Pouts, não consigo ver o nexo ou o benefício disso... mas neeemmmmm de longe.
Me lembrou de um caso semelhante, acho que foi nos EUA e envolvia um judeu que dizia ter sido ofendido por uma coisa semelhante e ganhou uma bolada muito maior do que essa. Me lembro que achei absurda aquela decisão, fiquei fulo da vida quando li a matéria, talvez tenha até sido aqui, não lembro, e torço para que se houver possibilidade de revisão (deve haver) o maledito do Datena consiga rever esta história.
É meio incômodo torcer por um indivíduo do naipe de um Datena, mas sério mesmo, força Datena!!!, para o bem da única liberdade de expressão pela qual faz sentido lutar: a liberdade de dizer coisas estúpidas e potencialmente ofensivas, porque o direito de poder dizer que peixe assado é gostoso e de que parede cor de pêssego casa legal com elementos de decoração rosa shock não precisa ser defendido.
E eu acho até bom a gente (sobretudo os administradores de sites como ATEA, CC, Bule Voador...) botar as barbas de molho, porque eu se fosse o Datena e seus asseclas abria uma enxurrada de ações inversas no mesmíssimos termos. Material é o que não vai faltar. E dizem que, sobretudo em jurisprudência, pau que bate em chico bate em eduardo...
Mas consegue ver muito nexo e benefício em lutar pelo direito de ofender... Como se ele existisse.
O direito de ofender deve ser inalienável se houver liberdade de expressão (e numa sociedade em que não há tal liberdade para todos, tudo que resta é alguma forma de tirania, ivariavelmente; não há nada mais repugnante que a hipocrisia de calar bocas sob o pretexto falacioso do "bom convívio social" das molas comprimidas), mas não o de acusar sem evidências. Acusação refere-se a transgressão e esta implica em punição. Se descrentes são burros, pior para eles; mas se são criminosos devem ser punidos, presos e, a depender do crime, numa sociedade realmente evoluída, devem ser mortos.
Para o Donatello van Dijck:
Até concordo em grande parte com você, mas há que se considerar a diferença entre ofender e acusar, denunciar. Uma coisa é chamar de estúpido, burro, inepto e por aí. Só se ofende com isso quem realmente for. Outra coisa é acusar de bandido, criminoso. Ele devia ser processado por pura calúnia, se isto existir previsto separado de difamação ou danos morais, não sei, e não danos morais. Devia ter que provar, em juizo, a relação inseparável que haveria entre comportamento criminoso e descrença.
Nunca vi na minha vida um descrente afirmando haver mais que uma tendência a certo comportamento desprezador da vida alheia (daqueles que não professam igual) a tal ponto de chegar ao crime. Alega-se isso fundamentando-se (e justificadamente, diga-se) em conhecidas violentas perseguições históricas motivadas por crenças religiosas. Mas, se alguém disser que todo crente é um bandido pela própria crença, está não só patentemente mentindo como fazendo grave acusação e deve ser chamado ao dever cívico de respeitar, minimamente, seus concidadãos não lhes imputando indevidas culpabilidades.
Também penso que é óbvio que liberdade de expressão é para aquilo que menos se deseja ouvir. Eu não me importaria um til se o tal chamasse todos os descrentes de burros, imbecis, cegos, tapados e até adoradores de satanás (acho que isso não é tipificado como crime ou delito, não sei) e acho que crentes devem ter que tolerar ouvir o recíproco de descrentes (só assim pode-se formar uma sociedade realmente civilizada e progressiva), mas acusar outros de crimes não é simples expressão, é função social de cidadania -- deve mesmo ser feita por qualquer cidadão sempre que tiver conhecimento de crimes perpetrados e criminosos perpetradores, SE TIVER *CONHECIMENTO* e não desejo que tais sejam criminosos, como é muito comum, e o caso aqui em questão. Acusações graves não são brincadeiras, palavras para se jogar ao vento.