Autor Tópico: A coerência ou incoerência dos evangelhos  (Lida 35882 vezes)

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Offline Lakatos

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Re:A coerência ou incoerência dos evangelhos
« Resposta #375 Online: 18 de Setembro de 2013, 14:08:35 »
A Bíblia manda matar os filhos desobedientes.

Pode ser um método meio radical, mas sem dúvida é eficiente. 100% dos filhos mortos nunca mais desobeceram os pais.
A não ser quando os pais mandavam que eles arrumassem o quarto ou fossem comprar pão no supermercado.

Offline Bolsonaro neles

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Re:A coerência ou incoerência dos evangelhos
« Resposta #376 Online: 18 de Setembro de 2013, 14:21:04 »
A Bíblia manda matar os filhos desobedientes.
Tem uns que só matando mesmo. Que nem um fio-de-uma-égua que batia na mãe lá perto de onde eu fui criado.

Offline Fabrício

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Re:A coerência ou incoerência dos evangelhos
« Resposta #377 Online: 18 de Setembro de 2013, 14:28:54 »
A Bíblia manda matar os filhos desobedientes.

Pode ser um método meio radical, mas sem dúvida é eficiente. 100% dos filhos mortos nunca mais desobeceram os pais.
A não ser quando os pais mandavam que eles arrumassem o quarto ou fossem comprar pão no supermercado.

É verdade  :lol:
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Offline Digão

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Re:A coerência ou incoerência dos evangelhos
« Resposta #378 Online: 18 de Setembro de 2013, 14:47:47 »
Desafio vc a apresentar essas metodologias e provar que são mais eficazes do que uma boa palmada no bunda pra aprender a não fazer merda, não ser malcriado, não responder ao papai e à mamãe e não ser desobediente.

Folha de S. Paulo - Palmada não educa, conclui análise de 20 anos de pesquisas

A tendência, eu imagino, é responder com evidência anedótica: "eu levei umas palmadas e sou normal". Eu também apanhei e sou normal. Mas ao mesmo tempo conheço gente que nunca apanhou e é perfeitamente educada. Então alguma coisa de negativo existe no uso da palmada, mesmo que seja do tipo "levinho". No mínimo você está ensinando à criança que as coisas se resolvem na base da força.

Offline Jovem Cético

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Re:A coerência ou incoerência dos evangelhos
« Resposta #379 Online: 18 de Setembro de 2013, 15:05:57 »
 Os pais quando batem no filho,estão na verdade demonstrando não serem capazes de resolver a situação de outro modo,da mesma forma que uma pessoa bate na televisão que está com defeito,pois,não sabe como consertar.

Uma coisa que acho interessante,é que nem os adestradores de cachorros,usam castigos físicos.
« Última modificação: 18 de Setembro de 2013, 15:08:06 por Jovem Cético »
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Offline Digão

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Re:A coerência ou incoerência dos evangelhos
« Resposta #380 Online: 18 de Setembro de 2013, 15:08:22 »
Estão mostrando preguiça também, porque educar na base do diálogo dá mais trabalho.

Offline _Juca_

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Re:A coerência ou incoerência dos evangelhos
« Resposta #381 Online: 18 de Setembro de 2013, 15:10:41 »
Os pais quando batem no filho,estão na verdade demonstrando não serem capazes de resolver a situação de outro modo,da mesma forma que uma pessoa bate na televisão que está com defeito,pois,não sabe como consertar.

Uma coisa que acho interessante,é que nem os adestradores de cachorros,usam castigos físicos.

Faz sentido.

Offline Jovem Cético

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Re:A coerência ou incoerência dos evangelhos
« Resposta #382 Online: 18 de Setembro de 2013, 15:23:20 »
Desafio vc a apresentar essas metodologias e provar que são mais eficazes do que uma boa palmada no bunda pra aprender a não fazer merda, não ser malcriado, não responder ao papai e à mamãe e não ser desobediente.
Famado,você já ouviu falar no programa do SBT,Supernanny?

Acho que os métodos usados no programa são mais eficientes,do que usar castigos físicos.
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Offline Gaúcho

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Re:A coerência ou incoerência dos evangelhos
« Resposta #383 Online: 18 de Setembro de 2013, 15:26:13 »
Ah, esse mundo somente preto ou branco. Quem não adora uma falsa dicotomia?

Ou se dá tapas na bunda para resolver todos os problemas ou se dialoga com carinho e compreensão para resolver todos os problemas. Um balanceamento dos dois? Heresia!

E pessoas da minha idade ou mais velhos, que usaram bastante tempo as famosas televisões de tubo, sabem que, as vezes, um tapa era tudo o que precisava para deixar a imagem novamente cristalina.
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Offline Jovem Cético

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Re:A coerência ou incoerência dos evangelhos
« Resposta #384 Online: 18 de Setembro de 2013, 15:39:34 »
Ah, esse mundo somente preto ou branco. Quem não adora uma falsa dicotomia?

Ou se dá tapas na bunda para resolver todos os problemas ou se dialoga com carinho e compreensão para resolver todos os problemas. Um balanceamento dos dois? Heresia!

E pessoas da minha idade ou mais velhos, que usaram bastante tempo as famosas televisões de tubo, sabem que, as vezes, um tapa era tudo o que precisava para deixar a imagem novamente cristalina.
Pode usar os dois,mais as tapas só serviram para o pai extravasar a frustração.
 
 Na maioria dos casos,para os filhos melhorarem o comportamento,os pais tem que passar também por mudanças de hábitos e poucos estão dispostos a isso.

Eu já tive dessas televisões,e sabia que bater só resolvia o problema temporariamente,pois,tinha que levar para consertar.
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Offline _Juca_

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Re:A coerência ou incoerência dos evangelhos
« Resposta #385 Online: 18 de Setembro de 2013, 15:43:12 »
Ah, esse mundo somente preto ou branco. Quem não adora uma falsa dicotomia?

Ou se dá tapas na bunda para resolver todos os problemas ou se dialoga com carinho e compreensão para resolver todos os problemas. Um balanceamento dos dois? Heresia!

E pessoas da minha idade ou mais velhos, que usaram bastante tempo as famosas televisões de tubo, sabem que, as vezes, um tapa era tudo o que precisava para deixar a imagem novamente cristalina.

Não é nem uma dicotomia como pode ser falsa?

Offline Dr. Manhattan

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Re:A coerência ou incoerência dos evangelhos
« Resposta #386 Online: 18 de Setembro de 2013, 16:17:47 »
Aqui mais um que nunca apanhou e é (acreditem, é verade!) normal. Tenho um irmão 8 anos mais novo, que sempre me obedeceu e em quem nunca bati. Também não pretendo bater em meu filho e tentarei usar a "técnica supernanny".

Porém, acho que um problema dessa discussão é que ela não faz distinção entre a palmada leve na mão, que tem mais valor psicológico, e a surra de vara de marmelo, que deixa marcas. Não vejo problema na primeira. Considero a segunda abuso infantil.
You and I are all as much continuous with the physical universe as a wave is continuous with the ocean.

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Offline Buckaroo Banzai

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Re:A coerência ou incoerência dos evangelhos
« Resposta #387 Online: 18 de Setembro de 2013, 19:03:22 »
Desafio vc a apresentar essas metodologias e provar que são mais eficazes do que uma boa palmada no bunda pra aprender a não fazer merda, não ser malcriado, não responder ao papai e à mamãe e não ser desobediente.

O mais próximo disso que posso fazer é dizer que foram realizados os estudos que concluem a superioridade dessas metodologias, e outros que violência física tem efeitos negativos e até contraproducentes. Provavelmente isso não é "prova" contra suas convicções, que não costumam ser afetadas por estudos científicos ou lógica.


Citar
Effect of the severity of threat on the devaluation of forbidden behavior.
Aronson, Elliot; Carlsmith, J. Merrill
The Journal of Abnormal and Social Psychology, Vol 66(6), Jun 1963, 584-588. doi: 10.1037/h0039901
Abstract
If a person is induced to cease performing a desired action through the threat of punishment, he will experience dissonance. His cognition that he is not performing the action is dissonant with his cognition that the action is desirable. An effective way of reducing dissonance is by derogating the action. The greater the threat of punishment the less the dissonance—since a severe threat is consonant with ceasing to perform the action. Thus, the milder the threat, the greater will be a person's tendency to derogate the action. In a laboratory experiment 22 preschool children stopped playing with a desired toy in the face of either a mild or severe threat of punishment. The mild threat led to more derogation of the toy than the severe threat. (PsycINFO Database Record (c) 2012 APA, all rights reserved)



Citar
Attentional mechanisms in children's devaluation of a forbidden activity in a forced-compliance situation.
Zanna, Mark P.; Lepper, Mark R.; Abelson, Robert P.
Journal of Personality and Social Psychology, Vol 28(3), Dec 1973, 355-359. doi: 10.1037/h0035119
Abstract
Individually prohibited 52 kindergartners from playing with an attractive toy by either a mild (high dissonance) or severe (low dissonance) threat of punishment for disobedience. Orthogonal to this manipulation during a temptation period, in the reminder conditions, a "janitor's" remarks called the S's attention to (a) the fact that he was not playing with the forbidden toy and (b) the initial threat of punishment. In the control conditions, no such remarks were made. Results yield the usual dissonance effect: Mild threat produced greater derogation of the forbidden toy than severe threat. In addition, focusing the S's attention on the pertinent features of the dissonant situation led to increased dissonance reduction (i.e., derogation), but only under mild threat. The implication of these results for understanding the dynamics of dissonance reduction, and more broadly, self-control, is discussed. (PsycINFO Database Record (c) 2012 APA, all rights reserved)

E muito mais que você pode encontrar no google scholar, pesquisando por termos como "mild threat children", e nos artigos que citam esses artigos, ou "relacionados" (já que os resultados só por esses termos não serão tão específicos)


Sobre punição física/palmadas:

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Spanking by Parents and Subsequent Antisocial Behavior of Children
Murray A. Straus, PhD; David B. Sugarman, PhD; Jean Giles-Sims, PhD
Arch Pediatr Adolesc Med. 1997;151(8):761-767. doi:10.1001/archpedi.1997.02170450011002. Text Size: A A A
Article
References
Comments
ABSTRACT
ABSTRACT | REFERENCES
Objective:  To deal with the causal relationship between corporal punishment and antisocial behavior (ASB) by considering the level of ASB of the child at the start of the study.

Methods:  Data from interviews with a national sample of 807 mothers of children aged 6 to 9 years in the National Longitudinal Survey of Youth-Child Supplement. Analysis of variance was used to test the hypothesis that when parents use corporal punishment to correct ASB, it increases subsequent ASB. The analysis controlled for the level of ASB at the start of the study, family socioeconomic status, sex of the child, and the extent to which the home provided emotional support and cognitive stimulation.

Results:  Forty-four percent of the mothers reported spanking their children during the week prior to the study and they spanked them an average of 2.1 times that week. The more spanking at the start of the period, the higher the level of ASB 2 years later. The change is unlikely to be owing to the child's tendency toward ASB or to confounding with demographic characteristics or with parental deficiency in other key aspects of socialization because those variables were statistically controlled.

Conclusions:  When parents use corporal punishment to reduce ASB, the long-term effect tends to be the opposite. The findings suggest that if parents replace corporal punishment by nonviolent modes of discipline, it could reduce the risk of ASB among children and reduce the level of violence in American society.Arch Pediatr Adolesc Med. 1997;151:761-767


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Citar
The case against spanking
Physical discipline is slowly declining as some studies reveal lasting harms for children.

By Brendan L. Smith
April 2012, Vol 43, No. 4
Print version: page 60
Child covering face
A growing body of research has shown that spanking and other forms of physical discipline can pose serious risks to children, but many parents aren’t hearing the message.
“It’s a very controversial area even though the research is extremely telling and very clear and consistent about the negative effects on children,” says Sandra Graham-Bermann, PhD, a psychology professor and principal investigator for the Child Violence and Trauma Laboratory at the University of Michigan. “People get frustrated and hit their kids. Maybe they don’t see there are other options.”
Many studies have shown that physical punishment — including spanking, hitting and other means of causing pain — can lead to increased aggression, antisocial behavior, physical injury and mental health problems for children. Americans’ acceptance of physical punishment has declined since the 1960s, yet surveys show that two-thirds of Americans still approve of parents spanking their kids.
But spanking doesn’t work, says Alan Kazdin, PhD, a Yale University psychology professor and director of the Yale Parenting Center and Child Conduct Clinic. “You cannot punish out these behaviors that you do not want,” says Kazdin, who served as APA president in 2008. “There is no need for corporal punishment based on the research. We are not giving up an effective technique. We are saying this is a horrible thing that does not work.”

[...]

Research findings
Physical punishment can work momentarily to stop problematic behavior because children are afraid of being hit, but it doesn’t work in the long term and can make children more aggressive, Graham-Bermann says.
A study published last year in Child Abuse and Neglect revealed an intergenerational cycle of violence in homes where physical punishment was used. Researchers interviewed parents and children age 3 to 7 from more than 100 families. Children who were physically punished were more likely to endorse hitting as a means of resolving their conflicts with peers and siblings. Parents who had experienced frequent physical punishment during their childhood were more likely to believe it was acceptable, and they frequently spanked their children. Their children, in turn, often believed spanking was an appropriate disciplinary method.
The negative effects of physical punishment may not become apparent for some time, Gershoff says. “A child doesn’t get spanked and then run out and rob a store,” she says. “There are indirect changes in how the child thinks about things and feels about things.”
As in many areas of science, some researchers disagree about the validity of the studies on physical punishment. Robert Larzelere, PhD, an Oklahoma State University professor who studies parental discipline, was a member of the APA task force who issued his own minority report because he disagreed with the scientific basis of the task force recommendations. While he agrees that parents should reduce their use of physical punishment, he says most of the cited studies are correlational and don’t show a causal link between physical punishment and long-term negative effects for children.
“The studies do not discriminate well between non-abusive and overly severe types of corporal punishment,” Larzelere says. “You get worse outcomes from corporal punishment than from alternative disciplinary techniques only when it is used more severely or as the primary discipline tactic.”
In a meta-analysis of 26 studies, Larzelere and a colleague found that an approach they described as “conditional spanking” led to greater reductions in child defiance or anti-social behavior than 10 of 13 alternative discipline techniques, including reasoning, removal of privileges and time out (Clinical Child and Family Psychology Review, 2005). Larzelere defines conditional spanking as a disciplinary technique for 2- to 6-year-old children in which parents use two open-handed swats on the buttocks only after the child has defied milder discipline such as time out.
Gershoff says all of the studies on physical punishment have some shortcomings. “Unfortunately, all research on parent discipline is going to be correlational because we can’t randomly assign kids to parents for an experiment. But I don’t think we have to disregard all research that has been done,” she says. “I can just about count on one hand the studies that have found anything positive about physical punishment and hundreds that have been negative.”

[...]

http://www.apa.org/monitor/2012/04/spanking.aspx


Offline Buckaroo Banzai

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Re:A coerência ou incoerência dos evangelhos
« Resposta #388 Online: 18 de Setembro de 2013, 19:05:49 »
Ah, esse mundo somente preto ou branco. Quem não adora uma falsa dicotomia?

Ou se dá tapas na bunda para resolver todos os problemas ou se dialoga com carinho e compreensão para resolver todos os problemas. Um balanceamento dos dois? Heresia!

E pessoas da minha idade ou mais velhos, que usaram bastante tempo as famosas televisões de tubo, sabem que, as vezes, um tapa era tudo o que precisava para deixar a imagem novamente cristalina.

Quem precisa de estudos científicos, quando o bom conhecimento dos nossos avós já nos diz tudo que precisamos saber?


Com a analogia certa, todo mundo está certo.

Offline Bolsonaro neles

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Re:A coerência ou incoerência dos evangelhos
« Resposta #389 Online: 19 de Setembro de 2013, 15:27:34 »
Vcs e suas pesquisas que servem para a população de marte...

Offline Gaúcho

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Re:A coerência ou incoerência dos evangelhos
« Resposta #390 Online: 19 de Setembro de 2013, 16:03:26 »
Ah, esse mundo somente preto ou branco. Quem não adora uma falsa dicotomia?

Ou se dá tapas na bunda para resolver todos os problemas ou se dialoga com carinho e compreensão para resolver todos os problemas. Um balanceamento dos dois? Heresia!

E pessoas da minha idade ou mais velhos, que usaram bastante tempo as famosas televisões de tubo, sabem que, as vezes, um tapa era tudo o que precisava para deixar a imagem novamente cristalina.

Quem precisa de estudos científicos, quando o bom conhecimento dos nossos avós já nos diz tudo que precisamos saber?


Com a analogia certa, todo mundo está certo.

Não entendi, um contraponto no teu estudo científico fala exatamente o que eu disse sobre um meio-termo.

Citar
The negative effects of physical punishment may not become apparent for some time, Gershoff says. “A child doesn’t get spanked and then run out and rob a store,” she says. “There are indirect changes in how the child thinks about things and feels about things.”
As in many areas of science, some researchers disagree about the validity of the studies on physical punishment. Robert Larzelere, PhD, an Oklahoma State University professor who studies parental discipline, was a member of the APA task force who issued his own minority report because he disagreed with the scientific basis of the task force recommendations. While he agrees that parents should reduce their use of physical punishment, he says most of the cited studies are correlational and don’t show a causal link between physical punishment and long-term negative effects for children.
“The studies do not discriminate well between non-abusive and overly severe types of corporal punishment,” Larzelere says. “You get worse outcomes from corporal punishment than from alternative disciplinary techniques only when it is used more severely or as the primary discipline tactic.”

Também é importante prestar atenção nesta parte:

Citar
While he agrees that parents should reduce their use of physical punishment, he says most of the cited studies are correlational and don’t show a causal link between physical punishment and long-term negative effects for children.
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Gaúcho

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Re:A coerência ou incoerência dos evangelhos
« Resposta #391 Online: 19 de Setembro de 2013, 16:11:11 »
A maioria das pessoas daqui cresceram levando palmadas na bunda. 100% dos meus amigos de infância cresceram levando palmadas na bunda. Os estudos não mostram uma ligação direta entre "punição física" e efeitos negativos a longo prazo nas crianças.

O que vocês estão tentando fazer? Redesenhar a realidade e apontar severos problemas psicológicos em gerações de pessoas que cresceram levando tapas na bundinha?

E veja bem, eu não estou defendendo abuso infantil. Não estou defendendo tapa na cara, surra de cinto, chute na barriga, voadora nas costas, etc. Estou defendendo que tapas na bundinha, que possuem um efeito muito mais psicológico do que físico, são, em certas situações, mais efetivos do que apenas um xingamento, castigo, etc.
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Offline _Juca_

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Re:A coerência ou incoerência dos evangelhos
« Resposta #392 Online: 19 de Setembro de 2013, 16:20:00 »
A maioria das pessoas daqui cresceram levando palmadas na bunda. 100% dos meus amigos de infância cresceram levando palmadas na bunda. Os estudos não mostram uma ligação direta entre "punição física" e efeitos negativos a longo prazo nas crianças.

O que vocês estão tentando fazer? Redesenhar a realidade e apontar severos problemas psicológicos em gerações de pessoas que cresceram levando tapas na bundinha?

E veja bem, eu não estou defendendo abuso infantil. Não estou defendendo tapa na cara, surra de cinto, chute na barriga, voadora nas costas, etc. Estou defendendo que tapas na bundinha, que possuem um efeito muito mais psicológico do que físico, são, em certas situações, mais efetivos do que apenas um xingamento, castigo, etc.

É que a palmada na bunda não é mais eficaz que um castigo não físico, e castigos físicos muitas vezes podem machucar uma criança, por menor que seja. Assim como a chance de haver abusos deve aumentar consideravelmente quando o costume de bater nos filhos é amplamente aceito como medida corretiva


Offline Barata Tenno

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Re:A coerência ou incoerência dos evangelhos
« Resposta #393 Online: 19 de Setembro de 2013, 16:53:33 »
Li em algum lugar, que um psicólogo ou algo do tipo fez um estudo no Brasil de que quase a totalidade dos presos no Brasil tinham apanhado dos pais na infancia. Bom, do mesmo modo que apanhar não torna seu filho um ladrão, apanhar não garante que ele não vai se tornar um ladrão. Então essa desculpa bem comum de que uma surra evita das crianças se tornarem bandidos não cola.
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Buckaroo Banzai

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Re:A coerência ou incoerência dos evangelhos
« Resposta #394 Online: 19 de Setembro de 2013, 18:24:19 »
A maioria das pessoas daqui cresceram levando palmadas na bunda. 100% dos meus amigos de infância cresceram levando palmadas na bunda. Os estudos não mostram uma ligação direta entre "punição física" e efeitos negativos a longo prazo nas crianças.

Não, é um pouco como cigarro e câncer. Muita gente fuma e não desenvolve câncer de pulmão ou outros ligados ao tabaco, chuto que provavelmente você não conhece um caso pessoalmente, apesar de conhecer muitos fumantes. No entanto existe sim a relação causal, apenas não é 100%.

O texto coincide de lidar com o contraponto do primeiro texto que eu citei:

Citar
MORE HARM THAN GOOD: A SUMMARY
OF SCIENTIFIC RESEARCH ON THE
INTENDED AND UNINTENDED EFFECTS
OF CORPORAL PUNISHMENT ON
CHILDREN
[...]

The bulk of the criticism of the empirical research on corporal punishment
comes from two researchers, Diana Baumrind and Robert Larzelere.120
 
Although these two authors are both prolific and vociferous, their opinions
should not be mistaken for the views of the mainstream researchers in the fields
of psychology, medicine, or education.
They find fault with the research
showing negative outcomes of corporal punishment and point to studies that fail
to find statistically significant negative outcomes. But they are equally unable to
cite a body of research showing positive long-term outcomes of corporal
punishment, for such a body of research does not exist. Despite the lack of
empirical evidence for their position, these authors criticized the Gershoff
meta-analysis cited above and concluded that, even though negative outcomes
were associated with corporal punishment in ninety-four percent of the studies,
the research to date did “not justify a blanket injunction against mild to
moderate disciplinary spanking.”
121 Elsewhere, Larzelere has argued that the
research cannot be trusted because it is based primarily on correlational data.122
Such an assertion indicates that the author will never be convinced by the
available data because it is impossible to study parents’ use of everyday
spanking in an experimental fashion. Although randomized studies with
treatment and control groups are the “gold standard” of the basic and medical
sciences, children cannot be randomly assigned to parents in experimental
designs,123 nor, since the 1980s, have institutional review boards approved
studies that randomly assign parents to spank or not spank their own children.124
 
However, parenting researchers work diligently to make up for the lack of
experimental designs by creating carefully selected and representative samples
of families and by employing a range of new statistical methods that make
better estimates of causal parameters from observational data.125
 
Well-designed correlational research has led to several public-health
conclusions and intervention efforts over the last few decades. To take but one
example, the now well-accepted fact that cigarette smoke causes lung cancer is
based on a body of correlational research.126 Clearly, it would be unethical to
randomly assign people to smoke or not, so researchers must instead rely on
longitudinal but correlational studies that follow individuals who themselves
choose to smoke. These studies attempt to take into account as many factors as
possible that may account for who smokes and who does not in the first place.127
 
This body of correlational research does not meet the high bar set by Baumrind
and Larzelere, but it nonetheless led the U.S. Surgeon General to conclude that
the “evidence is sufficient to infer a causal relationship” between smoking and
cancers of the bladder, blood (leukemia), cervix, esophagus, kidneys, larynx,
lungs, mouth, pancreas, and stomach, among many other serious health
consequences.128 This research does not suggest that smoking one cigarette will
cause an individual to develop cancer, but rather that the risk increases with
each cigarette smoked and, conversely, that if an individual never smoked, his
or her risk for these negative health outcomes is greatly reduced. Similarly, the
research to date does not support a conclusion that one spank will cause a child
to become aggressive or delinquent; rather, with every spank the risk
increases.129 Never spanking at all would provide the lowest risk for such
negative outcomes.

[...]

http://scholarship.law.duke.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1565&context=lcp




Citar
O que vocês estão tentando fazer? Redesenhar a realidade e apontar severos problemas psicológicos em gerações de pessoas que cresceram levando tapas na bundinha?

Não, da mesma forma que não se sugere que todo mundo que fuma esteja caquético, mas pode-se dizer que fumar é prejudicial à saúde.

Ao mesmo tempo, é provável que essas gerações tivessem se desenvolvido melhor, se tivessem sido criadas de outra maneira. Não é como se todas as gerações anteriores/atuais fossem 100% saudáveis e se achasse que isso só fosse valer agora.




Citar
E veja bem, eu não estou defendendo abuso infantil. Não estou defendendo tapa na cara, surra de cinto, chute na barriga, voadora nas costas, etc. Estou defendendo que tapas na bundinha, que possuem um efeito muito mais psicológico do que físico, são, em certas situações, mais efetivos do que apenas um xingamento, castigo, etc.

Acho que xingamento também não é algo adequado*.

E sim, o efeito é psicológico mesmo, não é só lesão física o problema.

Não existe na literatura científica recomendações de um grau de severidade "ideal" para castigos físicos a crianças.




* não surpreendentemente:

Citar
Verbal aggression by parents and psychosocial problems of children ☆
Yvonne M. Vissing, Murray A. StrausCorresponding author contact information
Family Research Laboratory, University of New Hampshire, Durham, NH, USA
Richard J. Gelles
University of Rhode Island, Kingston, RI, USA
John W. Harrop
Brown University Medical School, USA
Abstract
Analyses of data on a nationally representative sample of 3,346 American parents with a child under 18 living at home found that 63% reported one or more instances of verbal aggression, such as swearing and insulting the child. Children who experienced frequent verbal aggression from parents (as measured by the Conflict Tactic Scales) exhibited higher rates of physical aggression, delinquency, and interpersonal problems than other children. This relationship is robust since it applies to preschool-, elementary school-, and high school-age children, to both boys and girls, and to children who were also physically punished as well as those who were not. Children who experienced both verbal aggression and severe physical violence exhibited the highest rates of aggression, delinquency, and interpersonal problems.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:A coerência ou incoerência dos evangelhos
« Resposta #395 Online: 19 de Setembro de 2013, 18:40:06 »
Li em algum lugar, que um psicólogo ou algo do tipo fez um estudo no Brasil de que quase a totalidade dos presos no Brasil tinham apanhado dos pais na infancia. Bom, do mesmo modo que apanhar não torna seu filho um ladrão, apanhar não garante que ele não vai se tornar um ladrão. Então essa desculpa bem comum de que uma surra evita das crianças se tornarem bandidos não cola.

Pois é, no mínimo não resolve a longo prazo. Com riscos de produzir resultados até piores do que aqueles que se quer evitar, em curto prazo.

 

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