E por fim: como já comentei antes, atualmente no mudo já se produz mais alimentos do que seria necessário para alimentar à todos ao mesmo tempo em que não conseguimos erradicar fome e desnutrição. Já temos mais produtividade do que precisamos em tecnologia de alimentos. Portanto, mesmo que o argumento da queda de produtividade fôsse verdadeiro, à um nível global, trocar produtividade por programas de inclusão e de melhor aproveitamento do que é produzido ainda é um bom negócio.
As pessoas pobres e miseráveis estão nessa situação por estarem, de alguma forma, excluidas da economia (ou seja, desempregadas). Concordo que políticas que dêem empregos a estas pessoas (sejam medidas diretas, sejam as indiretas, como a educação) é a única solução.
Só discordo que esses empregos
necessariamente devam ser no setor agropecuário, como você vem insistentemente colocando nesse tópico.
Uma outra questão que piora o desemprego é o excesso de trabalhadores não-qualificados (questão de planejamento familiar e educação, que acabam se interligando, pois famílias com 20 filhos não conseguem dar uma educação tão boa aos mesmos quanto as famílias com 2...) e o mau desempenho da economia (que está atrelado a políticas anti-econômicas, vindas dos extremistas da direita e principalmente da esquerda).
Nós já somos o país com uma das maiores taxas de concentração fundiária do mundo, mas pra quê se contentar com pouco?
Esta afirmação, por si só, não significa nada.
Sim, significa. Terra não se fabrica, ela é um produto diferente do de uma cadeira, uma casa ou um telefone. A concentração fundiária denuncia um processo histórico recheado de injustiças. Começa com a divisão do território em capitanias hereditárias, posteriormente um punhado de nobres e pessoas ricas de Portugal ganham da coroa concessão de uso da terra. Quando surge a lei de terras que instaura a propriedade privada da terra em 1850, são estas mesmas pessoas as únicas capazes de pagar pelo título de propriedade à Coroa. Através de práticas ilegais (grilagem, forçar pequenos proprietários a vender suas terras por preços baixos, fraudes em cartórios) e legais (compra de mais terras possível graças à uma acumulação anterior) as terras começaram a se concentrar mais e mais até chegar ao estado atual.
Concordo com 95% do que foi dito. De fato, o Brasil precisava de uma reforma agrária na época em que a PEA do setor agropecuário era significativa. EUA e muitos outros países se beneficiaram bastante disso. A Região Sul do Brasil também se beneficiou um pouco de um sistema fundiário mais equilibrado...
A questão é que os tempos são outros. O setor agropecuário já não precisa mais de tanta gente para produzir o que produz. Pegar terras extensas com produção mecanizada e transformá-las em pequenas propriedades com produção mais rústica seria como trocar os carros pelas carroças... não faz sentido!
Os empregos que você e todos nós queremos estão atualmente no setor terciário, que infelizmente exigem mais qualificação profissional...
Vamos criar uma estrutura agrária formada por um punhado de latifundiários, milhões de bóias-frias e deixe que milhões de pessoas com condições ruins do campo sigam movendo para a cidade, formando favelas e tudo o mais.
Isto já aconteceu. Não tem volta. Terra não é para se morar, é para produzir.
A solução mais produtiva é que deve ser a adotada. Sobrou gente sem emprego? Vamos arranjar em outro lugar.
OK........................... Oops... Não está dando certo... As cidades continuam inchando. A violência no campo (e na cidade também) está explodindo. O que fazemos agora? Aumentar a repressão?
Com certeza.
O êxodo rural já passou de seu ápice (anos 70 e 80). O processo atual está mais em sentido oposto (das grandes capitais para o interior, e as indústrias estão saindo do Centro-Sul para o Norte-Nordeste).
Em várias capitais brasileiras (com destaque para as nordestinas), a violência está disparando,
enquanto os empregos, a qualidade de vida, a renda e a desigualdade estão melhorando. Ou seja, a tese dos esquerdistas de que a violência tem origem na pobreza é FALSA*. O que temos atualmente são leis frouxas e impunidade.
* Para quem quiser saber o que o que os pobres pensam do banditismo, experimentem jogar um assaltante no meio de uma multidão de pobres e vejam o que acontece...
Mas o que a gente faz daí com todas as terras griladas, as terras onde há trabalho escravo, degradação ambiental ou demais propriedades que não cumprem sua função social? Deixamos elas vazias ou com os seus velhos "donos" de sempre?
Esqueça a tal da "função social". Se elas não são produtivas, se há trabalho escravo ou degradação ambiental, devem ser entregues a quem saiba trabalhar.
Esquecer? Mas isso está na constituição e na lei brasileira! Esquecer isso é que é uma coisa inconstitucional. E é na constituição que se diz que terras que não cumprem sua função social devem ser desapropriadas e usadas para reforma agrária. Infelizmente este é um dos direitos menos cumpridos no Brasil.
A constituição só prevê a desapropriação de terras que não cumprem sua "função social" (já mostradas). Você, ao longo desse tópico, sugeriu que se desapropriassem mesmo as terras que estivessem cumprindo sua função social. Ou seja, é você quem está sugerindo violações da constituição.