Desculpe _Juca_. Mas não se pode ignorar todos os "braços" do executivo federal, incluindo o banco de fomento supra.
Geo, você está falando em dívida pública total e eu somente da federal, que inclui estatais e o BC. E não se esqueça que os aportes ao BNDES retornam em investimentos diretos na economia, gerando uma espiral virtuosa de crescimento, que acaba sempre por decrescer a relação dívida/pib. Vide esse ano de 2010.
A "espiral virtuosa" ocorreria se a capitalização de 100 bilhões do
BNDES não tivesse ocorrido com a emissão e venda de títulos públicos, pois estes devem ser remunerados com uma taxa que convença os investidores a comprarem os títulos, e com isto aumenta a dívida pública federal. Sem contar que o "spread" bancário também aumenta de roldão.
A contenção das despesas com o "arrocho" salarial do setor público foi, ao meu ver, indispensável naquele período. E isto representou um ônus político para FHC, que ele nunca negou. Mas algo de positivo veio desta medida, que foi o de mostrar, para a população, a enorme vantagem entre salários e benefícios que tem o setor público em comaração com o setor privado.
Eis uma análise e explicação didática, de 2.008, da então expansão dos gastos públicos, com reflexos na dívida pública.
Sandenbeg? Tenha dó, o cara faz um puta de um malabarismo para explicar o que não está acontecento. Veja só:
Que dados são esses? Basicamente, a comparação do crescimento das despesas (nominais) com o avanço do PIB também nominal (o valor das mercadorias e serviços produzidos no país a preços correntes, sem descontar a inflação). E aí, parece mesmo que há controle, mas só a partir de março.
Claro, a partir de março é que acabaram os incentivos fiscais devido à crise.
Qual é a natureza da crítica supra? Ela é direcionada ao analista por sua insatisfação pessoal?
Só pode ser, pois a análise dele está correta e
foi feita em 27/05/2.008,
portanto antes da crise, meu caro.
Por isso o superávit primário está tão elevado: receitas abundantes desde janeiro, em consequência da combinação de crescimento econômico com mais inflação. É preciso agora ficar de olho nas despesas, neste momento em que o governo já está gastando com base no orçamento, que é expansionista.
Ele queria que o governo tivesse por base os gastos da casa dele? Se aumentam as receitas da sua casa, se uma parte você já está guardando para o pagamento dos de sua dívida corrente, automaticamente você vai aumentar seus gastos, ainda mais um governo de um país que tem tantas demandas por crédito e investimentos.
É prudente voce conter a expansão das suas despesas, principalmente se elas estão vinculadas ao custeio e não aos investimentos.
Dada as peculiaridades legais do Brasil, a sua "receita" é que leva as pessoas e o país à bancarrota, pois toda vez que voce contrata uma despesa que não pode ser reduzida, voce fica dependendo de um crescimento nas receitas (leia-se, aumento de taxas e impostos diretos ou indiretos), de reduções legais no orçamento (leia-se, diminuição nos investimentos e contingenciamento de verbas já aprovadas) ou de aumento do endividamento interno, via emissão de títulos públicos.
Leia o conteúdo deste trabalho e voce encontrará as proposições petistas pré-2.002 e que, felizmente, não se concretizaram.
Neste "link" também há uma menção sobre os planos do PT em aumentar enormemente os gastos publicos.
Nunca houve esses aumentos absurdos que você imagina nos governos do PT, é lenda, são ameaças vazias, nada.
Não houve por conta da pressão da sociedade, da oposição e dos setores mais à direita do PT (Lula, Palocci, Genoíno, Suplicy e Meireles).
E o ponto central deste item foi lhe mostrar o que preconizava a cartilha econômico-ideológica petista pré-2002, pois segundo voce, o PT não pleiteava um aumento absurdo nas despesas, o que não é verdade.
Não. A Petrobrás não prioriza "investimentos, fornecedores e pesquisas de forma majoritária ao Brasil" porque ela almeja o bem-estar da população e sim porque pode lhe trazer mais vantagens econômicas. Se um fornecedor estrangeiro tiver preço melhor, não ha dúvida que ela vai comprar lá fora (vide as plataformas petrolíferas e os navios de transporte).
A Petrobrás fomenta e abastece o mercado nacional porque ela conseguiu se impor por força do monopólio que vigorou para todos os setores da indústria petrolífera de 1.954 à 1.997, com exceção da venda no varejo, que sempre foi um setor de pequeno valor agregado. Se ela estivesse sob o regime de concorrência desde o seu início, ela não teria o tamanho que tem hoje.
Sim a Petrobrás prioriza os investimentos no Brasil e na segunda parte eu concordo com você, mas o monopólio sempre foi estratégico, aliás em todos os países do mundo é assim, todos o grandes produtores tem sua mega empresa, estatal ou privada, que receberam muito benefícios e o monopólio foi um deles.
Se a Petrobrás fosse uma empresa pública realmente voltada aos interesses da população, ela não deveria ter: a) Diretoria de cunho político; b) Benesses absurdas aos seus funcionários; c) Margens de lucros obscenas provenientes do comércio de um combustível caro e de baixa qualidade.
A importância da Petrobrás é inegável, mas este "status" não teria sido conseguido sem o monopólio, sendo assim, a população pagou a conta gigantesca para que ela se tornasse o que é. Há muito mais coisas para escrever sobre esta empresa, que postarei, na medida do possível, no tópico que o Calvino criou.