Autor Tópico: Projeto de lei contra homofobia  (Lida 20782 vezes)

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Offline Donatello

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Re: Projeto de lei contra homofobia
« Resposta #125 Online: 07 de Fevereiro de 2011, 10:12:23 »
Só para aumentar a discussão, os religiosos já tem uma lei contra a discriminação religiosa:
(Código Penal Decreto-Lei 2.848/40)
que penaliza quem “escarnecer de outra publicamente por motivo de religião, impedir ou perturbar culto religioso e desprezar publicamente ato ou objeto religioso”.

Ou seja, os religiosos que reclamam da lei de proteção aos homossexuais, mas que não reclamam da lei de proteção aos religosos, são o que? Incoerentes (desonestos?)

 :chorao: :chorao: Porquê eu não tenho uma lei que me proteja como ateu?? :chorao: :chorao:

De repente me senti tão discriminado :'(
Na verdade o projeto de lei apresentado no tópico inicial é um anexo do Projeto de Lei Complementar 126/06 (que é aquele que os religiosos chamam de lei da mordaça gay) que trata de tão somente incluir o preconceito em função de gênero ou opção sexual em uma série de leis que já proibem o preconceito étnico, por nacionalidade ou religioso.

Quem quiser a íntegra da proposta, está aqui http://www.senado.gov.br/atividade/materia/getTexto.asp?t=45607&c=PDF&tp=1 

Um das leis cujo PLC pretende alterar ( a principal delas) é a LEI Nº 7.716, DE 5 DE JANEIRO DE 1989. que já diz que são criminosas e estabelece penas variadas ações como atrapalhar ou impedir a posse de funcionários públicos, negar o acesso em estabelecimentos comerciais, rejeitar matrícula em estabelecimentos de ensino, tratar diferentemente funcionários quanto ao oferecimento de promoções ou meios de segurança em função de religiosidade, padrão étnico ou nacionalidade.

O que o projeto de lei em questão faz é incluir também a proibição de exercer os mesmos atos em função de gênero ou opção sexual. (Ou seja: acredito que aquelas academias exclusivamente femininas que tem se espalhado pelos bairros chiques, a proibição de meninas no Colégio São Bento do Rio ou as regras quanto a gays nas forças armadas iam babar).

Eu também não sabia do teor do projeto, só fui saber esta semana depois de me inscrever em um fórum gospel onde o Famadão está escrevendo um tratado de ateologia (em cuja defesa ele apresentou, por exemplo,  a fala do papa associando o nazismo ao ateísmo como prova da existência de uma espécie de Jihad atéia) e de entrar num debate sobre o tal PLC num tópico aberto por uma adventista que até agora já linkou para textos de Julio Severo, Reinaldo Azevedo e Adauto Lourenço... tá osso :enjoo:.

A prova de que não existe nenhuma proposta de lei da mordaça gay é que todas as leis cuja modificação é proposta pela PLC já privilegiam os religiosos e ninguém é proibido por conta delas de criticar ou se opor de nenhuma crendice religiosa em função delas.

Eu até admito que haja críticas às leis em debate: uma das normas alteradas no projeto é o artigo 140 do DL2848 que, em bom português, proibe  xingar qualquer pessoa. Entretanto um dos seus incisos transforma em agravante o xingamento por razões religiosas ou étnicas ou de nacionalidade. Se você manda fulano tomar no piiii seu filho da piiii você pega até 6 meses de cana que podem ser convertidos em pena alternativa, mas se você manda tomar no piiii seu judeu crioulo, rabino preto, filho uma égua barranqueira você pega até 3 anos e sem previsão de conversão.

Eu até compreendo que alguém seja contra uma lei que pune com cadeia o simples xingamento em uma discussão: mas o problema é que os imbecís seguidores de Silas Malafaia, Julio Severo e Reinaldo Azevedo não são contra a essência da lei. Eles acham correto que alguém que os xingue de crentes comedores de dízimo filhos de uma piiiii pegue 3 anos de cana: eles só são contra uma lei que os proiba de xingar uma lésbica dizendo sua sapatona vagabunda cheia de aids, vai sentar numa piiiiiii pra vê se gosta e deixa de ser piiiii"

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Ah, o artigo 208 do DEL2848, que o Gilberto citou, não seria alterado, apenas o artigo 140, então escarnecer de alguém publicamente, por motivo de gênero ou sexualidade ou atrapalhar o andamento de uma parada gay ou vilipendiar a bandeira do arco-íris não seria um crime especial. Esta continuaria sendo uma lei que proteje apenas os religiosos.
« Última modificação: 07 de Fevereiro de 2011, 10:43:37 por Donatello van Dijck »

Offline Luiz F.

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Re: Projeto de lei contra homofobia
« Resposta #126 Online: 07 de Fevereiro de 2011, 10:43:27 »
Por essas e por outras o debate aqui teve um certo consenso quanto a se criar leis e dispositivos demasiadamente específicos.

Acho que o correto seria criar leis mais genéricas que abranjam a todos de forma igualitária, sem "preferidos". Sejam religiosos, homossexuais, ateus, negros, estrangeiros...

Ficaria mais de acordo com "todos são iguais perante a lei".
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Offline Donatello

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Re: Projeto de lei contra homofobia
« Resposta #127 Online: 07 de Fevereiro de 2011, 11:07:13 »
Concordo, mas será que os mesmos religiosos não iam mover uma montanha muito maior do que a já estão movendo se a lei em vez de incluir a outros grupos. Não estou conseguindo organizar em palavras o que estou pensando, mas, hmmmm, se o PLC em vez de incluir homens e mulheres e gays e lésbicas no rol de protegidos apenas retirasse as nomeações aos protegidos não daria ao religiosos um sentimento maior de que eles não são o grupo especial que pretendem ser e por conseguinte não criaria uma mobilição de bloqueio à alteração ainda maior do que o que já existe?

De qualquer forma, acredito mesmo que algumas destas regras sejam complicadas; a proibição de xingar (ou a aplicação de penas maiores para quem xingar em função de raça, sexo, sexualidade ou religião), por exemplo, caceta, xingar é tão humano e natural como beber água. Se eu fosse ser preso cada vez que eu mandei alguém a merda eu só saia da cadeia quando Jesus voltasse em brancas nuvens para buscar seus santos.

E se por outro lado, se a lei (por ser absurda e por ninguém levar a sério e porque ninguém normal vai até uma delegacia para dar queixa de que o vizinho "me mandou tomar no cú e me chamou de crente da bunda quente, seu delegado" e porque se for o delegado vai mandar a vítima "pra casa do caralho") não é aplicada em 999.999.999.999 de cada 1.000.000.000.000 e em apenas um caso, aquele em que o pobre coitado fudido do manobrista mandou a madame velha chata e milionária pra puta que pariu e perguntou porque ela não tinha passado a noite rezando seu próprio réquiem porque a cara dela era de quem já morreu ele vai preso e fica 2 anos e meio em cana esta é uma puta de uma injustiça. Também acho complicado (sobretudo, mas não apenas, pela sua impossibilidade de ser fiscalizada na prática) o trecho sobre motivações para aceitar ou não um candidato a emprego.

Mas a mim o ponto mais importante é a hipocrisia da massa religiosa de ser contra uma lei que os proteje protejer também a outros grupos. De defenderem que um projeto de lei que supostamente propõe restrição à liberdade de criticar o homossexualismo é totalitário e que uma lei que restringe a liberdade de criticar a religiosidade não é totalitária.
« Última modificação: 07 de Fevereiro de 2011, 11:20:45 por Donatello van Dijck »

Offline Luiz F.

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Re: Projeto de lei contra homofobia
« Resposta #128 Online: 07 de Fevereiro de 2011, 11:21:32 »
Bom, a hipocrisia religiosa é de amplo conhecimento. E infelizmente eles tem força política para criar leis que os protejam e brecar leis que eles considerem "erradas". Mas por via de regra constitucional xingar um religioso não deveria trazer problemas legais maiores do que xingar um negro ou um homossexual.

Fazer o que? No Brasil nem a constituição é respeitada e muda conforme as forças políticas em voga. Que dirá de leis ordinárias.
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Offline gilberto

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Re: Projeto de lei contra homofobia
« Resposta #129 Online: 07 de Fevereiro de 2011, 15:51:52 »
Acho que o correto seria criar leis mais genéricas que abranjam a todos de forma igualitária, sem "preferidos". Sejam religiosos, homossexuais, ateus, negros, estrangeiros...
Ficaria mais de acordo com "todos são iguais perante a lei".
Isso realmente seria o ideal. Mas acho que em geral as normas genéricas podem ser de interpretação ambígua quando grupos sociais entram em conflitos. E aí sem normatizar os casos particulares que a sociedade demanda, o estado não estaria cumprindo com uma de suas funções, que é mediar os conflitos.
Eu acho que sempre haverá particularidades que terão que ser normatizadas por questão de praticidade, efetividade, justiça, etc. Não vejo como escapar disso, a não ser em uma utopia.

Offline Liddell Heart

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Re: Projeto de lei contra homofobia
« Resposta #130 Online: 08 de Fevereiro de 2011, 15:11:11 »
Colocando de fora minhas opiniões sócio-econômicas, creio que deve ser estado é laico e indiferente.  Sou radicalmente contra a homofobia, mas não acho que seja o dever do estado combater isso, mas sim de uma sociedade civil.

Acho que a homofobia não deve ser crime, pois não acho que isso tenha algum resultado positivo. Moro e SP e me lembro daquele espancamento contra homossexuais na paulista, e penso que seria diferente se fosse proibido a homofobia, tipo, se o estado não consegue punir uma agressão/assassinato, imagina o que fará com a difamação?  :(
"Onde mora a liberdade, ali está a minha pátria."
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Offline _tiago

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Re: Projeto de lei contra homofobia
« Resposta #131 Online: 20 de Fevereiro de 2011, 11:52:28 »

Offline Donatello

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Re: Projeto de lei contra homofobia
« Resposta #132 Online: 20 de Fevereiro de 2011, 15:53:08 »
Citar
Bolsonaro é a caricatura de um deputado nostálgico de tempos sombrios de ditadura e repressão às liberdades. Às vezes penso que nem ele acredita no que diz. É mais para produzir um efeito midiático e despertar o que há de pior nas pessoas para ter ganho eleitoral.

Ninguém poderia ter definido este verme melhor: elegi o Willis por acidente (ele se elegeu através do quociente eleitoral contando com os votos excedentes do Chico Alencar, em quem votei) e pelo que li da entrevista (minha lente está lavando, não deu pra ler toda, daqui a pouco eu leio o texto inteiro) não vou me arrepender.

Offline DDV

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Re: Projeto de lei contra homofobia
« Resposta #133 Online: 20 de Fevereiro de 2011, 17:36:28 »
Jean Wyllys é um caso raríssimo: um ex-BBB inteligente.  :biglol:

Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline _tiago

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Re: Projeto de lei contra homofobia
« Resposta #134 Online: 28 de Fevereiro de 2011, 10:14:42 »
Jean Wyllys reage à ofensiva evangélica contra gay

Um político evangélico quer aproveitar-se do artigo 226 da CF pra invalidar a dedução de dependente homossexual da DIRPF,

Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 1º - O casamento é civil e gratuita a celebração.
§ 2º - O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.
§ 3º -  Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável
entre o homem e a mulher  como entidade familiar, devendo a lei facilitar
sua conversão em casamento.

Mas não sei se isso é suficiente nem sei se é esse o art. que prevê a dedução de dependente.

Rhyan

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Re: Projeto de lei contra homofobia
« Resposta #135 Online: 09 de Abril de 2011, 01:20:40 »
A Liberdade de Expressão deve ser absoluta. Liberdade de expressão é permitir discursos que você odeia.

Offline SnowRaptor

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Re: Projeto de lei contra homofobia
« Resposta #136 Online: 09 de Abril de 2011, 01:26:17 »
Mesmo os que incentivem violência e apologizem (?) crimes contra a pessoa?
Elton Carvalho

Antes de me apresentar sua teoria científica revolucionária, clique AQUI

“Na fase inicial do processo [...] o cientista trabalha através da
imaginação, assim como o artista. Somente depois, quando testes
críticos e experimentação entram em jogo, é que a ciência diverge da
arte.”

-- François Jacob, 1997

Offline Geotecton

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Re: Projeto de lei contra homofobia
« Resposta #137 Online: 09 de Abril de 2011, 16:06:10 »
Mesmo os que incentivem violência e apologizem (?) crimes contra a pessoa?

Em países socialmente mais avançados, a resposta seria "sim".

No nosso eu tenho dúvidas! Sérias dúvidas!
Foto USGS

Offline _tiago

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Re: Projeto de lei contra homofobia
« Resposta #138 Online: 09 de Abril de 2011, 16:34:28 »
Dizer que odeia "x" é diferente de dizer, vamos socar "x"... O que ele também pode dizer. Entretanto, se ele se juntar com outros pra agredir "x", cadeia neles.
Mas se eles disserem que "x" não presta, "x"processa ele e ganha uma grana! :P

Offline Liddell Heart

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Re: Projeto de lei contra homofobia
« Resposta #139 Online: 09 de Abril de 2011, 17:49:08 »
Colocando de fora minhas opiniões sócio-econômicas, creio que o Estado é laico e indiferente.  Sou radicalmente contra a homofobia, mas não acho que seja o dever do estado combater isso, mas sim de uma sociedade civil.

Acho que a homofobia não deve ser crime, pois não acho que isso tenha algum resultado positivo. Moro em SP e me lembro daquele espancamento contra homossexuais na paulista, e penso se seria diferente se fosse proibido a homofobia, tipo, se o estado não consegue punir uma agressão/assassinato, imagina o que fará com a difamação?  :(
« Última modificação: 09 de Abril de 2011, 17:51:51 por Liddell Heart »
"Onde mora a liberdade, ali está a minha pátria."
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Offline Pandora

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Re: Projeto de lei contra homofobia
« Resposta #140 Online: 09 de Abril de 2011, 19:19:49 »
Acho que criar uma lei especificamente tipificando a homofobia, racismo e etc não é o melhor caminho, porque tendo uma lei específica para cada caso gera possibilidades de defesas como a do Bolsonaro: "eu quis dizer todo gay é promíscuo e não os negros". Assim, sempre se excluirá determinado grupo que não está protegido na lei.

Rhyan

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Re: Projeto de lei contra homofobia
« Resposta #141 Online: 10 de Abril de 2011, 07:16:35 »
Mesmo os que incentivem violência e apologizem (?) crimes contra a pessoa?

Mas então não seria uma opinião e sim uma ameaça.

Poderia dizer "O mundo seria melhor se não existissem judeus." Mas não "vamos matar todos os judeus." ou "matem todos os judeus".

Rhyan

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Re: Projeto de lei contra homofobia
« Resposta #142 Online: 10 de Abril de 2011, 07:19:07 »
Um bom site sobre "gayzismo":
http://www.qlibertarios.blogspot.com/

Offline Gabarito

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Re:Projeto de lei contra homofobia
« Resposta #143 Online: 21 de Janeiro de 2014, 20:02:38 »
De novo!
Aconteceu de novo!
Tem uma ministra que não consegue ficar de boca fechada, fazendo acusações inconsequentes sempre que dá na telha.
Antecipou-se a toda uma investigação policial em curso e saiu com o veredito de que o jovem que foi encontrado caído de um viaduto tinha sido vítima de um crime de ódio e intolerância motivado por homofobia.
E mais: emitiu uma nota da própria secretaria (Direitos Humanos) que conduz, fazendo conclusões e proselitismo fora de época.

Eis o que ela disparou, uns dias atrás:

Citar
Secretaria da Presidência diz que Kaique foi vítima de homofobia
17/01/2014 21h21 - Atualizado em 17/01/2014 21h51
Polícia registrou suicídio como causa da morte; família contesta hipótese.
Ministra designou servidor para acompanhar investigação em São Paulo.

Do G1, em Brasília

A Secretaria de Direitos Humanos, pasta ligada à Presidência da República, emitiu nota nesta sexta-feira (17) em que sustenta que o jovem Kaique Augusto dos Santos, encontrado morto no último sábado (11) no Centro de São Paulo, foi vítima de homofobia. Inicialmente, a polícia registrou que a causa da morte foi suicídio, hipótese contestada pela família.

"As circunstâncias do episódio e as condições do corpo da vítima, segundo relatos dos familiares, indicam que se trata de mais um crime de ódio e intolerância motivado por homofobia", diz a nota da SDH.

No texto, a Secretaria também defende a criminalização da homofobia. Segundo a pasta, assassinatos por homofobia cresceram 11% de 2011 para 2012.

"Diante desse quadro, reiteramos a necessidade de que o Congresso Nacional aprove legislação que explicitamente puna os crimes de ódio e intolerância motivados por homofobia no Brasil, para um efetivo enfrentamento dessas violações de Direitos Humanos", diz a nota.

Após manifestar solidariedade à família, a Secretaria informou que a ministra Maria do Rosário designou o coordenador-geral de Promoção dos Direitos de LGBT, Gustavo Bernardes, para acompanhar o caso pessoalmente. Segundo a pasta, o servidor chegou nesta sexta-feira (17) em São Paulo para conversar com a família e acompanhar a investigação.

O corpo de Kaique, de 17 anos, foi encontrado sob o Viaduto Nove de Julho. Ele havia saído de uma festa gay em uma boate na região central de São Paulo. Os amigos contam que ele saiu da boate para procurar os documentos que estariam perdidos e sumiu.

O boletim de ocorrência foi feito com base no relato do policial militar que encontrou o corpo do adolescente. O delegado que assinou o boletim de ocorrência o registrou como suicídio.

A Polícia Civil afirma que sinais aparentes de tortura podem ser resultado da queda do viaduto. A perfuração na perna teria sido causada por uma fratura exposta. Os dentes e os dedos quebrados, além do traumatismo craniano, podem ter ocorrido na queda. A análise preliminar aponta que ele caiu em pé e bateu no meio-fio. O laudo definitivo do Instituto Médico-Legal (IML) deve ficar pronto em até 20 dias.


Mas não era nada daquilo que ela pensou e concluiu. A própria família admite suicídio do jovem. O diário dele já continha indícios do que ele planejava fazer.

Citar
Família de jovem gay diz que está convencida sobre suicídio
21/01/2014 14h51 - Atualizado em 21/01/2014 18h10
Mãe do adolescente falou sobre morte do filho nesta terça-feira (21).
Kaique Augusto dos Santos foi achado morto sob viaduto no Centro de SP.

Lais Cattassini Do G1 São Paulo


Isabel Batista, mãe de Kaique, se emociona ao falar do suicídio do filho
(Foto: Lais Cattassini/G1 São Paulo)

A família do adolescente gay Kaique Augusto dos Santos, de 17 anos, encontrado morto em 11 de janeiro sob o Viaduto Nove de Julho, no Centro de São Paulo, disse nesta terça-feira (21) estar convencida de que ele se matou. Os parentes contestavam a versão da polícia, que registrou o caso como suicídio, e cobravam a investigação da morte.

O advogado Ademar Gomes, que representa a mãe do jovem, disse que a família não irá mais contestar a versão oficial. Inicialmente, os parentes suspeitavam de um crime de homofobia porque o corpo estava sem os dentes e tinha marcas que pareciam de espancamento. "A polícia agiu corretamente por registrar o caso como suicídio, pois não tinha indícios de que era um homicídio. Registrou como suicídio e continuou investigando", afirmou Gomes em entrevista nesta terça-feira.

A cabeleireira Isabel Cristina Batista, mãe de Kaique, afirmou que não suspeitava da depressão do filho, mas chegou à conclusão de que o adolescente se suicidou. "Nunca rejeitei meu filho", disse. "Se tivesse conhecimento, tentaria solucionar."

O diário de Kaique é o principal indício de que a causa da morte foi um suicídio, mas, segundo o advogado Ademar Gomes, conversas com testemunhas e a investigação policial também indicam que Kaique não foi assassinado. "Ele demonstra [em seu diário] uma tendência ao suicídio", afirmou.
saiba mais

Queda de viaduto
A Polícia Civil afirmou, na semana passada, que sinais aparentes de tortura podem ser resultado da queda do viaduto. A perfuração na perna teria sido causada por uma fratura exposta. Os dentes e os dedos quebrados, além do traumatismo craniano, podem ter ocorrido na queda. A análise preliminar aponta que ele caiu em pé e bateu no meio-fio.

O diário do adolescente, que estava na casa da família com quem ele estava morando na região do Carandiru, na Zona Norte de São Paulo, tinha textos de despedida, segundo a polícia. Em alguns, Kaique demonstra animação; em outros, mostra-se decepcionado com algumas pessoas. Em muitos trechos, a letra de Kaique é ilegível.

Em um texto recente, Kaique escreve que tomaria "uma atitude, uma decisão" até segunda-feira (13). A seguir, é possível ler a frase: "Adeus às pessoas que amo." Depois deste texto, ele escreveu pelo menos outros três no diário, sem fazer referência a uma despedida, segundo a polícia.

Kaique foi a uma festa gay em uma boate na região central de São Paulo há 10 dias. Os amigos contam que ele saiu da boate para procurar os documentos que estariam perdidos e sumiu. Na madrugada de 11 de janeiro, a polícia recolheu o corpo embaixo do viaduto, perto da boate. O boletim de ocorrência foi feito com base no relato do policial que encontrou o corpo. O delegado que assinou o boletim de ocorrência o registrou como suicídio.

O estado do corpo do jovem, porém, levou sua família a acreditar que ele havia sido assassinado. "Arrancaram todos os dentes e espancaram muito a cabeça dele. Ele foi vítima de homofobia. Nós acreditamos nisso. Não tem prova, mas a gente acredita que foi isso", disse Tainá Uzor, irmã do jovem. Hoje, a família acredita que as lesões que o corpo apresentava foram causadas pela queda.

Os parentes da vítima ficaram dois dias procurando o rapaz em hospitais e no Instituto Médico-Legal (IML). Por estar sem documentos, o corpo ficou até terça-feira (14) no IML como indigente.


Autoridades precisam passar respeito.
Autoridades não podem atropelar investigações e tirar conclusões pessoais precipitadas, baseadas em "achismos".
Autoridades não deviam surfar na onda de popularidade auferidas por audiência de casos graves.
Muitos negros e gays anônimos morrem todos os dias, vítimas de violência, mas não têm merecido notas à imprensa da Secretaria de Direitos Humanos. Para eles, resta somente o silêncio dessas autoridades.

Com o caso do Bolsa Família, acusando tudo que se opusesse ao atual governo, ela não deixou barato. Desceu o sarrafo nos "inimigos" e na oposição.
Os fatos mostraram a lambança da própria Caixa Econômica.
O gatuno estava dentro de casa.

Aconteceu de novo: ligou o alto-falante e botou a boca no trombone antes de qualquer apuração técnica.
Aconteceu de novo: estava redondamente enganada e, assim, vai perdendo credibilidade.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Projeto de lei contra homofobia
« Resposta #144 Online: 21 de Janeiro de 2014, 20:35:56 »
Achava que já existisse "lei contra a homofobia", ou no mínimo que fosse enquadrável dentro de algo mais geral.... :hein:

Mas claro que o discurso não deixaria de agradar a uma clientela eleitoral mesmo assim...


Mesmo os que incentivem violência e apologizem (?) crimes contra a pessoa?

Mas então não seria uma opinião e sim uma ameaça.

Poderia dizer "O mundo seria melhor se não existissem judeus." Mas não "vamos matar todos os judeus." ou "matem todos os judeus".

Esforço de ingenuidade voluntária fantástico.

Também pode, "os judeus são parasitas. E todos sabem o que deve ser feito com parasitas, a fim de preservar a própria vida".

Note que não está dizendo que deve ser feito com judeus em si, apenas com parasitas; judeus calham de ser parasitas, mas ainda não é dito que deve-se adotar o mesmo procedimento nesse caso.

Poderia ainda talvez se colocar que, "num mundo ideal eles seriam extirpados da face da Terra". Uma vez que é só uma idealização, não "façamos isso." E claro que também dizer coisas nas linhas de que podemos "dar passos na direção de um mundo ideal", afinal, também não se está dizendo letra por letra.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Projeto de lei contra homofobia
« Resposta #145 Online: 21 de Janeiro de 2014, 20:52:52 »
Acho que nem mesmo crioulo se compara à força que nigger tem nos EUA. Lá eles até se referem a ela como the N-word, aqui acho que pode acontecer até de um branco chamar um negro de crioulo e não dar nada.

De lá para cá houve um caso de um mulato ser processado ou preso por se referir a uma mulher como "neguinha".



Citação de: [url=http://][/url]
termo Nigger inglês) que na verdade em português deveria ser traduzido por crioulo (que é o termo semanticamente mais proximo

Uma vez me disseram que a origem do termo vem de uma patria ancestral dos africanos, Nigéria, Niger ou algo assim

E que era assim como os escravos se referiam a eles mesmos

Isso é verdeade?
Sim, deve ter sido: negro, nigger e Nigéria devem ter a mesma origem etimológica.


Acho que é mais o contrário, Nigéria que deve vir de "nigger", que na verdade não é nada mais do que um sinônimo ou derivado de "negro" mesmo. Na verdade o sentido de "nigger" lá nos EUA é um pouco mais como se "preto" fosse tão usado pejorativamente que acabasse tendo uma carga como a de "macaco". Palavras como "corja" ou "bando" passaram por isso, originalmente seria algo só como "grupo", mas na prática acabaram ficando associados apenas a grupos especificamente indesejáveis.

Lá nos EUA também não gostam muito de "negro", algumas vezes usado "cientificamente", esse por sua vez talvez seja análogo ao "preto" do IBGE, que provavelmente prefeririam substituir por "negro" (aqui) ou afro-americano (tanto aqui quanto nos EUA).

Offline JJ

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Re:Projeto de lei contra homofobia
« Resposta #146 Online: 22 de Janeiro de 2014, 09:26:31 »
A Liberdade de Expressão deve ser absoluta. Liberdade de expressão é permitir discursos que você odeia.


Libertários ou melhor ANARQUISTAS capitalistas   (em bom português e sem disfarces)   realmente tem ideias e valores absurdos,  é realmente o cúmulo alguém defender o direto de agredir moralmente e fazer ataques pessoais a outras pessoas.  É realmente estapafúrdio alguém defender o direito de injuriar, difamar,  e caluniar pessoas e também emitir opiniões e mensagens racistas,  homofóbicas e transfóbicas.


Felizmente as pessoas que estão no poder tem o bom senso de não serem favoráveis a liberdade de injuriar, caluniar, e difamar pessoas e também emitir opiniões e mensagens racistas,  e estão caminhando também para coibir as mensagens e opiniões homofóbicas e transfóbicas.




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« Última modificação: 22 de Janeiro de 2014, 10:26:15 por JJ »

Offline Donatello

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Re:Projeto de lei contra homofobia
« Resposta #147 Online: 22 de Janeiro de 2014, 23:19:38 »
Sakamoto e Jean Uíles, dois jornalistas com diversas póses-graduaçõeses em jornalismo forense e investigação sensacionalista também já tinham dado o laudo e o veredito definitivo muitoa antes dos términos das lentas e ineficientes perícia e investigação: pela ausência robusta de evidências que ambos haviam coletado não havia a menor dúvida de que tinha sido assassinato com motivação homofóbica.

Agora esperemos sentados os artigos que eles já estão escrevendo se retratando e dizendo que o equívoco se deveu a uma doença cognitiva que faz com que todos os males da humanidade pareçam satisfatoriamente explicados se usadas as frases "a culpa é do machismo", "a culpa é da homofobia" ou " a culpa é do racismo".


Offline JJ

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Re:Projeto de lei contra homofobia
« Resposta #149 Online: 23 de Janeiro de 2014, 11:37:07 »
Só para aumentar a discussão, os religiosos já tem uma lei contra a discriminação religiosa:
(Código Penal Decreto-Lei 2.848/40)
que penaliza quem “escarnecer de outra publicamente por motivo de religião, impedir ou perturbar culto religioso e desprezar publicamente ato ou objeto religioso”.

Ou seja, os religiosos que reclamam da lei de proteção aos homossexuais, mas que não reclamam da lei de proteção aos religosos, são o que? Incoerentes (desonestos?)

 :chorao: :chorao: Porquê eu não tenho uma lei que me proteja como ateu?? :chorao: :chorao:

De repente me senti tão discriminado :'(


Você nâo tem por um motivo óbvio, os ateus são uma minoria politicamente insignificante e desorganizados. 


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