Autor Tópico: Compro por 15% a mais que o vizinho e vendo por 800% a mais que ele. Lucro bem?  (Lida 13861 vezes)

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Offline Barata Tenno

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Re: Compro por 15% a mais que o vizinho e vendo por 800% a mais que ele. Lucro bem?
« Resposta #25 Online: 07 de Novembro de 2010, 22:54:16 »
Mas o Playstation fabricado em Manaus tem salario minimo, ferias remuneradas, 13 salario, pis, pasep, fundo de garantia, etc, etc, etc....
O do Paraguai foi feito por um ex-compones chines que ganha 12 dolares por mes, sem beneficios.
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Donatello

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Re: Compro por 15% a mais que o vizinho e vendo por 800% a mais que ele. Lucro bem?
« Resposta #26 Online: 07 de Novembro de 2010, 23:14:41 »
Bom, em relação ao que fiquei devendo ao Geo a frase foi "revela mais um hábito de quem critica o nosso volume de impostos que é nivelar por alto: digo, cita-se todos os impostos da planilha tributaria mas são muito poucos mesmo dentre os legalizados e honestos que são obrigados a pagar todos os impostos da planilha tributária.".

Eu não disse que para ser honesto tem que pagar todos os impostos, disse exatamente o mesmo que você disse: nem os mais honestos pagam todos os impostos porque a quase nenhuma empresa é aplicado todo tipo de imposto sobre toda a forma de negociação. Mas quando se critica o volume da carga tributária geralmente esta diferenciação que você fez não é levada em conta, basta ler por exemplo o post do Spitfire (que eu nem queria comentar). Quanto ao segundo ponto, concordo, é absurdo. E quanto ao primeiro na verdade é o mesmo do terceiro: é um dos casos especiais, um dos casos especiais que não são levados em conta quando se diz por exemplo que para os pequenos empresários é difícil conviver com impostos da ordem de 40% (quando a gente sabe qua não são nem perto desta ordem os impostos sobre pequenas empresas).

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Agnóstico, não entendi "o Donatello deve estar revoltado" :). E quando chegar de viagem você terá mais tempo de formular sua mensagem, parece que foi de celular.

Só uma ressalva: há duas discussões aqui: uma sobre o impacto do nosso volume de impostos nos nossos preços, sobre a tendência de se creditar prioritariamente (exclusivamente, na maior parte do tempo) ao nosso volume de tributos a culpa pelos nosso custo de vida absurdo em relação a outras economias sobretudo no que diz respeito a itens industrializados (mas não só a eles).

Outra é sobre a necessidade/justificativa para se cobrar impostos tão altos em relação a outras economias e sobre se no Brasil eles são tão mal aplicados ou se a coisa não é tão feia assim.

Fiz questão de separar estas discussões usando ==//. Um debate não interfere no outro: o fato dos impostos serem mal administrados pelo Estado (ou não serem) não interfere no fato de os impostos serem supervalorizados na composição dos preços (ou não serem).

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Dodo e Buckaroo, sim: as duas vertentes podem conviver (e eu acho que convivem) mas o problema é a supervalorização de uma em relação a outra (como o Fabrício, menos prolixo que eu, resumiu). Você tem posts inteiros (eu linkei um) de foristas revoltados com a carga tributária altíssima que faz com que iMacs e iPods e PS3s custem 3 ou 4 ou 5 vezes mais do que aqui.

E você pode percerber numa breve pesquisada pelos tópicos que discutem o assunto por aqui ou nos box de comentários do noticiário de grandes mídias pra perceber que perguntas como "e a baixa remuneração? não puxa a corda pro outro lado?"; "e a facilidade de sonegar? não deveria puxar a corda um pouquinho para o outro lado?" "e os outros países? também não têm impostos sobre consumo (ainda que menores, em alguns casos)?"; "e nos que tem impostos ainda maiores? por que os produtos são mesmo assim ainda em geral muito mais baratos?" "será que o mero fato de determinados itens ainda serem de luxo por aqui enquanto já popularizados em outros mercados não explica em maior parcela a causa de se pedir fortunas por eles?"

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É André, desta eu não sabia. Dei uma lida e parece que é isso mesmo, desde 06/09 que os PS3 vendidos no Brasil são fabricados aqui mesmo, portanto não incidem impostos sobre importação. E mesmo assim ainda custam 2 vezes mais que na Noruega e 3 vezes mais que nos EUA. Haja imposto e haja remuneração para justificar esta pequena diferença.
« Última modificação: 07 de Novembro de 2010, 23:21:42 por Donatello van Dijck »

Offline Barata Tenno

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Re: Compro por 15% a mais que o vizinho e vendo por 800% a mais que ele. Lucro bem?
« Resposta #27 Online: 07 de Novembro de 2010, 23:20:22 »
Novamente, ps3 europeus, americanos e japoneses são made in China.
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Offline Donatello

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Re: Compro por 15% a mais que o vizinho e vendo por 800% a mais que ele. Lucro bem?
« Resposta #28 Online: 07 de Novembro de 2010, 23:33:08 »
Mas o Playstation fabricado em Manaus tem salario minimo, ferias remuneradas, 13 salario, pis, pasep, fundo de garantia, etc, etc, etc....
O do Paraguai foi feito por um ex-compones chines que ganha 12 dolares por mes, sem beneficios.
Novamente, ps3 europeus, americanos e japoneses são made in China.
Ai cacetada :o , mas enquanto eram made in China a explicação dos preços altos era "é porque são importados" e agora que são made in Brazil a explicação para os preços altos é "é porque não são importados"? Que difícil isso!

Há 2 anos os PS3 vinham da China (ou do Paraguai) e custavam 2 pilas, agora vêm da Amazônia e custam 1 pila e 300. Os da Noruega continuam (segundo sua informação) saindo da China e custam 700 (sim, eu não conheço o valor das taxas alfadegarias da Noruega, mas as do Brasil não são de 1300 reais sobre aparelho para justificar sozinha a diferença entre o que se cobrava por um made in China aqui para o que se cobra por um made in China em Oslo.)

Difícil isso. Muito difícil.

Além do mais, estou feliz em saber que não moro num país onde operários de indústrias eletrônicas ganham 21 reais por mês (se é que a sua informação é verdadeira, não creio mesmo) sem direito a benefícios e se é por este motivo que nossos eletrônicos são mais caros... Sim, estou feliz em pagar o dobro ou o triplo do preço por produtos eletroeletronicos.
« Última modificação: 07 de Novembro de 2010, 23:37:30 por Donatello van Dijck »

Offline Barata Tenno

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Re: Compro por 15% a mais que o vizinho e vendo por 800% a mais que ele. Lucro bem?
« Resposta #29 Online: 07 de Novembro de 2010, 23:52:13 »
Pensa assim, se voce comprar um ps3 de um sacoleiro do paraguai voce paga 800 pilas, mas o cara nao paga o imposto de importação, não paga aluguel de uma loja no shopping, não registra os fincionarios, não fornece garantia, não paga imposto de renda, não molha a mao de fiscal pra conseguir alvara, nao paga ICMS....... Não e apenas um imposto....
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Offline Donatello

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Re: Compro por 15% a mais que o vizinho e vendo por 800% a mais que ele. Lucro bem?
« Resposta #30 Online: 08 de Novembro de 2010, 00:02:20 »
Pensa assim, se voce comprar um ps3 de um sacoleiro do paraguai voce paga 800 pilas, mas o cara nao paga o imposto de importação, não paga aluguel de uma loja no shopping, não registra os fincionarios, não fornece garantia, não paga imposto de renda, não molha a mao de fiscal pra conseguir alvara, nao paga ICMS....... Não e apenas um imposto....
Isto está ficando circular ( e em relação às suas últimas intervenções nem entendi qual é o ponto que você está defendendo ou contrapondo) mas vamos pensar assim: na Dinamarca também há impostos de importação (que não sei se são maiores ou menores que aqui), também tem alugueis de loja (que também não sei se são maiores ou menores); também tem funcionários (que custam muito mais caro); também tem imposto de renda (que é mais alto); também tem impostos municipais (embora não tenha molhação de mão, eu acho); também tem impostos sobre consumo (embora menos volumosos) e mesmo assim o PS3 sai por 700 merrel.

Offline Barata Tenno

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Re: Compro por 15% a mais que o vizinho e vendo por 800% a mais que ele. Lucro bem?
« Resposta #31 Online: 08 de Novembro de 2010, 00:04:52 »
Ahh.... Entendi.... Pensei que era so a diferença no Brasil.... Ai eu tambem nao entendo.... Ascoisas no Brasil são muito caras...
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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Compro por 15% a mais que o vizinho e vendo por 800% a mais que ele. Lucro bem?
« Resposta #32 Online: 08 de Novembro de 2010, 01:30:53 »
Mas o Playstation fabricado em Manaus tem salario minimo, ferias remuneradas, 13 salario, pis, pasep, fundo de garantia, etc, etc, etc....
O do Paraguai foi feito por um ex-compones chines que ganha 12 dolares por mes, sem beneficios.

Mas na China, comunista, não é tudo dado pelo governo, de graça para todos, só trabalhando quem quer?

Temma

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Re: Compro por 15% a mais que o vizinho e vendo por 800% a mais que ele. Lucro bem?
« Resposta #33 Online: 08 de Novembro de 2010, 02:43:03 »
Citar
Pensa assim, se voce comprar um ps3 de um sacoleiro do paraguai voce paga 800 pilas, mas o cara nao paga o imposto de importação, não paga aluguel de uma loja no shopping, não registra os fincionarios, não fornece garantia, não paga imposto de renda, não molha a mao de fiscal pra conseguir alvara, nao paga ICMS....... Não e apenas um imposto....


Sou nascido em foz. No paraguai há uma fiscalização forte, principalmente nas grandes lojas, para registrar os empregados. Mais do que no Brasil, acreditem. Até porque as lojas costumavam dar preferência na contratação a brasileiros, e isso criava um atrito com a população local. Acho até que impuseram uma espécie de "cota" as lojas. Quanto aos aluguéis, são pagos sim. E imagino que o preço lá não seja barato, dada a quantidade de vendas.


Esse custo também é adicionado aos produtos dos sacoleiros, bem como a comissão dele, e os prejuízos que eles têm quando ocasionalmente perdem os produtos.



Não faz sentido colocar até o cafezinho da Dona Maria na hora de calcular o preço dos produtos da zona franca de Manaus e ignorar essas coisas.

Offline Donatello

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Re: Compro por 15% a mais que o vizinho e vendo por 800% a mais que ele. Lucro bem?
« Resposta #34 Online: 08 de Novembro de 2010, 06:11:37 »
Citação de: Barata
Pensa assim, se voce comprar um ps3 de um sacoleiro do paraguai voce paga 800 pilas, mas o cara nao paga o imposto de importação, não paga aluguel de uma loja no shopping, não registra os fincionarios, não fornece garantia, não paga imposto de renda, não molha a mao de fiscal pra conseguir alvara, nao paga ICMS....... Não e apenas um imposto....


Sou nascido em foz. No paraguai há uma fiscalização forte, principalmente nas grandes lojas, para registrar os empregados. Mais do que no Brasil, acreditem. Até porque as lojas costumavam dar preferência na contratação a brasileiros, e isso criava um atrito com a população local. Acho até que impuseram uma espécie de "cota" as lojas. Quanto aos aluguéis, são pagos sim. E imagino que o preço lá não seja barato, dada a quantidade de vendas.


Esse custo também é adicionado aos produtos dos sacoleiros, bem como a comissão dele, e os prejuízos que eles têm quando ocasionalmente perdem os produtos.



Não faz sentido colocar até o cafezinho da Dona Maria na hora de calcular o preço dos produtos da zona franca de Manaus e ignorar essas coisas.
Pois é Temma, é exatamente este o ponto. Coloca-se o cafezinho da Dona Tereza para justificar o preço de 4X mais, mas esquece-se que lá fora também tem cafezinho (não o da Dona Tereza, o do Starbucks), e ele é importado (daqui) então deve ser até mais caro... :| (embora o Barata em específico já admitiu que só postou isso por não ter entendido bem o ponto em discussão)

Mas o Playstation fabricado em Manaus tem salario minimo, ferias remuneradas, 13 salario, pis, pasep, fundo de garantia, etc, etc, etc....
O do Paraguai foi feito por um ex-compones chines que ganha 12 dolares por mes, sem beneficios.

Mas na China, comunista, não é tudo dado pelo governo, de graça para todos, só trabalhando quem quer?
:stunned: Não, nem na Noruega. Mas a China é muito pior: a China pegou o pior do "Socialismo" (difícil dizer o pior do Socialismo, porque é um conjunto de doutrinas econômicas e não de doutrinas sobre liberdades individuais, mas você deve ter entendido) e misturou com o pior do Capitalismo (aí sim no plano econômico). E no dia em que você me mostrar qualquer post em que eu exalte qualquer aspecto da economia/política/cultura chinesa (mesmo a quase unânime explosão econômica das últimas décadas) este post fará sentido. Antes disso, vou considerar este post um ato falho e esperar por uma resposta mais Buck e menos Procedure/Rhyan/Arcanjo/Qualquer Coisa.
« Última modificação: 08 de Novembro de 2010, 09:55:04 por Donatello van Dijck »


Offline André Luiz

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Re: Compro por 15% a mais que o vizinho e vendo por 800% a mais que ele. Lucro bem?
« Resposta #36 Online: 08 de Novembro de 2010, 15:35:13 »
Este topico me fez lembrar de uma piada de argentino

Offline Moro

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Re: Compro por 15% a mais que o vizinho e vendo por 800% a mais que ele. Lucro bem?
« Resposta #37 Online: 17 de Novembro de 2010, 21:14:14 »
bom, dois pontos que falou o Donatello, perguntando que benefícios dá os EUA aos americanos como sendo algo como uma justificativa de "cobram menos mas dão menos" citando camisinhas etc..

Nesses quinze dias estive à trabalho em algumas cidades dos EUA e Espanha (ainda estou em Madrid), e fiz as mesmas perguntas sobre o que o governo devolve aos cidadãos e acreditem, como não poderia deixar de ser, é muito mais do que recebemos.

Exemplo Madrid, onde se compra quase tudo (exceto serviço) mais barato que em nosso rico país e se paga bem menos impostos, existem três tipos de escolas. As públicas, os concertados (consertados?) e as privadas. Publicas são boas, os concertados (meio privadas e meio públicas) onde o cidadão por 300 euros pode ter seu filho em uma escola bilingue (passando em critérios como numero de filhos, proximidade, alergia(??), renda, etc..) e as privadas que são como as nossas e são do mesmo nível na média que os concertados.
Vários programas socias etc, etc,etc..  Ficaram horrorizados ao saber o quanto tenho que pagar por escola, plano de saúde, dentário, etc..  

Nos EUA as escolas públicas são altamente requisitadas, desde o primeiro grau. O ponto problemático lá é que o primeiro critério de aceitação são as "zonas escolares" onde as escolas só aceitam pessoas de sua zona. Melhor a zona (rica) melhor a escola, em geral. Na média, existem escolas boas em zonas pobres também.
O estado investe fortemente em infra, segurança, saúde, etc..  

Evidentemente que concordo que nossos empresários não são empresários suecos, assim como não somos suecos, nossos governos não são suecos, etc.. Não podemos esperar um governo sueco com o povo brasileiro, nosso governo é tão bom quanta nossa capacidade de votar. Mas saindo desse tu quoque infindável, nosso governo é irresponsável, gastão, investe mal e ainda rouba parte significativa do que pagamos. Não há como razoavelmente defender o nível de impostos que temos levando em consideração o que recebemos.

O problema é que o governo simplesmente não sabe o que é otimizar. FDPs quando tem problemas de recurso aumentam impostos e não procuram ineficiências para eliminar, e pagamos essa merda toda calados. No fim, o culpado somos nós mesmos.
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

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Re: Compro por 15% a mais que o vizinho e vendo por 800% a mais que ele. Lucro bem?
« Resposta #38 Online: 18 de Novembro de 2010, 09:22:22 »
Bom, eu reclamo dos impostos altos basicamente por duas razões:

1 - Sou consumidor final, e não empresário. Uma parte substancial do que gasto vai para o governo; sem falar no Imposto de Renda e nos descontos de INSS mensais que vêm no contracheque;

2 - O gasto administrativo em todos os níveis dos 3 Poderes é absurdo, e sangra boa parte desses impostos, para não falar dos desvios ilegais e obras públicas faraônicas que nunca terminam. Eu me importaria muito menos com a carga tributária se os serviços prestados fossem bons.

Aparte disso, eu concordo que as empresas privadas são bem espertinhas, preferindo chorar por causa do governo malvadão em vez de oferecer serviço de qualidade. Para não dizer que o próprio conceito de capitalismo aqui no Brasil é uma piada: não há concorrência de verdade e os Serviços de Atendimento ao Cliente são ridículos.

Olha quem tem lucros excepcionais no setor empresarial neste país são na grande maioria as empresas gigantes como bancos, montadoras, empresas de telefonia, concessionárias etc.
Não se esqueçam que 90% das empresas do Brasil tem porte de micro ou pequena empresa e estas são duramente tributadas. Mesmo com o SIMPLES, os encargos na folha de pagamento são altíssimos e somente uma parcela dos ramos de atividade podem fazem parte deste sistema de tributação. Além de que, o SIMPLES é bem caro para a empresa que fatura um pouco mais. Fora o fato de que estas empresas também são punidas, pois precisam de produtos e serviços como consumidoras também, arcando com a alta tributação.

 
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Re: Compro por 15% a mais que o vizinho e vendo por 800% a mais que ele. Lucro bem?
« Resposta #39 Online: 18 de Novembro de 2010, 09:33:48 »
Que vocês acham de uma microempresa (uma lojinha, por exemplo), que tem um funcionário, o sujeito trabalha dois anos na empresa e para demití-lo é necessário pagar uma multa de 40% sobre o saldo do FGTS e mais 10% sobre saldo a título de contibuição para o governo. Se esses empresários fizessem as contas veriam que seu ramo de atividade é inviável no Brasil. E sim, um funcionário vagabundo não é demitível por justa causa, por que ele reverte isso na justiça do trabalho que amplamente protege o empregado. A legisação já é hiper protetiva e o judiciário trabalhista consegue ampliar isso.

Para demitir alguém por justa causa o sujeito tem que ter feito algo muito grave mesmo e, mesmo assim, há inúmeros mecanismos processuais que podem tornar inválida a demissão, mesmo com a prova inequívoca da falta grave.
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Offline Donatello

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Re: Compro por 15% a mais que o vizinho e vendo por 800% a mais que ele. Lucro bem?
« Resposta #40 Online: 18 de Novembro de 2010, 09:35:16 »
As universidades públicas estadunidenses são GRATUITAS, Agnóstico? Este era o ponto, gratuitas, porque se forem gratuitas é novidade pra mim. Eu sei que existem excelentes escolas, hospitais, universidades públicos nos EUA mas até onde me consta não são públicas no mesmo sentido que as nossas. Na verdade ou se paga mensalidades ou se paga após ter se formado pelos anos que estava estudando, portanto não são gratuitas e este era o ponto. O mesmo em relação aos hospitais públicos, eles existem, são administrados pelo estado, mas os cidadãos pagam, mesmo que de forma facilitada, cada vez que os usam. Agora, se eu estiver enganado, se as estadunidenses e hospitais públicos forem também gratuitos aí sim meu ponto realmente foi por terra.

E eu não falei especificamente de camisinha. Falei desde camisinha até "remédios modernos e caríssimos para Aids ou Hepatite C".

Realmente eu me enganei quanto às escolas básicas que realmente são gratuitas, eu lí agora, pensei que acompanhassem o que ocorre no Ensino Supeiror por lá. Mas isso não muda essencialmente o ponto.

Quanto à Espanha não é nem perto de ser verdade que os madrileños paguem muito menos impostos (mesmo que nós consideremos apenas a carga tributária no papel, aquela divulgada pelos jornais, o que eu insisto que é o primeiro erro nesta discussão), , a España está muito mais para Suécia que pra EUA quanto cobrança/arrecadação/devolução de impostos, é verdade sim que seus amigos madrleños recebem serviços muito melhores de volta, mas aí eu insisto em dizer (por mais que seja chato) que "ahhh, eles são espanhois", e insisto também que não é só na hora do voto que eles são diferentes.


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Bom, eu encontrei um trecho de uma matéria que não tem nada demais, mas talvez outra forma de dizer o que estou dizendo ajude em alguma coisa:

Citar
Naquele ano o peso dos impostos no bolso do cidadão brasileiro chegou a 34,41%, enquanto que no Japão foi de apenas 17,6% .
A carga tributária foi menor também para quem mora nos Estados Unidos (26,9%), no Canadá (32,2%) e na Espanha (33%).

O Reino Unido, entretanto, continua na nossa frente como cobrador de impostos. Se o ex- Beatle Paul Mc Cartney continuasse morando em Liverpool, teria gasto 35,7% do que ele ganhou em 2008 só com impostos. Mesmo assim os britânicos ficam atrás da Dinamarca (48,3%), Suécia (47,1%), Itália (43,2%), França (43,1%), Portugal (36,5%) e Alemanha (36,4%).O Brasil (34,41%) arrecada mais em impostos que o México (20,4%) e que a Argentina (29,35).

A explicação, segundo a Receita Federal, é que a Constituição impõe ao Estado o cumprimento de certas obrigações que não há como fugir. Países mais liberais não oferecem certos serviços públicos para a sociedade e não tem a Previdência Social, administrada pelo setor público e nesses casos, a carga tributária pode ser menor. Já as nações com perfil mais ligado ao atendimento de forte demanda social, notadamente cobram mais impostos. Ou seja, enquanto o Brasil for um país assistencialista em vários aspectos como é hoje, não haverá como fugir de uma carga tributária tão pesada.

Eu não consigo ver nada de errado com a explicação dada pela Receita, concordo plenamente com ela, é exatamente o que tenho dito: o Brasil tem uma planilha de gastos públicos muito mais diversificada e ostensiva que os Méxicos, Estados Unidos e Paraguais da vida (com a diferença em relação a alguns destes países que nossa base REAL de contribuintes é infinitamente menor). O único ponto a ser discutido (pela milhonésima vez neste fórum, se entrássemos nessa) seria se é melhor um país assistencialista com altos impostos ou um país não-assistencialista com com poucos impostos. Seja pela comparação Noruega X EUA, seja pela comparação Brasil X Paraguai eu fico com a primeira escolha.

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Quanto à outra metade da discussão: se os impostos realmente têm o impacto que o imaginário popular aceita como fato nos preços exorbitantes que pagamos...

Offline Donatello

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Re: Compro por 15% a mais que o vizinho e vendo por 800% a mais que ele. Lucro bem?
« Resposta #41 Online: 18 de Novembro de 2010, 09:57:51 »
Que vocês acham de uma microempresa (uma lojinha, por exemplo), que tem um funcionário, o sujeito trabalha dois anos na empresa e para demití-lo é necessário pagar uma multa de 40% sobre o saldo do FGTS e mais 10% sobre saldo a título de contibuição para o governo. Se esses empresários fizessem as contas veriam que seu ramo de atividade é inviável no Brasil. E sim, um funcionário vagabundo não é demitível por justa causa, por que ele reverte isso na justiça do trabalho que amplamente protege o empregado. A legisação já é hiper protetiva e o judiciário trabalhista consegue ampliar isso.

Para demitir alguém por justa causa o sujeito tem que ter feito algo muito grave mesmo e, mesmo assim, há inúmeros mecanismos processuais que podem tornar inválida a demissão, mesmo com a prova inequívoca da falta grave.


Realmente manter empregados dentro da lei custa muito caro no Brasil! É impossível manter um negócio sendo obrigado a pagar o que se paga de salário e impostos sobre salário no país (Ops, não, está é uma puta mentira deslavada)

Este chororô todo em torno do "altíssimo" salário que se paga aos empregados no Brasil e sobre os "altíssimos" custos extras (13º, FGTS, etc) se deve a um problema básico de construçao de qualquer orçamento (desde o doméstico) que é colocar as prioridades por último. Uma família com renda típica de classe média que contrata o pacote mais caro de TV por assinatura, compra um carro do ano e se inscreve no Med Club pode vir a ter dificuldade para comprar arroz, feijão e salsicha... Mas isto nnão significa exatamente que os itens básicos da cesta alimentar estejam pelos olhos da cara. Empresários (grandes ou pequenos) que investem os tubos em publicidade, que fazem contratos de patrocínios milhonários com clubes, que mesmo sendo pequenos empresários fazem questão de manter ostentação pessoal de grandes empresários realmente podem vir a constatar que não sobrou dinheiro para pagar os menos de 1000 reais mensais (incluídos tributos) do balconista.

Agora se não é o caso: entenda uma coisa: se você não tem dinheiro para pagar 1000 reais por mês (contando as tais taxas extras) pelo serviço de um balconista você não deve pensar por enquanto em montar uma empresa assim como se você não tem como comprar arroz, feijão e salsicha em lata para o mês todo não deve estar na hora de montar uma família.
« Última modificação: 18 de Novembro de 2010, 10:03:50 por Donatello van Dijck »

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« Resposta #42 Online: 18 de Novembro de 2010, 10:26:20 »
Nada disso. Apernas ressalto que certas atividades são inviáveis por conta da tributação e encargos. Não se trata de má gestão de dinheiro, mas sim de que o lucro é tão pífio que não vale a pena. O nosso sistema voraz implica em jogar certos empreendimentos para a informalidade por ser a única forma deles existirem.

Aí você vai dizer, "bom, então não sejam empreendedores e trabalhem de empregado ou mudem de ramo". Pode ser, mas nada mais é do que a defesa daqueles que tem mais capital, mais poder aquisitivo, em detrimento do pequeno e do empreendedorismo.
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Re: Compro por 15% a mais que o vizinho e vendo por 800% a mais que ele. Lucro bem?
« Resposta #43 Online: 18 de Novembro de 2010, 11:01:09 »
Nada disso. Apernas ressalto que certas atividades são inviáveis por conta da tributação e encargos. Não se trata de má gestão de dinheiro, mas sim de que o lucro é tão pífio que não vale a pena. O nosso sistema voraz implica em jogar certos empreendimentos para a informalidade por ser a única forma deles existirem.

Aí você vai dizer, "bom, então não sejam empreendedores e trabalhem de empregado ou mudem de ramo". Pode ser, mas nada mais é do que a defesa daqueles que tem mais capital, mais poder aquisitivo, em detrimento do pequeno e do empreendedorismo.
Sim, os custos para se manter um empregado no Brasil são imensamente e absurdamente altos. Nossos salários são mesmo imensamente altos, nossos impostos são exorbitantes e nossos preços são baixos em vista do custo com que nossos empresários são obrigados a arcar para manter balconistas que recebem absurdamente altos menos que 1000 reais. A culpa é mesmo dos impostos, do salário mínimo e do FGTS. A tradição de lucrar 100% sobre o produto, o acúmulo de negociações em que se tirou em cada uma 100% de lucro sobre o produto, a inversão de prioridades na composição do orçamento entre outros itens não tem nada a ver.

O fato de nossos salários estarem entre os mais baixos do mundo industrializado, de nossos impostos estarem na média do mundo industrializado de nossos preços serem imensamente maiores do que quase todo o resto do mundo e de sabermos que em alguns países como as já citadas Dinamarca e Noruega se paga impostos mais altos, se paga salários muito mais altos, se cobra preços menores e ainda sim o empresariado vive feliz e satisfeito não vai mesmo fazer qualquer diferença.
« Última modificação: 18 de Novembro de 2010, 11:16:01 por Donatello van Dijck »

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Re: Compro por 15% a mais que o vizinho e vendo por 800% a mais que ele. Lucro bem?
« Resposta #44 Online: 18 de Novembro de 2010, 13:13:33 »

Corrijam-me se eu estiver errado, mas o Playstation começou a ser fabricado na zona franca de Manaus.  Nos mercados aqui de Blumenau, o aparelho está sendo pelo preço sugerido pela Sony, de 2000 reais.  Um amigo calculou quanto custaria “importar” do Paraguai com a taxa do muambeiro, e ficaria menos de 800 reais.  Sei que a comparação é “injusta”, mas.

Lembrando que, apesar de nos Estados Unidos existirem preços tabelados, dificilmente alguém vende um produto pelo preço sugerido pelo fabricante.  Qualquer passada rápida em sites de instrumentos musicais gringos e se verá que existem vários instrumentos da faixa de 1200 e 1300 dólares sendo vendidos a 800 e 900 dólares.

Não. O Playstation 3 é empacotado na Zona Franca. Ele vem prondo do exterior e aqui eles só empacotam o manual em português e a tomada padrão ABNT.
Elton Carvalho

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Re: Compro por 15% a mais que o vizinho e vendo por 800% a mais que ele. Lucro bem?
« Resposta #45 Online: 18 de Novembro de 2010, 14:05:05 »
Nada disso. Apernas ressalto que certas atividades são inviáveis por conta da tributação e encargos. Não se trata de má gestão de dinheiro, mas sim de que o lucro é tão pífio que não vale a pena. O nosso sistema voraz implica em jogar certos empreendimentos para a informalidade por ser a única forma deles existirem.

Aí você vai dizer, "bom, então não sejam empreendedores e trabalhem de empregado ou mudem de ramo". Pode ser, mas nada mais é do que a defesa daqueles que tem mais capital, mais poder aquisitivo, em detrimento do pequeno e do empreendedorismo.
Sim, os custos para se manter um empregado no Brasil são imensamente e absurdamente altos. Nossos salários são mesmo imensamente altos, nossos impostos são exorbitantes e nossos preços são baixos em vista do custo com que nossos empresários são obrigados a arcar para manter balconistas que recebem absurdamente altos menos que 1000 reais. A culpa é mesmo dos impostos, do salário mínimo e do FGTS. A tradição de lucrar 100% sobre o produto, o acúmulo de negociações em que se tirou em cada uma 100% de lucro sobre o produto, a inversão de prioridades na composição do orçamento entre outros itens não tem nada a ver.

O fato de nossos salários estarem entre os mais baixos do mundo industrializado, de nossos impostos estarem na média do mundo industrializado de nossos preços serem imensamente maiores do que quase todo o resto do mundo e de sabermos que em alguns países como as já citadas Dinamarca e Noruega se paga impostos mais altos, se paga salários muito mais altos, se cobra preços menores e ainda sim o empresariado vive feliz e satisfeito não vai mesmo fazer qualquer diferença.

Você já teve empresa? Eu tenho duas e desde adolescente trabalhei num escritório de contabilidade. Você definitivamente não sabe do que está falando ou tem como exemplos empresas diferentes da maioria encontrada por aí.

No momento em que você percebe que sua lucratividade é menor de que a de um epregado seu, um pouco só maior, a atividade deixa de fazer sentido, afinal, todo passivo e risco é do empregador.

A culpa não é somente dos tributos e da legislação trabalhista. O chamado custo-Brasil é composto de muitas outras variantes, como as dezenas de declarações exigidas pela Receita Federal com multa pesada em caso de atraso.

Acho realmente que o lucro dos bancos e de grandes empresas é exorbitante, mas mesmo eles pagam muitos tributos. Agora a lucratividade das pequenas empresas é realmente pequena, mesmo que se atribua 100% no produto para venda no varejo.

Essa cifra aí de 10 a 15% de ganho no produto é ridícula para o varejo. No mercado nacional é impraticável esse tipo de cifra, salvo, se a empresa vender um volume muito grande. Cifras 10 a 15% são plenamente viáveis para atacadistas, pois ganham na quantidade. O pior é que atacadista é mais tributado ainda, pois não pode ingressar no SIMPLES.
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Re: Compro por 15% a mais que o vizinho e vendo por 800% a mais que ele. Lucro bem?
« Resposta #46 Online: 18 de Novembro de 2010, 14:10:40 »

Corrijam-me se eu estiver errado, mas o Playstation começou a ser fabricado na zona franca de Manaus.  Nos mercados aqui de Blumenau, o aparelho está sendo pelo preço sugerido pela Sony, de 2000 reais.  Um amigo calculou quanto custaria “importar” do Paraguai com a taxa do muambeiro, e ficaria menos de 800 reais.  Sei que a comparação é “injusta”, mas.

Lembrando que, apesar de nos Estados Unidos existirem preços tabelados, dificilmente alguém vende um produto pelo preço sugerido pelo fabricante.  Qualquer passada rápida em sites de instrumentos musicais gringos e se verá que existem vários instrumentos da faixa de 1200 e 1300 dólares sendo vendidos a 800 e 900 dólares.

Não. O Playstation 3 é empacotado na Zona Franca. Ele vem prondo do exterior e aqui eles só empacotam o manual em português e a tomada padrão ABNT.
Acho que ele vai parcialmente desmontado.Pelo menos as cameras e filmadoras (que foi onde eu trabalhei quando era peão), eram 70% feitas aqui, embalavam junto as partes que faltavam e enviavam para o Brasil.
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Offline SnowRaptor

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Re: Compro por 15% a mais que o vizinho e vendo por 800% a mais que ele. Lucro bem?
« Resposta #47 Online: 18 de Novembro de 2010, 14:18:07 »
Li em algum lugar que o console em si vem fechado e eles só empacotam. Não achei a matéria para citar aqui, ams encontrei essa, que levanta questões interessantes:

http://www.gizmodo.com.br/conteudo/caso-ps3-nao-aguentamos-mais-desculpa-simples-dos-impostos-altos
Elton Carvalho

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Offline SnowRaptor

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Re: Compro por 15% a mais que o vizinho e vendo por 800% a mais que ele. Lucro bem?
« Resposta #48 Online: 18 de Novembro de 2010, 14:20:33 »
A  propósito:

Citação de: [url=http://www.cultofmac.com/brazillian-billionaire-wants-apple-to-ditch-foxconn/]Cult of Mac[/url]
Brazillian Billionaire Wants Apple To Ditch Foxconn

If you had twenty seven billion dollars, what would your dream be? I’d probably get myself some of those ab implants I’ve had my eye on, and perhaps pay for an oiled massage or two from Amanda Seyfriend and Anne Hathaway that they would be contractually obliged to apply without using their hands.

Billionaire Eike Batista has a radically dream, though: he wants to steal Apple manufacturing from China and bring it to his home country of Brazil.


Batista made his millions in the mining industry, and he’s using that money to construct a $1.6 billion manufacturing plant that spreads over 90 square miles. What he wants is for Apple to bring its manufacturing to Brazil, which would help radically stimulate the local economy. If Apple’s not interested, Batista’s second choice partner would be BMW.

Maybe this is something that Apple should consider. Cupertino’s manufacturing relationship with Foxconn has been rife with bad press stemming from reported abuse of employees on the hands of Foxconn management. Even if those reports aren’t entirely accurate, Foxconn has been a PR headache for Apple: if Brazil can come close to Foxconn’s margins, maybe it’s time to consider a change.

Elton Carvalho

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Offline Donatello

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Re: Compro por 15% a mais que o vizinho e vendo por 800% a mais que ele. Lucro bem?
« Resposta #49 Online: 18 de Novembro de 2010, 19:25:54 »
Citar
Você já teve empresa? Eu tenho duas e desde adolescente trabalhei num escritório de contabilidade.

Difícil entender a necessidade de ter sido empresário para que se possa compreender a fragilidade disto "Que vocês acham de uma microempresa (uma lojinha, por exemplo), que tem um funcionário, o sujeito trabalha dois anos na empresa e para demití-lo é necessário pagar uma multa de 40% sobre o saldo do FGTS e mais 10% sobre saldo a título de contibuição para o governo. Se esses empresários fizessem as contas veriam que seu ramo de atividade é inviável no Brasil. " e disto "Nada disso. Apernas ressalto que certas atividades são inviáveis por conta da tributação e encargos. " ante isto e isto.

E não me acuse de ficar batendo na mesma tecla: enquanto alguém insistir na tecla de que nossos tributos sobre o empresariado são muito altos e que nossos salários e apêndices são inviáveis eu vou bater na tecla mil vezes se for de que há inúmeros países (a Europa inteira, a saber) cujos empresários convivem com tributos muito mais altos que os nossos (que são cobrados de modo diferente, mas isto tem pouca importância sobretudo pelo fato de que eles pagam, sempre e sem desculpas), pagam aos seus funcionários salários e taxas sobre salários muito mais altos que os nossos, cobram preços sobre seus produtos mais baixos que os nossos (exceto por serviços, é o que dizem) e ainda conseguem viver felizes e sorridentes em suas condições de empresários bem sucedidos. Então salários altos e impostos altos não pode ser o ponto de defesa. Mil perdões por ser repetitivo demais.

É claro que você não precisava dizer que era empresário assim como eu não precisava dizer que não era. Os nossos discursos dizem um monte de coisas sobre nós além do que explicitamente mencionamos.

Mas já que você resolveu citar a sua atividade e a usar como argumento de auto-autoridade... Responda-me algumas perguntas, apenas se não lhe for muito doloroso.

Na sua empresa os funcionários estão todos registrados e regularizados conforme a nossa legislação? Recebem apenas o piso funcional/salário mínimo, mais do que isso ou nem isso? A folha salarial (com todos os tributos a ela relacionados) respondem por qual percentual da receita bruta de suas empresas (em média ou considernado o último mês/ano/whatever)? E por qual percentual dos lucros?

(Se for responder não minta, se achar necessário mentir em algum quesito não responda, não precisa responder se considerar de qualquer modo invasivo, desrespeitoso... )
« Última modificação: 18 de Novembro de 2010, 20:41:37 por Donatello van Dijck »

 

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