Ok, vou me esforçar. E você me conta como classifica URSS dentro do critério intervenção na economia e bolo para todos, ok, levando em conta o fato do bolo que sumiu das milhões de boca desse regime.
Se você entender que minha proposição aqui é "a definição de esquerda é abrangente demais a ponto de poder abarcar todos o mundo e portanto inútil", vai notar que minha resposta seria "Chamaria Anarquistas de Anarquistas, Fabianistas de Fabianistas, e assim por diante".
Todos os que citei acima se auto-denominavam ( ou , no caso dos socialista utópicos , seus continuadores) como pertencentes a um pólo político denominado Esquerda. Eram uns desorientados que não sabiam o que eram ?
Os anarquistas continuam se denominando como fazendo parte da Esquerda , devemos mandá-los parar de frescura e se denominarem só anarquistas ?
Ou você acha que os termos Direita e Esquerda são anacrônicos e devem ser abandonados? Neste caso porque chamar os marxistas de "Esquerda" e não apenas "Marxistas"?
Em suma :
ou bem a categorização dicotômica Direita x Esquerda deve ser abandonada em prol de uma denominação "nominalista" ( fascistas, marxistas , anarquistas , social-democratas , etc...)
ou bem se mantém a categorização Direita x Esquerda - que será fluida , imprecisa , aberta a controvérsias , etc... como toda classificação dicotômica 
[a propos: minha posição sobre o tema já foi dada em outro tópico lá atrás , é a mesma de Bobbio , lembra? ]
Luiz, a questão é de termos uma definição que é útil, inutil, ou pior, atrapalha. Da mesma maneira que o deus do Lusitano, as palavras deveriam poder comunicar algo.
Você citou que o Nazismo não poderia ser de esquerda por causa de uma característica similar ao que a URSS fez. E a economia era regulamentada, de maneiras distintas, nos dois casos. Por exemplo, o Buck chegou a citar que Nazismo por muitos critérios é considerado de esquerda. Interessante que poderíamos argumentar que na verdade a URSS queria igualdade e por isso gerou desigualdade, enquanto o Nazismo não queria igualdade e não a gerou.
Bobbio diz que a diferença entre a esquerda e a direita é que, enquanto a esquerda acredita que a desigualdade é contingente, a direita a crê como necessária/inevitável. Levando isso ao mundo real, teríamos a verificação do fato que o Marxismo do mundo real é de direita (entrega desigualdade) enquanto o utópico é de esquerda, já que o fator é "querer" a igualdade e não "realizar" a igualdade. Ah mais a esquerda a quer para o mundo... e no mundo real, veríamos que Stalin ainda queria a igualdade para sua confederação, Hitler para os Arianos, Trotski e Che para o mundo, e Fidel para os cubanos, e poderíamos seguir numa discussão sem fim como todas as que tivemos aqui, não pelo mérito, mas pela definição.
O meu problema, e talvez esteja começando a entender o motivo pelo qual realmente as pessoas não me entendem, é que não considero válido um conceito que não tenha representação com a realidade. Se o mundo pode ser como imaginamos e não como ele é, meus argumentos não terão sentido e eu utilizaria sua definição para descrever algo que realmente não encontraria evidências de existências no mundo real, e não saberia como discutir e interpretar. Estou começando a achar que essa característica minha não é comum, a pesar de eu achar que deveria ser (OK, muitas pessoas acham que muitas coisas deveriam ser da sua maneira)
Vamos lembrar ainda Luiz, que eu sou o típico componente do que alguns chamam de esquerda: A favor do casamento gay, aborto, relações abertas, intervenção na ecomomia moderada, agências reguladoras presentes, estado existente... e pasmém, ainda gosto do Lula.
Para diferenciar um pouco talvez da visão padrão, acredito que tudo isso é uma boa solução para a maior parte dos casos, mas prevejo diversas situações onde eu poderia dizer "ok privatize tudo" ou "ok estatize a educação dessa cidade".. etc..
Então não defendendo o que chamam de direita, que eu não sei o que é, nem atacando a esquerda, que para muitos talvez eu seja.
O que me incomoda é ver alguém de "esquerda", colocar no bojo de direita conservadorismo, imperialismo, consumismo, anti-ecologia, e qualquer outra coisa, e fazer ainda de uma maneira como "nós da esquerda realmente mudamos o mundo por sermos progressitas etc.." e na verdade, sequer nos dar a chance de discutir porque, ao final, a esquerda dele não é essa, não é a outra, também não é aquela...e ao final, o cara é um capitalista bonzinho ou com cara de bonzinho.
Eu realmente não consigo ver nenhuma definição prática para a esquerda e direita. Prefiro que seja capitalista intervencionista moderado, progressita, ateu, machão, etc...