Alunos marcam protesto contra texto de reverendo sobre homofobiaAulas no Colégio Mackenzie, em SP, são suspensas à tarde. Chanceler da universidade se manifestou contra lei da homofobiaUm grupo de estudantes da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, marcou um protesto para hoje, às 17h30, contra o posicionamento do reverendo Augustus Nicodemus Gomes Lopes, chanceler da instituição, relativo à lei que pretende criminalizar a homofobia. Em nome da universidade, o líder religioso que representa o Instituto Presbiteriano Mackenzie (entidade mantenedora) publicou carta em que cita passagens bíblicas e se opõe à aprovação da legislação, por entender que ensinar e pregar contra a prática do homossexualismo não é homofobia.
Organizado pela internet, até as 14h30, a passeata a ser realizada na Rua Itambé, 45, no bairro Consolação, teve a confirmação da presença de 3680 pessoas pela rede social Facebook. Em função da mobilização, as aulas do Colégio Mackenzie, localizado na mesma rua, foram suspensas nesta tarde. Segundo a instituição, o cancelamento se deu porque possíveis transtornos de trânsito dificultariam aos pais a busca dos filhos no colégio. As atividades da universidade ocorrem normalmente.
Segundo os organizadores do protesto, a intenção não é realizar um ato contra a instituição de ensino, nem seus professores, mas ao fato de o reverendo apoiar suas justificativas em passagens bíblicas e falar em nome do Mackenzie. “Também não tem conotação homossexual, heterossexual ou nenhuma orientação sexual direta. É um movimento em prol da liberdade de escolha, da liberdade de expressão, onde todos estão convidados a demonstrar a sua liberdade como bem entender”, acrescenta em texto publicado no blog
http://atoantihomofobia.wordpress.com. Ao iG, universidade informou que só vai se manifestar sobre o ato após a realização, se ele realmente ocorrer.
Em carta que foi publicada no site da Universidade Mackenzie, o reverendo diz que a “cultura está mais e mais permeada pelo relativismo moral e cada vez mais distante de referenciais que mostram o certo e o errado”. Se por um lado defende o respeito a todas as pessoas, independente de escolhas sexuais, por outro reivindica o direito a livre expressão, que seria tolhido se a lei da homofobia for aprovada. A manifestação foi retirada do site, depois que uma agressão a jovens na Avenida Paulista, supostamente motivada por motivos homofóbicos, ganhou repercussão na semana passada. Em carta posterior, a universidade informou que o pronunciamento era de autoria da Igreja Presbiteriana do Brasil, realizado em 2007.
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