante e o outro, não. O Brasil se insere no segundo.
Não são dois universos. São vários que se sobrepõem. Representam regiões, grupos de interesse, alianças diferentes. Existe ainda um trânsito entre eles e as "bordas" não são algo definidas.
E certamente o Brasil não tem nenhuma relevância além da América do Sul. Sua influência NÃO se estende sequer para a América Central e muito menos para o México (América do Norte).
Claro que tem. A prova disso é que você mesmo concordou comigo da importância do País tanto na questão econômica quanto na ambiental. O que você questiona é a questão política e militar. Mas você não pode desassociar questão econômica/ambiental da política. Além disso, o Brasil é/foi muito atuante e com peso em instâncias como a OEA e a OPAS, por exemplo. Exemplos de relevância do Brasil nas Américas podem ser o caso de Manuel Zelaya, em Honduras, e a participação na missão de paz no Haiti. Não estou fazendo julgamento de valor nos casos (ou seja, não interessa se a intervenção foi justa ou não, se a posição do Brasil foi correta ou não), é uma questão de protagonismo. México e Brasil possuem uma série de parcerias e áreas de interesse comum, além de participação de empresas importantes tanto do México no Brasil, quanto do contrário. Existe também uma produção cultural que funciona em duas vias. Logo, existe tanto influência quanto relevância (que é o enforque maior aqui) em toda a América. Essa influência e relevância, é claro, não é uniforme nem no tempo nem no espaço, além de tratar de uma via de mão dupla.
Tem também relevância no mundo lusófono e imagino que no mundo ibérico de uma maneira geral. Essa mesma relevância pode ser vista em parte de África.
Seria ridículo se o Brasil não conseguisse um grau relevante de influência entre os luso-falantes, visto que é o único país significativo entre eles.
E, desculpe Derfel, o 'mundo luso-falante' e a África são irrelevantes ou muito pequenos no cenário geopolítico mundial.
Há Portugal também, que conta com um peso da UE por trás dele. Ainda assim, se como bloco a importância do grupo pode ser pequena, para o Brasil pode ser estratégica, seja como mercado potencial, seja como base de expansão de área de influência.
Menos militarmente e mais politicamente, o Brasil, até recentemente, tinha relevância em várias esferas internacionais, como no grupo dos brics, no g20, na OCDE...
Sem tergiversar.
O Brasil é insignificante do ponto de vista militar, embora seja importante do ponto de vista geográfico.
Bem, se ele é importante do ponto de vista geográfico, então possui uma relevância estratégico-militar, isso independente de suas FFAA. Além disso, o Brasil estava em 22o. lugar entre as forças armadas do mundo em 2015, segundo o Global Firepower Index (
http://exame.abril.com.br/mundo/as-25-maiores-potencias-militares-do-planeta-em-2015/ ). Pode não significar nada, porém é importante ressaltar que o Brasil não possui inimigos externos no horizonte próximo e não tem a tradição de intervencionismo militar (ao menos a partir do século XX), o tamanho de suas FFAA devem ser visto dentro desse contexto. A título de analogia, os EUA não possuíam uma força militar expressiva e nem preparada nos anos anteriores à primeira guerra mundial, foram construída por causa da necessidade daquele momento.
E há muito tempo o Brasil tem um bom lugar na OCDE e no G20, por causa da área e dos recursos de seu território e do tamanho da economia e da população.
Ou seja, tem relevância.
Quanto aos BRICS, mantenho o que eu penso. É apenas uma sigla na qual a China e, em menor escala a Rússia, usa para alimentar os ufanistas e nacionalistas usando o sentimento 'anti-estadunidense'.
Acredito que seja uma forma de maior protagonismo da China e Rússia, se contrapondo ao G8 e à OMC como uma alternativa. Ainda assim, existia um protagonismo brasileiro também e uma relevância do País, a ponto de compor com os outros dois e a Índia. A questão toda aqui é relevância do País.
Independente do que se pode pensar destes eventos, as olimpíadas e a copa do mundo foram eventos que refletiam a relevância política.
Não.
Eles refletiram a ambição política de um ex-presidente. E aos poucos estamos sabendo como foram conseguidas.
Acho que isso é reducionismo.(
http://www.reuters.com/article/us-olympics-rio-analysis-sb-idUSTRE5914LT20091002 ). Fazia parte de um projeto de governo e de estado na perspectiva justamente de projeção de poder. As Olimpíadas sempre serviram para demonstrar poder. Isso aconteceu em Berlim 1936, Moscou 1980, Los Angeles 1984, Pequim 2008... E várias outras.