Autor Tópico: PSOL vai tomar riquezas e redistribuir à força  (Lida 32858 vezes)

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Offline CyberLizard

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Re: PSOL vai tomar riquezas e redistribuir à força
« Resposta #50 Online: 15 de Julho de 2010, 01:42:05 »
Citação de: Cyberlizard
O maior problema da política atual de reforma agrária é a falta de acompanhamento e também da criação maciça de assentamentos só para obter números elevados, sem preocupação com qualidade. Há uma falta de cultura de avaliação. Além disso, a maior parte dos assentamentos criados nos últimos anos estão concentrados na região norte. Isso vem desde o regime militar: busca-se jogar muitas pessoas na amazônia, sem se preocupar em fornecer infra-estrutura, obtém-se assim índices favoráveis de números de famílias assentadas e não altera-se a estrutura fundiária das regiões do centro-sul. Ao meu ver, é o principal motivo dos resultados negativos de documentos como o último censo da reforma agrária.

Olha só o que eu achava da maioria da maioria das pessoas que procuram terras:

Eu imaginava serem pessoas ávidas por trabalho, que passam sérias privações e até fome, mas estão apenas querendo ter a oportunidade de pôr as mãos em um pedaço de terra para começarem a produzir, se sustentando a partir daí. Essas pessoas apenas querem terras e não se dão ao luxo de ficarem escolhendo local, desdenhando de terras em regiões não desbravadas e cuidadas.

Pelo que você postou agora, e muita gente fala, eu estava redondamente enganado.

Sem condições materiais básicas não há como produzir com qualidade/quantidade necessária. Você pode ralar, se esforçar, trabalhar dia e noite, mas terá uma produtividade baixa. Seria preciso ter também crédito para comprar adubo, fertilizantes e realizar um investimento inicial para poder ser competitivo. Não é só com "dedicação" e "empenho" que pode-se resolver todos os problemas.

E tanto ninguém fica desdenhando terras, que vários assentamentos são criados nestas regiões inóspitas. Mas aí as pessoas de lá acabam não conseguindo prosperar.

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Citação de: Cynerlizard
não altera-se a estrutura fundiária das regiões do centro-sul.

Há muitos latifúndios improdutivos no Centro-Sul?

Caso não, pra quê seria essa "alteração na estrutura fundiária" afinal? Estética?
Será que tem tão pouca terra na região centro-sul que não cumpre a sua função social (mesmo sendo produtiva)? Será que só no norte acha-se tão facilmente terras que não cumprem a função? Ou será que nenhum governo quer se indispor muito com grandes proprietários de terra e por isso resolve maquiar o problema fingindo que faz reforma agrária criando montes de assentamentos nos confins do país?

Offline DDV

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Re: PSOL vai tomar riquezas e redistribuir à força
« Resposta #51 Online: 15 de Julho de 2010, 01:59:20 »
Citação de: Cyberlizard
O maior problema da política atual de reforma agrária é a falta de acompanhamento e também da criação maciça de assentamentos só para obter números elevados, sem preocupação com qualidade. Há uma falta de cultura de avaliação. Além disso, a maior parte dos assentamentos criados nos últimos anos estão concentrados na região norte. Isso vem desde o regime militar: busca-se jogar muitas pessoas na amazônia, sem se preocupar em fornecer infra-estrutura, obtém-se assim índices favoráveis de números de famílias assentadas e não altera-se a estrutura fundiária das regiões do centro-sul. Ao meu ver, é o principal motivo dos resultados negativos de documentos como o último censo da reforma agrária.

Olha só o que eu achava da maioria da maioria das pessoas que procuram terras:

Eu imaginava serem pessoas ávidas por trabalho, que passam sérias privações e até fome, mas estão apenas querendo ter a oportunidade de pôr as mãos em um pedaço de terra para começarem a produzir, se sustentando a partir daí. Essas pessoas apenas querem terras e não se dão ao luxo de ficarem escolhendo local, desdenhando de terras em regiões não desbravadas e cuidadas.

Pelo que você postou agora, e muita gente fala, eu estava redondamente enganado.

Sem condições materiais básicas não há como produzir com qualidade/quantidade necessária. Você pode ralar, se esforçar, trabalhar dia e noite, mas terá uma produtividade baixa. Seria preciso ter também crédito para comprar adubo, fertilizantes e realizar um investimento inicial para poder ser competitivo. Não é só com "dedicação" e "empenho" que pode-se resolver todos os problemas.

E tanto ninguém fica desdenhando terras, que vários assentamentos são criados nestas regiões inóspitas. Mas aí as pessoas de lá acabam não conseguindo prosperar.

O governo não dá absolutamente nenhum tipo de assistência?


Uma outra pergunta paralela: no Brasil, atualmente, há multidões de agricultores à procura de terras, ou pessoas sem nenhuma ligação, experiência e disposição para a atividade agrícola estão recenddo terras?
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Citação de: Cyberlizard
não altera-se a estrutura fundiária das regiões do centro-sul.

Há muitos latifúndios improdutivos no Centro-Sul?

Caso não, pra quê seria essa "alteração na estrutura fundiária" afinal? Estética?
Será que tem tão pouca terra na região centro-sul que não cumpre a sua função social (mesmo sendo produtiva)?

No caso, você está achando que há muitas propriedades produtivas no Centro-Sul sem:

1- Utilização adequada dos recursos naturais existentes e preservação do meio ambiente;

2- Observância das disposições que regulam as relações de trabalho e exploração da propriedade.


É isso.

Eu particularmente acho difícil ter muitas assim.

Citação de: Cyberlizard
Será que só no norte acha-se tão facilmente terras que não cumprem a função?

Óbvio. É uma região pouco povoada, ora!

Citação de: Cyberlizard
Ou será que nenhum governo quer se indispor muito com grandes proprietários de terra

O governo só se indisporia com as propriedades grandes que não cumprem a chamada "função social", prevista na CF, que são:

1- Aproveitamento racional e adequado.

2- Utilização adequada dos recursos naturais existentes e preservação do meio ambiente;

3- Observância das disposições que regulam as relações de trabalho e exploração da propriedade.

Sem isso, não há o quê e nem por quê se indispor com ninguém.

Citar
e por isso resolve maquiar o problema fingindo que faz reforma agrária criando montes de assentamentos nos confins do país?

Ora, se é lá que estão a maioria das terras disponíveis?

Sinceramente, não entendi o porquê de você achar isso ruim.

« Última modificação: 15 de Julho de 2010, 02:22:34 por DDV »
Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline DDV

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Re: PSOL vai tomar riquezas e redistribuir à força
« Resposta #52 Online: 15 de Julho de 2010, 02:02:45 »
Se há 10 mil anos existem pessoas tirando seu próprio sustento da terra em condições bem piores do que que temos atualmente, por que vocês ficam dizendo que "não basta só dar a terra e blá blá blá"?

O que os agricultores do passado e dos países mais pobres tinham que estes não teriam?
Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

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Offline Buckaroo Banzai

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Re: PSOL vai tomar riquezas e redistribuir à força
« Resposta #53 Online: 15 de Julho de 2010, 02:18:26 »
Nota sem muita importância: o melhor seria ter escrito, "PSOL vai tomar riquezas a força para então redistribuir", porque desse jeito parece que a redistribuição é que é enfaticamente forçada, que as pessoas não iriam querer receber...


Offline Diegojaf

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Re: PSOL vai tomar riquezas e redistribuir à força
« Resposta #54 Online: 15 de Julho de 2010, 07:02:08 »
Se há 10 mil anos existem pessoas tirando seu próprio sustento da terra em condições bem piores do que que temos atualmente, por que vocês ficam dizendo que "não basta só dar a terra e blá blá blá"?

O que os agricultores do passado e dos países mais pobres tinham que estes não teriam?

É um ponto curioso. Ano passado, estava trabalhando em algumas situações de confrontos agrários e o pior deles ocorreu quando os sem terra tentaram invadir uma fazenda produtiva, onde o proprietário respondeu com jagunços armados.

Detalhe que enquanto a invasão não ocorria, os sem terra (cerca de 100 famílias) ficaram o tempo (quase 10 meses) todo acampados em uma área de 20 alqueires de terras devolutas que eram puro mato.

Mas deus os livre de pegar uma terra sem estrutura se existe uma com tudo pronto e já produzindo logo ao lado.
« Última modificação: 15 de Julho de 2010, 07:07:56 por Diegojaf »
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Offline Fernando Silva

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Re: PSOL vai tomar riquezas e redistribuir à força
« Resposta #55 Online: 15 de Julho de 2010, 12:41:40 »
Se há 10 mil anos existem pessoas tirando seu próprio sustento da terra em condições bem piores do que que temos atualmente, por que vocês ficam dizendo que "não basta só dar a terra e blá blá blá"?

O que os agricultores do passado e dos países mais pobres tinham que estes não teriam?
Simples: os assentados não são agricultores.
E quem diz que "não basta dar a terra" são os próprios assentados, em muitos casos.

Offline Fernando Silva

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Re: PSOL vai tomar riquezas e redistribuir à força
« Resposta #56 Online: 15 de Julho de 2010, 12:46:30 »
O governo só se indisporia com as propriedades grandes que não cumprem a chamada "função social", prevista na CF, que são:

1- Aproveitamento racional e adequado.

2- Utilização adequada dos recursos naturais existentes e preservação do meio ambiente;

3- Observância das disposições que regulam as relações de trabalho e exploração da propriedade.

Sem isso, não há o quê e nem por quê se indispor com ninguém.
Não deveria haver, mas os "movimentos sociais" usam outros critérios, tipo "esta fazenda é grande demais", "monocultura é ruim", "celulose não se come" etc.

Segundo eles, só deveria haver ranchinhos com uma família em cada um sobrevivendo às custas de roçados primitivos de milho e feijão.

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re: PSOL vai tomar riquezas e redistribuir à força
« Resposta #57 Online: 16 de Julho de 2010, 19:44:52 »
Citar
O que os agricultores do passado e dos países mais pobres tinham que estes não teriam?

Os agricultores do passado tinham que trabalhar porque não recebiam verbas gratuitas de qualquer tipo de governo, é a diferença, ou trabalhavam ou morriam de fome no inverno.

Enquanto vagabundo do MST estiver recebendo cesta básica e dinheiro para invadir, saquear e revender terras , vc acha mesmo que vão trabalhar na roça?

Offline CyberLizard

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Re: PSOL vai tomar riquezas e redistribuir à força
« Resposta #58 Online: 01 de Agosto de 2010, 15:05:57 »
Sem responder nos últimos tempos devido à viagens.

Com relação à "O que os agricultores do passado e dos países mais pobres tinham que estes não teriam?", a resposta é a concorrência interna da agroindústria moderna. Não dá pra fingir que estamos à alguns séculos atrás e sair desbravando terras sem algum tipo de apoio. É como querer montar agora uma fábrica com tecnologia do século XVIII. No passado funcionava, agora não mais. A economia não deixa brincarmos de século XVIII.

Com relação aos assentados não serem agricultores, não é o que me mostra os assentamentos que conheci. Naturalmente, outras pessoas podem ser de outros lugares e ter experiências diferentes. Sem estatísticas sérias, o papo de "a maioria dos assentados não é agricultor" ou "a maioria vende a terra depois" acaba ficando muito no campo do achismo.

Offline Geotecton

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Re: PSOL vai tomar riquezas e redistribuir à força
« Resposta #59 Online: 01 de Agosto de 2010, 17:17:15 »
[...]
Com relação aos assentados não serem agricultores, não é o que me mostra os assentamentos que conheci. Naturalmente, outras pessoas podem ser de outros lugares e ter experiências diferentes. Sem estatísticas sérias, o papo de "a maioria dos assentados não é agricultor" ou "a maioria vende a terra depois" acaba ficando muito no campo do achismo.

Eu concordo.

Mas quem irá fornecer as "estatísticas sérias"?

O MST, a CONTAG, a Pastoral da Terra, a CNA ou o Ministério da Agricultura petista?

Eu particularmente não confio em nenhum deles.
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Offline Arcanjo Lúcifer

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Re: PSOL vai tomar riquezas e redistribuir à força
« Resposta #60 Online: 02 de Agosto de 2010, 19:42:30 »
Citar
Com relação à "O que os agricultores do passado e dos países mais pobres tinham que estes não teriam?", a resposta é a concorrência interna da agroindústria moderna.

Um motivo a mais para não dar terra alguma aos vagabundos do MST.

E não é "achismo" afirmar que revendem  terras invadidas, é fato comprovado.

Offline CyberLizard

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Re: PSOL vai tomar riquezas e redistribuir à força
« Resposta #61 Online: 02 de Agosto de 2010, 21:04:18 »
[...]
Com relação aos assentados não serem agricultores, não é o que me mostra os assentamentos que conheci. Naturalmente, outras pessoas podem ser de outros lugares e ter experiências diferentes. Sem estatísticas sérias, o papo de "a maioria dos assentados não é agricultor" ou "a maioria vende a terra depois" acaba ficando muito no campo do achismo.

Eu concordo.

Mas quem irá fornecer as "estatísticas sérias"?

O MST, a CONTAG, a Pastoral da Terra, a CNA ou o Ministério da Agricultura petista?

Eu particularmente não confio em nenhum deles.

Tem razão ao apontar o problema de que quando se trata de um tema social deste tipo é impossível encontrar uma fonte completamente isenta para dados e estatísticas. Pessoalmente, tendo a atribuir um nível um pouco maior de confiabilidade à pesquisas do IBGE, apesar de seus problemas. Infelizmente, elas não respondem perguntas muito específicas.

Um motivo a mais para não dar terra alguma aos vagabundos do MST.

Certo. Então a alternativa é deixar a concentração fundiária seguir adiante? Nós já somos o país com uma das maiores taxas de concentração fundiária do mundo, mas pra quê se contentar com pouco? Vamos criar uma estrutura agrária formada por um punhado de latifundiários, milhões de bóias-frias e deixe que milhões de pessoas com condições ruins do campo sigam movendo para a cidade, formando favelas e tudo o mais. Mas o que a gente faz daí com todas as terras griladas, as terras onde há trabalho escravo, degradação ambiental ou demais propriedades que não cumprem sua função social? Deixamos elas vazias ou com os seus velhos "donos" de sempre?

E não é "achismo" afirmar que revendem  terras invadidas, é fato comprovado.

Estou curioso com a tal comprovação. Eu realmente a desconheço, pode apresentar as fontes?

Naturalmente, não estou interessado na história do João, da Maria ou da Clotilde que ganharam terras e venderam. Tenho certeza que é perfeitamente possível encontrar casos como estes pesquisando por aí. O problema é que para cada indivíduo citado, eu também posso citar muitos outros em situação diferente. Estou interessado em números, pois histórias da vida de um monte de pessoas individuais eu já conheço bastante e é isso que me faz ser favorável à Reforma Agrária.

Além do mais, é bom lembrar de duas outras coisas: atualmente as terras repassadas para reforma agrária não se tornam da família que mora lá, continuam sendo propriedade do Incra. O que é feito é uma concessão de uso por um período de 10 anos, o que inviabiliza legalmente a venda. E uma vez que uma família recebe a concessão de um lote, ela não pode ganhar outra. A lista de espera do Incra é única e é uma das poucas coisas que funciona por lá.

Offline Barata Tenno

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Re: PSOL vai tomar riquezas e redistribuir à força
« Resposta #62 Online: 02 de Agosto de 2010, 21:11:49 »
Cyber:http://lmgtfy.com/?q=sem-terras+venda+lote

É só escolher a fonte que mais lhe agradar.
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re: PSOL vai tomar riquezas e redistribuir à força
« Resposta #63 Online: 02 de Agosto de 2010, 21:33:00 »
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Certo. Então a alternativa é deixar a concentração fundiária seguir adiante? Nós já somos o país com uma das maiores taxas de concentração fundiária do mundo, mas pra quê se contentar com pouco? Vamos criar uma estrutura agrária formada por um punhado de latifundiários, milhões de bóias-frias e deixe que milhões de pessoas com condições ruins do campo sigam movendo para a cidade, formando favelas e tudo o mais. Mas o que a gente faz daí com todas as terras griladas, as terras onde há trabalho escravo, degradação ambiental ou demais propriedades que não cumprem sua função social? Deixamos elas vazias ou com os seus velhos "donos" de sempre?

Engraçado é que só invadem terra produtiva ou área de floresta onde podem abrir um garimpo ilegal ou derrubar a floresta para vender madeira com a desculpa de "plantar soja' com alguns milhões em dinheiro público desviado por ONGs fajutas.

OK, vamos ignorar toda a sujeira  que o MST esconde ao usar os bóias frias acima citados como massa de manobra, com certeza a situação deles vai melhorar muito se forem explorados por um bando de quadrilheiros ligados a um partido político.

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Estou curioso com a tal comprovação. Eu realmente a desconheço, pode apresentar as fontes?

Naturalmente, não estou interessado na história do João, da Maria ou da Clotilde que ganharam terras e venderam. Tenho certeza que é perfeitamente possível encontrar casos como estes pesquisando por aí. O problema é que para cada indivíduo citado, eu também posso citar muitos outros em situação diferente. Estou interessado em números, pois histórias da vida de um monte de pessoas individuais eu já conheço bastante e é isso que me faz ser favorável à Reforma Agrária.

Além do mais, é bom lembrar de duas outras coisas: atualmente as terras repassadas para reforma agrária não se tornam da família que mora lá, continuam sendo propriedade do Incra. O que é feito é uma concessão de uso por um período de 10 anos, o que inviabiliza legalmente a venda. E uma vez que uma família recebe a concessão de um lote, ela não pode ganhar outra. A lista de espera do Incra é única e é uma das poucas coisas que funciona por lá.

Fonte vc pode encontrar aos montes  se pesquisar o MST na internet, já postei um monte delas que foram solenemente ignoradas pelos petistas do CC. Não vou postar tudo novamente.

Sobre o Incra: Eles tem qualquer meio de acompanhar o uso da terra que foi ocupada? Porque me parece que se existe repasse ilegal de terras  é o mesmo que admitir que estão mesmo sendo mal distribuidas  e utilizadas...

Um modo mais fácil de falar:

O bando de capiaus do MST produz pouco ou nada, repassam as terras e ainda afirmam que as terras usadas por fazendeiros é que são mal utilizadas.

Mas e aí? Qual a desculpa para invadirem a aracruz ou aquela fazenda de laranjas que destruiram? Ah...supostamente eram ilegais, então o MST tem o direito de passar por cima do judiciário?






Offline Geotecton

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Re: PSOL vai tomar riquezas e redistribuir à força
« Resposta #64 Online: 02 de Agosto de 2010, 22:07:35 »
Tem razão ao apontar o problema de que quando se trata de um tema social deste tipo é impossível encontrar uma fonte completamente isenta para dados e estatísticas. Pessoalmente, tendo a atribuir um nível um pouco maior de confiabilidade à pesquisas do IBGE, apesar de seus problemas. Infelizmente, elas não respondem perguntas muito específicas.

Talvez o IBGE seja um puco mais isento por ser uma área técnica. Talvez.


Um motivo a mais para não dar terra alguma aos vagabundos do MST.

Certo. Então a alternativa é deixar a concentração fundiária seguir adiante? Nós já somos o país com uma das maiores taxas de concentração fundiária do mundo, mas pra quê se contentar com pouco? Vamos criar uma estrutura agrária formada por um punhado de latifundiários, milhões de bóias-frias e deixe que milhões de pessoas com condições ruins do campo sigam movendo para a cidade, formando favelas e tudo o mais. Mas o que a gente faz daí com todas as terras griladas, as terras onde há trabalho escravo, degradação ambiental ou demais propriedades que não cumprem sua função social? Deixamos elas vazias ou com os seus velhos "donos" de sempre?

Caro CyberLizard

Primeiro. Qual é a proporção de população distribuída entre as áreas rural e a urbana? Não lembro nem dos números e nem da fonte mas, se não estiver enganado, hoje mais de 80,00% da população vive nas cidades.

Segundo. Qual é o modelo de produção primária que voce propugna? Pelo que voce deu entender até o momento, parece aquele modelo utópico de fornecer pequenas áreas para que grupos familiares produzam seu alimento de subsistência e troquem o excedente.

Terceiro. A expressão "função social" me causa arrepios, pois pode ser usada para perpetrar crimes em diversos setores, incluindo o ambiental. Basta lembrar da prática criminosa do MST de invadir fazendas que possuem áreas de reserva legal e então promover o corte de hectares de bosques nativos preservados.
 

E não é "achismo" afirmar que revendem  terras invadidas, é fato comprovado.

Estou curioso com a tal comprovação. Eu realmente a desconheço, pode apresentar as fontes?
[...]

Basta consultar a Internet ou conversar (de forma reservada, é claro) com o pessoal do INCRA, do IBAMA ou de órgãos ambientais locais.


Além do mais, é bom lembrar de duas outras coisas: atualmente as terras repassadas para reforma agrária não se tornam da família que mora lá, continuam sendo propriedade do Incra. O que é feito é uma concessão de uso por um período de 10 anos, o que inviabiliza legalmente a venda. E uma vez que uma família recebe a concessão de um lote, ela não pode ganhar outra. A lista de espera do Incra é única e é uma das poucas coisas que funciona por lá.

Se o que voce descreve é o que acontece, então isto não é uma reforma agrária no molde capitalista, pois este preconiza a transferência de titularidade da propriedade.
« Última modificação: 04 de Agosto de 2010, 00:08:49 por Geotecton »
Foto USGS

Offline CyberLizard

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Re: PSOL vai tomar riquezas e redistribuir à força
« Resposta #65 Online: 02 de Agosto de 2010, 23:42:35 »
Cyber:http://lmgtfy.com/?q=sem-terras+venda+lote

É só escolher a fonte que mais lhe agradar.

Citação de: CyberLizard
Naturalmente, não estou interessado na história do João, da Maria ou da Clotilde que ganharam terras e venderam. Tenho certeza que é perfeitamente possível encontrar casos como estes pesquisando por aí. O problema é que para cada indivíduo citado, eu também posso citar muitos outros em situação diferente. Estou interessado em números, pois histórias da vida de um monte de pessoas individuais eu já conheço bastante e é isso que me faz ser favorável à Reforma Agrária.

Citação de: Arcanjo Lucifer
Engraçado é que só invadem terra produtiva ou área de floresta onde podem abrir um garimpo ilegal ou derrubar a floresta para vender madeira com a desculpa de "plantar soja' com alguns milhões em dinheiro público desviado por ONGs fajutas.

OK, vamos ignorar toda a sujeira  que o MST esconde ao usar os bóias frias acima citados como massa de manobra, com certeza a situação deles vai melhorar muito se forem explorados por um bando de quadrilheiros ligados a um partido político.

Entramos mais uma vez na questão dos tais "achismos". Desconheço qualquer tipo de garimpo ilegal ou depredação ambiental nos assentamentos que visitei no Paraná. E já vi muito depoimento de pessoas que alegam ter melhorado de vida depois de ganhar um lote (o que não deveria causar surpresa), aprender a ler e escrever ou fazer um curso técnico nas escolas do movimento.

Naturalmente, se houver alguma fonte que realmente demonstre que em grande parte das vezes ocorre derrubada de florestas ou algo assim, irei mudar de idéia.

Citação de: Arcanjo Lúcifer
Fonte vc pode encontrar aos montes  se pesquisar o MST na internet, já postei um monte delas que foram solenemente ignoradas pelos petistas do CC. Não vou postar tudo novamente.

Sobre o Incra: Eles tem qualquer meio de acompanhar o uso da terra que foi ocupada? Porque me parece que se existe repasse ilegal de terras  é o mesmo que admitir que estão mesmo sendo mal distribuidas  e utilizadas...

Já comentei o problema que temos com as fontes. Costuma-se generalizar muito à partir de casos isolados. Provar que houve um caso no qual a Joaquina realizou algo ilícito só me mostra que ela deve ser punida por ter agido dessa forma. À partir daí, dizer que a maioria do movimento age assim é apenas um salto lógico muito grande.

Citação de: Arcanjo Lúcifer
Um modo mais fácil de falar:

O bando de capiaus do MST produz pouco ou nada, repassam as terras e ainda afirmam que as terras usadas por fazendeiros é que são mal utilizadas.

Mas e aí? Qual a desculpa para invadirem a aracruz ou aquela fazenda de laranjas que destruiram? Ah...supostamente eram ilegais, então o MST tem o direito de passar por cima do judiciário?
Pressionar o cumprimento de justiça? Chamar a atenção para a ilegalidade de uma área em questão. São estes os motivos. Chama-se isso de mobilização, manifestação, ocupação, coisas assim.

Citação de: Geotecton
Caro CyberLizard

Primeiro. Qual é a proporção de população distribuída entre as áreas rural e a urbana? Não lembro nem dos números e nem da fonte mas, se não estiver enganado, hoje mais de 80,00% da população vive nas cidades.
Se não me engano, segundo dados publicados em 2006 pelo IBGE, estava em 81%. E aumentando.

Citação de: Geotecton
Segundo. Qual é o modelo de produção primária que voce propugna? Pelo que voce deu entender até o momento, parece aquele modelo utópico de fornecer pequenas áreas para que grupos familiares produzam seu alimento de subsistência e troquem o excedente.
Por hora, o que proponho são reformas que agilizem o processo de punir grileiros, fazendas com trabalho escravo e que desmatem ou prejudiquem o meio-ambiente. Que suas propriedades sejam desapropriadas e entregues para reforma agrária. Além disso, um limite à propriedade da terra para conter a concentração fundiária para acabar com latifúndios obscenos. Um limite que até pode ser maior do que foi implementado nos demais países que o criaram.

Citação de: Geotecton
Terceiro. A expressão "função social" me causa arrepios, pois pode ser usada para perpetrar crimes em diversos setores, incluindo o ambiental. Basta lembrar da prática criminosa do MST de invadir fazendas que possuem áreas de reserva legal e então promover o corte de hectares de bosques nativos preservados.
Não costuma ser polêmica a constatação de que propriedades em que ocorrem crimes ambientais não estão cumprindo com sua função social. Faz parte da função social da terra a existência de reservas e preservação de bosques nativos.

Citação de: Geotecton
Basta consultar a Internet ou conversar (de forma reservada, é claro) com o pessoal do INCRA, do IBAMA ou de órgãos ambientais locais [para confirmaras vendas de terras].

Não duvidam que não possam ser encontrados casos assim. Mas não acredito que seja a norma e nem algo tão frequente assim. A venda irregular de terras obtidas é motivo de expulsão no movimento. E antes de 10 anos, não tem como vender legalmente a terra. Sem falar que me parece ser um mau negócio, já que depois disso não dá pra conseguir um novo lote via reforma agrária.

Citação de: Geotecton
Se o que voce descreve é o que acontece, então isto não é uma reforma agrária no molde capitalita, pois este preconiza a transferência de titularidade da propriedade.
Demora uns 10 anos até que realmente ocorra a tal transferência. Até lá é apenas concessão. O próprio movimento não reivindica que seja de modo diferente. Acho que se o MST quisesse mesmo uma reforma agrária nestes moldes capitalistas, ele seria muito menos atacado.

Offline Fernando Silva

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Re: PSOL vai tomar riquezas e redistribuir à força
« Resposta #66 Online: 03 de Agosto de 2010, 07:05:39 »
Um motivo a mais para não dar terra alguma aos vagabundos do MST.

Certo. Então a alternativa é deixar a concentração fundiária seguir adiante?
Sim, desde que esta seja a maneira mais produtiva de utilizar a terra.
Nós já somos o país com uma das maiores taxas de concentração fundiária do mundo, mas pra quê se contentar com pouco?
Esta afirmação, por si só, não significa nada.
Vamos criar uma estrutura agrária formada por um punhado de latifundiários, milhões de bóias-frias e deixe que milhões de pessoas com condições ruins do campo sigam movendo para a cidade, formando favelas e tudo o mais.
Isto já aconteceu. Não tem volta. Terra não é para se morar, é para produzir.
A solução mais produtiva é que deve ser a adotada. Sobrou gente sem emprego? Vamos arranjar em outro lugar.
Mas o que a gente faz daí com todas as terras griladas, as terras onde há trabalho escravo, degradação ambiental ou demais propriedades que não cumprem sua função social? Deixamos elas vazias ou com os seus velhos "donos" de sempre?
Esqueça a tal da "função social". Se elas não são produtivas, se há trabalho escravo ou degradação ambiental, devem ser entregues a quem saiba trabalhar.

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Re: PSOL vai tomar riquezas e redistribuir à força
« Resposta #67 Online: 03 de Agosto de 2010, 07:12:08 »
"O Globo"  02/08/10
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Festival de arbitrariedades

DENIS LERRER ROSENFIELD

O programa de governo da candidata Dilma Rousseff foi muito contestado por ter sido, em sua primeira apresentação, uma cópia fiel do programa do PT de fevereiro de 2010. A polêmica suscitada fez com houvesse uma substituição por um novo programa, de julho deste ano, que introduziu poucas alterações substanciais, entre elas, retirando a dita mediação no cumprimento de mandados judiciais de reintegração de posse.

Observemos que o Plano Nacional de Direitos Humanos-3 foi muito criticado por seu forte componente liberticida, numa lista quase interminável, na qual constava igualmente o estabelecimento de condições restritivas para o cumprimento de decisões judiciais de reintegração de posse.

Tendo sido este ponto retirado, pareceria que o contencioso estaria resolvido. Certo? Não, errado! A relativização de decisões judiciais já está em curso, em um evidente desrespeito para com o Poder Judiciário.

Em 11 de abril de 2008, foi editado um Manual de Diretrizes Nacionais para a Execução de Mandados Judiciais de Manutenção e Reintegração de Posse Coletiva, pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, Departamento de Ouvidoria Agrária e Mediação de Conflitos. Ou seja, o que o PNDH-3 procurou fazer foi apenas tornar legal uma medida em curso, com o Ministério de Desenvolvimento Agrário decidindo as condições de cumprimento de decisões do Poder Judiciário. É espantosa essa ingerência em decisões de um outro Poder, como se a Ouvidoria Agrária pudesse decidir por ela mesma sob quais condições pode ou não operar a Polícia.

Chama atenção o vocabulário utilizado.

As invasões, com sequestro de pessoas, destruição de maquinário, morte de animais, uso ostensivo de facões, às vezes de armas de fogo, utilização de crianças como escudos, incêndio de galpões, são denominadas de “ocupações”. Se uma pessoa tiver sua casa ou apartamento invadidos, não se esqueça, não se trata de uma invasão, mas de uma “ocupação”.

Como se não fosse suficiente, a cartilha fala dos “direitos humanos” dos “ocupantes”, não dos “ocupados”, isto é, dos invadidos.

A inversão é total. Quando da proclamação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, em 1789, no início da Revolução Francesa, ficava claro que ela visava aos direitos fundamentais dos indivíduos, dentre os quais os direitos de expressão, circulação, pensamento e de propriedade.

Ora, estamos diante de uma verdadeira perversão, pois a doutrina dos direitos humanos está sendo usurpada para sufocar os direitos individuais e o direito de propriedade, sem os quais falar de direitos humanos se torna uma expressão vazia.

Dentre as providências do manual, consta que a unidade policial, ao receber a “ordem de desocupação”, deverá articular com o “Ministério Público, o Incra, a Ouvidoria Agrária Regional do Incra, a Ouvidoria Agrária Estadual, a Ouvidoria do Sistema de Segurança Pública, as Comissões de Direitos Humanos, a Prefeitura Municipal, a Câmara Municipal, a Ordem dos Advogados do Brasil, a Delegacia de Reforma Agrária, a Defensoria Pública, o Conselho Tutelar e demais entidades envolvidas com a questão agrária/fundiária para que se façam presentes durante as negociações e eventual operação de desocupação”.

Tive o cuidado de fornecer essa lista exaustiva com o intuito de mostrar que tal condição simplesmente dilataria ou inviabilizaria o próprio cumprimento da decisão judicial. Qualquer uma dessas entidades poderia dizer que não está de acordo com um ou outro ponto, postergando indefinidamente sua execução.

Atente-se, na lista, a presença para o Incra e a própria Ouvidoria Agrária.

Ora, essas entidades têm sistematicamente sido partes envolvidas nos processos, defendendo a posição dos ditos movimentos sociais, que são verdadeiras organizações políticas de caráter leninista, que contestam a economia de mercado, o direito de propriedade, o estado de direito e a democracia representativa. Seus modelos de sociedade são Cuba e a Venezuela de Chávez. O MST estaria, então, dos dois lados do balcão: como invasor e através de seus representantes em algumas dessas instâncias.

Observe-se, ainda, que a cartilha contempla que todas essas instâncias participariam das “negociações” para o cumprimento de decisões judiciais.

Ora, decisões judiciais são para serem cumpridas, e não negociadas por representantes indiretos dos próprios invasores ou por outras instâncias do Executivo ou da sociedade.

Teríamos aqui uma inovação “revolucionária”: o Ministério do Desenvolvimento Agrário e os por ele designados negociariam as condições de cumprimento ou não de uma decisão judicial. Estariam “ocupando”, melhor dito, “invadindo” as funções próprias do Judiciário. Eis por que o manual chega a falar de “eventual operação de desocupação”. De fato, ela se tornaria totalmente eventual, senão aleatória.

Outra obra-prima da cartilha diz respeito a que a polícia não fará o “desfazimento de benfeitorias existentes no local ou a desmontagem de acampamento”, salvo por decisão voluntária dos “ocupantes”, isto é, dos invasores. A destruição de benfeitorias das propriedades pelos invasores é permitida, porém as supostas benfeitorias e acampamentos dos invasores devem permanecer intactas.

Aqueles que foram invadidos deveriam manter intocadas as “obras” dos invasores, não podendo dispor integralmente de suas propriedades.

O festival de arbitrariedades parece não conhecer limites. Ainda na operação de “desocupação”, a Polícia, perante os “negociadores”, “dependerá de prévia disponibilização de apoio logístico, tais como assistência social, serviços médicos e transporte adequado, que deverá ser solicitado, por ofício, à autoridade judicial competente”. Por que não utilizar os próprios ônibus e automóveis que foram empregados pelos invasores? Por que não utilizar o apoio logístico da organização revolucionária? Por que o contribuinte deve pagar por isto?

DENIS LERRER ROSENFIELD é professor de filosofia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

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Re: PSOL vai tomar riquezas e redistribuir à força
« Resposta #68 Online: 03 de Agosto de 2010, 21:33:30 »
Um motivo a mais para não dar terra alguma aos vagabundos do MST.

Certo. Então a alternativa é deixar a concentração fundiária seguir adiante?
Sim, desde que esta seja a maneira mais produtiva de utilizar a terra.

Perceba que no caso dos outros países que concorrem agricolamente conosco, não há uma concentração fundiária tão grande como a que se torna possível em um país tão grande como o Brasil. Por causa disso, não vejo o porquê de haver uma noção de que (Conter Concentração) = (Diminuir Produtividade).

Além disso: segundo o último censo agrícola do IBGE, a maior parte dos alimentos que chega até nossas mesas provém de propriedades menores. A agricultura familiar é responsável por 87% da mandioca, 70% do feijão, 34% do arroz, 59% dos suínos, 58% do leite e 50% das aves. Ao todo, ela é responsável por mais de 60% dos alimentos no Brasil. Isso não me parece ser produtividade baixa.

E por fim: como já comentei antes, atualmente no mudo já se produz mais alimentos do que seria necessário para alimentar à todos ao mesmo tempo em que não conseguimos erradicar fome e desnutrição. Já temos mais produtividade do que precisamos em tecnologia de alimentos. Portanto, mesmo que o argumento da queda de produtividade fôsse verdadeiro, à um nível global, trocar produtividade por programas de inclusão e de melhor aproveitamento do que é produzido ainda é um bom negócio.

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Nós já somos o país com uma das maiores taxas de concentração fundiária do mundo, mas pra quê se contentar com pouco?
Esta afirmação, por si só, não significa nada.

Sim, significa. Terra não se fabrica, ela é um produto diferente do de uma cadeira, uma casa ou um telefone. A concentração fundiária denuncia um processo histórico recheado de injustiças. Começa com a divisão do território em capitanias hereditárias, posteriormente um punhado de nobres e pessoas ricas de Portugal ganham da coroa concessão de uso da terra. Quando surge a lei de terras que instaura a propriedade privada da terra em 1850, são estas mesmas pessoas as únicas capazes de pagar pelo título de propriedade à Coroa. Através de práticas ilegais (grilagem, forçar pequenos proprietários a vender suas terras por preços baixos, fraudes em cartórios) e legais (compra de mais terras possível graças à uma acumulação anterior) as terras começaram a se concentrar mais e mais até chegar ao estado atual.

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Vamos criar uma estrutura agrária formada por um punhado de latifundiários, milhões de bóias-frias e deixe que milhões de pessoas com condições ruins do campo sigam movendo para a cidade, formando favelas e tudo o mais.
Isto já aconteceu. Não tem volta. Terra não é para se morar, é para produzir.
A solução mais produtiva é que deve ser a adotada. Sobrou gente sem emprego? Vamos arranjar em outro lugar.
OK........................... Oops... Não está dando certo... As cidades continuam inchando. A violência no campo (e na cidade também) está explodindo. O que fazemos agora? Aumentar a repressão?

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Mas o que a gente faz daí com todas as terras griladas, as terras onde há trabalho escravo, degradação ambiental ou demais propriedades que não cumprem sua função social? Deixamos elas vazias ou com os seus velhos "donos" de sempre?
Esqueça a tal da "função social". Se elas não são produtivas, se há trabalho escravo ou degradação ambiental, devem ser entregues a quem saiba trabalhar.

Esquecer? Mas isso está na constituição e na lei brasileira! Esquecer isso é que é uma coisa inconstitucional. E é na constituição que se diz que terras que não cumprem sua função social devem ser desapropriadas e usadas para reforma agrária. Infelizmente este é um dos direitos menos cumpridos no Brasil.

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Re: PSOL vai tomar riquezas e redistribuir à força
« Resposta #69 Online: 03 de Agosto de 2010, 22:24:14 »
E o Pontal do Parapanema está ai pra quem quiser ver... Ou entender como se dá o processo de acumulação de terras e reforma agrária no Brasil.

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Re: PSOL vai tomar riquezas e redistribuir à força
« Resposta #70 Online: 03 de Agosto de 2010, 22:31:49 »
Um motivo a mais para não dar terra alguma aos vagabundos do MST.

Certo. Então a alternativa é deixar a concentração fundiária seguir adiante?
Sim, desde que esta seja a maneira mais produtiva de utilizar a terra.

Perceba que no caso dos outros países que concorrem agricolamente conosco, não há uma concentração fundiária tão grande como a que se torna possível em um país tão grande como o Brasil. Por causa disso, não vejo o porquê de haver uma noção de que (Conter Concentração) = (Diminuir Produtividade).

Quais países? Europa e EUA só conseguem concorrer em seus mercados internos com os produtos agrícolas do Brasil e demais países pobres por causa de seus famigerados subsídios*. A produtividade agropecuária no Brasil está ÓTIMA. É disparado o setor mais compettitivo do Brasil.


*O fim desses subsídios ajudaria 100 vezes mais os países pobres do que as doações milionárias feitas anualmente.

Citação de: Cyberlizard
Além disso: segundo o último censo agrícola do IBGE, a maior parte dos alimentos que chega até nossas mesas provém de propriedades menores. A agricultura familiar é responsável por 87% da mandioca, 70% do feijão, 34% do arroz, 59% dos suínos, 58% do leite e 50% das aves. Ao todo, ela é responsável por mais de 60% dos alimentos no Brasil. Isso não me parece ser produtividade baixa.

Responda aí: quial é a mesmo o percentual da PEA (População Economicamente Ativa) que está em atividades agropecuárias?

Se não me engano, não deve passar de 10%...

Ou seja, a agropecuária atual, devido à intensa mecanização, não exige mais tantos braços quanto antigamente.

Caso grande parte da população brasileira fosse formada por camponeses desempregados ou subempregados no campo, o raciocínio de distribuir terras seria perfeito.

No entanto, temos o setor primário brasileiro com potencial de empregar não mais que 10% da PEA. A maior parte dos empregos estarão no setor secundário e principalmente no terciário. A sua proposta de "distribuir terras para os pobres terem de onde tirarem seus sustentos" equivale propor uma transferência forçada de pessoas dos setores secundário/terciário para o primário, ou seja, trocar máquinas por pessoas.

Seria mais ou menos como colocar pessoas para serem copistas manuais na era das gráficas. É nesse sentido que acho sua posição equivocada.







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Re: PSOL vai tomar riquezas e redistribuir à força
« Resposta #71 Online: 03 de Agosto de 2010, 22:50:52 »
Citação de: Cyberlizard
E por fim: como já comentei antes, atualmente no mudo já se produz mais alimentos do que seria necessário para alimentar à todos ao mesmo tempo em que não conseguimos erradicar fome e desnutrição. Já temos mais produtividade do que precisamos em tecnologia de alimentos. Portanto, mesmo que o argumento da queda de produtividade fôsse verdadeiro, à um nível global, trocar produtividade por programas de inclusão e de melhor aproveitamento do que é produzido ainda é um bom negócio.


As pessoas pobres e miseráveis estão nessa situação por estarem, de alguma forma, excluidas da economia (ou seja, desempregadas). Concordo que políticas que dêem empregos a estas pessoas (sejam medidas diretas, sejam as indiretas, como a educação) é a única solução.

Só discordo que esses empregos necessariamente devam ser no setor agropecuário, como você vem insistentemente colocando nesse tópico.

Uma outra questão que piora o desemprego é o excesso de trabalhadores não-qualificados (questão de planejamento familiar e educação, que acabam se interligando, pois famílias com 20 filhos não conseguem dar uma educação tão boa aos mesmos quanto as famílias com 2...) e o mau desempenho da economia (que está atrelado a políticas anti-econômicas, vindas dos extremistas da direita e principalmente da esquerda).


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Nós já somos o país com uma das maiores taxas de concentração fundiária do mundo, mas pra quê se contentar com pouco?
Esta afirmação, por si só, não significa nada.

Sim, significa. Terra não se fabrica, ela é um produto diferente do de uma cadeira, uma casa ou um telefone. A concentração fundiária denuncia um processo histórico recheado de injustiças. Começa com a divisão do território em capitanias hereditárias, posteriormente um punhado de nobres e pessoas ricas de Portugal ganham da coroa concessão de uso da terra. Quando surge a lei de terras que instaura a propriedade privada da terra em 1850, são estas mesmas pessoas as únicas capazes de pagar pelo título de propriedade à Coroa. Através de práticas ilegais (grilagem, forçar pequenos proprietários a vender suas terras por preços baixos, fraudes em cartórios) e legais (compra de mais terras possível graças à uma acumulação anterior) as terras começaram a se concentrar mais e mais até chegar ao estado atual.



Concordo com 95% do que foi dito. De fato, o Brasil precisava de uma reforma agrária na época em que a PEA do setor agropecuário era significativa. EUA e muitos outros países se beneficiaram bastante disso. A Região Sul do Brasil também se beneficiou um pouco de um sistema fundiário mais equilibrado...

A questão é que os tempos são outros. O setor agropecuário já não precisa mais de tanta gente para produzir o que produz. Pegar terras extensas com produção mecanizada e transformá-las em pequenas propriedades com produção mais rústica seria como trocar os carros pelas carroças... não faz sentido!

Os empregos que você e todos nós queremos estão atualmente no setor terciário, que infelizmente exigem mais qualificação profissional...

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Citação de: Fernando Silva
Vamos criar uma estrutura agrária formada por um punhado de latifundiários, milhões de bóias-frias e deixe que milhões de pessoas com condições ruins do campo sigam movendo para a cidade, formando favelas e tudo o mais.
Isto já aconteceu. Não tem volta. Terra não é para se morar, é para produzir.
A solução mais produtiva é que deve ser a adotada. Sobrou gente sem emprego? Vamos arranjar em outro lugar.
OK........................... Oops... Não está dando certo... As cidades continuam inchando. A violência no campo (e na cidade também) está explodindo. O que fazemos agora? Aumentar a repressão?


Com certeza.

O êxodo rural já passou de seu ápice (anos 70 e 80). O processo atual está mais em sentido oposto (das grandes capitais para o interior, e as indústrias estão saindo do Centro-Sul para o Norte-Nordeste).

Em várias capitais brasileiras (com destaque para as nordestinas), a violência está disparando, enquanto os empregos, a qualidade de vida, a renda e a desigualdade estão melhorando. Ou seja, a tese dos esquerdistas de que a violência tem origem na pobreza é FALSA*. O que temos atualmente são leis frouxas e impunidade.


* Para quem quiser saber o que o que os pobres pensam do banditismo, experimentem jogar um assaltante no meio de uma multidão de pobres e vejam o que acontece...

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Citação de: Fernando Silva
Mas o que a gente faz daí com todas as terras griladas, as terras onde há trabalho escravo, degradação ambiental ou demais propriedades que não cumprem sua função social? Deixamos elas vazias ou com os seus velhos "donos" de sempre?
Esqueça a tal da "função social". Se elas não são produtivas, se há trabalho escravo ou degradação ambiental, devem ser entregues a quem saiba trabalhar.

Esquecer? Mas isso está na constituição e na lei brasileira! Esquecer isso é que é uma coisa inconstitucional. E é na constituição que se diz que terras que não cumprem sua função social devem ser desapropriadas e usadas para reforma agrária. Infelizmente este é um dos direitos menos cumpridos no Brasil.

A constituição só prevê a desapropriação de terras que não cumprem sua "função social" (já mostradas). Você, ao longo desse tópico, sugeriu que se desapropriassem mesmo as terras que estivessem cumprindo sua função social. Ou seja, é você quem está sugerindo violações da constituição.



« Última modificação: 03 de Agosto de 2010, 22:56:50 por DDV »
Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

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Re: PSOL vai tomar riquezas e redistribuir à força
« Resposta #72 Online: 03 de Agosto de 2010, 23:07:29 »
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Ou seja, a tese dos esquerdistas de que a violência tem origem na pobreza é FALSA*. O que temos atualmente são leis frouxas e impunidade.


Aqui mostrou desconhecimento.
A violência urbana tem origem na pobreza. Inicialmente no êxodo rural, seguido pela falta de planejamento urbano, no crescimento demográfico, falta de oportunidades de trabalho e educação. Estatisticamente a grande maioria dos crimes e infrações são cometidos por jovens entre 16 e 24 anos, sexo masculino, filhos de mães solteiras, moradores da periferia que se encontram na classe D e E. Moradores descendentes de migrantes de áreas rurais entre os anos 50 e 80.


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Re: PSOL vai tomar riquezas e redistribuir à força
« Resposta #73 Online: 03 de Agosto de 2010, 23:29:16 »
Citação de: Cyberlizard
E por fim: como já comentei antes, atualmente no mudo já se produz mais alimentos do que seria necessário para alimentar à todos ao mesmo tempo em que não conseguimos erradicar fome e desnutrição. Já temos mais produtividade do que precisamos em tecnologia de alimentos. Portanto, mesmo que o argumento da queda de produtividade fôsse verdadeiro, à um nível global, trocar produtividade por programas de inclusão e de melhor aproveitamento do que é produzido ainda é um bom negócio.


As pessoas pobres e miseráveis estão nessa situação por estarem, de alguma forma, excluidas da economia (ou seja, desempregadas). Concordo que políticas que dêem empregos a estas pessoas (sejam medidas diretas, sejam as indiretas, como a educação) é a única solução.

Só discordo que esses empregos necessariamente devam ser no setor agropecuário, como você vem insistentemente colocando nesse tópico.

Uma outra questão que piora o desemprego é o excesso de trabalhadores não-qualificados (questão de planejamento familiar e educação, que acabam se interligando, pois famílias com 20 filhos não conseguem dar uma educação tão boa aos mesmos quanto as famílias com 2...) e o mau desempenho da economia (que está atrelado a políticas anti-econômicas, vindas dos extremistas da direita e principalmente da esquerda).

Não precisa ser necessariamente no setor agropecuário, mas isso ajudaria enormemente. Ainda mais com a extensão territorial que temos.

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Nós já somos o país com uma das maiores taxas de concentração fundiária do mundo, mas pra quê se contentar com pouco?
Esta afirmação, por si só, não significa nada.

Sim, significa. Terra não se fabrica, ela é um produto diferente do de uma cadeira, uma casa ou um telefone. A concentração fundiária denuncia um processo histórico recheado de injustiças. Começa com a divisão do território em capitanias hereditárias, posteriormente um punhado de nobres e pessoas ricas de Portugal ganham da coroa concessão de uso da terra. Quando surge a lei de terras que instaura a propriedade privada da terra em 1850, são estas mesmas pessoas as únicas capazes de pagar pelo título de propriedade à Coroa. Através de práticas ilegais (grilagem, forçar pequenos proprietários a vender suas terras por preços baixos, fraudes em cartórios) e legais (compra de mais terras possível graças à uma acumulação anterior) as terras começaram a se concentrar mais e mais até chegar ao estado atual.



Concordo com 95% do que foi dito. De fato, o Brasil precisava de uma reforma agrária na época em que a PEA do setor agropecuário era significativa. EUA e muitos outros países se beneficiaram bastante disso. A Região Sul do Brasil também se beneficiou um pouco de um sistema fundiário mais equilibrado...

A questão é que os tempos são outros. O setor agropecuário já não precisa mais de tanta gente para produzir o que produz. Pegar terras extensas com produção mecanizada e transformá-las em pequenas propriedades com produção mais rústica seria como trocar os carros pelas carroças... não faz sentido!

Os empregos que você e todos nós queremos estão atualmente no setor terciário, que infelizmente exigem mais qualificação profissional...

Em nenhum momento eu defendi o emprego de técnicas mais rústicas. Por meio de crédito rural e outros incentivos é possível incentivar o desenvolvimento tecnológico de propriedades de tamanhos razoáveis tanto quanto de latifúndios. E não estou dizendo que  não precisamos do setor terciário para garantir a maior parte da nossa produção econômica. Mas como neste tópico estamos falando de agricultura e setor primário, estou me concentrando neste tipo de discussão, sem mencionar minhas opiniões sobre outros setores da economia. O setor primário não vai dar empregos para todos, mas pode-se melhorar bastante a sua taxa de empregabilidade atual.


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Citação de: Fernando Silva
Vamos criar uma estrutura agrária formada por um punhado de latifundiários, milhões de bóias-frias e deixe que milhões de pessoas com condições ruins do campo sigam movendo para a cidade, formando favelas e tudo o mais.
Isto já aconteceu. Não tem volta. Terra não é para se morar, é para produzir.
A solução mais produtiva é que deve ser a adotada. Sobrou gente sem emprego? Vamos arranjar em outro lugar.
OK........................... Oops... Não está dando certo... As cidades continuam inchando. A violência no campo (e na cidade também) está explodindo. O que fazemos agora? Aumentar a repressão?


Com certeza.

O êxodo rural já passou de seu ápice (anos 70 e 80). O processo atual está mais em sentido oposto (das grandes capitais para o interior, e as indústrias estão saindo do Centro-Sul para o Norte-Nordeste).

Em várias capitais brasileiras (com destaque para as nordestinas), a violência está disparando, enquanto os empregos, a qualidade de vida, a renda e a desigualdade estão melhorando. Ou seja, a tese dos esquerdistas de que a violência tem origem na pobreza é FALSA*. O que temos atualmente são leis frouxas e impunidade.


* Para quem quiser saber o que o que os pobres pensam do banditismo, experimentem jogar um assaltante no meio de uma multidão de pobres e vejam o que acontece...

O êxodo rural prossegue, embora seja verdade que está em declínio. Estima-se que o limite máximo que pode atingir seja o de 90% da população nas cidades em aproximadamente 10 anos. Enfim, para que o êxodo urbano o ultrapasse, ainda vai demorar alguns anos. Ou seja, o que eu falei ainda é verdade.

Com relação à crimes violentos, não é estranho que em sua maioria, eles sejam cometidos por indivíduos pertencentes à grupos marginalizados? Isso seria apenas coincidência? É claro que a impunidade também é um fator (que o digam proprietários de terras que contratam pistoleiros para matar oponentes) e não se possa associar tudo à uma só causa.



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Mas o que a gente faz daí com todas as terras griladas, as terras onde há trabalho escravo, degradação ambiental ou demais propriedades que não cumprem sua função social? Deixamos elas vazias ou com os seus velhos "donos" de sempre?
Esqueça a tal da "função social". Se elas não são produtivas, se há trabalho escravo ou degradação ambiental, devem ser entregues a quem saiba trabalhar.

Esquecer? Mas isso está na constituição e na lei brasileira! Esquecer isso é que é uma coisa inconstitucional. E é na constituição que se diz que terras que não cumprem sua função social devem ser desapropriadas e usadas para reforma agrária. Infelizmente este é um dos direitos menos cumpridos no Brasil.

A constituição só prevê a desapropriação de terras que não cumprem sua "função social" (já mostradas). Você, ao longo desse tópico, sugeriu que se desapropriassem mesmo as terras que estivessem cumprindo sua função social. Ou seja, é você quem está sugerindo violações da constituição.

A única coisa que sugeri de diferente do que já existe previsto na constituição seria o limite à propriedade da terra que seria obtida mediante uma emenda constitucional. Prever emendas constitucionais não é inconstitucional. Não estou agindo inconstitucionalissimamente (Desculpe, mas sempre quis usar em uma discussão a maior palavra da língua portuguesa. Finalmente consegui!).
« Última modificação: 03 de Agosto de 2010, 23:32:23 por CyberLizard »

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Re: PSOL vai tomar riquezas e redistribuir à força
« Resposta #74 Online: 04 de Agosto de 2010, 00:10:24 »
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Ou seja, a tese dos esquerdistas de que a violência tem origem na pobreza é FALSA*. O que temos atualmente são leis frouxas e impunidade.


Aqui mostrou desconhecimento.
A violência urbana tem origem na pobreza. Inicialmente no êxodo rural, seguido pela falta de planejamento urbano, no crescimento demográfico, falta de oportunidades de trabalho e educação. Estatisticamente a grande maioria dos crimes e infrações são cometidos por jovens entre 16 e 24 anos, sexo masculino, filhos de mães solteiras, moradores da periferia que se encontram na classe D e E. Moradores descendentes de migrantes de áreas rurais entre os anos 50 e 80.




Se a associação forte e quase automática entre pobreza e violência fosse verdade, a violência deveria diminuir com a melhora dos indicadores citados*. Mas o que ocorreu foi o oposto.

Conincidentemente, há uma percepção de maior impunidade por parte do toda a população.


*Emprego, renda, qualidade de vida e desigualdade.

Voces também não conseguem explicar os países com mais pobreza e menos educação que o Brasil sendo menos violentos. Também não explicam o fato da Índia ser menos violenta que o Brasil, mesmo sendo a sociedade mais desigual do mundo (herdeira do sistema de castas).


Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

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