As termoelétricas, pelo menos as que eu conheço como a da El Paso aqui no Paraná, foram construídas para uma emergência e não como substituição de matriz elétrica.
Aproveitando o passo. Quais foram as usinas (de quaisquer tipos) totalmente planejadas e construídas pelo atual governo federal?
Emergência devido ao racionamento de energia, que custou caro e nos obrigou a construir termoelétricas que depois de um tempo ficavam uma boa parte do ano desligada e gerando custos, e quando ligadas gerando energia mais poluidora e cara, o que para um país com o potencial hidrelétrico único como o Brasil é um péssimo negócio.
Não sei qual seu intuito com a pergunta e não sei quais obras foram construídas ou planejadas, pelo atual governo, a não ser a mais famosa que é Belo Monte, mas se o objetivo é mostrar algo que o governo fez ou deixou de fazer, podemos raciocinar da seguinte forma, o Brasil cresceu muito mais nos últimos 7 anos do que nos 20 anteriores e mesmo assim não houve falta energia, nem mesmo rumores, o que significa pelo menos uma coisa, foram feitos os investimentos que era preciso para isso.
Primeiro. A mudança de cálculo no PIB fez a relação "dívida interna/PIB" cair artificialmente e encobriu o aumento dos gastos. Isto não foi considerado por voce.
Segundo. Voce salientou a crise 2.008, devido a sua magnitude. Acontece que as crises de 1.997/1.998, 2.000 e 2.002 foram expressivas e maiores, se somadas os seus efeitos. Então, se a crise de 2.008 pode ser considerada um atenuante para o governo Lula, porque o mesmo princípio não pode ser aplicado às crises passadas para o governo anterior?
Que mudança de cálculos? Desculpe mas não estou a par disso.
A crise de 2008 não foi uma atenuante, pelo contrário. Essas crises da década de 90 foram muito, mas muito menores, mesmo somadas, do que a ultima crise que foi de escala mundial. Nunca o mundo passou por um arrocho tão grande desde a crise de 1928. As crises anteriores ficaram a maior parte do tempo restritas ao países insolventes, falidos, sem reservas e com grandes dívidas, como o Brasil, Rússia, México, Argentina...
Quando coloquei ao lado dos números de 2008, o fato da crise, foi para salientar os aumentos dos gastos do governo com o suprimento da oferta de crédito, que os bancos particulares de uma hora para outra cortaram drasticamente, obrigando o governo a aumentar os empréstimos do tesouro ao BNDES, a Caixa e ao Banco do Brasil para suprirem no mercado essa demanda, com a finalidade de proteger a economia brasileira da crise.
Essa crise também obrigou o governo a não reduzir seu gastos correntes, pelo contrário, incentivá-los através de investimentos e contratações, para estimular a economia, fato acertado entre todos países do G20, onde o Brasil foi um dos que propuseram os estímulos.
Já em 2009, a relação dívida/PIB começou a recuar, devido ao crescimento do segundo semestre, ao crescente fim dos estímulos e a eventual poupança que o governo voltou a fazer via reservas internacionais e ao superávit primario.
Assim, podemos concluir que, não fosse pela grandeza e magnitude dessa crise, seguramente para esse ano a projeção não seria de um relação de 40% ( 6% a menos que em 2002), mas de menos de 35%.
Outra coisa que precisa ficar entendida. Os aumentos em números absolutos não significam que houve um aumento do endividamento. Deve ser considerado o crescimento do país, o consequente crescimento dos serviços do governo e o aumento de arrecadação.
Se um país tal como uma empresa cresce, seu gastos correntes crescem, suas dívida em números absolutos crescem assim com sua receita em números absolutos também crescem. Assim a melhor maneira de avaliar sua saúde financeira é através do proporcionalidade de sua dívida em relação ao que produz, tal como a relação do vencimento de suas dívidas com a arrecadação de suas receitas e também o quanto possui de poupança. Pra mim o ideal, seria uma relação entre 25 e 35%, dependendo do vencimento e da qualidade da relação receitas - despesas e dos seus prazos de vencimentos.
Negativo. Empréstimo não significa, necessariamente, estado de insolvência de maneira alguma. No caso em tela o dinheiro tomado do FMI representava a fonte mais barata, para um problema emergencial de caixa.
A dívida interna não cresceu por causa de aparelhamento do estado e sim por causa da brutal taxa de juros que chegou a mais de 30,00% no ano da megacrise de 1.998, em função da situação dos "Tigres Asiáticos". E os juros do Brasil continuam entre os mais altos do mundo, só ficando atrás da Turquia.
Quando o empréstimo parte do FMI, só quer dizer uma coisa, seu credores não mais querem rolar sua dívida, por que sabem que vão adiar o inevitável, o calote, então o FMI, a única fonte que empresta para países insolventes aparece e quebra o galho, mas exige em troca políticas duras, inflexíveis e que em geral, nunca deram muito certo para os mesmo países, seja por incompetência destes, seja pela dureza dessas medidas.
E tem razão em parte, a dívida cresceu pela brutal taxas de juros dessa época, mas também pelo aumento do tamanho do governo acima do aumento do PIB. É difícil encontrar esse dados, mas vou dar uma especulado nos dados do IPEA e IBGE e ver se acho.
Espero que na sua próxima postagem voce apresente e explique aos foristas os números da relação "dívida e PIB", incluindo uma nota explicativa na mudança de cálculo do PIB, que o fez crescer de um dia para o outro, se não estiver enganado, em cerca de 40,00%, durante o governo Lula.
Agora já entendi, você está se referindo a mudança aplicada pelo IBGE na medição do PIB, que na realidade não foi uma mudança, mas sim uma incorporação de novos dados de medição econômica, que só apareceram nessa década, tais como o setor de serviços onde apareceram muitos novos negócios, comércio eletrônico, publicidade eletrônica, entre outras atividades, que antes não foram contabilizados no início da década e depois corretamente passaram a ser.
Aproveite e explique também, para os foristas que não dominam a matéria, a influência que a taxa cambial faz na apresentação dos números da economia, em particular ao PIB, o balanço de pagamentos, as reservas internacionais, etc.
Não é preciso, desde há muito tempo ( desde que o Brasil pagou o FMI e passou a fazer reservas e a obter sucessivos recordes no balanço de pagamentos externos) que o dólar se mantém estável na casa dos 2 reais, um pouco menos ou mais, não havendo grandes oscilações. Aliás, quando o dólar esta muito barato como hoje, é sinal de que está entrando muito dólar, seja em investimentos diretos ou financeiros, o que faz com que o BC compre os dólares extras, para que ele não caia ainda mais. O que atesta de maneira firme, que o mercado entende que o governo brasileiro pode honrar seus compromissos de maneira saudável e sunstentável, e que o mercado interno continua punjante.
Ahhh. Em tempo. A dívida interna, no governo Lula, mais que triplicou em moeda local.
Corrija. Os dados que postei foram em reais. O que faz com que em números absolutos o valor duplique o que mesmo assim, pelas projeções desse ano quer dizer que a dívida diminuiu, pois o PIB cresceu mais.
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A oposição hoje é muito menor que a soma da bancada que apóia o governo federal. O governo Lula só não aprova o que lhe convém ou por pura incompetência ou quando a matéria em pauta pode desagradar os "fisiologistas".
Com a expressão "alguns políticos e barnabés sindicalistas" eu quis dizer que o Estado serve, em certa medida, para satisfazer as aspirações corporativistas de alguns políticos e alguns funcionários públicos. Eu não me referia ao atual presidente e seu partido, embora seja inegável que a CUT sempre solapou o governo FHC, ao contrário do atual.
Se voce continua achando que o que me conduz neste debate é puro ranço ideológico então não precisa mais responder às minhas postagens, porque ao insistir nesta pecha é o mesmo que afirmar que não possuo argumentos.
Devo lembrá-lo do seu colóquio com o Calvino, quando voce reclamou de atitude semelhante?
Desculpe se o molestei com isso, mas não existe um antipetismo, as vezes muito evidente, dentro do seus argumentos, vou tentar ser mais respeitoso.
A oposição não é menor hoje do que era, DEM e PSDB, são bem maiores do eram PT e outros na era FHC, sem contar que não comandavam Estados importantes como hoje. Na época de FHC os aliados eram bem mais dóceis do que o PMDB foi no primeiro mandato com Lula, mesmo porque PT e PMDB sempre tiveram rixas históricas. Quanto ao fisiologismo você está certo.