Autor Tópico: Lula diz que não intercederá contra apedrejamento de iraniana  (Lida 14741 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.

Offline calvino

  • Nível 37
  • *
  • Mensagens: 3.387
  • Sexo: Masculino
Re: Lula diz que não intercederá contra apedrejamento de iraniana
« Resposta #125 Online: 04 de Agosto de 2010, 00:17:31 »
Desculpas aceitas e segue a vida.

Por isso eu amo esse cara  :coracao:
"Se a moralidade representa o modo como gostaríamos que o mundo funcionasse, a economia representa o modo como ele realmente funciona" Freakonomics.

Offline DDV

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 9.724
  • Sexo: Masculino
Re: Lula diz que não intercederá contra apedrejamento de iraniana
« Resposta #126 Online: 04 de Agosto de 2010, 00:44:03 »
Não acho que houve desvio do assunto do tópico, afinal, é uma discussão sobre as atitudes de Lula no plano externo, que acaba inevitavelmente remetendo às suas atitudes no geral.

No tempo que estou aqui, aprendi que a maioria dos chatonildos que reclamam de desvios de tópicos o fazem mais para interromper discussões nas quais o seu "lado" está em desvantagem do que por interesse no assunto oficial do tópico.

Acho preferível que os foristas discutam livremente os assuntos que forem sendo puxados, com a moderação dividindo os tópicos caso seja necessário.



O DDV tem trauma!  :biglol:

Acho muito chato mesmo! Sabe por quê?

Porque às vezes o fórum fica meio parado, sem discussões interessantes rolando. Quando de repente alguns foristas "se empolgam" com um assunto e iniciam uma discussão, vêm os chatonildos interromperem dizendo que desviou o assunto do tópico...

Acho que a disposição para discutir e movimentar o fórum com postagens interessantes é um bem mais escasso (e portanto mais valioso) do que a perfeição organizacional de tópicos.

Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline calvino

  • Nível 37
  • *
  • Mensagens: 3.387
  • Sexo: Masculino
Re: Lula diz que não intercederá contra apedrejamento de iraniana
« Resposta #127 Online: 04 de Agosto de 2010, 00:46:31 »
Dívida Interna setor                  PIB                              %
público               

1994 - 108.805,6600            349.204,6790                 30%

2002 - 658.556,8200            1.477.822,0000              44%

2008 - 1.482.192,9700         3.004.881,0570              49% - crise internacional, maiores demandas por gastos públicos

Projeção de 2010 em torno de 40 % do pib

De onde você tirou esses dados Juca? Pode passar a fonte por favor?

Eu achei uns números diferentes:


Citar
Aumento nominal da dívida interna total (em poder do mercado e do Banco Central) de R$ 841,0 bilhões (56,91% do PIB) em 2002 para R$ 2.146,0 bilhões (66,17% do PIB) em abril de 2010. Crescimento real em relação ao PIB de 16,27%.

Artigo de:
Citar
* Ricardo Bergamini, Economista, formado em 1974 pela Faculdade Candido Mendes no Rio de Janeiro, com cursos de extensão em Engenharia Econômica pela UFRJ, no período de 1974/1976, e MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC/RJ, no período de1988/1989. Membro da área internacional do Lloyds Bank (Rio de Janeiro e Citibank (Nova York e Rio de Janeiro). Exerceu diversos cargos executivos, na área financeira em empresas como Cosigua - Nuclebrás - Multifrabril - IESA Desde de 1996 reside em Florianópolis onde atua como consultor de empresas e palestrante, assessorando empresas da região sul.

Pode ser achado em: http://migre.me/127NP


E a consideração de um professor da Unb sob a dívida interna na tutela do governo FHC, já mostrava sinais de clara desaceleração, era só ser mantidas as políticas econômicas vigentes:

Citar
6. Conclusão
O exame da evolução da dívida pública, nos últimos oito anos, mostra uma
grande expansão, o que tem às vezes dado origem a prognósticos pessimistas, e a uma
avaliação negativa da condução da política fiscal no período.
Um exame mais de perto dos fatores que estiveram por trás dessa expansão
mostra, no entanto, que grande parte dela foi devida a fatores não recorrentes
, o que
reforça a idéia de que, como sugerido por resultados recentes na literatura, seja razoável
projetar uma trajetória decrescente da relação dívida / PIB, nos próximos anos, sob
hipóteses não muito exigentes
. Deve-se observar, contudo, que se tal idéia não for
aceita pelo mercado financeiro (e persistirem as expectativas desfavoráveis observadas
em meses recentes), isso poderá influir negativamente na evolução futura da dívida.
É importante ressaltar que a manutenção de um superávit primário significativo,
da ordem de 3,5 % do PIB, é um condicionante fundamental de uma trajetória favorável
da dívida. Se essa meta tivesse sido perseguida, no período 1995-1998, da forma como
o foi, a partir de 1999, a relação dívida / PIB seria hoje próxima da metade do valor hoje
efetivamente observado. Nos próximos anos, será crucial que esse objetivo seja de fato
encampado pelo novo governo, ou de outra forma corre-se o risco de uma situação de
déficits públicos recorrentes e um endividamento fora de controle.


Fonte: http://migre.me/127PN

A mim, me parece que a coisa estava melhor sob o FHC.
"Se a moralidade representa o modo como gostaríamos que o mundo funcionasse, a economia representa o modo como ele realmente funciona" Freakonomics.

Offline SnowRaptor

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 17.962
  • Sexo: Masculino
Re: Lula diz que não intercederá contra apedrejamento de iraniana
« Resposta #128 Online: 04 de Agosto de 2010, 00:51:33 »
[...]a dívida interna na tutela do governo FHC, já mostrava sinais de clara desaceleração, era só ser mantidas as políticas econômicas vigentes

ER foi esse o crédito do governo Lula.

Foi por isso que o dólar explodiu na época da eleição de 2002 (medo de mudança) e voltou a patamares razoáveis em maio (a política continuou a mesma).

Esse imediatismo é um problema sério na política brasileira. Nenhum político que tomar atitudes que surtam efeito depois de 4 ou 8 anos porque o sucessor é quem vai "pegar" o crédito.

Mas os problemas são culpa do FHC. Mesmo 8 anos dpois.  :nao3:
Elton Carvalho

Antes de me apresentar sua teoria científica revolucionária, clique AQUI

“Na fase inicial do processo [...] o cientista trabalha através da
imaginação, assim como o artista. Somente depois, quando testes
críticos e experimentação entram em jogo, é que a ciência diverge da
arte.”

-- François Jacob, 1997

Offline calvino

  • Nível 37
  • *
  • Mensagens: 3.387
  • Sexo: Masculino
Re: Lula diz que não intercederá contra apedrejamento de iraniana
« Resposta #129 Online: 04 de Agosto de 2010, 00:59:16 »
Esse imediatismo é um problema sério na política brasileira. Nenhum político que tomar atitudes que surtam efeito depois de 4 ou 8 anos porque o sucessor é quem vai "pegar" o crédito.

Cara, o duro é ver isso em todas as esferas de governo.
Uma vez fui para Guarapuava-PR. A cidade tinha trocado de prefeito havia 2 anos.
O prefeito anterior resolveu o problema de um bairro/favela que estava lá há um tempão.
Fez casas decentes, deu assistência real às pessoas para que elas pudessem mudar de vida, criou áreas de comércio, fez saneamente básico, toda a infra-estrutura necessária...
Mas a obra estava parada! Qual motivo?
Se o atual prefeito seguisse em frente, sempre seria obra do antecessor.
E o pessoal estava lá, sem esgota, sem asfalto, sem as áreas de comércio adequadas...
MESMO, isso já tendo sido cobrado deles.

Essas coisas me fizeram perder a inocência da minha infância política...
"Se a moralidade representa o modo como gostaríamos que o mundo funcionasse, a economia representa o modo como ele realmente funciona" Freakonomics.

Offline Geotecton

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 28.345
  • Sexo: Masculino
Re: Lula diz que não intercederá contra apedrejamento de iraniana
« Resposta #130 Online: 04 de Agosto de 2010, 01:03:30 »
Acho que o seu conselho foi no sentido de escolher fontes mais imparciais, não é mesmo? Quais voce iria sugerir? O do "Pravda" local, digo, A "Carta Capital"?

Não se concentre, neste momento, nas fontes citadas, e sim nas denúncias que não são infundadas ou exageradas!

O mensalão mineiro se desenrolou até o momento que foi descoberto, já durante o segundo mandato. E voce deve ter reparado que eu afirmei que este escândalo teve a participação de membros de vários partidos, inclusive de oposição ao atual governo.

Sim imparciais, desculpe minha falha.

Está desculpado.


Citação de: Geotecton
Como as quebras dos sigilos telefônico e bancário dele, mas que não foram permitidas pelo Judiciário?

Porque não haviam evidências para isso... Efeito tostines.

Não. Ao meu ver foi manipulação!



Citação de: Geotecton
Apagão? E o que aconteceu no governo Lula, em cuja pasta de Minas e Energia estava um aliado do PMDB? Este não conta?

Nunca houve racionamento, e mesmo com todo crescimento anotado, não estamos nem perto. O que houve um blecaute de algumas horas, queda de torre? Falha no sistema? Raios? Isso acontece desde que existe a eletricidade. Mas racionamento por falta de energia e consequentemente termoeletricas caras, dispendiosas e poluidoras, não houve.

As termoelétricas, pelo menos as que eu conheço como a da El Paso aqui no Paraná, foram construídas para uma emergência e não como substituição de matriz elétrica.

Aproveitando o passo. Quais foram as usinas (de quaisquer tipos) totalmente planejadas e construídas pelo atual governo federal?


Citação de: Geotecton
Quebrado? Como assim "quebrado"?

Esta sua afirmação realmente parece propaganda de petista desinformado.

Se voce continuasse com a sua linha de raciocínio anterior ("os números de Lula são melhores que os de FHC") acho que seria discutível, mas sustentável.

Mas, agora eu o convido a demonstrar que o país estava quebrado economicamente. Sinceramente, esta é a postagem que eu mais anseio ver.

Uma acordo de 30 bi em 2002 com o FMI não lhe diz nada? Se um país precisa tomar emprestado para honrar seu compromissos, a única razão para isso é evitar a falência sistêmica com um calote generalizado por parte do governo. Essa foi a maior herança  deixada pelo governo anterior, um país a beira da insolvência, que não crescia, que triplicou a dívida interna, esse sim, por causa do maciço aparelhamento do estado, com os juros mais altos do mundo, com déficit crescente nas contas externas e pouca representação no cenário externo. Bastou um ano e meio de governo para que o Brasil controlasse a inflação, retomasse o crescimento, aumentasse consideravelmente as exportações, e saísse da batuta do FMI um pouco mais tarde.

Negativo. Empréstimo não significa, necessariamente, estado de insolvência de maneira alguma. No caso em tela o dinheiro tomado do FMI representava a fonte mais barata, para um problema emergencial de caixa.

A dívida interna não cresceu por causa de aparelhamento do estado e sim por causa da brutal taxa de juros que chegou a mais de 30,00% no ano da megacrise de 1.998, em função da situação dos "Tigres Asiáticos". E os juros do Brasil continuam entre os mais altos do mundo, só ficando atrás da Turquia.


Citação de: Geotecton
Então FHC somente "combateu a inflação" e deu "independência" ao BC?

Primeiro. A meta do Plano Real não foi "somente combater a inflação" mas, também e principalmente, o de fornecer uma moeda e um contexto de estabilidade econômica que permitiram às pessoas, às empresas e aos governos efetivamente planejar, executar e desfrutar de ações que beneficiaram toda a sociedade, de uma maneira como não se via há pelo 30 anos!  

Segundo. A "independência" do BC, que hoje voce elogia, foi criticada ao longo de todo o governo FHC por todos os petistas, incluindo a candidata governista. É bom ressaltar que se eles chegassem ao poder em 1.995 e tivessem implantado a cartilha econômica dos "mercadantes" ou "marias conceições" da vida , nós voltaríamos a ter um surto de hiperinflação.

Terceiro. Para não me alongar demais, quero ressaltar a aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal. Sim, aquela mesma que permitiu a sociedade impor um pouco de controle sobre os desejos obscenos de aventureiros e bucaneiros que passam pelos três níveis de governo. Sim, aquela mesma que os petistas se opuseram e votaram ferozmente contra. Sim, aquela mesma que uma parte do atual governo (incluindo a candidata governista) tentou "flexibilizar" mas foi rechaçada.

E você esqueceu que o PT foi contra também o plano real. Como eu disse anteriormente, foi a oposição do contra. O que pra mim, ressalta como o partido amadureceu ao longo dos anos. Aliás, é o que muitos hoje fazem na oposição. Torcer para dar errado, para tomar o poder mais fácil.

Não eu não esqueci que ele foi contra.


Citação de: Geotecton
Inflação com 10 dígitos na era FHC? De onde voce tirou isto? Ao que eu saiba FHC não governava a Alemanha dos anos de 1.920!

Se voce quis dizer "inflação para mais de um dígito", aí sim eu tenderia a concordar com voce. Tenderia, pois antes teríamos que rever o contexto histórico-econômico da época.

Mais um escorregão, eu ia dizer inflação acima de 10% ou 2 dígitos, mas entenda, muito dos meus posts se dão no trabalho entre uma tarefa e outra, e quando não, não posso ficar me alongando muito no PC em casa, sob risco da dona onça e seu filhote ficarem chateados com a falta de atenção.


Entendi o seu equívoco bem como a sua situação, pois o mesmo ocorre comigo.


Citação de: Geotecton
Espero que na sua próxima postagem voce apresente e explique aos foristas os números da relação "dívida e PIB", incluindo uma nota explicativa na mudança de cálculo do PIB, que o fez crescer de um dia para o outro, se não estiver enganado, em cerca de 40,00%, durante o governo Lula.

Aproveite e explique também, para os foristas que não dominam a matéria, a influência que a taxa cambial faz na apresentação dos números da economia, em particular ao PIB, o balanço de pagamentos, as reservas internacionais, etc.

Ahhh. Em tempo. A dívida interna, no governo Lula, mais que triplicou em moeda local.

Dívida Interna Setor Público (bilhões de US$)                  PIB (bilhões de US$)                       % (relação dívida/PIB)
          

1994 -             108,805                                                    349,204                                                 30%

2002 -             658,556                                                  1.477,822                                                 44%

2008 -           1.482,192                                                 3.004,881                                                 49%*


Projeção para 2010 em torno de 40 % do PIB.


* Crise internacional e maiores demandas por gastos públicos


obviamente exagerei, mas isso prova que não houve aumento de gastos públicos durante o governo de Lula. Ao contrário do governo anterior. Mas esse aumento de mais de 14% se deveu sobre tudo ao baixo crescimento econômico dessa época.

Nota: Editei a tabela do _Juca_ apenas para efeito de melhoria da forma, sem violar a essência das informações por ele fornecidas.

Caro _Juca_

Primeiro. A mudança de cálculo no PIB fez a relação "dívida interna/PIB" cair artificialmente e encobriu o aumento dos gastos. Isto não foi considerado por voce.

Segundo. Voce salientou a crise 2.008, devido a sua magnitude. Acontece que as crises de 1.997/1.998, 2.000 e 2.002 foram expressivas e maiores, se somadas os seus efeitos. Então, se a crise de 2.008 pode ser considerada um atenuante para o governo Lula, porque o mesmo princípio não pode ser aplicado às crises passadas para o governo anterior?


Citação de: Geotecton
Ao que parece a voce não importa se: A implantação do Plano Real afetou negativamente, no início, o setor de exportação por causa da taxa cambial, e por consequência, a balança de pagamentos; a economia mundial cresceu por quase todo o período FHC a menos de 1,5% ao ano e que houve uma oposição ferrenha e insidiosa contra a privatização, que não foi perfeita - longe disto - mas permitiu à sociedade perceber o quanto alguns políticos e "barnabés sindicalistas" atrapalhavam o crescimento do país, ao se locupletarem de estatais.

Houve nove anos para ajustar as taxas cambiais, e o governo FHC aprovou tudo o quis no congresso pois havia maioria absoluta e a oposição embora barulhenta era muito menor do que é hoje.

E o que quis dizer com "barnabés sindicalistas" você acha que o Lula já fazia parte do governo e controlava as estatais na época, aqui vejo que o ranço ideológico do qual falei, continua falando mais alto.

A oposição hoje é muito menor que a soma da bancada que apóia o governo federal. O governo Lula só não aprova o que lhe convém ou por pura incompetência ou quando a matéria em pauta pode desagradar os "fisiologistas".

Com a expressão "alguns políticos e barnabés sindicalistas" eu quis dizer que o Estado serve, em certa medida, para satisfazer as aspirações corporativistas de alguns políticos e alguns funcionários públicos. Eu não me referia ao atual presidente e seu partido, embora seja inegável que a CUT sempre solapou o governo FHC, ao contrário do atual.

Se voce continua achando que o que me conduz neste debate é puro ranço ideológico então não precisa mais responder às minhas postagens, porque ao insistir nesta pecha é o mesmo que afirmar que não possuo argumentos.

Devo lembrá-lo do seu colóquio com o Calvino, quando voce reclamou de atitude semelhante?


Em tempo. Ainda fico devendo uma resposta mais elaborada no quesito corrupção.

Fico no aguardo.
« Última modificação: 04 de Agosto de 2010, 11:00:20 por Geotecton »
Foto USGS

Offline Micrômegas

  • Nível 16
  • *
  • Mensagens: 429
  • Sexo: Masculino
Câmara brasileira aprova moção para libertar iraniana condenada à morte
« Resposta #131 Online: 04 de Agosto de 2010, 23:22:28 »
Seja lá o que isso vai dá, o mundo não está mais aceitando essas barbaridades, e acredito que o fim dessa pena de morte no Irã está com os dias contados.




Citação de: [url=http://][/url]
Câmara brasileira aprova moção para libertar iraniana condenada à morte


A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira uma moção pedindo ao Irã que liberte Sakineh Ashtiani, condenada a morte por apedrejamento por ter cometido adultério.

O texto, de autoria do deputado Raul Jungmann (PPS-PE), fala sobre a tradição brasileira de defesa dos diretos humanos e da oferta, feita pelo presidente Lula, de conceder asilo à iraniana e sua família.


Foto divulgada pela Anistia Internacional em Londres mostra Sakineh Mohammadi Ashtiani, acusada de adultério

Mãe de dois filhos, Sakineh foi condenada em maio de 2006 a receber 99 chibatadas por ter um "relacionamento ilícito" com um homem acusado de assassinar o marido dela.

Sua defesa diz que Sakineh era agredida pelo marido e não vivia como uma mulher casada havia dois anos, quando houve o homicídio. Mesmo assim, Sakineh foi, paralelamente à primeira ação, julgada e condenada por adultério.

Os juízes favoráveis à condenação de Sakineh à morte por apedrejamento votaram com base em uma polêmica figura do sistema jurídico do Irã chamada de "conhecimento do juiz", que dispensa a avaliação de provas e testemunhas.

No último fim de semana, Lula afirmou que iria usar sua "amizade" com o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, para propor que a iraniana tivesse asilo do Brasil.

A proposta, no entanto, foi recusada pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Ramin Mehmanparast. Para ele, Lula ofereceu asilo com base em informações erradas.

APEDREJAMENTO

A Alta Corte de Teerã, no Irã, rejeitou nesta quarta-feira reabrir o caso de Sakineh Ashtiani, a iraniana condenada a morte por apedrejamento por adultério, e recomendou a manutenção da cruel pena. A informação foi divulgada pelo Comitê Internacional contra Apedrejamento.

A Alta Corte deve confirmar na próxima semana se a execução de Sakineh vai ser realizada.

O processo deve seguir agora para decisão final do vice-procurador-geral, Saeed Mortazavi. Caso a condenação seja confirmada, será uma derrota para a comunidade internacional que pressiona Teerã a desistir da cruel pena.

Todas estas decisões são tomadas sem a presença do advogado de Sakineh, Mohammad Mostafaei, que fugiu pela fronteira do país com a Turquia e entrou hoje com um pedido por asilo, de acordo com informações da agência da ONU para refugiados.

Mostafaei foi chamado a depor à Justiça iraniana no último dia 24. Depois de cerca de quatro horas de interrogatório, ele foi liberado, mas acabou reconvocado horas depois, já com a notícia da prisão dos seus familiares. Na ocasião, ONGs internacionais de defesa dos direitos humanos como a Anistia Internacional e a Human Rights Watch lançaram apelos para que o governo de Mahmoud Ahmadinejad parasse com o "assédio" e a "intimidação" contra o advogado.

Três dias depois, a Justiça iraniana emitiu um mandado de prisão contra ele.

SAKINEH

Mãe de dois filhos, Sakineh foi condenada em maio de 2006 a receber 99 chibatadas por ter um "relacionamento ilícito" com um homem acusado de assassinar o marido dela. Sua defesa diz que Sakineh era agredida pelo marido e não vivia como uma mulher casada havia dois anos, quando houve o homicídio. Mesmo assim, Sakineh foi, paralelamente à primeira ação, julgada e condenada por adultério. Ela chegou a recorrer da sentença, mas um conselho de juízes a ratificou, ainda que em votação apertada --3 votos a 2.

Os juízes favoráveis à condenação de Sakineh à morte por apedrejamento votaram com base em uma polêmica figura do sistema jurídico do Irã chamada de "conhecimento do juiz", que dispensa a avaliação de provas e testemunhas.

Um abaixo-assinado on-line lançado há dois meses devolveu o caso ao centro das atenções. Em julho passado, pressionada, a Embaixada do Irã em Londres afirmou que Sakineh não seria morta por apedrejamento --sem, no entanto, descartar que ela fosse morta, porém por outro método, provavelmente o enforcamento.

Dias depois, o chefe do Judiciário da Província de Azerbaijão do Leste, Malek Ezhder Sharifi, responsável pelo caso, foi a público afirmar que não só considerava a sentença ao apedrejamento válida como passível de aplicação instantânea. Disse ainda que essa pena estava relacionada não só ao adultério mas também à acusação de Sakineh de coautoria no assassinato do marido.

BRASIL

No sábado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que iria usar sua "amizade" com Ahmadinejad para propor que a iraniana tivesse asilo do Brasil. "Se vale a minha amizade e o carinho que tenho pelo presidente do Irã e o povo iraniano, se essa mulher está causando incômodo, a receberíamos no Brasil de bom grado", disse.

Só ontem o governo iraniano fez os primeiros comentários públicos --e negativos-- sobre a proposta. Ramin Mehmanparast, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, disse que Lula fizera a oferta, provavelmente, com base em informações erradas. Completou ainda que Sakineh "cometeu um crime". "Pelo que sabemos, [o presidente Luiz Inácio Lula] da Silva é uma pessoa muito humana e emotiva, que provavelmente não recebeu informações suficientes sobre o caso", afirmou.

Em San Juan (Argentina), onde participava da cúpula do Mercosul, o presidente Lula disse ontem ter ficado "feliz" por Teerã ter percebido que é "muito emocional". "Não fiz um pedido [de asilo] formal. Fiz um pedido mais humanitário. Pelo que se fala na imprensa, ou [Sakineh] vai morrer apedrejada ou enforcada. Ou seja, nenhuma das duas mortes é humanamente aceitável. Por isso, fiz esse apelo. Obviamente, se houver disposição do Irã em conversar sobre esse assunto, teremos imenso prazer em conversar e, se for o caso, trazer essa mulher para o Brasil", reiterou o brasileiro.


FONTE: folha.com
____________________
"Toda filosofia aspira a difundir-se, a ser uma propaganda. Ter a mão cheia de verdades e conservá-la fechada é de espíritos tacanhos. O que seria, pois, uma verdade que não quisesse comunicar-se?"

Todas as vezes que um fato novo se revela no campo da Ciência, logo o averbam de apócrifo; depois, que é contrário à Religião; e, por fim, que há muito era sabido. Efetivamente, a verdade tem duas espécies de adversários: os cépticos do materialismo, e os céptico do dogma.

Offline Geotecton

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 28.345
  • Sexo: Masculino
Re: Câmara brasileira aprova moção para libertar iraniana condenada à morte
« Resposta #132 Online: 04 de Agosto de 2010, 23:44:28 »
Seja lá o que isso vai dá, o mundo não está mais aceitando essas barbaridades, e acredito que o fim dessa pena de morte no Irã está com os dias contados.

Eu não sou otimista como voce.


Citação de: [url=http://][/url]
Câmara brasileira aprova moção para libertar iraniana condenada à morte
A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira uma moção pedindo ao Irã que liberte Sakineh Ashtiani, condenada a morte por apedrejamento por ter cometido adultério.
[...]
BRASIL
[...]
Em San Juan (Argentina), onde participava da cúpula do Mercosul, o presidente Lula disse ontem ter ficado "feliz" por Teerã ter percebido que é "muito emocional". "Não fiz um pedido [de asilo] formal. Fiz um pedido mais humanitário. Pelo que se fala na imprensa, ou [Sakineh] vai morrer apedrejada ou enforcada. Ou seja, nenhuma das duas mortes é humanamente aceitável. Por isso, fiz esse apelo. Obviamente, se houver disposição do Irã em conversar sobre esse assunto, teremos imenso prazer em conversar e, se for o caso, trazer essa mulher para o Brasil", reiterou o brasileiro.

FONTE: folha.com

Eu tenho a terrível sensação de que o que está se passando é um espetáculo maquiavélico onde se misturam "um frio cálculo político" com "uma portentosa demagogia em período eleitoral".

Sinceramente, espero estar errado.
Foto USGS

Offline Micrômegas

  • Nível 16
  • *
  • Mensagens: 429
  • Sexo: Masculino
Re: Câmara brasileira aprova moção para libertar iraniana condenada à morte
« Resposta #133 Online: 05 de Agosto de 2010, 00:11:31 »
Não sei, meu caro. Tudo começou com um baixo-assinado promovido na internet por pessoas sem nenhuma ligação com a política. O baixa-assinado ja pressionou muito a embaixada do Irã. Lula só entrou nessa história porque é amigo de Ahmadinejad. E, claro, quem criou esta lista, criou com intenções de jogar a batata para o Lula porque sabia que o Lula teria que fazer alguma coisa.

Lula, aparentemente não quis envolver no caso a princípio, mas agora, com toda essa repercussão, claro que ele resolveu fazer um pedido porque deve ter sido muito cobrado. E, sinceramente, foi a coisa mais certa a fazer: oferecer asilo a ela aqui no Brasil.  

Acho que ele não tinha escolha. Se não fizesse nada falariam que ele não é humanitário; se faz, falam que é  por pretenções políticas. Das duas, qual a enos pior?



« Última modificação: 05 de Agosto de 2010, 00:31:24 por Micrômegas »
____________________
"Toda filosofia aspira a difundir-se, a ser uma propaganda. Ter a mão cheia de verdades e conservá-la fechada é de espíritos tacanhos. O que seria, pois, uma verdade que não quisesse comunicar-se?"

Todas as vezes que um fato novo se revela no campo da Ciência, logo o averbam de apócrifo; depois, que é contrário à Religião; e, por fim, que há muito era sabido. Efetivamente, a verdade tem duas espécies de adversários: os cépticos do materialismo, e os céptico do dogma.

Offline Dodo

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 5.304
Re: Câmara brasileira aprova moção para libertar iraniana condenada à morte
« Resposta #134 Online: 06 de Agosto de 2010, 07:54:05 »
Teve um caso parecido algum tempo atrás, logo que os jornais esqueceram eles foram lá e executaram a mulher. Essa aí terá o mesmo destino.

Estou indo trabalhar, depois eu procuro e posto informações sobre este outro caso, que se deu a alguns meses.
Você é único, assim como todos os outros.
Alfred E. Newman

Offline uiliníli

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 18.107
  • Sexo: Masculino
Re: Câmara brasileira aprova moção para libertar iraniana condenada à morte
« Resposta #135 Online: 06 de Agosto de 2010, 10:17:58 »
Dois abaixo assinados na internet para pedir o fim dos apedrejamentos no Irã. Não que eu ache que vá fazer alguma diferença, mas como é só clicar e escrever seus dados, é um esforço mínimo também para quem sabe fazer algumas coisa:
http://stopstonningnow.com/sakine/sakin284.php?nr=50326944&lang=en
http://www.avaaz.org/en/stop_stoning/?cl=651962225&v=6766
Assinem e repassem para seus amigos, curtam no Facebook, sei lá.

Offline _Juca_

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 12.923
  • Sexo: Masculino
  • Quem vê cara, não vê coração, fígado, estômago...
Re: Lula diz que não intercederá contra apedrejamento de iraniana
« Resposta #136 Online: 06 de Agosto de 2010, 23:49:34 »


Citar
As termoelétricas, pelo menos as que eu conheço como a da El Paso aqui no Paraná, foram construídas para uma emergência e não como substituição de matriz elétrica.
Aproveitando o passo. Quais foram as usinas (de quaisquer tipos) totalmente planejadas e construídas pelo atual governo federal?

Emergência devido ao racionamento de energia, que custou caro e nos obrigou a construir termoelétricas que depois de um tempo ficavam uma boa parte do ano desligada e gerando custos, e quando ligadas gerando energia mais poluidora e cara, o que para um país com o potencial hidrelétrico único como o Brasil é um péssimo negócio.

Não sei qual seu intuito com a pergunta e não sei quais obras foram construídas ou planejadas, pelo atual governo, a não ser a mais famosa que é Belo Monte, mas se o objetivo é mostrar algo que o governo fez ou deixou de fazer, podemos raciocinar da seguinte forma, o Brasil cresceu muito mais nos últimos 7 anos do que nos 20 anteriores e mesmo assim não houve falta energia, nem mesmo rumores, o que significa pelo menos uma coisa, foram feitos os investimentos que era preciso para isso.

Citar
Primeiro. A mudança de cálculo no PIB fez a relação "dívida interna/PIB" cair artificialmente e encobriu o aumento dos gastos. Isto não foi considerado por voce.

Segundo. Voce salientou a crise 2.008, devido a sua magnitude. Acontece que as crises de 1.997/1.998, 2.000 e 2.002 foram expressivas e maiores, se somadas os seus efeitos. Então, se a crise de 2.008 pode ser considerada um atenuante para o governo Lula, porque o mesmo princípio não pode ser aplicado às crises passadas para o governo anterior?

Que mudança de cálculos? Desculpe mas não estou a par disso.

A crise de 2008 não foi uma atenuante, pelo contrário. Essas crises da década de 90 foram muito, mas muito menores, mesmo somadas, do que a ultima crise que foi de escala mundial. Nunca o mundo passou por um arrocho tão grande desde a crise de 1928. As crises anteriores ficaram a maior parte do tempo restritas ao países insolventes, falidos, sem reservas e com grandes dívidas, como o Brasil, Rússia, México, Argentina...

Quando coloquei ao lado dos números de 2008, o fato da crise, foi para salientar os aumentos dos gastos do governo com o suprimento da oferta de crédito, que os bancos particulares de uma hora para outra cortaram drasticamente, obrigando o governo a aumentar os empréstimos do tesouro ao BNDES, a Caixa e ao Banco do Brasil para suprirem no mercado essa demanda, com a finalidade de proteger a economia brasileira da crise.

 Essa crise também obrigou o governo a não reduzir seu gastos correntes, pelo contrário, incentivá-los através de investimentos e contratações, para estimular a economia, fato acertado entre todos países do  G20, onde o Brasil foi um dos que propuseram os estímulos.

Já em 2009, a relação dívida/PIB começou a recuar, devido ao crescimento do segundo semestre, ao crescente fim dos estímulos e a eventual poupança que o governo voltou a fazer via reservas internacionais e ao superávit primario.

Assim, podemos concluir que, não fosse pela grandeza e magnitude dessa crise, seguramente para esse ano a projeção não seria de um relação de 40% ( 6% a menos que em 2002), mas de menos de 35%.

Outra coisa que precisa ficar entendida. Os aumentos em números absolutos não significam que houve um aumento do endividamento. Deve ser considerado o crescimento do país, o consequente crescimento dos serviços do governo e o aumento de arrecadação.
Se um país tal como uma empresa cresce, seu gastos correntes crescem, suas dívida em números absolutos crescem assim com sua receita em números absolutos também crescem. Assim a melhor maneira de avaliar sua saúde financeira é através do proporcionalidade de sua dívida em relação ao que produz, tal como a relação do vencimento de suas dívidas com a arrecadação de suas receitas e também o quanto possui de poupança. Pra mim o ideal, seria uma relação entre 25 e 35%, dependendo do vencimento e da qualidade da relação receitas - despesas e dos seus prazos de vencimentos.




Citar
Negativo. Empréstimo não significa, necessariamente, estado de insolvência de maneira alguma. No caso em tela o dinheiro tomado do FMI representava a fonte mais barata, para um problema emergencial de caixa.

A dívida interna não cresceu por causa de aparelhamento do estado e sim por causa da brutal taxa de juros que chegou a mais de 30,00% no ano da megacrise de 1.998, em função da situação dos "Tigres Asiáticos". E os juros do Brasil continuam entre os mais altos do mundo, só ficando atrás da Turquia.

Quando o empréstimo parte do FMI, só quer dizer uma coisa, seu credores não mais querem rolar sua dívida, por que sabem que vão adiar o inevitável, o calote, então o FMI, a única fonte que empresta para países insolventes aparece  e quebra o galho, mas exige em troca políticas duras, inflexíveis e que em geral, nunca deram muito certo para os mesmo países, seja por incompetência destes, seja pela dureza dessas medidas.

E tem razão em parte, a dívida cresceu pela brutal taxas de juros dessa época, mas também pelo aumento do tamanho do governo acima do aumento do PIB. É difícil encontrar esse dados, mas vou dar uma especulado nos dados do IPEA e IBGE e ver se acho.





Citar
Espero que na sua próxima postagem voce apresente e explique aos foristas os números da relação "dívida e PIB", incluindo uma nota explicativa na mudança de cálculo do PIB, que o fez crescer de um dia para o outro, se não estiver enganado, em cerca de 40,00%, durante o governo Lula.

Agora já entendi, você está se referindo a mudança aplicada pelo IBGE na medição do PIB, que na realidade não foi uma mudança, mas sim uma incorporação de novos dados de medição econômica, que só apareceram nessa década, tais como o setor de serviços onde apareceram muitos novos negócios, comércio eletrônico, publicidade eletrônica, entre outras atividades, que antes não foram contabilizados no início da década e depois corretamente passaram a ser.

Citar
Aproveite e explique também, para os foristas que não dominam a matéria, a influência que a taxa cambial faz na apresentação dos números da economia, em particular ao PIB, o balanço de pagamentos, as reservas internacionais, etc.

Não é preciso, desde há muito tempo ( desde que o Brasil pagou o FMI e passou a fazer reservas e a obter sucessivos recordes no balanço de pagamentos externos) que o dólar se mantém estável na casa dos 2 reais, um pouco menos ou mais, não havendo grandes oscilações. Aliás, quando o dólar esta muito barato como hoje, é sinal de que está entrando muito dólar, seja em investimentos diretos ou financeiros, o que faz com que o BC compre os dólares extras, para que ele não caia ainda mais. O que atesta de maneira firme, que o mercado entende que o governo brasileiro pode honrar seus compromissos de maneira saudável e sunstentável, e que o mercado interno continua punjante.

Citar
Ahhh. Em tempo. A dívida interna, no governo Lula, mais que triplicou em moeda local.
Corrija. Os dados que postei foram em reais. O que faz com que em números absolutos o valor duplique o que mesmo assim, pelas projeções desse ano quer dizer que a dívida diminuiu, pois o PIB cresceu mais.
[/quote]



Citar
A oposição hoje é muito menor que a soma da bancada que apóia o governo federal. O governo Lula só não aprova o que lhe convém ou por pura incompetência ou quando a matéria em pauta pode desagradar os "fisiologistas".

Com a expressão "alguns políticos e barnabés sindicalistas" eu quis dizer que o Estado serve, em certa medida, para satisfazer as aspirações corporativistas de alguns políticos e alguns funcionários públicos. Eu não me referia ao atual presidente e seu partido, embora seja inegável que a CUT sempre solapou o governo FHC, ao contrário do atual.

Se voce continua achando que o que me conduz neste debate é puro ranço ideológico então não precisa mais responder às minhas postagens, porque ao insistir nesta pecha é o mesmo que afirmar que não possuo argumentos.

Devo lembrá-lo do seu colóquio com o Calvino, quando voce reclamou de atitude semelhante?

Desculpe se o molestei com isso, mas não existe um antipetismo, as vezes muito evidente, dentro do seus argumentos, vou tentar ser mais respeitoso.
A oposição não é menor hoje do que era, DEM e PSDB, são bem maiores do eram PT e outros na era FHC, sem contar que não comandavam Estados importantes como hoje. Na época de FHC os aliados eram bem mais dóceis do que o PMDB foi no primeiro mandato com Lula, mesmo porque PT e PMDB sempre tiveram rixas históricas. Quanto ao fisiologismo você está certo.



Offline Fernando Silva

  • Conselheiros
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 7.503
Re: Lula diz que não intercederá contra apedrejamento de iraniana
« Resposta #137 Online: 08 de Agosto de 2010, 10:17:09 »
Será o começo da decadência?

http://oglobo.globo.com/economia/mat/2010/08/07/brasil-perde-us-27-bi-por-exportar-menos-manufaturas-917346309.asp
Citar
Brasil perde US$ 27 bi por exportar menos manufaturas


BRASÍLIA - O novo perfil da pauta de exportações brasileira pode custar caro ao país a partir deste ano, mostra reportagem de Vivian Oswald e Martha Beck, publicada na edição deste domingo do GLOBO. Estudo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), revela que o Brasil deve deixar de ganhar este ano cerca de US$ 27 bilhões (aproximadamente R$ 48 bilhões) com a queda nas vendas ao exterior de produtos industrializados, que têm maior valor agregado e independem do vaivém das cotações, como é o caso das matérias-primas.

A fatura bilionária refere-se à diferença entre o que poderia ser exportado até o fim do ano (não fossem o real valorizado, as deficiências estruturais e o custo Brasil) e o que o país embarcou em 2008, um ano antes da crise internacional que atingiu em cheio o setor.

O valor seria suficiente para cobrir 56% do déficit em conta corrente (resultado das transações realizadas pelo país com o exterior) previsto pelo mercado para 2010, de US$ 48 bilhões. A queda do saldo comercial é um dos principais motivos para o rombo nas contas externas, deixando o país mais dependente de capitais de curto prazo.

A participação dos manufaturados vem sofrendo queda progressiva na pauta de exportações brasileira. Em 2000, bens industrializados eram 58,91% de tudo o que se enviava ao exterior, contra 22,79% de produtos básicos. Em 2010, até junho, os produtos de maior valor agregado foram 40,52% do total, contra 43,38% dos básicos.

A última vez que o Brasil exportou mais produtos básicos do que manufaturados foi em 1978. À época, a participação das commodities (matérias-primas, como minério de ferro, soja etc.) na pauta era de 47,2%, contra 40,2% dos manufaturados.

Offline _Juca_

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 12.923
  • Sexo: Masculino
  • Quem vê cara, não vê coração, fígado, estômago...
Re: Lula diz que não intercederá contra apedrejamento de iraniana
« Resposta #138 Online: 08 de Agosto de 2010, 11:29:16 »
Dívida Interna setor                  PIB                              %
público               

1994 - 108.805,6600            349.204,6790                 30%

2002 - 658.556,8200            1.477.822,0000              44%

2008 - 1.482.192,9700         3.004.881,0570              49% - crise internacional, maiores demandas por gastos públicos

Projeção de 2010 em torno de 40 % do pib

De onde você tirou esses dados Juca? Pode passar a fonte por favor?

Eu achei uns números diferentes:


Citar
Aumento nominal da dívida interna total (em poder do mercado e do Banco Central) de R$ 841,0 bilhões (56,91% do PIB) em 2002 para R$ 2.146,0 bilhões (66,17% do PIB) em abril de 2010. Crescimento real em relação ao PIB de 16,27%.

Artigo de:
Citar
* Ricardo Bergamini, Economista, formado em 1974 pela Faculdade Candido Mendes no Rio de Janeiro, com cursos de extensão em Engenharia Econômica pela UFRJ, no período de 1974/1976, e MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC/RJ, no período de1988/1989. Membro da área internacional do Lloyds Bank (Rio de Janeiro e Citibank (Nova York e Rio de Janeiro). Exerceu diversos cargos executivos, na área financeira em empresas como Cosigua - Nuclebrás - Multifrabril - IESA Desde de 1996 reside em Florianópolis onde atua como consultor de empresas e palestrante, assessorando empresas da região sul.

Pode ser achado em: http://migre.me/127NP


E a consideração de um professor da Unb sob a dívida interna na tutela do governo FHC, já mostrava sinais de clara desaceleração, era só ser mantidas as políticas econômicas vigentes:

Citar
6. Conclusão
O exame da evolução da dívida pública, nos últimos oito anos, mostra uma
grande expansão, o que tem às vezes dado origem a prognósticos pessimistas, e a uma
avaliação negativa da condução da política fiscal no período.
Um exame mais de perto dos fatores que estiveram por trás dessa expansão
mostra, no entanto, que grande parte dela foi devida a fatores não recorrentes
, o que
reforça a idéia de que, como sugerido por resultados recentes na literatura, seja razoável
projetar uma trajetória decrescente da relação dívida / PIB, nos próximos anos, sob
hipóteses não muito exigentes
. Deve-se observar, contudo, que se tal idéia não for
aceita pelo mercado financeiro (e persistirem as expectativas desfavoráveis observadas
em meses recentes), isso poderá influir negativamente na evolução futura da dívida.
É importante ressaltar que a manutenção de um superávit primário significativo,
da ordem de 3,5 % do PIB, é um condicionante fundamental de uma trajetória favorável
da dívida. Se essa meta tivesse sido perseguida, no período 1995-1998, da forma como
o foi, a partir de 1999, a relação dívida / PIB seria hoje próxima da metade do valor hoje
efetivamente observado. Nos próximos anos, será crucial que esse objetivo seja de fato
encampado pelo novo governo, ou de outra forma corre-se o risco de uma situação de
déficits públicos recorrentes e um endividamento fora de controle.


Fonte: http://migre.me/127PN

A mim, me parece que a coisa estava melhor sob o FHC.

IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, mais precisamente IPEADATA http://www.ipeadata.gov.br/ , qualquer índice analítico, econômico e social, assim como suas respectivas séries históricas, estão lá, basta uma procurada básica e...

Talvez o que você achou foi a dívida interna total do setor público, que além das estatais, BC e governo federal ( que foi onde eu procurei comparar) inclui a dívida dos municípios e estados da união.

Offline _Juca_

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 12.923
  • Sexo: Masculino
  • Quem vê cara, não vê coração, fígado, estômago...
Re: Lula diz que não intercederá contra apedrejamento de iraniana
« Resposta #139 Online: 08 de Agosto de 2010, 11:33:49 »
[...]a dívida interna na tutela do governo FHC, já mostrava sinais de clara desaceleração, era só ser mantidas as políticas econômicas vigentes

ER foi esse o crédito do governo Lula.

Foi por isso que o dólar explodiu na época da eleição de 2002 (medo de mudança) e voltou a patamares razoáveis em maio (a política continuou a mesma).

Esse imediatismo é um problema sério na política brasileira. Nenhum político que tomar atitudes que surtam efeito depois de 4 ou 8 anos porque o sucessor é quem vai "pegar" o crédito.

Mas os problemas são culpa do FHC. Mesmo 8 anos dpois.  :nao3:

Assim como as soluções.

Offline SnowRaptor

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 17.962
  • Sexo: Masculino
Re: Lula diz que não intercederá contra apedrejamento de iraniana
« Resposta #140 Online: 08 de Agosto de 2010, 11:36:02 »
E você ignorou a parte em que se comenta que o mérito do Lula foi manter a política econômica, né?
Elton Carvalho

Antes de me apresentar sua teoria científica revolucionária, clique AQUI

“Na fase inicial do processo [...] o cientista trabalha através da
imaginação, assim como o artista. Somente depois, quando testes
críticos e experimentação entram em jogo, é que a ciência diverge da
arte.”

-- François Jacob, 1997

Offline _Juca_

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 12.923
  • Sexo: Masculino
  • Quem vê cara, não vê coração, fígado, estômago...
Re: Lula diz que não intercederá contra apedrejamento de iraniana
« Resposta #141 Online: 08 de Agosto de 2010, 12:00:12 »
E você ignorou a parte em que se comenta que o mérito do Lula foi manter a política econômica, né?

Não, existe um certa confusão, natural,  entre política monetária e econômica. No que concerne ao combate à inflação, poupança ( superávit primário), câmbio (esse muito mais ajustado) a política foi a mesma, mesmo porque, isso é da cartilha de qualquer presidente do BC e ministro da economia minimamente sérios.

Já na outra parte, a política foi muito diferente, com uma política de aumento real do salario mínimo, transferência direta de renda, investimentos em infraestrutura, fortalecimento do setor de crédito no atacado e no varejo, principalmente via BNDES, Banco do Brasil e Caixa, essa última como importante fonte ao crédito imobiliário à classe média ( que estimularam o consumo interno), somados ao crescente saldo em transações correntes, que permitiu ao Brasil acumular reservas de mais de 200 bi e zerar o saldo da dívida externa, entre outras políticas macro e microeconomicas, tudo isso permitiu ao país dar um salto de qualidade justamente nesse governo e já no segundo ano do governo. São políticas distintas, a do atual governo claramente desenvolvimentista e somadas a conquistas sociais e econômicas das classes mais baixas muito importantes, e a do governo anterior quase que exclusivamente preocupada com o monetarismo, sem nunca conseguir se desfazer dessas amarras e do círculo vicioso dos juros altos, dívida crescente, nenhum crescimento, para com objetivo quase que único conter a inflação, com sucesso bastante relativo.


Offline SnowRaptor

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 17.962
  • Sexo: Masculino
Re: Lula diz que não intercederá contra apedrejamento de iraniana
« Resposta #142 Online: 08 de Agosto de 2010, 12:01:27 »
Obrigado, Juca, era esse tipo de informação e argumentação que eu esperava.
Elton Carvalho

Antes de me apresentar sua teoria científica revolucionária, clique AQUI

“Na fase inicial do processo [...] o cientista trabalha através da
imaginação, assim como o artista. Somente depois, quando testes
críticos e experimentação entram em jogo, é que a ciência diverge da
arte.”

-- François Jacob, 1997

Offline Fernando Silva

  • Conselheiros
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 7.503
Re: Lula diz que não intercederá contra apedrejamento de iraniana
« Resposta #143 Online: 08 de Agosto de 2010, 13:35:49 »
São políticas distintas, a do atual governo claramente desenvolvimentista e somadas a conquistas sociais e econômicas das classes mais baixas muito importantes, e a do governo anterior quase que exclusivamente preocupada com o monetarismo, sem nunca conseguir se desfazer dessas amarras e do círculo vicioso dos juros altos, dívida crescente, nenhum crescimento, para com objetivo quase que único conter a inflação, com sucesso bastante relativo.
Esse "sucesso relativo" é questionável, já que ela caiu de 84% ao mês para menos de 10% ao ano.

Outro ponto é que, na época, foi feito o que tinha que ser feito naquela época, para então, mais tarde, se poderem fazer outras coisas.

Ou será que Lula teria tido condições de fazer o que fez se o Brasil não estivesse do jeito em que ele o recebeu?

Offline _Juca_

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 12.923
  • Sexo: Masculino
  • Quem vê cara, não vê coração, fígado, estômago...
Re: Lula diz que não intercederá contra apedrejamento de iraniana
« Resposta #144 Online: 08 de Agosto de 2010, 14:52:55 »
São políticas distintas, a do atual governo claramente desenvolvimentista e somadas a conquistas sociais e econômicas das classes mais baixas muito importantes, e a do governo anterior quase que exclusivamente preocupada com o monetarismo, sem nunca conseguir se desfazer dessas amarras e do círculo vicioso dos juros altos, dívida crescente, nenhum crescimento, para com objetivo quase que único conter a inflação, com sucesso bastante relativo.
Esse "sucesso relativo" é questionável, já que ela caiu de 84% ao mês para menos de 10% ao ano.

Outro ponto é que, na época, foi feito o que tinha que ser feito naquela época, para então, mais tarde, se poderem fazer outras coisas.

Ou será que Lula teria tido condições de fazer o que fez se o Brasil não estivesse do jeito em que ele o recebeu?

Com relação à inflação, num primeiro momento os juros foram importantes para quebrar a "cultura" inflacionária dos brasileiros. O grande problema foi ficar só nisso. Sem investimentos diretos em produção, tecnologia e produtividade, não existe juros que possam rebater qualquer inflação, e para esses investimentos serem possíveis é preciso existir um ambiente favorável, como crescimento, distribuição de renda e consumo.

Quanto a sua pergunta de que Lula teria tido condições de fazer algo a esse respeito, a resposta pode ser muito subjetiva, mas pra mim, nesse governo ficou provado a capacidade administrativa e de gestão desse governo, mas tudo tem seu contexto histórico, que é muito difícil de ser medido.

De fato era preciso quebrar as pernas da mentalidade de hiperinflação que arrasou o Brasil, mas uma vez quebrada, parecia que o Brasil não conseguia engatar uma segunda, principalmente no segundo mandato de FHC.

Offline Geotecton

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 28.345
  • Sexo: Masculino
Re: Lula diz que não intercederá contra apedrejamento de iraniana
« Resposta #145 Online: 08 de Agosto de 2010, 19:57:51 »
Não, existe um certa confusão, natural,  entre política monetária e econômica. No que concerne ao combate à inflação, poupança ( superávit primário), câmbio (esse muito mais ajustado) a política foi a mesma, mesmo porque, isso é da cartilha de qualquer presidente do BC e ministro da economia minimamente sérios.

Concordo.

Mas tem que se ressaltar que o PT de 1.989, 1.994 e 1.998 era contra esta "cartilha minimamente séria".


Já na outra parte, a política foi muito diferente, com uma política de aumento real do salario mínimo, transferência direta de renda, investimentos em infraestrutura, fortalecimento do setor de crédito no atacado e no varejo, principalmente via BNDES, Banco do Brasil e Caixa, essa última como importante fonte ao crédito imobiliário à classe média ( que estimularam o consumo interno),...

Não foi diferente não, a não ser, talvez, na intensidade. Mas o contexto histórico justifica em parte esta diferença.

Salário Mínimo: Desde 1.997 (era FHC) há aumentos reais do salário mínimo, embora o período 1.997 a 2.003 apresente ganhos reais menores que 2.004 a 2.010.

Transferência de Renda: Bolsa-Escola, Vale-Gás e o Bolsa-Alimentação são da era FHC.

Infra-estrutura: Recuperação e duplicação de rodovias (BR 101 de Curitiba a Garuva, por exemplo); recuperação e melhorias em portos (Antonina, por exemplo); recuperação e melhorias em aeroportos (Afonso Pena, por exemplo); hidroelétricas (Salto Caxias, por exemplo, que é da Copel e foi financiada em parte pelo BNDES); reforma e ampliação de refinarias (Repar, por exemplo); gasoduto Brasil-Bolívia; ampliação do parque fabril automotivo; e por aí vai.

Fortalecimento de crédito no atacado e varejo: Tanto o BNDES, como o Banco do Brasil, como a CEF, na era FHC, já cumpriam a sua missão principal de financiar a infra-estrutura, a agricultura e a habitação, respectivamente. O que houve de diferencial de 2.003 até 2.010 foi a disponibilidade de crédito ao consumidor, que foi bastante ampliado e com juros menores. Resultado da boa conjuntura internacional e da administração não-ideológica destas instituições.


...somados ao crescente saldo em transações correntes, que permitiu ao Brasil acumular reservas de mais de 200 bi e zerar o saldo da dívida externa, entre outras políticas macro e microeconomicas, tudo isso permitiu ao país dar um salto de qualidade justamente nesse governo e já no segundo ano do governo.

Houve saldo positivo das transações correntes enquanto a conjuntura era favorável. Infelizmente a situação mudou:

http://oglobo.globo.com/economia/mat/2010/08/07/brasil-perde-us-27-bi-por-exportar-menos-manufaturas-917346309.asp
O valor seria suficiente para cobrir 56% do déficit em conta corrente (resultado das transações realizadas pelo país com o exterior) previsto pelo mercado para 2010, de US$ 48 bilhões. A queda do saldo comercial é um dos principais motivos para o rombo nas contas externas, deixando o país mais dependente de capitais de curto prazo.

O zeramento da dívida externa é importante mas em boa parte simbólico. Lembre-se que parte das reservas de US$ 226 bilhões não pertence ao Estado, e sim às empresas.


São políticas distintas, a do atual governo claramente desenvolvimentista e somadas a conquistas sociais e econômicas das classes mais baixas muito importantes,

O "bla-blá-blá" de ajuda aos pobres se esvai por completo quando se sabe o que a inflação "cobrava" das classes C, D e E.

E, ao contrário do que voce afirma, as classes mais pobres também foram favorecidas na era FHC.  


e a do governo anterior quase que exclusivamente preocupada com o monetarismo, sem nunca conseguir se desfazer dessas amarras e do círculo vicioso dos juros altos, dívida crescente, nenhum crescimento, para com objetivo quase que único conter a inflação, com sucesso bastante relativo.

Aqui voce se superou!

Primeiro. Houve sim preocupação com o monetarismo pois foi isto que conteve a inflação. O mesmo monetarismo que o PT foi contra em princípio e depois o manteve. É bom salientar que se o PT tivesse implantado a sua "agenda econômica-ideológica" nós estaríamos em ruínas hoje.

Segundo. Se a era FHC nunca conseguiu se desfazer das amarras do monetarismo e do círculo vicioso dos juros altos, a era Lula continuou na mesma toada. Manteve a mesma política monetária e de juros elevados, mesmo numa conjuntura internacional muitíssima mais amena que a era FHC, e que permitiu, por exemplo, aos bancos registrarem os maiores lucros na história do sistema bancário, que foi, aliás, o setor mais favorecido neste país durante a era Lula. Até mesmo bancos estatais, notórios por sua incompetência comercial, tiveram lucros recordes.

Terceiro. A dívida interna pública da era FHC saltou de US$ 59 bilhões de dólares em 1.994 para US$ 246 bilhões de dólares em 2.002 (aumento de 316%). E na era Lula? Foi de US$ 246 bilhões de dólares para 1,48 trilhões de dólares em 2.009 (aumento de 601%)!

Quarto. A taxa de crescimento da era FHC foi de 2,4% ao ano, em média. Pequena sem duvida, mas bem diferente da sua idéia de "nenhum crescimento".

Quinto. "Sucesso relativo na contenção da inflação"? Ahh... Então "tá"!

Agora quero enumerar mais três pontos que foram fundamentais para trazer o Brasil (o "B" do "BRIC", termo cunhado, aliás, durante a era FHC) para o século XXI e que foram implementadas na era FHC.

A) A Lei de Responsabilidade Fiscal. Ela conseguiu impor limites legais nas despesas contratadas pelos governos nas três esferas de poder, obrigando-os a uma maior racionalidade e parcimônia no uso do dinheiro dos impostos. O PT votou contra esta lei.

B) Agências Reguladoras. Com elas houve, pela primeira vez, uma valorização da administração por meritocracia em diversos setores da economia. Estas agências foram totalmente descaracterizadas na era Lula, que fez delas uma simples extensão política de seu partido. Com isto elas foram enfraquecidas. Eis um dos motivos do "apagão aéreo" ocorrido há menos de três anos.

C) Privatizações e Política de Concessões. Com a privatização do sistema de telefonia, o Brasil teve condições de ampliar, de forma gigantesca, o acesso aos telefones para toda a população. Basta lembrar o quanto era caro e difícil se conseguir uma linha fixa. A concessão de serviços públicos, como a tarifação de rodovias ("pedágio") permitiu a recuperação e ampliação da mlaha rodoviária sem a necessidade de usar impostos para este fim.
« Última modificação: 08 de Agosto de 2010, 20:07:49 por Geotecton »
Foto USGS

Offline _Juca_

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 12.923
  • Sexo: Masculino
  • Quem vê cara, não vê coração, fígado, estômago...
Re: Lula diz que não intercederá contra apedrejamento de iraniana
« Resposta #146 Online: 08 de Agosto de 2010, 22:11:55 »
Citar
Primeiro. Houve sim preocupação com o monetarismo pois foi isto que conteve a inflação. O mesmo monetarismo que o PT foi contra em princípio e depois o manteve. É bom salientar que se o PT tivesse implantado a sua "agenda econômica-ideológica" nós estaríamos em ruínas hoje.

Não disse que essa preocupação era ruim, disse que era quase que única e obsessiva, faltando o complemento com políticas de cunho desenvolvimentista.

Citar
Segundo. Se a era FHC nunca conseguiu se desfazer das amarras do monetarismo e do círculo vicioso dos juros altos, a era Lula continuou na mesma toada. Manteve a mesma política monetária e de juros elevados, mesmo numa conjuntura internacional muitíssima mais amena que a era FHC, e que permitiu, por exemplo, aos bancos registrarem os maiores lucros na história do sistema bancário, que foi, aliás, o setor mais favorecido neste país durante a era Lula. Até mesmo bancos estatais, notórios por sua incompetência comercial, tiveram lucros recordes.

 Veja você os juros reais ainda são os maiores do mundo em taxas reais, algo em torno 4,5% ao ano, e ai eu concordo, dava para cair mais, não fosse a política muito conservadora do BC.
Mas mesmo assim os juros são muito menores que na época FHC, justamente por termos controlado a inflação com investimentos e não somente com juros ( aí é que estranhamente o BC não enxerga)

Juros Básico                                                                           FHC   25,00%      Lula    11,75%   -   Variação -53%

Inflação – IPCA(12 meses)                                                     FHC   12,53%      Lula      5,50%   -    Variação -56%

E os Bancos estatais estão entre os mais lucrativos, por que são muito incompetentes, muito lógico.
Pra mim, hoje, não há mínima diferença nesse quesito, os bancos públicos são geridos de acordo com as regras de mercado, portanto o menor sinal de que não são saudáveis, das duas uma, ou o tesouro banca ou o banco vai a falência, o que para, por exemplo o BB, que anda comprando outros grandes bancos ultimamente, é bem o contrário.

Esse fato, da crítica dos lucros dos bancos ( típica da esquerda ), me lembra um comentário que vi um dia desses numa notícia de um jornal. O sujeito criticava o governo justamente porque os bancos tinha lucro recorde, as grandes fusões criavam megaempresas, e o povo estava de barriga cheia, e aí isso é ruim?  Que grandes conglomerados tenham grandes lucros ( e pequenas empresas também) ao mesmo tempo que o povo melhora de condições? 

Citar
Quarto. A taxa de crescimento da era FHC foi de 2,4% ao ano, em média. Pequena sem duvida, mas bem diferente da sua idéia de "nenhum crescimento".

Taxa de crescimento de 2,4% é insuficiente para criar empregos para a massa que entra todos os anos no mercado de trabalho, deveria saber disso. Portanto o Brasil seguiu estagnado durante todo o período do governo anterior, basta fazer uma comparação de empregos criados, o estoque de empregos criados durante o período anterior foi de 790.000 empregos durante oito anos, enquanto esse governo vai fechar com cerca de 15.000.000 de empregos, é muita diferença para ignorar.

Citar
Quinto. "Sucesso relativo na contenção da inflação"? Ahh... Então "tá"!

A minha tabela lá em cima revela porque o sucesso foi relativo, esse governo consegui menos inflação com menos juros, porque? Taxas de investimento direto e indireto muito maiores do que no período anterior, políticas anticíclicas, e tudo o que já cansei de falar.

Citar
Agora quero enumerar mais três pontos que foram fundamentais para trazer o Brasil (o "B" do "BRIC", termo cunhado, aliás, durante a era FHC) para o século XXI e que foram implementadas na era FHC.

A) A Lei de Responsabilidade Fiscal. Ela conseguiu impor limites legais nas despesas contratadas pelos governos nas três esferas de poder, obrigando-os a uma maior racionalidade e parcimônia no uso do dinheiro dos impostos. O PT votou contra esta lei.

B) Agências Reguladoras. Com elas houve, pela primeira vez, uma valorização da administração por meritocracia em diversos setores da economia. Estas agências foram totalmente descaracterizadas na era Lula, que fez delas uma simples extensão política de seu partido. Com isto elas foram enfraquecidas. Eis um dos motivos do "apagão aéreo" ocorrido há menos de três anos.

C) Privatizações e Política de Concessões. Com a privatização do sistema de telefonia, o Brasil teve condições de ampliar, de forma gigantesca, o acesso aos telefones para toda a população. Basta lembrar o quanto era caro e difícil se conseguir uma linha fixa. A concessão de serviços públicos, como a tarifação de rodovias ("pedágio") permitiu a recuperação e ampliação da mlaha rodoviária sem a necessidade de usar impostos para este fim
.

Quanto a lei de responsabilidade fiscal, o PT errou, mas para um partido em que na maioria e nas maiores gestões foram marcadas pelo equilíbrio fiscal, a caracteristica é de que a gastança não era um objetivo do partido.

Das agências reguladoras confesso que não sei muito, por isso prefiro não emitir opinião.

Das privatizações, só posso dizer uma coisa, o que de fato o governo FHC fez de bom foi a abertura de mercado ( ainda que parcial e restrita até hoje ), o que fez com que essas empresas passassem a concorrer e competir com outras pelo mercado,  e se regulassem através das regras de mercado. E pra mim sendo estatais ou privadas, o que faz com que sejam lucrativas e produtivas é a concorrência. Os exemplos estão todos ai, Petrobrás e BB são megaempresas, que geram lucros tão grandes a seus acionistas quanto empresas totalmente privadas.


Offline calvino

  • Nível 37
  • *
  • Mensagens: 3.387
  • Sexo: Masculino
Re: Lula diz que não intercederá contra apedrejamento de iraniana
« Resposta #147 Online: 09 de Agosto de 2010, 01:38:49 »
IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, mais precisamente IPEADATA http://www.ipeadata.gov.br/ , qualquer índice analítico, econômico e social, assim como suas respectivas séries históricas, estão lá, basta uma procurada básica e...

Talvez o que você achou foi a dívida interna total do setor público, que além das estatais, BC e governo federal ( que foi onde eu procurei comparar) inclui a dívida dos municípios e estados da união.

Desde quando você postou estou tentando acessar.
Parece que o site está fora do ar.
"Se a moralidade representa o modo como gostaríamos que o mundo funcionasse, a economia representa o modo como ele realmente funciona" Freakonomics.

Offline calvino

  • Nível 37
  • *
  • Mensagens: 3.387
  • Sexo: Masculino
Re: Lula diz que não intercederá contra apedrejamento de iraniana
« Resposta #148 Online: 09 de Agosto de 2010, 01:51:12 »
Talvez o que você achou foi a dívida interna total do setor público, que além das estatais, BC e governo federal ( que foi onde eu procurei comparar) inclui a dívida dos municípios e estados da união.

Conforme o artigo que citei:

Citar
Aumento nominal da dívida interna total (em poder do mercado e do Banco Central) de R$ 65,6 bilhões (18.78% do PIB) em 1994 para R$ 841,0 bilhões (56,91% do PIB) em 2002. Aumento real em relação ao PIB de 203,03%. Cabe lembrar que nesse período o governo federal assumiu todas as dívidas do estados e municípios, cujo valor atualizado com base em abril de 2010 era de R$ 445,3 bilhões (13,73% do PIB).
"Se a moralidade representa o modo como gostaríamos que o mundo funcionasse, a economia representa o modo como ele realmente funciona" Freakonomics.

Offline calvino

  • Nível 37
  • *
  • Mensagens: 3.387
  • Sexo: Masculino
Re: Lula diz que não intercederá contra apedrejamento de iraniana
« Resposta #149 Online: 09 de Agosto de 2010, 01:52:29 »
Ops, quer dizer que na era FHC o governo assumiu todas as dívidas dos estados e municípios?

Interessante.
"Se a moralidade representa o modo como gostaríamos que o mundo funcionasse, a economia representa o modo como ele realmente funciona" Freakonomics.

 

Do NOT follow this link or you will be banned from the site!