Ola Geo,
Como ainda estou com dificuldades com o quotes, vai do modo antigo :
“Voce está pedindo para comparar os preços de GLP aqui e lá fora? Mas qual seria a finalidade?”
Primeiramente vamos lembrar que estamos discutindo tudo isso em função de duas situações : Pet privada (sua preferência) ou Pet estatal (que somente beneficia político e empregados – sua frase) no atual modelo. Dado isso :
“Primeiro voce tem que indicar quais países quer comparar. Em seguida voce deve determinar qual é a importância relativa no uso de GLP em cada um, pois uma parte significativa dos países usa gás natural e não GLP. E por fim, seria importante ter acesso às planilhas de custo da matriz energética petrolífera de cada um dos países. E estes são apenas alguns aspectos que devem ser especificados/contextualizados.”
Esqueça essa fixação por custos. Essa indústria não funciona assim.Estamos falando de commodities, onde temos preços internacionais, assim como minério de ferro e outros. A estrutura de custos fará a empresa ganhar mais ou menos, não irá influenciar na determinação de preços.
O que importa é o preço da commoditie no mercado. Somente isso. A grande maioria dos países pratica preços internacionais. Os que não praticam estão subsidiando o consumo (dando um benefício para a população e para o país). Este é o ponto.
Se o país é produtor isto torna-se menos pior, falo menos pior pq isto vai depender do tamanho do mercado, da produção, importação e do impacto que isto traria nos resultados da empresa. Lembre-se: a industria de petróleo é de capital intensivo. Os investimentos são elevadíssimos, e existe grande necessidade de geração de caixa, além da captação de recursos internacionais (juros mais baixos). que necessitam de caixa para seu pagamento.
Estatais como a Pmex e a Pdvsa estão com dificuldades para sustentar sua relação reserva/produção, pela política utilizada em suas administrações pelos governos destes países (voltarei a isso mais tarde), o que gerou dificuldades de manutenção de investimentos e realização de projetos.
“O GLP deixou de ser subsidiado no final de 2001, quando o governo federal autorizou a Petrobrás a praticar preços internacionais, abandonando assim a política chamada de "Parcela de Preço Específico", também conhecida como a famigerada "conta petróleo".”
O fato de pagarmos um preço irrisório de GLP hoje (em comparação ao preço pago no resto do mundo) deve-se ao subsidio da Petrobras, que acabaria assim que esta virasse uma empresa privada.
E a “abertura” de mercado citada em nada se converteu em liberação de preços (não houve esta autorização). O GLP sempre foi subsidiado, por motivos óbvios , assim como o gás natural, o diesel e a gasolina, quando seus preços internacionais estão maiores. São poucos os derivados que seguem a cotação internacional sempre (o QAV é um dos poucos exemplos).
“E mesmo que ele seja (ou fosse) subsidiado, significa que ou a Petrobrás está tendo o seu lucro diminuído (hahahahaha) ou que nós estamos cobrindo a "diferença subsidiada" por meio de impostos (yeahh!) ou de preços elevados em outros subprodutos de petróleo, como a m... de nossa gasolina (bingo!). Aliás ela é relativamente cara quando comparada aos preços praticados em outros países e absurdamente cara quando se compara a relação preço final/renda per capita dos demais” países.
Significa que a Petrobras está diminuindo, e muito , o seu lucro.
Novamente, o problema da gasolina são os impostos e a contribuição específica (30%). Entre no site da ANP e veja por vc mesmo. Depois, faça as contas (a cotação internacional tb é encontrada facilmente na internet). Vc verá que a petrobras está vendendo muito mais barato no mercado interno.
Repare que, como somos importadores de derivados, a decisão de manter o preço interno baixo aumenta, ainda mais, o preju, pois o custo total aumenta, em função dos preços de importação.
“Outro aspecto. Até 2006, se eu não estiver enganado, aproximadamente 75,00% dos custos fixos da Petrobrás eram em reais e apenas 25,00% eram em dólares; ao passo que todos os contratos de exportação eram em dólares. Então as variações na taxa de câmbio não tem todo este impacto no preço final como é alardeado na mídia pelos "especialistas que comem na mão" das grandes companhias, capitaneadas pela Petrobrás.”
Impacto nos preços é zero. Tem impacto no resultado global da empresa. Eu não sei como está esta estrutura. Mas dado o tamanho do investimento que está sendo feito, gerando dívidas e juros a pagar (em dollar), creio que está bem alto. Além do mais, isto é divulgado aqui e lá fora. Então deveria existir uma conspiração mundial para validar os números analisados.
“E também não dá para dissociar a relação incestuosa da Petrobrás com o governo federal, seja este qual for o que está de plantão, pois o preço final elevado provém em boa parte dos impostos.”
Geo, qto aos preços, não vou mais argumentar. Se vc realmente se interessar e fizer as contas, vc perceberá o que estou falando. O que posso garantir é que sua análise não está levando em conta os impactos que o acompanhamento do mercado em alta teria na economia brasileira.
A relação incestuosa que vc cita existe, é o lado ruim, mas garanto que é pior para os acionistas e benéfica para o país. Pq vc acha que os preços das ações da Pet não cobrem nem o PL dela ? É por ela estar tendo maiores receitas do que as esperadas? Fazer os investimentos em locais com o menor custo (indústrias já desenvolvidas)? Os investidores sabem dessa limitação em momentos de alta, sabem do uso da emrpesa para desenvolvimento do mercado interno. Porém, mesmo assim, as ações da Pet ainda são “medalhões”.
O modelo 100% estatal é falido. PMEX, PDVSA são exemplos de empresas estatais que estão entrando em decadência em função da administração do estado e do modelo adotado, e isto é a introdução para fazer a minha avaliação do modelo que o governo utiliza com a Petorbras.
No geral, o modelo adotado hoje pelo Brasil é em, minha oppinião, o mais inteligente possível, para o país e para a população :
1. Temos garantia do acesso a recursos EXTREMAMENTE ESTRATÈGICOS;
2. Temos uma empresa com o controle do estado (detém 51 por cento das ordinárias, e 30% do total de ações), gerando a possibilidade de usar esta empresa para fomentar a indústria e o emprego em nível nacional;
3. Podemos trabalhar preços de forma a equilibrar o resultado da empresa (necessário para mantermos este modelo de S.A e os níveis de investimentos – para mim, é por isso que, em momentos de baixa, ela segura o preço e realiza os ajustes com atraso) e termos o menor impacto possível em nossa economia, que poderia ser desastroso nos momentos de alta. E isto é a tendência daqui para frente.
4. Além disso, se conseguiu, em função da transparência exigida para se lançar ações em bolsa, classificação que permite captar $ com os menores juros do mercado (o que seria impossível se fosse estatal), o que garante não só recursos para desenvolvimento dos projetos, como parceiros tb.
Este “ódio” a Petrobras é um paradigma que tem que ser quebrado. Existem problemas, é claro, é usada pelos partidos, sim. Porém, temos que parar de só apontar os problemas e reconhecer as virtudes tb. O que seria hoje, do Brasil, sem esta empresa, e com o modelo atual que se utiliza para ela (mista0? Só pense rapidamente sobre isso. A questão do preço é massificada politicamente. Por isso ínsito que vcs busquem esta informação.
O maior problema é que ninguém lembra de ter ficado pagando, por 1- 2 anos, mais barato pelos combustíveis, por exemplo. Agora, qdo o preço internacional começa a baixar, querem uma ação imediata por parte da empresa, esquecendo-se que existe um outro stakeholder envolvido e um negócio intensivo a ser sustentado, sem fazer uma análise mais completa do que está sendo “jogado”, e desejando, tb sem fazer esta análise, uma Petrobras privada.
Isto seria 100% benefico para os acionistas e para os empregados, e só!
Abs
Felipe