Autor Tópico: Teoria das Hidroplacas  (Lida 35926 vezes)

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Offline Nina

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Re: Teoria das Hidroplacas
« Resposta #75 Online: 16 de Abril de 2009, 16:17:42 »
Diogênio, se você se sentiu ofendido não fique guardando rancor! Denuncie a mensagem à moderação, ok?

:ok:
"A ciência é mais que um corpo de conhecimento, é uma forma de pensar, uma forma cética de interrogar o universo, com pleno conhecimento da falibilidade humana. Se não estamos aptos a fazer perguntas céticas para interrogar aqueles que nos afirmam que algo é verdade, e sermos céticos com aqueles que são autoridade, então estamos à mercê do próximo charlatão político ou religioso que aparecer." Carl Sagan.

Offline Contini

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Re: Teoria das Hidroplacas
« Resposta #76 Online: 16 de Abril de 2009, 16:53:19 »
Contini, boa tare colega.

Embora já tenha, oficalmente, finalizado minha particpação, devo esclarecer que:

- Quanto a questão do "ad hominens", fui sim, Contini, várias vezes ofendido sim, mesmo após meu pedido oficial de desculpas quanto a minha conduta em minha postagem inicial, fui chamado, por várias vezes, indiretamente de ignorante (o que eu mostrei por "A+B" que eu não sou), fui, juntamente com os outros criacionistas, genericamente chamado de desonesto, fui ridicularizado a nível intelectual (o que não é justo, voces mesmos podem verificar isso observando minhas postagens), e, diga-se de passagem, procurei demonstrar a coerencia da minha proposta, e a maioria delas não foi refutada satisfatoriamente (em discordância c.om o que o colega citou), meso assim quando não citei as fontes fui criticado, quando citei também fui criticado, sem contar o fato que vocês gastaram mais de meia página só pra satirizar o criacionismo, que mesmo sendo uam questão ideal e não pessoal, também demosntra falta de ética científica quanto a postura de outrem, enfim... Realmente, amigo, me desculpe, mas isso definitivamente não é algo agradável e nem tampouco científico, não tem como se sentir a vontade nestas circunstâncias, além do que é desanimante desgastante, fora o fato, de eu estar sozinho (como já havia dito).

- Quanto a questão de "discutirmos a luz ciência", já ficou bem claro que ser científico significa, na visão dos colegas, ter que necessaraimente concordar com voces. E isso não é ciência, pode ser qualquer coisa: convenção, opnião da maioria dominate etc., mas ciencia isso não é. Então, se ser cientifico implica necessariamente conocrdar com vocês, tem algo errado. Creio que até mesmo pessoas que não sejam tão instruídas quanto nós, se lerem as postagens, poderão facilmente verificar isso. Creio qeu o colega deveria ter a humildade de reconhecr que o martelho não "está batido", e pelo contrário, desta forma está bem longe de isso acontecer, tendo em vista que não concordancia em nada de ambas as partes. Ah sim, e quanto a colocação da colega nina, recomendo que a ilustre colega verifique a sua afirmativa, temos pontos de vista e histórias um "pouquinho" diferentes aqui, primeiro que os próprios evolucionistas tentam a fraude em si a outras pessoas, daí já começa uma confusão generalisada, além do que esse geólogo "amador" usou técnicas avançadas na época para envelhecer quimicamente a ossada, creio ser muito fácil e comodo associar a fraude evolucionista a uma pessoa religiosa cuja alcunha eu e até mesmo muitos evolucionistas desconhecem.
Veja em: http://74.125.47.132/search?q=cache:s_DWvzCD_X0J:pt.wikipedia.org/wiki/Homem_de_Piltdown+%22homem+de+piltdown%22+fraude&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br

No mais (agora sim), me despeço, mais uma vez com uma forte abraço. Admiro o pontencial de todos voces.

Shalon Adonai.
Dionisio,
Reforço a Nina, denuncie se se sentir ofendido.

Quanto a sua visão de ciencia, discordo. As refutações foram bem embasadas e ciencia é uma coisa, pseudo-ciencia é outra. Recomendo que leia sobre "método Científico" e "pseudo-ciencia".

Vou te indicar tambem um ótimo site de referencias da linha cética, do Kentaro Mori: www.ceticismoaberto.com

Inclusive aquela estorinha dos trilobites e as pegadas está lá: http://www.ceticismoaberto.com/referencias/pegadameister.htm

Abraço.
"A idade não diminui a decepção que a gente sente quando o sorvete cai da casquinha"  - anonimo

"Eu não tenho medo de morrer, só não quero estar lá quando isso acontecer"  - Wood Allen

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Offline Pedro Reis

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Re: Teoria das Hidroplacas
« Resposta #77 Online: 16 de Abril de 2009, 17:42:47 »
Eu confesso que passei dos limites no meu primeiro comentário mas já tinha me desculpado por isso com o amigo Diogênio.

Não que isso justifique mas o que me fez escrever uma resposta mais ácida do que deveria foi o fato de ter interpretado a primeira postagem dele como muito arrogante e um bocado desonesta.

Ele se identificava como um professor de Física e Matemática, o que nem de longe parecia ser o caso, e o que ele escreveu era uma colagem de outros textos misturados com um "embromationzinho" dele próprio.

O que eu pensei foi: "Pô, o cara tá achando que todo mundo é trouxa!".

Bom, à primeira vista julguei que a postura do Diogênio não era nada legal mas admito ser um erro porque eu não sou juiz de ninguém.

Agora, com exceção da minha própria parte, eu não vi nada de reprovável no comportamento de mais ninguém. É claro, uma piadinha ou outra, mas nada que tirasse pedaço ou desrespeitoso. Até um certo limite de civilidade a ironia é normal em debates, mesmo porque o humor é a forma mais eficaz de se demonstrar um absurdo.

Até porque, fala sério!, o pessoal tava discutindo aqui a idéia de havia um oceano no interior da Terra, que explodiu formando cometas e asteróides, e que nessa explosão continentes inteiros viajaram a velocidades de transatlântico para se posicionarem onde hoje eles estão.

Se não se pode rir disso, então vai se rir de quê nesta vida, meu deus do céu!

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Teoria das Hidroplacas
« Resposta #78 Online: 16 de Abril de 2009, 17:46:11 »
Só uma observação para o amigo Diogênio:

Quem montou a farsa do homem de Piltdown foi um geólogo amador (Dawson) com a ajuda do jesuíta Teilhard de Cardin.

Creio que não eram ateus.

Favor ler:

O Homem de Piltdown

 :ok:

Nina, pelo que eu me lembro, não é exatamente conhecida a identidade dos responsáveis pelo homem de Piltdown, e Chardin ajudou a questionar o fóssil, não a "fabricar", mais a "desmontar" do que montar.


De qualquer forma, o mais importante nesse caso, é o que realmente significa a fraude de Piltdown.

Os criacionistas parecem entender como se fosse a conspiração de evolucionistas ateus, desesperados, tendo que forjar um "elo perdido" inexistente, para manter a farsa. Não é isso. De forma similar, um Rembrandt falsificado não é uma farsa para provar que Rembrandt existiu, ou que a arte existiu ou exista, é obra de aproveitadores desse fato.

Não foram os criacionistas que "desmascararam" Piltdown, e o espécime nem foi prontamente agarrado como "salvação" da teoria evolutiva. Uns poucos cientistas que o defenderam e houve ceticismo no meio "evolucionista".








Buckaroo,  Pedro e demais  colegas, boa tarde novamente queridos

Bom, primeiro seria interessante esclarecer, que o companheiro está agindo de forma injusta, não se põem em cheque genericamente o caráter de um grupo de pessoas em função de seu credo, isto não é correto, ainda  que sim, existem, como em qualquer outro grupo (religiosos ou não), pessoas desonestas e de caráter duvidoso.

Não sei se está falando de algo que eu tenha dito, o meu ponto era justamente que os criacionistas não são todos desonestos, e que provavelmente a maioria não é, sendo esta apenas enganada por aqueles que de fato são desonestos, mentem involuntariamente, por esperarem boa-fé, honestidade dos autores criacionistas; ou ainda casos que me parecem ser os mais raros, de indivíduos que colocam a fé em primeiro lugar como "método" de conhecimento, no entanto não distorcendo a realidade sobre as evidências para evolução e ausência de evidências para os criacionismos.




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Em segundo ponto, não creio que em termos de honestidade evolucionistas podem se colocar como modelos exemplares,  creio não ser necessário citar novamente os casos do “Homem de Piltdown” (fruto de uma farsa evolucionista promovida por Charles Dawson, como eu já citei em uma de minhas postagens anteriores), o homem de Java  (onde “reconstruíram” toda uma estrutura óssea de um suposto fóssil, a partir de um dente que, no final das contas, era nada mais nada menos que um dente de porco), entre  outros. Não creio que isso ponha-os em condições de criticar quaisquer outros grupos em termos de honestidade.

Já comentado o caso do homem de Piltdown quando citei a Nina acima. Sobre a "reconstrução" de seres a partir de algo como apenas um dente, não é uma prática tão comum, nem é exatamente desonesta (ainda que não seja de forma alguma a situação mais desejável para o reconhecimento de um fóssil, e , o homem de Java especificamente, em todo caso, consiste em mais fragmentos), e tampouco foi sequer inventada por evolucionistas, mas pelo paleontólogo criacionista Richard Owen (que gabava-se de adivinhar que animal pelo dente, justamente), ainda que ironicamente tenha vindo a ser um pilar essencial da teoria da evolução.




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Quanto a questão das nossas fontes creio ser necessário levantarmos dois pontos:

Não posso deixar de perceber  que, primeiro, o sentido de nossas informações são questionados, até aí tudo bem, tudo deve ser questionado mesmo, o problema é que mesmo quando ela faz sentido e fere o credo evolucionista,  então o foco do questionamento deixa ser a informação e passa a ser a fonte da informação.

Para começo de conversa, o histórico criacionista de fato os faz fontes não-confiáveis, para quem conhece bem do assunto. Simplesmente há omissões, deturpações, e invenções completas no repertório criacionista. É a mais triste verdade. Isso não é algo que vale só para a questão de criaicionismos e "evolucionismo", mas para qualquer área onde a posição do mainstream científico seja questionada por alternativos, esotéricos e similares. Não só aderentes do "credo evolucionista" que para fins de pragmatismo não levam fontes criacionistas muito à sério, mas o "credo da história ortodoxa" descarta as conspirações de interferências alienígenas na civilização, etc. Não é possível ficar lendo tudo e não fazer qualquer tipo de generalização quanto a qualidade das fontes, ainda que, para o caso do criacionismo e outros muitas vezes o pessoal desses fóruns de discussão fazem uma concessão ao pragmatismo e abordem essas fontes com maior seriedade do que realmente merecem, tentando esclarecer as pessoas que foram enganadas por elas.

Ainda assim, ao menos eu estou me limitando a perguntar onde encontraria mais informações sobre esses experimentos como o que reproduziria pseudo-faunas sem qualquer mecanismo cronológico, apenas hidrodinâmica. Entenda que, a princípio não há problema algum em ter visto sobre tal experimento em um site criacionista, mas esse tipo de coisa geralmente é publicada em artigos de periódicos científicos. Vários sites criacionistas inclusive os citam quando convém, ainda que o grosso talvez seja de publicações criacionistas auto-indulgentes que apenas imitam o estilo de redação científico.



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Em suma: Não adianta  em absolutamente nada debater ou argumentar em circunstâncias como essa, tendo em vista,  que: quando vcs tem argumentos para  rebater nossa afirmação, a afirmação está errada, quando não possuem argumento a fonte é questionada, isso gera um circulo  vicioso, e ninguém chega a lugar algum.

Acho que há uma discrepância aqui do que ocorre e do cenário que você pinta. Você fala como se viesse um criaiconista, e dissesse algo como "veja só, os outros mamíferos têem um código genético completamente diferente do humano, não compartilham genes, códons, nada... veja aqui, publicado na Nature, no artigo "Human genetic code has no similarity whatsoever with any other known genetic code", e nesse outro aqui, da Science "Mammals' genetic code is completely different from human genetic code"; e o pessoal então começa simplesmente a disputar a qualidade da Nature e da Science, dizer que são como se fosse uma superinteressante, uma ano-zero, e deixando de lado o conteúdo do artigo, desviando do assunto.

As fontes podem acabar sendo questionadas, mas mais como nota de rodapé, não como o cerne da argumentação.

Isso vale ao menos para qualquer coisa que nos aponte que seja consenso, não um fato defendido como fato apenas por um grupo, que gostaria que aceitássemos em detrimento do consenso apenas por piedade, por ir de acordo com a posição alternativa.



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Esse problema citado acima nos leva ao entendimento de outro problema, que é justamente uma de nossas “brigas”, enquanto criacionistas. Um dos amigos citou a dificuldade que possui em encontrar com mais facilidade fontes de fundamentos pró-criacionistas, diferente do que acontece com as fontes pro-evolucionistas. Ora, isso é óbvio,  inclusive  esta é a  “Magna  Causa” do criacionismo enquanto ciência:. No entanto nesse ponto caímos novamente num problema cíclico: Não é divulgado por que é boicotado, e é boicotado por que não é divulgado. É justamente por isso que insistimos na inclusão dos fundamentos do criacionismo como ciência acadêmica da mesma forma que o evolucionismo é ensinado. Não pedimos que o evolucionismo seja retirado da grade, mas que o criacionismo seja incluso nesta.

O que são coisas completamente distintas. O criacionismo (algum deles) teria que se consolidar como ciência primeiro (ainda não o fez, e não será capaz disso) para então ir se falar de ensinar nas escolas. Eu não posso inventar qualquer teoria doida alternativa, e começar a exigir que seja ensinada paralelamente ao que é cientificamente estabelecido.

Quanto ao problema de não haver criacionistas publicando em periódicos de verdade, isso não é por "boicote", mas simplesmente por não haver nada para se publicar que seja científico, apesar de muito do que dizem poder soar científico. Essa é a realidade. O mesmo vale para inúmeras outras áreas "alternativas" aos consensos científicos, mas que tiverem os seus defensores dizendo que são boicotados. Curas com poderes dos cristais e tudo mais que houver.

Não é, em si, uma prova, é apenas um critério de aproximação confiável para aqueles que não engolem uma teoria da conspiração em particular, ou todas elas. Ciência é publicada em publicações de credibilidade, "ciência alternativa" não.

O que faz com que essas coisas alternativas não seja ciência, mas a oposição defendida pelo consenso é o que se tenta discutir por aqui de vez em quando, método científico, e como aquilo que os alternativos (criacionistas e outros) tentam sustentar não cumprem esses critérios - muitas vezes algo admitido até mesmo por criacionistas, como Behe, que acabou tendo que admitir que o que ele defende, que é algo muito menos conflitante com o mainstream do que o criacionismo da Terra jovem, é tão científico quanto astrologia.



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Dessa forma, estas “dificuldades “ terminarão rapidamente . É lógico que existirão dificuldades de encontrarmos com tanta facilidade (embora  não seja  difícil) as fontes, pois é fato universal que predominância evolucionista, tanto a nível de divulgação como a nível de publicidade, promove , indiretamente, (e as vezes diretamente) um abafamento na divulgação deste material. Desta forma temos dois pontos cíclicos graves para serem dissolvidos.

E por fim, deixo claro, queridos colegas,  meu  desapontamento com o comportamento, em linhas gerais, dos membros deste fórum. Mesmo buscando respeitar a todos, somos alvos de ofensas diretas e indiretas (as quais não são necessárias), chacotas desrespeitos etc. Isso não traz mais prestígio e nem incrementa o poder argumentativo de ninguém, muito pelo contrário, isso demonstra  uma falta de seriedade dos colegas e também uma falta de respeito como o ser humano em si. Deveria existir um trato  mais ponderado com o que é  diferente. Embora tenha em alguns pontos também falado da questão religiosa , nem ao menos foi ponderado que eu  sou praticamente  o único criacionista  neste fórum, e venho sozinho, há dias, agindo de forma a tentar demonstrar no que se baseia  o criacionismo enquanto ciência,  mas tenho visto que, independente dos meus esforços, todos vocês já estão pré -determinados a sequer analisar  cuidadosamente a proposta. Portanto, caros e ilustres colegas, encerro, oficialmente minha participação neste fórum, tendo em vista que já  está mais do que claro que este debate tem sido vão e pouco  edificante a todos nós, além de ser pouco propenso a quaisquer  cedências de ambas as partes, isto é, não creio que ninguém vá  “arredar o pé” , como dizem os baianos.. Creio também ter deixado bem claro, através  de minha postura, que não tenho medos e nem receios, ou seja , não admito que esta minha retirada possa ser, em qualquer instância, interpretada pelos colegas como um ato de covardia, até por que não posso garantir  que será definitiva  e também por que demonstrei que não tenho medo de maiorias. De qualquer forma, deixo meus sinceros desejos de felicidade a todos, e que de alguma forma,  possam vocês, ter um encontro com Deus. 


Um fortíssimo abraço!!!


Bem, eu ao menos não percebi ou não lembro de falta de respeito (por outro lado um dos foristas acima admite ter passado dos limites em algum momento que talvez eu nem tenha visto ou não me lembre). O mais próximo, que me lembro, foi a questão da honestidade, que é meio delicada, uma vez que é debatível se é honesto ou não quem mente sem saber que está mentindo. Não ser condescendente com qualquer alegação, ou mesmo ser extremamente incisivo em colocá-la como inaceitável, não é desrespeito.

Offline Nina

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Re: Teoria das Hidroplacas
« Resposta #79 Online: 16 de Abril de 2009, 19:46:58 »
Só uma observação para o amigo Diogênio:

Quem montou a farsa do homem de Piltdown foi um geólogo amador (Dawson) com a ajuda do jesuíta Teilhard de Cardin.

Creio que não eram ateus.

Favor ler:

O Homem de Piltdown

 :ok:

Nina, pelo que eu me lembro, não é exatamente conhecida a identidade dos responsáveis pelo homem de Piltdown, e Chardin ajudou a questionar o fóssil, não a "fabricar", mais a "desmontar" do que montar.


De qualquer forma, o mais importante nesse caso, é o que realmente significa a fraude de Piltdown.

Os criacionistas parecem entender como se fosse a conspiração de evolucionistas ateus, desesperados, tendo que forjar um "elo perdido" inexistente, para manter a farsa. Não é isso. De forma similar, um Rembrandt falsificado não é uma farsa para provar que Rembrandt existiu, ou que a arte existiu ou exista, é obra de aproveitadores desse fato.

Não foram os criacionistas que "desmascararam" Piltdown, e o espécime nem foi prontamente agarrado como "salvação" da teoria evolutiva. Uns poucos cientistas que o defenderam e houve ceticismo no meio "evolucionista".

Danniel, que me lembre, eles montaram e desmentiram a fraude mais tarde.
"A ciência é mais que um corpo de conhecimento, é uma forma de pensar, uma forma cética de interrogar o universo, com pleno conhecimento da falibilidade humana. Se não estamos aptos a fazer perguntas céticas para interrogar aqueles que nos afirmam que algo é verdade, e sermos céticos com aqueles que são autoridade, então estamos à mercê do próximo charlatão político ou religioso que aparecer." Carl Sagan.

Atheist

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Re: Teoria das Hidroplacas
« Resposta #80 Online: 16 de Abril de 2009, 19:52:08 »
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Nina, pelo que eu me lembro, não é exatamente conhecida a identidade dos responsáveis pelo homem de Piltdown, e Chardin ajudou a questionar o fóssil, não a "fabricar", mais a "desmontar" do que montar.

Chardin estava presente desde o início, com Dawson:

http://home.tiac.net/~cri_a/piltdown/piltdown.html

Offline Hold the Door

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Re: Teoria das Hidroplacas
« Resposta #81 Online: 16 de Abril de 2009, 20:13:19 »
Em segundo ponto, não creio que em termos de honestidade evolucionistas podem se colocar como modelos exemplares,  creio não ser necessário citar novamente os casos do “Homem de Piltdown” (fruto de uma farsa evolucionista promovida por Charles Dawson, como eu já citei em uma de minhas postagens anteriores), o homem de Java  (onde “reconstruíram” toda uma estrutura óssea de um suposto fóssil, a partir de um dente que, no final das contas, era nada mais nada menos que um dente de porco), entre  outros. Não creio que isso ponha-os em condições de criticar quaisquer outros grupos em termos de honestidade.
É exatamente por usar esse tipo de "argumento" que a sua postura no tópico foi criticada. Conquanto você até possa estar usando de boa fé, estes e outros "argumentos" já postados por você não passam de típicos exemplos do que chamados de desonestidade criacionista.

No caso, usar um caso de tentativa de fraude científica como se fosse uma tentativa desesperada dos evolucionistas de forjar provas não existentes quando na verdade foi uma tentativa isolada de obter fama, como uma fraude de um quadro famoso, como disse o Danniel, e a "descoberta" só fez suscitar desconfiança na comunidade científica que não teve acesso a ela senão décadas mais tarde, quando prontamente a desmascarou (as tentativas de fraudes científicas são desmascaradas pelos próprios cientistas. Exatamente por isso você sabe agora que o homem de pitdown foi uma fraude).

No caso do homem de Java, a mentira pura e simples de dizer que reconstruíram todo o esqueleto com um dente que era de porco, o que um pouco de senso crítico de sua parte evitaria. Basta não acreditar cegamente nas fontes criacionistas que você lê, só porque dizem aquilo que lhe agrada, e procurar outras fontes para confirmar. Por exemplo, uma simples busca na wikipédia demosntra a mentira criacionista:

http://en.wikipedia.org/wiki/Java_Man

Ou então, no site do talkorigins:

http://www.talkorigins.org/faqs/homs/java.html

Esse e outros "argumentos" que você usou aqui, como a história da experiência do tanque feita por "cientistas não criacionistas na Universidade de Cornell", a "pegada de sapato junto dos trilobitas", os argumentos furados sobre termodinâmica que até os criacionistas do "Answer in Genesis" (maior site criacionista do mundo) pedem para seus colegas não usarem para não passarem vergonha, é que minam sua credibilidade aqui.
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Offline Moro

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Re: Teoria das Hidroplacas
« Resposta #82 Online: 16 de Abril de 2009, 20:38:51 »
A questão é completamente estrutural.
Criacionistas podem ser honestos se quiserem sustentar sua hipótese a partir da fé. Criacionistas não podem fazer nada efetivo com sua hipótese a partir da ciência, pois não há a condições para isso.

Ao tentar fundamentar sua argumentação como sendo científica, criacionistas usam argumentos necessariamente marotos.
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


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Offline HFC

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Re: Teoria das Hidroplacas
« Resposta #83 Online: 16 de Abril de 2009, 21:56:23 »
Ao tentar fundamentar sua argumentação como sendo científica, criacionistas usam argumentos necessariamente marotos.
É até uma questão complicada  ...  Conheço  criacionistas que são pessoas extremamente honestas,  dóceis,  gentis, inteligentes, bem intencionadas. Tenho um grande amigo que é "criacionista" por  ser evangélico pentecostal. Um sujeito com boa base educacional (Unicamp,USP), mas que é capaz de aplaudir Behe sem se esforçar em achar os defeitos claros das alegações dele, mas que acha com facilidade as incoerências de um von Däniken. E ainda compra a idéia de que Behe pode sustentar o literalismo bíblico criacionista.  Andei lendo/ouvindo faz pouco tempo que o literalismo bíblico é fenômeno relativamente recente. Alguém tem alguma informação mais acurada sobre isso ?   
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Offline Moro

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Re: Teoria das Hidroplacas
« Resposta #84 Online: 16 de Abril de 2009, 22:08:50 »
me surpreenderia se o literalismo fosse recente. recente é o literalismo bíblico apoiado por argumentações "científicas".

O legal da ideologia é fazer um cristão achar ridículo maomé ter voado em um cavalo alado ao mesmo tempo que acha normal cristo ter ressuscitado e andado sobre as aguas.
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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Teoria das Hidroplacas
« Resposta #85 Online: 16 de Abril de 2009, 23:18:42 »
Citar
Nina, pelo que eu me lembro, não é exatamente conhecida a identidade dos responsáveis pelo homem de Piltdown, e Chardin ajudou a questionar o fóssil, não a "fabricar", mais a "desmontar" do que montar.

Chardin estava presente desde o início, com Dawson:

http://home.tiac.net/~cri_a/piltdown/piltdown.html

O que me lembro vagamente que li no livro do Leakey e de outro autor, onde falavam que se suspeita (não eles dois particularmente) que o autor fosse um rival desses dois (ou especialmente de Dawson, acho, não lembro) que era defensor da teoria oposta sobre o que evoluiu primeiro, o volume craniano ou as mandíbulas menos desenvolvidas. Ele defendia que as mandíbulas teriam vindo primeiro, e teria criado a farsa ao gosto do rival para justamente para que ele anunciasse vitória e depois ridicularizá-lo quando fosse revelado como engano. Mas não lembro quem seria ele, e acho que talvez ele tenha morrido não muito depois, mas realmente não me lembro mais. Mas não era apenas um suspeito, acho que tinham uns três; só não sei se eram todos com a mesma suposta motivação.

Offline Pedro Reis

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Re: Teoria das Hidroplacas
« Resposta #86 Online: 16 de Abril de 2009, 23:53:37 »
O literalismo bíblico não é recente. Como disseram, o discurso pseudo-científico como tentativa de embasar esse literalismo é que é uma estratégia relativamente recente do criacionismo.  Essa Teoria das Hidroplacas, do Walter Brown, foi um dos primeiros esforços para
contribuiu com esta nova tendência.

A pretensão era poder contornar o impedimento legal da inconstitucionalidade do ensino religioso nas escolas públicas americanas, travestindo a doutrina fundamentalista cristã de Ciência.

Mas literalistas os pentecostais sempre foram.

A Igreja Católica também já foi literalista no passado. Os problemas de Galileu, em parte, foram devido a contrariar interpretações
mais literais das Escrituras.


Offline West

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Re: Teoria das Hidroplacas
« Resposta #87 Online: 25 de Abril de 2009, 20:31:03 »

Os caras tiveram o trabalho de inventar toda essa estória de hidroplacas para tentar justificar o mito bíblico do dilúvio e não se deram conta de que incorreram em um erro fundamental. É que o abismo a que se refere o Gênesis não é um abismo como nós costumamos imaginar, como sendo um grande buraco ou cavidade no chão. O abismo, a que se refere a bíblia, de onde teriam se originado as águas do dilúvio se encontra no espaço circundando totalmente o mundo. Parece estranho não é? Mas é isso mesmo.

Acontece que o modelo cosmológico (a idéia de universo) dos hebreus contido na bíblia é de um mundo chato como uma panqueca envolto por uma cúpula protetora chamada de céu ou firmamento responsável por impedir que as águas do grande abismo desabem sobre o mundo. De alguma forma, o mundo (como uma panqueca) também permanece flutuando, e ao mesmo tempo envolta, nas as águas desse abismo.

Ainda para eles, o sol a lua os planetas e todas as estrelas estavam fixos ou suspensos nessa cúpula que é o céu ou firmamento. Além do céu (firmemento) se estenderia indefinidamente o grande abismo de águas, na verdade um oceano cósmico de extensão indefinida, talvez infinito.

Vejamos a descrição do Gênesis:

1   ¶ No princípio, criou Deus os céus e a terra.
2   A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas.


Veja com é fácil perceber a referência a abismo como algo diverso dos demais elementos terra e céus. Nesse momento Deus ainda não havia criado a luz e a escuridão dominava o cosmos, "havia trevas sobre a face do abismo", o céu ainda não se iluminara.

Agora uma descrição mais detalhada da criação dos céus e da terra, tendo o abismo além céus (espaço) como terceiro elemento:


6   ¶ E disse Deus: Haja firmamento no meio das águas e separação entre águas e águas.
7   Fez, pois, Deus o firmamento e separação entre as águas debaixo do firmamento e as águas sobre o firmamento. E assim se fez.
8   E chamou Deus ao firmamento Céus. Houve tarde e manhã, o segundo dia.
9   ¶ Disse também Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num só lugar, e apareça a porção seca. E assim se fez.
10   À porção seca chamou Deus Terra e ao ajuntamento das águas, Mares. E viu Deus que isso era bom.


Notem a idéia da água como elemento primordial. Como a água é preexistente a todos os demais elementos. Na cosmogonia do Gênesis primordialmente existia o grande abismo, todo o universo era preenchido por um oceano infinito. A água ocupava todos os espaços.
 
Essa idéia da água como elemento primordial a partir do qual tudo teria se originado é comum a maioria dos povos da antiguidade e foi considerada até mesmo por filósofos gregos, dentre eles o próprio pai da filosofia, Tales de Mileto. O palavra grega "caos", presente na teogonia(cosmogonia) de Hesíodo e elemento a partir do  qual o mundo teria se originado significa "abismo". Certamente que essa terminologia influenciou os tradutores da bíblia.

Agora como Deus cria os "luzeiros" e os "prega" no firmamento:


14   ¶ Disse também Deus: Haja luzeiros no firmamento dos céus, para fazerem separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais, para estações, para dias e anos.
15   E sejam para luzeiros no firmamento dos céus, para alumiar a terra. E assim se fez.
16   Fez Deus os dois grandes luzeiros: o maior para governar o dia, e o menor para governar a noite; e fez também as estrelas.
17   E os colocou no firmamento dos céus para alumiarem a terra,
18   para governarem o dia e a noite e fazerem separação entre a luz e as trevas. E viu Deus que isso era bom.
19   Houve tarde e manhã, o quarto dia.


Não é muito difícil imagina porque os hebreus pensavam que o universo fosse inundado de águas. Quando olhamos para o céu, principalmente durante o dia, percebemos claramente a sua forma de abóbada. Os hebreus certamente imaginavam nossa atmosfera como um escudo protetor transparente e acabaram associando as duas coisas, céu e mar, devido suas semelhanças.

Além de que, como não tinham conhecimento sobre o ciclo da água, nada mais comum que achassem que a água da chuva viesse de algum lugar aprisionado nos céus. Isso explicaria a origem da água das chuvas. Provavelmente achavam que Deus de tempos em tempos liberava ou deixava uma quantidade das águas do grande abismo cósmico penetrar a cúpula protetora do firmamento ocasionando as chuvas.

Isso é bem fácil de se notar na lenda do dilúvio:


11 ¶ No ano seiscentos da vida de Noé, aos dezessete dias do segundo mês, nesse dia romperam-se todas as fontes do grande abismo, e as comportas dos céus se abriram,
12   e houve copiosa chuva sobre a terra durante quarenta dias e quarenta noites.


Sobre a influência da idéia de uma cosmogonia tendo a água como elemento primordial sobre os mitos de criação de diferentes culturas, em especial sobre a hebraica:



A influência do mito cosmogônico aquático nos relatos da Criação do Mundo de Gênesis: apontamentos sobre a visão cosmológica dos antigos hebreus
Por Francisco Chagas Vieira Lima Júnior Publicado 12/02/2009 História Avaliação: 

 
A influência do mito cosmogônico aquático nos relatos da Criação do Mundo de Gênesis: apontamentos sobre a visão cosmológica dos antigos hebreus
Aristóteles, em seu livro "Metafísica", faz alusão a crença de Tales de Mileto, da seguinte forma: "Tales, o fundador de tal filosofia, diz ser água [o princípio] (é por este motivo também que ele declarou que a terra está sobre água)....".

Simplício, em seu livro "Física", diz a mesma coisa sobre Tales, de acordo com o livro citado:

"[...] pois supuseram que a água é o princípio de tudo e afirmaram que a terra está deitada sobre ela. Os que supõem um só elemento afirmam-no ilimitado em extensão, como Tales diz da água".

Desses textos, depreendem-se duas idéias defendidas por Tales de Mileto, que encontram eco nas Mitologias do Oriente Próximo:

1) Os mares não foram criados; já existiam desde sempre. Essa crença se encontra refletida em vários textos mesopotâmicos, como "A Descida de Ereshkigal", que fala sobre as "Águas de Mamu", que existiam antes mesmo do universo ter sido criado;

2) Que a terra, quando criada, foi criada sobre os mares, ou seja, em cima das águas. Essa crença se encontra nos textos babilônicos cujo título é "Encantação para o estabelecimento da casa de um deus", que traz o seguinte relato mitológico:

"Marduk montou uma jangada na superfície da água, formou a terra e a colocou na jangada".

O próprio poema babilônico da criação, Enuma Elish, versa sobre o "caos" aquático, Tiamat, que representava o oceano primervo.

É por isso que os estudiosos notaram uma correspondência muito mais profunda do que lingüística na palavra hebraica "TEHOM", usada em Gensis 1.2 para se referir a "abismo", que denota o caos do oceano primervo.

O fato é que a Bíblia reflete esses mesmos pensamentos pré-científicos:

1) O Genesis afirma que "no principio Deus criou os céus e a terra". No entanto, não afirma que ele criou o mar. Sobre as águas, apenas diz que "o Espírito pairava sobre as faces das águas".

Genesis 1.6 pressupõe a existência de um "Universo Aquático", afirmando que o "firmamento" (o céu) serviu de separação para as águas.

Isso é notório, porque textos judaicos como O Livro de Enoch, o Testamento dos Doze Patriarcas, etc., afirmavam que havia um "Oceano Celestial", e que o Céu foi feito pra não deixá-lo inundar a terra. Foi daí que veio toda a água do Dilúvio, quando Deus "abriu as janelas do céu".

Se para nós, o espaço sideral é um conjunto de poeira estelar e vácuo, para os antigos hebreus era um imenso oceano sem fim. Logo abaixo do firmamento, o sol e as estrelas "deslizavam".

É dentro desse quadro que aparece a "porção seca", a terra.

2) A Bíblia endossa a idéia de que "a terra está estendida sobre os mares". Em Salmos 24,2 diz: "Fundou a terra sobre os mares, e sobre as correntes a estabeleceu".

A palavra hebraica para "correntes" é "NAHAR", que faz referência as correntes marinhas, ou rios.

A palavra terra usada aqui é TEBEL, que significa "mundo em sua totalidade". Também é usada em 2Sm 2.8 no caso das pilastras que sustentam (e suspendem) a terra sobre (acima do) "nada".

Salmos 136.6 diz a mesma coisa, quando afirma que: "Aquele que estendeu a terra sobre as águas".

No entanto, de fato, sabemos que o planeta terra não está "estendido sobre os mares", pois a terra não é uma "ilha flutiante" no formato de "disco" (como afirma Isaias 40.22: "Deus está assentado sobre o disco terrestre").

Algumas traduções bíblicas da passagem de Isaias 40.22 trazem: "Redondeza da terra", dando a entender que o faz alusão ao formato esférico da terra. No entanto, essa tradição está equivocada.

A palavra hebraica usada em Isaias 40.22 para "redondeza" é "HUG". Esta é usada em Provérbios 8.27 se relacionando com "traçar": "Quando 'TRAÇAVA' um circulo sobre a face do abismo". Traçar um circulo sobre a face do abismo? O que isso significa?

Significa que, se alguém olhar 360° ao seu redor para o horizonte, terá a impressão de que a terra possui um formato de pizza. Os antigos hebreus pensavam que o oceano ("abismo") era circular, e por isso usaram essa palavra.

"HUG" faz referência a delineamentos bidimensionais. É por isso que Isaias 40.22 usa essa palavra: "Deus está assentado sobre o 'DISCO TERRESTRE'" (tradução correta).

Note em Provérbios 8.27 que se usa a palabra hebraica "HAQAQ" (traçar) antes de "HUG" (circulo). Traçamento de círculos só ocorrem em figuras bidimensionais.

O interessante é que todos os povos da antiguidade, principalmente logo depois da Era do Ferro, acreditavam que a terra tinha o formado de disco.

O texto de Jó 26.7 traz a seguinte passagem: "Ele estende o norte sobre o vazio, Suspende a terra sobre o nada".

A palavra hebraica usada em Jó 26:7 é "Talah". De acordo com o Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento, esta palavra significa "pendurar, enforcar". Is. 22.24 a usa para "estaca". Ester 7.9 a usa para "empalar". Esta palavra também é usada em Dt 21.22 para "pendurar" o "maldito" no madeiro.

"Suspender", no contexto da palavra hebraica talah, é o mesmo que "levantar", "pendurar", "elevar", que implica "tirar do chão", "elevar", "segurar em cima", "não deixar cair".

Logo, se a biblia afirma que a terra está "suspensa" sobre o nada, é porque ela pode cair sobre esse nada. Todas as culturas tinham essa concepção de que a natureza do universo se consistia nos conceitos de cima e baixo. A terra está suspensa "acima do nada", é o que o texto de Jó 26.7 quer dizer. Ela está elevada a altura.

Ou seja, segundo Jó 26.7, a terra está "pendurara sobre o Nada". A visão mitológica do universo em Jó 26.7 se adequa com o termo usado "Norte". Norte em hebraico nesse texto é "TSAPON". De acordo com o Dicionário Internacional de teologia do Velho testamento: "Na mitologia cananéia o norte era considerado o lugar de reunião dos deuses, Os deuses reuniam-se no monte tsapân" (p. 1302). Desse modo, a palavra hebraica para "norte" no texto de Jó faz referência ao monte mítico Saponu. Desse modo, pode-se constatar que a cosmologia bíblia se adequa perfeitamente a cosmologia pagã, que fazia parte de seu contexto histórico.

Outros comentaristas colocam "tsapon" como uma estrela. Logo, o texto só faz sentido em um contexto mitologico. Pois que sentido há em "estender o Norte sobre o vazio?".

Os antigos egípcios, mesopotâicos e hindus também acreditavam que a terra estava "suspensa" sobre o "nada". Tanto egípcios como mesopotamicos acreditavam que "pilares" suspendiam a terra sobre o nada. Já os hindus afirmavam que a tartaruga que levava a terra nas costas nadava sobre o "nada". A Bíblia cita esses "pilares" em 1Samuel 2.8: "porque do SENHOR são os alicerces da terra, e assentou sobre eles o mundo".

A palavra terra é TEBEL, que significa "mundo em sua totalidade". Também é usada em 1Sm 2.8 no caso das pilastras que sustentam (e suspendem) a terra sobre o nada.

Referências

ALMEIDA, João Ferreira de (trad.). Bíblia: versão revista e atualizada. 2. ed. Barueri/SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993.

BRIEND, J. (org.) A Criação e o Dilúvio Segundo os Textos do Oriente Médio Antigo. 2. ed. São Paulo: Paulus, 1990.

CAVALCANTE DE SOUSA, José. Os Pré-Socráticos. São Paulo: Ed. Abril, 1973 (Coleção Os Pensadores vol. I ).

HARRIS, R. Laird, ARCHER Jr., Gleason L. e WALTKE, Bruce K., Dicionário internacional de teologia do Antigo Testamento, São Paulo: Vida Nova, 1998.


Fonte: http://www.webartigos.com/articles/14360/1/a-influencia-do-mito-cosmogonico-aquatico-nos-relatos-da-criacao-do-mundo-de-genesis-apontamentos-sobre-a-visao-cosmologica-dos-antigos-hebreus/pagina1.html

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Offline Contini

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Re: Teoria das Hidroplacas
« Resposta #88 Online: 25 de Abril de 2009, 21:31:30 »
Putz...É mesmo!  Nem tinha me tocado! Muito bem fundamentado West...
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Offline Pedro Reis

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Re: Teoria das Hidroplacas
« Resposta #89 Online: 25 de Abril de 2009, 22:07:52 »
Muito interessante este seu artigo.

Eu pensava que "abismo" significasse as faces de uma Terra plana. Que assim como os europeus medievais ( os iletrados, pois já se sabia que a Terra era redonda ), os hebreus achassem que o mundo findava em um grande abismo.

"As trevas cobriam a face do grande abismo". Eu imaginava que isso descrevia a Terra mergulhada em profunda escuridão...
Engraçado, eu achava essa imagem bonita, o mundo limitado por colossais paredes de rocha...

Citar
Vejamos a descrição do Gênesis:

1   ¶ No princípio, criou Deus os céus e a terra.
2   A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o
    Espírito de Deus pairava por sobre as águas.


Veja com é fácil perceber a referência a abismo como algo diverso dos demais elementos terra e céus. Nesse momento Deus ainda não havia criado a luz e a escuridão dominava o cosmos, "havia trevas sobre a face do abismo", o céu ainda não se iluminara.

De qualquer forma uma coisa é indisputável, por nenhuma interpretação é possível conceber que este abismo fossem fendas no fundo dos oceanos, como quer o Walter Brown, porque aí a expressão "havia trevas sobre a face do abismo" não faria nenhum sentido. Ainda porque as tais fendas sequer existiam quando o mundo é criado, elas teriam surgido quando a crosta terrestre se rompeu.

A sua interpretação faz bastante sentido mas se é possível subverter o conhecimento objetivo para criar uma teoria nonsense como esta das hidroplacas mais fácil ainda é distorcer um texto simbólico, escrito por um povo com uma visão de mundo completamente diferente da nossa e em um língua já morta há séculos.

Essa "teoria" pressupôe ( entre outros absurdos ) que uma extensão de 6 mil kilômetros de uma placa como essa em que está assentado o subcontiente sulamericano escorregou para debaixo de uma outra placa limítrofe no espaço de tempo de apenas um ano.

A questão é que se uma pessoa está ideologicamente predisposta a ponto de aceitar isso, então a parte fácil é faze-la  engolir qualquer exegese que concilie o texto do Gênesis com essa tese muito doida das hidroplacas.



Esse mapinha deveria ser suficiente para trazer qualquer um de volta à realidade.

Offline Hold the Door

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Re: Teoria das Hidroplacas
« Resposta #90 Online: 26 de Abril de 2009, 00:23:12 »

Os caras tiveram o trabalho de inventar toda essa estória de hidroplacas para tentar justificar o mito bíblico do dilúvio e não se deram conta de que incorreram em um erro fundamental. É que o abismo a que se refere o Gênesis não é um abismo como nós costumamos imaginar, como sendo um grande buraco ou cavidade no chão. O abismo, a que se refere a bíblia, de onde teriam se originado as águas do dilúvio se encontra no espaço circundando totalmente o mundo. Parece estranho não é? Mas é isso mesmo.
Na verdade uma das primeiras "explicações" para essa passagem bíblica foi a do "vapor canopy" que dizia que havia uma camada de vapor em torno de todo o planeta, que quando repentinamente se condensou por "milagre divino" deu origem a toda a chuva e água do dilúvio. Na imaginação fantasiosa dos criacionistas essa camada de vapor, sabe-se lá como, era também a responsável pela ausência de ventos e chuva e pela longevidade e estatura gigantesca do ser humano na "era pré-diluviana".

Alguns criacionistas ainda combinam as duas "explicações", vapor canopy e hidroplacas, acho que só para garantir o dilúvio...
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Offline elyson Scafati

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Re: Teoria das Hidroplacas
« Resposta #91 Online: 08 de Junho de 2009, 00:26:16 »
Putz!!!! Essa de hidroplacas foi a pior de todas!!!! :histeria: :histeria: :histeria: :histeria: :histeria: :histeria:


Eis a galeria das provas criacionistas da criação:

pó da lua :olheira: :olheira:

encolhimento do sol :susto: :susto:

radiohalos de polonio :hmph: :hmph: :hmph:

resíduos no fundo do mar :o :o :o :o

aumento da população da terra :chorao: :chorao: :chorao: :chorao:

enfraquecimento do campo magnético terrestre :no: :no: :no: :no:

Redução na velocidade de rotação da Terra (ainda nenhum iluminado falou sobre isso) :hihi: :hihi: :hihi:


Fala sério e depois querem que o criacionismo tenha o status de ciência..... :hmph: :hmph: :x :x :x

Offline biscoito1r

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Re: Teoria das Hidroplacas
« Resposta #92 Online: 08 de Junho de 2009, 13:26:54 »
Citar
aumento da população da terra :chorao: :chorao: :chorao: :chorao:

<a href="http://www.youtube.com/v/BwHkuvF89O8" target="_blank" class="new_win">http://www.youtube.com/v/BwHkuvF89O8</a>
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Offline Ratzinger

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Re: Teoria das Hidroplacas
« Resposta #93 Online: 27 de Junho de 2009, 12:32:37 »
Primeiramente gostaria de me desculpar pela resposta fora de tempo. Sou recente no fórum e não havia ainda lido este tópico.

Caro Diogênio, nem sei se você vai ler esta resposta, mas mesmo assim devo admitir que sempre fui muito cético em relação ao criacionismo e algumas vezes de forma até radical. Mas quero dizer que o texto apresentado por você, muito rico em detalhes, me deixou algumas dúvidas em relação ao que eu acreditava. Achei que há realmente um forte apelo lógico em tudo aquilo que diz, assim como considero que a teoria das hidroplacas não seja algo tão absurdo assim.
Realmente, ler todo o seu texto me fez entender a forma criacionista de ver o mundo, passo à partir de hoje a buscar novos objetivos e estudarei com  seriedade os textos da bíblia.
Creio que foi o estalo que me faltava. Tudo ficou pra mim muito claro agora. Por exemplo, se as amebas usavam sapatos e naquela época não havia homens, certamente o sapato foi uma criação de deus, ou então deus usava sapatos e, consequentemente, existe.

O mais impressionante foi que ontem à noite quando lia seu texto e ia gradualmente me convertendo às suas idéias, pude observar Bob Marley em pé ao lado da minha cadeira. Ele pôs a mão direita na minha cabeça e me abençoou em um dialeto rasta misturado com latim. Fiquei alguns minutos olhando as tranças dos seus cabelos e finalmente me perguntei: O que será que o Bob tem a ver com toda esta questão do criacionismo? Bem, acho que nada mesmo, devia ser por causa do negócio que eu estava fumando enquanto lia seu texto.

Se você quiser, eu posso arrumar um pouco pra você, é só pedir.

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Re: Teoria das Hidroplacas
« Resposta #94 Online: 27 de Junho de 2009, 12:44:13 »
Ô Ratzinger, acho que ele nem precisa de fumar nada não, ele faz essas viagens careta mesmo!
Ou faz uso daquela droga pesada, cujo uso contínuo desliga o indivíduo da realidade e causa surtos psicóticos! Recomendo que se afaste dela, é uma tal de biblia...
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Re: Teoria das Hidroplacas
« Resposta #95 Online: 27 de Junho de 2009, 15:09:19 »
Podicrê Contini,

Arrumei uma bíblia com um crente e já estou tentando enrolar ela aqui pra fumar. Foda é que muito grossa e tem um puta cheiro de suvaco.
Mas deve valer a pena. O que tem de neguinho ficando doidão com esta droga por aí...

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Re: Teoria das Hidroplacas
« Resposta #96 Online: 27 de Junho de 2009, 15:18:04 »
Podicrê Contini,

Arrumei uma bíblia com um crente e já estou tentando enrolar ela aqui pra fumar. Foda é que muito grossa e tem um puta cheiro de suvaco.
Mas deve valer a pena. O que tem de neguinho ficando doidão com esta droga por aí...

Abraço

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Ou você ainda duvida?
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Offline Tupac

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Re: Teoria das Hidroplacas
« Resposta #97 Online: 27 de Junho de 2009, 20:35:56 »
Podicrê Contini,

Arrumei uma bíblia com um crente e já estou tentando enrolar ela aqui pra fumar. Foda é que muito grossa e tem um puta cheiro de suvaco.
Mas deve valer a pena. O que tem de neguinho ficando doidão com esta droga por aí...

Abraço

Hauhauhau!
Só não exagera na dose.
Esse bagulho é perigoso mesmo.
Ou você ainda duvida?
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Re: Teoria das Hidroplacas
« Resposta #98 Online: 09 de Julho de 2009, 12:08:09 »
Cuidado Ratzinger.... vc pode entrar em coma bíblico, ou seja começar a ver e a ouvir deus, anjos, demônios e achar que vai ressucitar um dia (no juízo final) para ser julgado, sem falar de ver Adão e Eva, dar um role na arca de Noé e ser engolido por uma baleia.


Offline Ratzinger

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Re: Teoria das Hidroplacas
« Resposta #99 Online: 09 de Julho de 2009, 13:22:54 »
É! Tu tens razão. Fumei só um pouquinho e, outro dia, posso jurar que ouvi uma jumenta falando comigo...
Parei por aqui, vou continuar usando crack que é bem mais seguro.

Abraços.
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