Autor Tópico: Câmara aprova alteração de royalty e conclui votação do pré-sal  (Lida 28834 vezes)

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Offline Dbohr

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Re: Câmara aprova alteração de royalty e conclui votação do pré-sal
« Resposta #75 Online: 17 de Março de 2010, 20:33:33 »
A propósito: me parece que os tais 7 bi são números referentes aos royalties diretos, mais a Participação Especial, que vem a ser:

Citação de: Blog do Noel
uma compensação financeira extraordinária devida pelos concessionários de campos produtores, em casos de grande volume de produção ou de grande rentabilidade. É paga trimestralmente, em relação a cada campo produtor, enquanto os royalties têm repasse mensal.

A PE está prevista no inciso III do artigo 45 da Lei 9.478/97 (Lei do Petróleo) e é distribuída segundo critérios estabelecidos no Decreto 2.705/98. Quarenta por cento (40%) dos recursos da participação especial são transferidos ao Ministério de Minas e Energia, dos quais 70% são destinados ao financiamento de estudos e serviços de geologia e geofísica aplicados à prospecção de combustíveis fósseis, promovidos pela ANP e pelo MME; 15% para o custeio dos estudos de planejamento da expansão do sistema energético; e 15% para o financiamento de estudos, pesquisas, projetos, atividades e serviços de levantamentos geológicos básicos no território nacional.

Dos recursos restantes da participação especial, 10% são destinados ao Ministério do Meio Ambiente; 40% aos Estados produtores ou confrontantes com a plataforma continental onde ocorrer a produção; e 10% aos Municípios produtores ou confrontantes.

Para efeito de apuração da participação especial sobre a produção de petróleo e de gás natural são aplicadas alíquotas progressivas sobre a receita líquida da produção trimestral de cada campo, consideradas as deduções previstas no § 1º do art. 50 da Lei nº 9.478/1997, de acordo com a localização da lavra, o número de anos de produção e o respectivo volume de produção trimestral fiscalizada. (Fonte ANP)

http://paulonoel.blogspot.com/2008/08/repasse-da-participao-especial-dos.html


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Re: Câmara aprova alteração de royalty e conclui votação do pré-sal
« Resposta #76 Online: 17 de Março de 2010, 20:36:13 »
Gente, mas o que é que o fato do petróleo vir de longe no mar tem a ver com qualquer coisa? Se toda a infra-estrutura para prospecção, extração, refino estão aqui no litoral e se são as nossas cidades que sofrem crescimento populacional?
O ponto é que a atividade de extração em si não ocupa território do RJ. Por exemplo, veja o caso da extração de ferro em MG: daria para a União mandar extrair o minério sem ter que isolar uma parte do território de MG para a atividade de extração? Não, por isso MG recebe uma compensação por causa da União usar parte do seu território para essa atividade. Veja bem, o governo de MG poderia estar planejando construir uma cidade ou passar uma rodovia por aquele lugar, mas por causa da extração ele não poderá fazer isso, dispor de seu próprio território para fazer o que lhe aprouver. Mas que parte do território do RJ está sendo usada para a extração em si? Em que área dentro do RJ, o estado é impedido de fazer algo por causa da extração em si do petróleo?
A questão é que você está olhando a questão da infraestrutura como um ônus para o estado, mas na verdade ela  é um gerador de receita, tanto pelos impostos que as empresas pagam quanto pelos empregos que geram. Ter as empresas que trabalham no setor petrolífero em seu território é lucro, e não prejuízo.

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Offline Diegojaf

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Re: Câmara aprova alteração de royalty e conclui votação do pré-sal
« Resposta #77 Online: 17 de Março de 2010, 20:36:55 »
Olha, eu sou favorável ao projeto, desde que se faça o mesmo com todo o resto. Topa rachar a grana das Minas Gerais com os outros estados da União que não tiveram a sorte de sentar sobre depósitos minerais tão ricos? ;-)

Ué, a CSN e outras siderúrgicas do RJ já não gozam dessa mesma prerrogativa quando não se retira o ICMS aqui e após o enriquecimento do produto, enviam pra MG por um preço mais caro, não?
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Offline Diegojaf

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Re: Câmara aprova alteração de royalty e conclui votação do pré-sal
« Resposta #78 Online: 17 de Março de 2010, 20:43:05 »
Gente, mas o que é que o fato do petróleo vir de longe no mar tem a ver com qualquer coisa? Se toda a infra-estrutura para prospecção, extração, refino estão aqui no litoral e se são as nossas cidades que sofrem crescimento populacional?
O ponto é que a atividade de extração em si não ocupa território do RJ. Por exemplo, veja o caso da extração de ferro em MG: daria para a União mandar extrair o minério sem ter que isolar uma parte do território de MG para a atividade de extração? Não, por isso MG recebe uma compensação por causa da União usar parte do seu território para essa atividade. Veja bem, o governo de MG poderia estar planejando construir uma cidade ou passar uma rodovia por aquele lugar, mas por causa da extração ele não poderá fazer isso, dispor de seu próprio território para fazer o que lhe aprouver. Mas que parte do território do RJ está sendo usada para a extração em si? Em que área dentro do RJ, o estado é impedido de fazer algo por causa da extração em si do petróleo?
A questão é que você está olhando a questão da infraestrutura como um ônus para o estado, mas na verdade ela  é um gerador de receita, tanto pelos impostos que as empresas pagam quanto pelos empregos que geram. Ter as empresas que trabalham no setor petrolífero em seu território é lucro, e não prejuízo.

Isso. Empresas em uma região são interessantíssimas para o desenvolvimento pois fazer girar a economia. Problemas como aumento da população, pobreza, favelização, poluição existem em qualquer cidade industrial e eles se viram com os impostos arrecadados, sem "extras" como o RJ recebe, que são investidos não só nas regiões afetadas, mas em todo o Estado.

Agora, se as cidades onde o petróleo é refinado forem exemplos de desenvolvimento devido aos 3bi que o Estado recebeu para reinvestir nelas e tratar desses problemas que a instalação dessas empresas causou, eu mudo completamente de posição. São?

Porque eu conheço cidades como Ipatinga/MG, que são cortadas por empresas gigantescas bem no meio da cidade e que com a receita advinda dessas empresas, criou uma cidade planejada, organizada e bem administrada.
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Re: Câmara aprova alteração de royalty e conclui votação do pré-sal
« Resposta #79 Online: 17 de Março de 2010, 20:49:02 »
Diego, eu até concordo com você! Por isso eu digo: ou os estados produtores ficam com os royalties, ou todo mundo divide tudo, ou (o que eu acho mais correto) os produtores tiram o ICMS na origem e acabou-se.

O que não dá, repito, é mudar a regra com o campeonato em andamento e esperar que de um ano para outro se perca bilhões de reais de orçamento. Não sou contra mudar os valores, nem contra distribuir a grana com o resto da Federação. Diferente de uns e outros, não acho que nenhum estado em particular "carregue o país nas costas" ;-)

Unknown, é justamente por causa disso que a lei prevê alíquotas diferentes para a exploração em solo e no mar. E pela enésima vez, não é que a instalação das empresas aqui seja uma coisa ruim; é que pela falta de recolhimento de impostos de produção recebe-se EM TROCA o royalty e a PE! Sem esse dinheiro a coisa vai pra cucuia. Em Rio das Ostras, por exemplo, construiu-se um monte de escolas e hospitais novos por causa do dinheiro do petróleo; dinheiro que se parar de vir, vai causar um tremendo corte nas folhas de pagamento. A cidade cresceu muito, atraiu investimentos e se planejou -- ela é muito bonita. Mas remova os royalties para ver o que acontece.

Qual a dificuldade em entender isso?

E na boa, na boa? Se o pré-sal não tivesse sido descoberto, aposto como não estaríamos tendo esta agradável discussão -- porque ninguém se importaria :-)

Offline Dbohr

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Re: Câmara aprova alteração de royalty e conclui votação do pré-sal
« Resposta #80 Online: 17 de Março de 2010, 20:54:36 »
Anyway, quero deixar registrado que mesmo com toda a discordância, o nível da discussão aqui está muito, muito maior do que em qualquer outro lugar em que ando debatendo o mesmo assunto -- e dos dois lados. Obrigado, amigos :ok:

Offline Diegojaf

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Re: Câmara aprova alteração de royalty e conclui votação do pré-sal
« Resposta #81 Online: 17 de Março de 2010, 20:56:31 »
Diego, eu até concordo com você! Por isso eu digo: ou os estados produtores ficam com os royalties, ou todo mundo divide tudo, ou (o que eu acho mais correto) os produtores tiram o ICMS na origem e acabou-se.

Com prazer:

""No ano passado, o Rio de Janeiro recebeu R$ 6 bilhões a títulos de royalties e das participações especiais da exploração do petróleo. Sabe quanto Minas Gerais recebeu de recursos referentes à mineração? Menos de R$ 100 milhões", reclama Aécio. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, também tem defendido a mudança no sistema de cobrança de royalties sobre a exploração de minérios, dizendo que o modelo atual é "contrário aos interesses do Brasil" e que o código vigente é "velho e carcomido". O governo federal estuda um novo projeto de tributação sobre o setor.

http://www.investidorinformado.com/2009/09/minas-gerais-defende-royalty-maior.html

E ainda:

"Segundo Aécio, os percentuais pagos pelas mineradoras a título de royalties são baixos - de 0,2% a 3%, dependendo do produto - e ainda por cima incidem sobre a receita líquida das empresas. No caso do petróleo, por exemplo, eles variam de 5% a 10%, e recaem sobre o faturamento bruto das companhias."
« Última modificação: 17 de Março de 2010, 20:58:45 por Diegojaf »
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Re: Câmara aprova alteração de royalty e conclui votação do pré-sal
« Resposta #82 Online: 17 de Março de 2010, 21:04:30 »
Como eu disse, não discordo que é preciso rediscutir, desde que não seja feito na ponta da faca. As coisas são como são porque as leis do petróleo estão aí faz tempo e -- não custa repetir -- duvido que haveria tanto barulho se não fosse o pré-sal.

Em tempo: para onde vai a fatia de 40% recolhida pela União?

Offline Diegojaf

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Re: Câmara aprova alteração de royalty e conclui votação do pré-sal
« Resposta #83 Online: 17 de Março de 2010, 21:08:05 »
Possivelmente dividem o bolso de alguns representantes do povo com os 7bi do Rio... :lol:
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Re: Câmara aprova alteração de royalty e conclui votação do pré-sal
« Resposta #84 Online: 17 de Março de 2010, 21:11:02 »
Provavelmente :lol:

Mas a sério: eu acho que tinha que rediscutir tudo. Por que os royalties do minério são tão baixos e os do petróleo são tão mais altos? Por que o ICMS não é recolhido pelos produtores? Eu não sei. Não sou técnico, nem jurista. Tudo o que eu sei é que, se o atual sistema é "injusto", também seria deixar a gente seco de uma hora para outra.

Offline Allan F.B.

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Re: Câmara aprova alteração de royalty e conclui votação do pré-sal
« Resposta #85 Online: 17 de Março de 2010, 21:33:19 »
Pessoal, tem um site bom da universidade de campos que discute o assunto, vários artigos sobre o assunto.

A universidade é bem imparcial. Inclusive tem artigos que relatam como as prefeituras gastam o dinheiro dos royalties.

http://www.royaltiesdopetroleo.ucam-campos.br/
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Offline Allan F.B.

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Re: Câmara aprova alteração de royalty e conclui votação do pré-sal
« Resposta #86 Online: 17 de Março de 2010, 21:43:30 »
segundo Rodrigo Serra,2003 :
"Em defesa do pagamento dos royalties aos municípios, acredita-se que a forma legal
vigente de distribuição dos royalties carece de debate sobre seus nexos econômicos, sob
pena de perder-se um valioso instrumento de capacitação do desenvolvimento local e
regional na fase pós-esgotamento dos recursos exauríveis." 

não posso deixar de comentar que nesse artigo de 2003 ele já antecipou o problema.. foram avisados.

ele também comenta: "Não pode ser a distância
física (entre municípios e poços ou campos petrolíferos) eleita como regra majoritária para
a referida distribuição. Isso, fundamentalmente, porque a distância física é cega em relação
aos determinantes econômicos (como a presença ou não de infra-estrutura de transporte de
apoio à atividade de exploração petrolífera), os quais, em última instância, determinam o
espraiamento dos impactos da atividade sobre o território."

Concordando com nosso amigo que comentou antes que o impacto é independente da distância da costa.
Acredito que segundo o artigo o mais lógico seria dar aos royalties ao local onde o petroleo é recebido e tratado  e não para o município mais próximo do local de extração.


Desdobramento Espacial da Exploração e Produção de Petróleo no Brasil: em busca de um nexo para a distribuição dos royalties entre os municípios. 2003.
Rodrigo Valente Serra, Doutorando em Economia Aplicada, IE/Unicamp e professor do Mestrado em Planejamento Regional e Gestão de Cidades, Universidade Candido Mendes, Campos dos Goytacazes - RJ
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Offline CyberLizard

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Re: Câmara aprova alteração de royalty e conclui votação do pré-sal
« Resposta #87 Online: 17 de Março de 2010, 23:12:19 »
Uma coisa que não se discute muito é o que são os tais royalties e para quê eles servem (ou deveriam servir). Royalty (argh, não tem uma palavra em português pra isso?) não é imposto. Se fôsse, seria ilegal, seria bitributação. Royalty não é pagamento pelo petróleo. O petróleo pertence à união e, como tal, não faria sentido beneficiar um estado por ter tido a sorte de ser fundado próximo à um bolsão de petróleo.

Royalties possuem um caráter reparatório. Eles servem para que os estados consertem eventuais estragos que a exploração de petróleo causa na região de modo que seus habitantes não sejam prejudicados. Sendo assim, falar em repartir e dividir entre todos algo assim simplesmente não faz sentido. Da forma como está, esta proposta me parece absurda e merece ser vetada. (Sou paranaense, e não carioca).

Entretanto, com certeza este é um assunto que realmente deve ser melhor discutido. O Royalty pago pelo petróleo é realmente justo? É um valor exagerado? Sim? Não? Ele realmente está sendo bem usado? Por que os royalties de mineração são tão absurdamente mais baixos? Essa é a discussão que aqueles que foram contra usando discursos chauvinistas deveriam fazer. Por que a quantidade que o Rio recebe pelo petróleo é tão maior do que o recebido por estados onde há bastante mineração como Minas Gerais, Pará, Amapá, Amazonas...?

Offline Diegojaf

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Re: Câmara aprova alteração de royalty e conclui votação do pré-sal
« Resposta #88 Online: 18 de Março de 2010, 07:50:03 »
Putz... Xuxa e Letícia Spiller (ou algo assim) com argumentos incríveis pela manutenção dos royalties pro RJ...

"O dinheiro é nosso por direito e eles não podem tirar da gente, ok?"

Estou convencido. A Xuxa falou...
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Re: Câmara aprova alteração de royalty e conclui votação do pré-sal
« Resposta #89 Online: 18 de Março de 2010, 10:16:07 »
Estou convencido. Podem ficar com tudo. Não quero ficar no mesmo barco que elas :hihi:

Citar
Essa é a discussão que aqueles que foram contra usando discursos chauvinistas deveriam fazer. Por que a quantidade que o Rio recebe pelo petróleo é tão maior do que o recebido por estados onde há bastante mineração como Minas Gerais, Pará, Amapá, Amazonas...?

Eu ia dizer exatamente isso. Fiquei surpreso ao descobrir ontem que a fatia da mineração era tão menor. De novo, não sou técnico e desconheço a razão pela qual decidiram fazer assim; mas realmente não se pode imputar isso ao RJ. Acho que deveríamos era ampliar a discussão sobre isso -- e se de quebra todos os estados pudessem se convencer que menos dinheiro para a União é melhor para todo mundo, tanto melhor.
« Última modificação: 18 de Março de 2010, 10:19:25 por Dbohr »

Offline Rios

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Re: Câmara aprova alteração de royalty e conclui votação do pré-sal
« Resposta #90 Online: 18 de Março de 2010, 10:40:59 »
a questão deveria ser simples, ou todos os estados dividem seus royalties, ou ninguém divide nada. Quanto a questão da plataforma estar muito distante não tem nada a ver. se o rio fosse um país independente, o território seria do rio e não do brasil, portanto ponto final.
O que não pode é o sujeito recaucado invejoso ficar com bairrismo imbecil falando sobre o que desconhece.

Offline Gaúcho

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Re: Câmara aprova alteração de royalty e conclui votação do pré-sal
« Resposta #91 Online: 18 de Março de 2010, 10:53:55 »
Mas como o RJ não é um país, e a lei diz que tudo que esta a mais de 200 milhas da costa é da União...
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Rios

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Re: Câmara aprova alteração de royalty e conclui votação do pré-sal
« Resposta #92 Online: 18 de Março de 2010, 11:07:47 »
então desvia o escoamento e os custos de produção e a infraestrutura pra outro estado e depois divide os royalties com o rio.
Ou a união pretende se beneficiar da posição estratégica do rio sem ter que pagar mais por isso? Não dá né colega.

Offline Unknown

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Re: Câmara aprova alteração de royalty e conclui votação do pré-sal
« Resposta #93 Online: 18 de Março de 2010, 11:17:29 »
Citar
Entenda a polêmica sobre a distribuição dos royalties do petróleo

A aprovação pela Câmara dos Deputados de uma emenda que muda as regras de distribuição dos royalties do petróleo colocou o governo federal, Estados e municípios diante de uma polêmica envolvendo disputas políticas e interesses regionais.

Na semana passada, os deputados decidiram que os royalties - espécie de compensação financeira paga pelos exploradores - devem ser distribuídos de forma igualitária entre todos os Estados e municípios do país.

A decisão muda a regra atual, em que Estados e municípios produtores recebem uma parcela maior dos royalties pagos pelas empresas.

A emenda aprovada pela Câmara será ainda encaminhada ao Senado, mas a decisão entre os deputados já foi suficiente para deflagrar a polêmica sobre quem deve receber a verba gerada com a exploração do petróleo.

Entenda o debate.

O que são royalties e como são cobrados?

De modo geral, royalty é um valor cobrado pelo proprietário de uma patente ou ainda por uma pessoa ou empresa que detém o direito exclusivo sobre determinado produto ou serviço.

No caso do petróleo, os royalties são cobrados das concessionárias que exploram a matéria-prima, de acordo com sua quantidade, e o valor arrecadado fica com o poder público.

De acordo com a legislação brasileira, Estados e municípios produtores - além da União - têm direito à maioria absoluta dos royalties do petróleo. A divisão atual é de 40% para a União, 22,5% para Estados e 30% para os municípios produtores. Os 7,5% restantes são distribuidos para todos os municípios e Estados da federação.

A justificativa para essa divisão é de que os royalties são uma espécie de compensação às administrações locais, pelo fato de o recurso ser finito. Além disso, essas localidades em tese têm mais gastos com infraestrutura e prevenção de acidentes, por exemplo.

Segundo a Agência Nacional do Petrólo (ANP), o Brasil arrecadou R$ 7,9 bilhões em royalties no ano passado.

Por que a distribuição de royalties voltou ao centro da discussão?

Com a descoberta da camada pré-sal, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou a defender novas regras para a exploração do petróleo no país.

Um dos argumentos é de que as empresas terão acesso a reservas de alto potencial e com risco exploratório perto de zero - o que justificaria um novo marco regulatório.

Foi nesse contexto que o presidente Lula apresentou, em agosto do ano passado, quatro projetos de lei propondo mudanças no setor, sendo um deles na distribuição dos royalties.

O governo Lula, que chegou a defender a distribuição igualitária dos royalties, voltou atrás diante da pressão dos Estados produtores e passou a defender um tratamento diferenciado para essas administrações.

Mas os deputados não aceitaram a proposta e aprovaram uma emenda, apresentada pelos deputados Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), Humberto Souto (PPS-RS) e Marcelo Castro (PMDB-PI), que prevê a distribuição dos royalties do pré-sal para todos os Estados da federação.

A divisão aprovada na Câmara por 369 votos a favor e 72 contrários é de que 30% dos royalties sejam destinados aos Estados, 30% aos municípios e 40% à União, sem tratamento diferenciado para os produtores.

A chamada "emenda Ibsen" foi além da camada pré-sal e estendeu a nova distribuição de royalties também às bacias tradicionais, incluindo as já licitadas.

Cálculos apresentados pelo deputado Humberto Souto mostram que o Estado do Piauí, por exemplo, poderá receber R$ 317 milhões em royalties ainda este ano, enquanto o Rio de Janeiro, maior Estado produtor, ficaria com cerca de R$ 200 milhões.

Quais são os argumentos a favor da nova distribuição?

O principal argumento dos parlamentares favoráveis à mudança das regras é de que o petróleo pertence "a todo o país", o que justificaria uma distribuição igualitária dos royalties.

Segundo o deputado Marcelo Castro, "não interessa que a exploração seja feita de frente para o Rio de Janeiro". Para ele, é preciso usar o petróleo para fazer "justiça social" e "reduzir desquilíbrios" regionais.

Na avaliação do deputado Ibsen Pinheiro, a exploração do petróleo é feita no mar, não havendo, segundo ele, possibilidade de danos para Estados e municípios produtores.

Ainda de acordo com o deputado, não seria "justo" privilegiar dois Estados e "prejudicar" 25. Em entrevista ao site G1, Ibsen disse que os Estados produtores "têm, no máximo, vista para o mar, que é muito privilegiada".

Os defensores da distribuição igualitária dizem também que todos os Estados acabam pagando, por meio da União, pelas pesquisas da Petrobras e pelos testes nos poços - e por isso devem ser beneficiado com royalties.

"Essa matéria tem fundamento jurídico, fundamento moral e maioria. Nada justifica a desigualdade", disse Ibsen, durante a votação da emenda.

Ainda de acordo com o deputado, "é justo que o petróleo pertença a todos os brasileiros, pois todos somos iguais perante a lei". O deputado Fernando Coruja (PPS-SC) acrescentou que a regra "inverte a concentração de recursos", permitindo que os municípios com menos dinheiro "participem da riqueza do petróleo".

O que dizem os Estados e municípios produtores?

A emenda Ibsen tem sido fortemente criticada pelas lideranças do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, que descreveram a medida como "covardia". O governador do Rio, Sergio Cabral Filho, chegou a chorar em público ao comentar a decisão da Câmara.

Segundo ele, os deputados que votaram a favor da emenda esperando algum "benefício eleitoral" em seu Estado estão "equivocados". Sua avaliação é de que a população brasileira será "solidária" ao Rio.

De acordo com cálculos apresentados pelo deputado Otávio Leite (PSDB-RJ), a arrecadação do Estado do Rio de Janeiro com royalties do petróleo cairia de R$ 5 bilhões para cerca de R$ 100 milhões.

O governador do Rio disse que a perda de receita afetará as obras para os Jogos Olímpicos de 2016 e convocou a população para uma caminhada no centro da cidade, na quarta-feira.

Representantes dos Estados produtores veem ainda "falhas jurídicas" na emenda, por mudar as regras de contratos já firmados, no caso dos poços que já foram licitados.

"Campos já licitados, já leiloados, não podem ter as regras mudadas, porque isso fere os princípios jurídicos, muda cláusulas de situações já consagradas", disse o senador Francisco Dornelles (PP-RJ).

Existe a possibilidade de um acordo?

A aprovação da emenda Ibsen criou um embate entre os Estados da federação, com Rio de Janeiro e Espírito Santo de um lado, e as outras 25 unidades do outro.

Diante da disputa regional, lideranças do governo Lula tentam agora costurar uma nova proposta antes que a matéria seja votada no Senado.

Uma das alternativas apresentadas pelo deputado Ibsen Pinheiro é de que a União use sua cota na distribuição dos royalties para compensar pelo menos parte das perdas nos Estados e municípios produtores.

Segundo o deputado, os prejudicados poderão ser compensados pela União até que a produção de petróleo atinja níveis que garantam os atuais patamares de remuneração.

No entanto, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo na Casa rebateu essa possibilidade.

A ideia do governo, agora, é elaborar um projeto de lei específico sobre a questão dos royalties. Dessa forma, a matéria poderia ser apreciada normalmente (sem o pedido de urgência), o que daria tempo para que o assunto seja melhor discutido.

Caso os senadores mantenham a emenda que redistribui os royalties, o presidente Lula poderá vetá-la ou não. A partir daí o veto presidencial terá de ser votado por deputados e senadores, em sessão conjunta.

Quais são as implicações eleitorais do debate?

A discussão sobre os royalties do petróleo tem um forte apelo eleitoral, com potencial de desgaste tanto para governo como para a oposição.

No caso do governo, esse potencial tende a ser maior, já que o presidente Lula está diretamente envolvido no debate, podendo vetar ou não a decisão do Senado.

Se os senadores concordarem com a redistribuição dos royalties, o presidente Lula terá de decidir se fica do lado dos dois Estados produtores ou do restante do país.

"Seria um decisão desgastante em meio à campanha da ministra Dilma Roussef", diz um deputado da base aliada ao governo, referindo-se à pré-candidata do PT ao Palácio do Planalto.

O assunto também é visto com receio pela oposição, que teme se indispor com o restante do país em pleno ano eleitoral.

O governador de São Paulo e possível candidato à Presidência, José Serra, tem evitado criticar de forma mais contundente a emenda Ibsen, mesmo estando à frente de um dos três Estados produtores de petróleo.

Serra disse nesta quarta-feira que distruibir os benefícios do petróleo para todo o Brasil é uma "preocupação correta", mas que o projeto, do jeito que está, é "inaceitável".

A avaliação de um deputado da oposição é de que o governador está prestes a oficializar sua pré-canditura à Presidência e que "comprar briga" com o restante do país "teria um alto custo".

http://noticias.br.msn.com/mundo/artigo-bbc.aspx?cp-documentid=23669100

Realmente, acho que o grande problema nesse caso é mudar a regra de um contrato já vigente. Na verdade, seria melhor ter alguma informação sobre como são os atuais contratos.
De qualquer maneira, ao passar pelo Senado essa proposta deve passar pela CCJ se não me engano. Aí seria esperar para ver o que eles dizem sobre essa questão dos contratos.

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Re: Câmara aprova alteração de royalty e conclui votação do pré-sal
« Resposta #94 Online: 18 de Março de 2010, 11:26:21 »
então desvia o escoamento e os custos de produção e a infraestrutura pra outro estado e depois divide os royalties com o rio.
Em uma atividade tão lucrativa assim, você acha que um outro estado não toparia aceitar todo o parque industrial petrolífero do RJ? Pergunte a quem mora no ES se eles não aceitariam receber a sede da Petrobras, todos seus escritórios, centros de pesquisa e empresas prestadoras de serviços. E se parte dos royalties for para o RJ, eles ainda estão no lucro.

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Offline Barata Tenno

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Re: Câmara aprova alteração de royalty e conclui votação do pré-sal
« Resposta #95 Online: 18 de Março de 2010, 11:28:25 »
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Os defensores da distribuição igualitária dizem também que todos os Estados acabam pagando, por meio da União, pelas pesquisas da Petrobras e pelos testes nos poços - e por isso devem ser beneficiado com royalties.

Esse também é um ponto interessante.....

É...... Acho que sã paulo também merece uma compensação pelas milhares de empresas que se instala lá..... Caso contrário tomara que todas vão embora para outros estados.[sarcasmo off]
« Última modificação: 18 de Março de 2010, 11:32:26 por Barata Tenno »
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Re: Câmara aprova alteração de royalty e conclui votação do pré-sal
« Resposta #96 Online: 18 de Março de 2010, 11:30:51 »
então desvia o escoamento e os custos de produção e a infraestrutura pra outro estado e depois divide os royalties com o rio.
Ou a união pretende se beneficiar da posição estratégica do rio sem ter que pagar mais por isso? Não dá né colega.

E o RJ tem custos diferentes do resto do país, sendo que a maioria das plataformas estão em àguas pertencentes à União? Porque, quem paga pelas pesquisas e poços que não dão em nada, é o Brasil todo, não só o RJ.
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Re: Câmara aprova alteração de royalty e conclui votação do pré-sal
« Resposta #97 Online: 18 de Março de 2010, 11:35:17 »
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Os defensores da distribuição igualitária dizem também que todos os Estados acabam pagando, por meio da União, pelas pesquisas da Petrobras e pelos testes nos poços - e por isso devem ser beneficiado com royalties.

Esse também é um ponto interessante.....
Mas dá margem a uma outra interpretação. Pode-se dizer que, já que eles contribuem por meio da União, deveriam receber também por meio da União, ou seja, os royalties iriam todos para a União que os redistribuiria.

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Re: Câmara aprova alteração de royalty e conclui votação do pré-sal
« Resposta #98 Online: 18 de Março de 2010, 12:18:24 »
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Em público, Lula diz que Congresso deve resolver problema dos royalties

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira, na Jordânia, que não vai interferir na decisão do Senado sobre a partilha dos royalties da produção de petróleo na camada pré-sal.

Se a emenda proposta pelo deputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) for confirmada pelo Senado e sancionada pelo presidente Lula, estima-se que o Rio poderá perder até R$ 7 bilhões anuais em seu orçamento anual referente ao pagamento de royalties pela exploração do petróleo no litoral fluminense. A emenda estabelece a divisão igualitária dos royalties entre Estados e municípios.

"O presidente da República já apresentou o projeto. Está na mão do Congresso Nacional. O Congresso que resolva o problema", afirmou Lula. "Eu já cumpri a minha parte. Apresentei (a proposta sobre o tema) como o resultado de um acordo. A bola agora está com o Congresso", reforçou.

Rio não perderá os royalties

Entretanto, Lula advertiu que vai se "sentar e debruçar" sobre o tema, caso o texto final do Congresso seja "muito diferente" do projeto originalmente enviado pelo governo ao Legislativo. Abordado se iria vetar os artigos relacionados aos royalties, Lula imediatamente disparou: "não, eu não disse isso".

Porém, o iG apurou que, em conversas reservadas, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, já afirma com todas as letras que a guerra federativa em torno do dinheiro do petróleo já acabou. Em público, Cabral exibe sua indignação com a emenda, mas Cabral recebeu mais de um recado oriundo de Brasília informando que o Estado do Rio de Janeiro não irá perder um centavo do dinheiro dos royalties. O recado mais importante partiu de um emissário de Lula, informando que o presidente deve vetar a emenda se o Senado aprová-la.

Pouco antes de embarcar para o Brasil, o presidente já havia criticado o fato de o Congresso ter votado esse tema polêmico - cuja repercussão prática se dará apenas a partir de 2016 - neste ano eleitoral. Conforme indicou, as decisões tomadas pela Câmara e os debates no Senado já estão contaminadas pelas disputas eleitorais. "Eu sabia que em ano de eleição todo mundo quer fazer gracinha. Eu sabia e alertei todo mundo sobre isso", afirmou, logo depois de recordar que havia advertido os líderes do Congresso sobre essa peculiaridade.

Viagem ao Oriente Médio

A Jordânia é a última parada na visita que o presidente faz ao Oriente Médio. Nesta quinta-feira, ele voltou a destacar que faltam mais 'atores' no processo de paz no Oriente Médio

http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2010/03/18/congresso+que+resolva+problema+dos+royalties+diz+lula+9432128.html
Como assim "cuja repercussão prática se dará apenas a partir de 2016": a mudança de regras não é imediata? Ou foi proposto assim e a emenda Ibsen alterou isso?

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Re: Câmara aprova alteração de royalty e conclui votação do pré-sal
« Resposta #99 Online: 19 de Março de 2010, 09:49:51 »
Royalties não melhoraram vida em municípios produtores, diz estudo

Os royalties do petróleo não têm sido suficientes para melhorar a qualidade de vida da população nos principais municípios produtores, mostra um levantamento que vem sendo coordenado pelo professor Cláudio Dantas, do Departamento de Economia da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Segundo ele, os royalties "trouxeram a corrupção", diante da falta de um marco regulatório sobre a aplicação dos recursos.

"Isso não quer dizer que tenhamos de tirar os recursos desses municípios. Temos é que ter um controle forte sobre esses recursos", diz o pesquisador.

Com foco nas principais cidades produtoras de petróleo, entre elas Campos e Macaé, no litoral norte do Rio de Janeiro, o Departamento vem analisando como os recursos do petróleo estão sendo aplicados nessas cidades - e seus efeitos na qualidade de vida.

Um dos estudos mostra que, desde 2004, o município de Campos gastou R$ 18 milhões em convênios com quatro hospitais da cidade, mas que o número de internações manteve-se o mesmo no período.

Um outro levantamento indica um crescimento elevado nos gastos com Cultura - uma rubrica difícil de ser auditada, segundo Dantas.

Em Quissamã, por exemplo, o gasto chega a R$ 618 per capita, enquanto em São Paulo esse valor é de R$ 19.

Na avaliação do professor da Unesp, a redistrubição dos royalties para todo o país como aprovado na Câmara "não é solução para o problema".

"Não existe uma política deliberada de aplicação dos royalties. Como os municípios não têm qualquer forma de planejamento, esse dinheiro vai para o ralo", diz o pesquisador.

A seguir, trechos da entrevista.

BBC Brasil - Que impacto os royalties do petróleo trouxeram para a região?
Dantas -
Nos municípios analisados, sobretudo em Campos e em Macaé, que recebem a maior quantidade de recursos, a gente não viu melhora significativa na saúde, nem na habitação. Há falta de planejamento, desvio de recursos públicos. Vários prefeitos na região foram cassados. Por não ter um controle social adequado, um marco regulatório, o dinheiro dos royalties, na verdade, trouxe com ele a corrupção. Essa é questão-chave. Isso não quer dizer que tenhamos de tirar os recursos desses municípios. Temos é que ter um controle forte sobre esses recursos.

BBC Brasil - Isso quer dizer que royalties não são sinônimo de desenvolvimento?
Dantas -
No Brasil, pelo menos, não é. Em outras partes do mundo, é. Nesse momento, temos uma grande chance de ter um novo milagre econômico com os recursos do pré-sal. O fato é que não existe um projeto nacional de desenvolvimento, ou seja, aquilo que o governo federal aponta como foco de investimentos... Isso não tem. Não existe uma política deliberada de aplicação dos royalties. A emenda Ibsen, por exemplo, diz: vamos repartir, então todo mundo vai ganhar uma pequena parte dos royalties do pré-sal. No entanto, os municípios não têm qualquer forma de planejamento. Esse dinheiro vai para o ralo. Vai para contratação de funcionários, vai para corrupção, enfim, destinos que não melhoram a situação da população desses municípios.

BBC Brasil - O debate sobre a redistribuição está errado?
Dantas -
É um debate ainda inócuo, de quem ganha e quem perde. O debate é de como os roaylties podem reduzir a desigualdade regional no país. O Nordeste precisa de recursos, sim. Mas não é simplesmente tirar recursos do Rio de Janeiro, que gera um desequilíbrio no pacto federativo. Temos que estabelecer regras de transição. Enquanto ficar nessa briguinha... Fazer um projeto desse, de redistribuição, é justo. Ninguém vai falar que não é justo. Só que isso é incostitucional. Precisa de fato de um plano nacional de desenvolvimento. Só depois a gente pode pensar em redistribuição dos royalties.

Me parece precipitado você tentar resolver o problema dividindo isso para todos os municípios. Será que fazer a simples divisão dos recursos para outros municípios vai resolver o problema das desigualdades? Isso precisa de tempo, precisa ser estudado, olhar as experiencias de municípios que já recebem muitos royalties. E também precisamos pensar na manutenção do pacto federativo. Não se pode colocar um assunto desse em votação em ano de eleição. É obvio que os deputados estão preocupados com o que seus eleitores estão pensando.

BBC Brasil - O senhor defende o uso dos royalties como ferramenta de redução das desigualdades?
Dantas -
Já que o recurso é nacional, já que temos uma grande chance, com os recursos do pré-sal, de ter um novo modelo de desenvolvimento, deveríamos pensar em como criar fundos para reduzir as desigualdades regionais. Precisamos olhar para as experiências atuais e tentar compreender o que está sendo feito com os royalties do petróleo. Ou seja, será que as políticas publicas executadas a partir dos royalties têm melhorado a qualidade de vida da população? Eu não tenho certeza se isso melhorou. Pelo contrário, os resultados até agora mostram que a melhora não foi tão fundamental como a gente imaginava. Outros municípios brasileiros têm políticas públicas muito melhores do que a de Campos e Macaé, por exemplo, que são os municípios que mais recebem royalties do petróleo.'

BBC Brasil - Um dos argumentos para uma maior cota dos royalties às cidades produtoras é de que elas precisam ser compensadas pelo fato de que um dia o petróleo vai acabar. Além disso, essas localidades teriam que gastar mais com infraestrutura e proteção ambiental...
Dantas -
Na verdade, a discussão dos royalties já perdeu relação com o fato de o bem ser finito. Esse é um debate muito complicado. Há 30 ou 40 anos as pessoas falam que o petróleo é escasso. E aí a gente vai descobrindo o pré-sal, outras fontes, e as reservas estão aumentando cada vez mais. O debate não está mais aí. O debate dos royalties é uma compensação financeira, que já foi julgada pelo Supremo, das mudanças feitas pela Constituição de 88, da não cobrança do ICMS na origem dos recursos do petróleo. Isso faz toda a diferença, inclusive para inviabilizar a emenda Ibsen.

BBC Brasil - E quanto à compensação em função de um maior risco ambiental?
Dantas -
Esse argumento não faz sentido. O argumento final é o da compensação pelo ICMS, definido pelo Supremo. No caso da Bacia de Campos, estamos falando de plataformas que estão a 150, a 200 quilômetros da costa. Não é questão de impacto ambiental. Boa parte desses recursos e a totalidade, no caso do pré-sal, vem de alto-mar. O debate não é ambiental, é uma compensação financeira mesmo.

BBC Brasil - Mas essas cidades, em tese, têm que lidar com alguns problemas em função da exploração do petróleo, não?
Dantas -
Não. No caso de Macaé, houve um crescimento explosivo da cidade. E você multiplica muito rapidamente a população. Essa pessoa acaba indo para a periferia, vai ocupando áreas de impacto ambiental. E o prefeito não coibiu. E muitas vezes esses lugares foram curral eleitoral. Todos os municípios da região são dominados por alguns grupos. Claro que falta infraestrutura. Mas todas as coisas que foram feitas para atrair esses investimentos para região, foram investimentos federais. A pesquisa de petróleo é federal. E quem está colhendo os benefícios são essas cidades. Tanto em Macaé, como em Campos, o que se tem é uma falta de planejamento urbano.

http://ultimosegundo.ig.com.br/bbc/2010/03/19/royalties+nao+melhoraram+vida+em+municipios+produtores+diz+estudo+9433160.html

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