Autor Tópico: A propósito de Voltaire e suas objeções a Deus.  (Lida 13695 vezes)

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Offline lusitano

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Re: A propósito de Voltaire e suas objeções a Deus.
« Resposta #75 Online: 02 de Fevereiro de 2011, 10:41:49 »
Caro -  Mr. Mustard

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Se lessem um pouco mais das sagradas escrituras greco-romanas, talvez adquirissem uma concepção mais romântica da natureza, ou seja, de "deus".

.................................................

Lusa,

Debatemos alhos com bugalhos só porque você acha que não lemos literatura greco-romana?

Não é só por essa razão, não... Mas principalmente, porque se me afigura, que usam a palavra "deus", num contexto trilógico de origem semita, quando eu estou a utilizá-la num contexto absolutamente naturalista, ou hilozoísta.

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E pior, o que lhe faz pensar que gostaríamos de ter uma visão mais romantica da vida que nos remetesse a um deus?

Não penso nada disso, do que você está para aí a dizer... Eu afirmo, é que você e outros como você, deveriam ter uma atitude mais romântica, perante a natureza. :) :arrow: Segundo eu, seria muito melhor, serem mais poéticos. :arrow: :ideia:
Vamos a ver se é desta vez que eu acerto, na compreensão do sistema.

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Offline Mr. Mustard

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Re: A propósito de Voltaire e suas objeções a Deus.
« Resposta #76 Online: 02 de Fevereiro de 2011, 11:03:42 »
Não penso nada disso, do que você está para aí a dizer... Eu afirmo, é que você e outros como você, deveriam ter uma atitude mais romântica, perante a natureza. :) :arrow: Segundo eu, seria muito melhor, serem mais poéticos. :arrow: :ideia:

Beleza Lusa,

Faz assim: Fico no aguardo de um poema parnasiano, romântico e/ou barroco cujo tema é: Um tornado levou minha família, ou, Devaneios de uma irmandade de meteoros riscou o céu límpido lascerando o belo rosto angelical de minha amada esposa....

Tente ser romantico, ok?

Offline lusitano

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Re: A propósito de Voltaire e suas objeções a Deus.
« Resposta #77 Online: 02 de Fevereiro de 2011, 11:34:17 »
Caro - Enjolras

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Ok, vou falar apenas por mim. A questão não é eu recusar a idéia de deus por simples birra, ela simplismente não faz sentido pra mim, não se sustenta, nunca vi qualquer evidência de que algo semelhante exista. Tudo que sei sobre deuses veio de histórias contadas por outras pessoas. Se deus foi criado pela humanidade, ele surgiu de uma falácia.

Esse tópico pode lhe ser interessante > ../forum/topic=24100.0.html#msg571411

Sem dúvida que o conceito de "deus", foi criado pelo Humanidade :!: :arrow: :ok: Mas não é por essa razão, que é uma falácia... :arrow: :idea:

Pelas minhas investigações semânticas e hermenêuticas, a respeito da palavra "deus", originalmente, essa palavra começou com um sentido poético, perante o sentimento despertado pelos "maravilhosos" fenómenos naturais... Só muito depois, é que foi açambarcada pelos sacerdotes das mais variadas teologias, com finalidades opressivas e sinistras: desvirtuando completamente o significado inicial.

Portanto primitivamente, o "mito", embora não fosse fruto de uma elaboração científica, era uma legítima atitude poética, para justificar o uso da palavra "deus", sem qualquer intuito sobrenatural.

Digamos, que começou - por ser o nome - que se deu ao extraordinário e excepcional: quiçá o genial... :)

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Se vc chega pra mim e diz que tem um dragão no lado escuro da Lua, eu simplismente vou pedir a vc que me prove, que me mostre evidências disso, o mesmo se aplica a qualquer deus.

Não posso concordar consigo nesta sua comparação. A Lua está lá e você não a nega porquê? Ora eu digo: você e eu, somos divindades como todos os corpos celestes e o restante universo vivo, inteligente e consciente.

Logo, a minha concepção de "deus", não pode ser convenientemente refutada por si, no contexto argumentativo que você utiliza.
Vamos a ver se é desta vez que eu acerto, na compreensão do sistema.

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Offline lusitano

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Re: A propósito de Voltaire e suas objeções a Deus.
« Resposta #78 Online: 02 de Fevereiro de 2011, 11:44:52 »
Caro - Mr. Mustard

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Não penso nada disso, do que você está para aí a dizer... Eu afirmo, é que você e outros como você, deveriam ter uma atitude mais romântica, perante a natureza. Segundo eu, seria muito melhor, serem mais poéticos.   

...

Beleza Lusa,

Faz assim: Fico no aguardo de um poema parnasiano, romântico e/ou barroco cujo tema é: Um tornado levou minha família, ou, Devaneios de uma irmandade de meteoros riscou o céu límpido lascerando o belo rosto angelical de minha amada esposa....

Tente ser romantico, ok?

:ok: :arrow: Tão cedo, talvez não possa apresentar-lhe um poema do estilo, que você me propõe... :| :arrow: Mas sugiro-lhe que veja o filme, "E tudo o vento levou" :!:

Entretanto, sou de opinião, que o seu conceito de "deus", é demasiado indigesto para o meu gosto. 8-)
Vamos a ver se é desta vez que eu acerto, na compreensão do sistema.

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Offline Pagão

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Re: A propósito de Voltaire e suas objeções a Deus.
« Resposta #79 Online: 02 de Fevereiro de 2011, 12:14:08 »
A isso, eu chamo de inconsequência: Apesar da concepção naturalista de "deus" ser "irrefutável", todavia, ainda se permite o uso da palavra deus... Embora essa palavra seja multisignificativa, é aberrante para determinado tipo de "cépticos & ateus". Por isso em minha opinião, fazem "vista grossa" à argumentação de pessoas como Espinoza. :arrow: :ideia:
Caro Lusitano:

As palavras têm força em si mesmas... em algumas pessoas há uma preocupação em destruir a própria palavra DEUS, enquanto outras a querem manter... No meio disto discutem-se definições, mas pergunto-me se lá no fundo, muito para além das definições, não é a palavra que se quer defender ou destruir? :idea:
 
É que mesmo se dissermos que Deus é apenas uma qualidade da Natureza (por exemplo: Inteligência+beleza+grandiosidade) ou uma criação da inteligência humana, ou uma metáfora das forças/leis da Natureza, mesmo assim os ateus partidários de um ateísmo forte têm dificuldade em nos compreender.... quando afinal estaríamos muito perto de uma espécie de ateísmo fraco, conforme os teístas religiosos não hesitariam em nos acusar.
Estamos entalados entre dois extremos inconciliáveis como uma sanduiche! :susto:
Nenhuma argumentação racional exerce efeitos racionais sobre um indivíduo que não deseje adotar uma atitude racional. - K.Popper

Offline Mr. Mustard

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Re: A propósito de Voltaire e suas objeções a Deus.
« Resposta #80 Online: 02 de Fevereiro de 2011, 12:32:11 »
Entretanto, sou de opinião, que o seu conceito de "deus", é demasiado indigesto para o meu gosto. 8-)

Entretanto, sou de opinião, que eu não tenho um conceito sobre deus. Isto é irrelevante segundo a falta de evidências.

Aí está a diferença.

Offline lusitano

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Re: A propósito de Voltaire e suas objeções a Deus.
« Resposta #81 Online: 02 de Fevereiro de 2011, 14:11:52 »
Caro - Mr. Mustard

Aqui tem um primeiro poema "parnasiano", dos que vou começar a enviar-lhe.

Fanatismo

Florbela Espanca,
é uma poetisa portuguesa,
de uma profundeza extraordinária.

E a sua poesia sempre nos remete
a extremos de tristeza ou alegrias.
A morte, a solidão, a melancolia,
são suas fontes inspiradoras. 

Ela tem seus momentos felizes, claro...
Mas é, acima de tudo, uma poeta da dor.
Ler sua obra é importante,
para conhecermos melhor a alma humana.

Fanatismo foi transformada em música,
com enorme sucesso, por Fagner.

Fanatismo:

Florbela Espanca

Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver !
Não és sequer a razão do meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida !

Não vejo nada assim enlouquecida …
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida !

“Tudo no mundo é frágil, tudo passa …”
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim !

E, olhos postos em ti, digo de rastros :
“Ah ! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus : Princípio e Fim ! …”
« Última modificação: 03 de Fevereiro de 2011, 11:24:27 por lusitano »
Vamos a ver se é desta vez que eu acerto, na compreensão do sistema.

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Offline EuSouOqueSou

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Re: A propósito de Voltaire e suas objeções a Deus.
« Resposta #82 Online: 02 de Fevereiro de 2011, 14:29:29 »
Entretanto, sou de opinião, que o seu conceito de "deus", é demasiado indigesto para o meu gosto. 8-)

Entretanto, sou de opinião, que eu não tenho um conceito sobre deus. Isto é irrelevante segundo a falta de evidências.

Aí está a diferença.

Bingo, o mesmo que falei antes
Citar
Ateus nao tem qualquer definição de deus, ateus questionam as definições dadas pelos teístas. Vc está fazendo uma confusão de conceitos.

Agora vcs dois (tenho a impressao que todo tuga tem as idéias meio frouxas :D) vem aqui e dizem:
(Deus)... não faz sentido pra mim, não se sustenta, nunca vi qualquer evidência de que algo semelhante exista.
O que é Deus? É Tudo. (Píndaro). Este é um dos exemplos em que a evidência é "evidente". Por que motivo contestar este Deus? Você pode replicar dizendo, talvez, que esse "Tudo" é o Universo. Só que, para mim, isso não é assim. O Universo teve um começo no Big Bang e é matéria-energia e espaço-tempo, sob acção de 4 forças (electromagnética, gravidade, nuclear forte e nuclear fraca).
Assim, este conceito de Deus aplica-se à possibilidade de haver algo que, embora incluindo o Universo físico, transcenda esse  mesmo Universo... Quem pode garantir que essa possibilidade é falaciosa? Se ninguém garante, então este Deus não morreu.

Este é UM exemplo de um Deus que pode existir... muitos mais há... E se chamarmos Deus à parte inteligente do Universo? Por que razão isso não se aceita? etc..etc...   

Bom meu amigo, se nem vc sabe definir o que é deus, entao nao há como discutir.
Qualquer sistema de pensamento pode ser racional, pois basta que as suas conclusões não contrariem as suas premissas.

Mas isto não significa que este sistema de pensamento tenha correspondência com a realidade objetiva, sendo este o motivo pelo qual o conhecimento científico ser reconhecido como a única forma do homem estudar, explicar e compreender a Natureza.

Offline Mr. Mustard

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Re: A propósito de Voltaire e suas objeções a Deus.
« Resposta #83 Online: 02 de Fevereiro de 2011, 14:31:31 »
Fanatismo foi transformada em música, com enorme sucesso, por Fagner.

Não foi isto que combinamos.... Lembra?

Faz assim: Fico no aguardo de um poema parnasiano, romântico e/ou barroco cujo tema é: Um tornado levou minha família, ou, Devaneios de uma irmandade de meteoros riscou o céu límpido lascerando o belo rosto angelical de minha amada esposa....

Quero ver mesmo os fenomenos naturais catastróficos de uma forma tão romântica como voce alega quer deveríamos ser.

Offline lusitano

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Re: A propósito de Voltaire e suas objeções a Deus.
« Resposta #84 Online: 02 de Fevereiro de 2011, 14:41:57 »
Caro - Sérgio Sodré

-----------------------------------------------------------------

A quem não tem crenças, até a dúvida é impossível.

Citar
A isso, eu chamo de inconsequência: Apesar da concepção naturalista de "deus" ser "irrefutável", todavia, ainda se permite o uso da palavra deus... Embora essa palavra seja multisignificativa, é aberrante para determinado tipo de "cépticos & ateus". Por isso em minha opinião, fazem "vista grossa" à argumentação de pessoas como Espinoza. 

........................................................... ..................

Caro Lusitano:

As palavras têm força em si mesmas... em algumas pessoas há uma preocupação em destruir a própria palavra DEUS, enquanto outras a querem manter... No meio disto discutem-se definições, mas pergunto-me se lá no fundo, muito para além das definições, não é a palavra que se quer defender ou destruir?
 
É que mesmo se dissermos que Deus é apenas uma qualidade da Natureza (por exemplo: Inteligência+beleza+grandiosidade) ou uma criação da inteligência humana, ou uma metáfora das forças/leis da Natureza, mesmo assim os ateus partidários de um ateísmo forte têm dificuldade em nos compreender.... quando afinal estaríamos muito perto de uma espécie de ateísmo fraco, conforme os teístas religiosos não hesitariam em nos acusar.

Estamos entalados entre dois extremos inconciliáveis como uma sanduiche! :susto:

Não sei se posso concordar completamente, com a sua alegoria dos dois extremos inconciliáveis.

Sei de várias histórias científicas, em que parecia, não poder haver conciliação possível entre teorias e depois mais tarde, alguém as conciliou com sucesso. Exemplo: o magnetismo e a electricidade, tal como a onda e a partícula, fotogénica.

Estou mais em admitir, que há falta de vontade de conciliação, do que impossibilidade. :arrow: :idea: 
Vamos a ver se é desta vez que eu acerto, na compreensão do sistema.

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Offline lusitano

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Re: A propósito de Voltaire e suas objeções a Deus.
« Resposta #85 Online: 02 de Fevereiro de 2011, 14:52:14 »
Caro - Mr. Mustard


Citar
Fanatismo foi transformada em música, com enorme sucesso, por Fagner.

Não foi isto que combinamos.... Lembra?

........................................................... .....

Faz assim: Fico no aguardo de um poema parnasiano, romântico e/ou barroco cujo tema é: Um tornado levou minha família, ou, Devaneios de uma irmandade de meteoros riscou o céu límpido lascerando o belo rosto angelical de minha amada esposa....

Quero ver mesmo os fenomenos naturais catastróficos de uma forma tão romântica como voce alega quer deveríamos ser.

:ok: :arrow: Lembro sim :!: :arrow: Mas enquanto não as encontro, vou afinando-lhe o apetite poético, para quando ela aparecer.


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A Poesia de Álvaro de Campos


Para quem não conhece Álvaro de Campos, heterónimo de Fernando Pessoa segue abaixo a poesia Aniversário.


ANIVERSÁRIO

Álvaro de Campos


No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos
era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha,
estava certa com uma religião qualquer.

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a.olhar para a vida, perdera o sentido da vida.

Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui — ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui…
A que distância!… (Nem o acho… )
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!

O que eu sou hoje
é como a umidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes…
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram
treme através das minhas lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos, É estar eu sobrevivente
a mim-mesmo como um fósforo frio…

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos …
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,

Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim…
Comer o passado como pão de fome,
sem tempo de manteiga nos dentes!

Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega
para o que há aqui… A mesa posta com mais lugares,
com melhores desenhos na loiça, com mais copos,
O aparador com muitas coisas — doces, frutas,

o resto na sombra debaixo do alçado,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa,
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos. . .

Pára, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos. Duro.

Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for. Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira! …
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!…
« Última modificação: 03 de Fevereiro de 2011, 10:51:17 por lusitano »
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Re: A propósito de Voltaire e suas objeções a Deus.
« Resposta #86 Online: 02 de Fevereiro de 2011, 14:58:58 »
Caro - Mr. Mustard

Receba o poema Catastrófico n°4 – Morrer de Rir

enquanto os sinos do natal latejam
eu Rio dos Sinos na minha propriedade privada...

eu não passo de um peixe esgotado,
com a minha boca-aberta: me esqueça me deixe...

de tanto rir fiquei sem ar
e o sino a soar a asma do meu sarcasmo...

o mundo é mesmo um quadro de Bosche
os homens são superiores de fato...

enquanto eu só rio eles merditam
ao ondular dos sinos pra lá e pra cá...

mar de mer da mar de
mer da mar de mer da...

* Poema ao novo desastre no Rio dos Sinos, no RS, onde uma quantidade absurda de esgoto jogado em suas águas causou a morte de várias toneladas de peixes, durante a piracema. O volume de esgoto despejado no Rio dos Sinos foi tão imenso que atingiu outros rios, como o Guaíba, em Porto Alegre.
« Última modificação: 03 de Fevereiro de 2011, 11:27:23 por lusitano »
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Offline Mr. Mustard

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Re: A propósito de Voltaire e suas objeções a Deus.
« Resposta #87 Online: 02 de Fevereiro de 2011, 15:03:57 »
Chega Lusa!

Você está entupindo sim, é o fórum.

Não adianta Lusa. Catastrofes são melhores expressas em filmes de hollywood, com muita gente morrendo, choros, gritos...

Offline lusitano

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Re: A propósito de Voltaire e suas objeções a Deus.
« Resposta #88 Online: 02 de Fevereiro de 2011, 15:09:09 »
Caro Mr. Mustard

Calma, caríssimo - ainda estou pesquisando para lhe agradar.

ARMAGEDOM - é um poema que relata um fim catastrófico?

ARMAGEDOM!

O que essa palavra lhe traz à mente?
Destruição em massa ou guerra cósmica?
Poucas expressões se tornaram tão comuns
na linguagem cotidiana como a palavra “Armagedom”.
O termo vem sendo empregado amplamente
para descrever a perspectiva sombria da humanidade.

A indústria do entretenimento alimenta a imaginação
das pessoas com cenas horríveis de um futuro “Armagedom”.
Essa palavra está envolta em mistério e conceitos errados.
Embora haja muitas idéias sobre seu significado,
a maioria delas não se harmoniza com o que
a fonte dessa expressão, ensina sobre o Armagedom.

Visto que se associa o Armagedom ao “fim do mundo”,
você não concorda que é vital obter um entendimento
claro do que essa palavra realmente significa?
E não seria razoável procurar a suprema fonte da verdade,
para obter as respostas sobre o que é o Armagedom
e o que ele significará para você e sua família?

Essa análise mostrará que, em vez de trazer um fim catastrófico,
o Armagedom proporcionará um começo feliz para as pessoas
que desejam viver e prosperar num novo mundo justo.
Você ficará mais satisfeito com o entendimento exato
dessa verdade vital ao passo que considerar
no próximo artigo o verdadeiro significado do Armagedom.

PARA VOCÊ, O ARMAGEDOM É . . .

um holocausto nuclear?
um desastre ambiental?
uma colisão de um corpo celeste com a Terra?
a destruição divina das pessoas más?

Postado por Anna Karenina em 31 janeiro 2011 às 22:00

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« Última modificação: 02 de Fevereiro de 2011, 15:12:31 por lusitano »
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Re: A propósito de Voltaire e suas objeções a Deus.
« Resposta #89 Online: 02 de Fevereiro de 2011, 15:15:14 »
Bom meu amigo, se nem vc sabe definir o que é deus, entao nao há como discutir.

Qualquer definição de Deus me deixa... cético :umm:
Nenhuma argumentação racional exerce efeitos racionais sobre um indivíduo que não deseje adotar uma atitude racional. - K.Popper

Offline Mr. Mustard

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Re: A propósito de Voltaire e suas objeções a Deus.
« Resposta #90 Online: 02 de Fevereiro de 2011, 15:24:39 »
Por que que eu fui dar corda para o Lusa ?...

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Re: A propósito de Voltaire e suas objeções a Deus.
« Resposta #91 Online: 02 de Fevereiro de 2011, 15:27:58 »
Caro - Mr. Mustard

Poemas Catastróficos 

«« A partir de hoje, criarei poemas
para as catástrofes ambientais
e sociais que assolam nosso planeta.

Não que tais acontecimentos já não fossem temas de minhas obras,
sempre foram, obviamente, porém agora alguns poemas
farão referência direta a fatos catastróficos específicos.

Começo com um poema para o vazamento tóxico
de “lama vermelha” de uma fábrica de alumínio na Hungria,
considerado o pior desastre químico da história do país.

O desastre causou a morte de várias pessoas,
feriu e contaminou muitas outras,
contaminou o solo e pequenos rios,
e há o temor que o vazamento

atinja o famoso rio Danúbio,
que corta inúmeros países europeus
e  se consagrou na famosíssima valsa
de Johann Strauss "Danúbio Azul". »»

........................................................... ..............


Poema Catastrófico nº 1 – Uma Valsa

eu dormia e sonhava com as valsas de Liszt e de Strauss
e bailavam na minha esperança os cânticos das ninfas azuis...
mas acordei-me com um berro e as pernas afogadas no rubro do ferro
quedou na leveza do meu sono o pesar do chumbo...

e o ritmo frenético de um bumbo
que fez valsar as minhas pernas
em lavas na febre ardente do mercúrio
as arrancou como se fossem asas...

serpenteavam sarcásticas pelos meus costados
nas hemácias ácidas de um sangue artificial
as correntes dos metais pesados
sonhava com valsas e acordei com metal...

voei de um leito para um leito de hospital
valsando às chibatadas de um líquido relho...
saio do céu do Danúbio Azul
para o inferno de um Danúbio Vermelho...

...

Poema Catastrófico nº5 – Sem Saída


não tenho culpa se sou um morro e minha água lava
e leva e mata a leva dos que levaram a minha mata

um dia fui só mata-atlântica e alegria de araras
hoje sou só chuva-cáustica e maresias amaras

há muito tempo aqui estou sem saída
e para lado algum eu corro...

os humanos sem saída correm e morrem
vindo até mim e eu deslizando ao fim morro...


*Poema para a maior catástrofe climática da história brasileira, que deixou mais de 500 mortos, vítimas dos deslizamentos de terra provocados pelas enchentes na região serrana do Rio de Janeiro.
« Última modificação: 03 de Fevereiro de 2011, 10:36:05 por lusitano »
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Re: A propósito de Voltaire e suas objeções a Deus.
« Resposta #92 Online: 02 de Fevereiro de 2011, 15:36:55 »
Caro - Mr. Mustard

Citar
Por que que eu fui dar corda para o Lusa?...

Se calhar, não lia poesia à um certo tempo... Estava com saudades, não é :?: :arrow: :)

Fique descansado, que só voltarei a enviar-lhe poemas "parnasianos", quando eles estiverem no ponto certo... :ok: 
« Última modificação: 02 de Fevereiro de 2011, 15:51:51 por lusitano »
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« Resposta #93 Online: 02 de Fevereiro de 2011, 17:08:17 »
Caro - Enjolras

Citar
Bom meu amigo, se nem vc sabe definir o que é deus, entao nao há como discutir.

Calma aí meu caro :!: :arrow: :)

A palavra "deus" - tem muitos significados - porque existem muitas teologias e religiões diferentes. Para mim, até o "atéismo" é uma mística muitíssimo especial.

No entanto - de acordo com a religião que mais me agrada - o paralogismo comparado, em termos de realismo fantástico...

Deus - é um ser natural - é tudo e é nada. É o planeta vivo, em que vivemos. É a cadeia alimentar e a Humanidade...

Sou eu, é você, é ele, somos todos nós, a divindade :!:

Que tal, é uma definição aceitável para si :?:  :arrow: :) 
« Última modificação: 02 de Fevereiro de 2011, 17:25:11 por lusitano »
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« Resposta #94 Online: 02 de Fevereiro de 2011, 17:23:25 »
Caro - Mr. Mustard

Citar
Entretanto, sou de opinião, que eu não tenho um conceito sobre deus. Isto é irrelevante segundo a falta de evidências.

Aí está a diferença.

Então, eu sou de opinião - que você deveria aceitar como evidente - o "(t)deísmo" hilozoísta e naturalista. :arrow: :ideia:
« Última modificação: 02 de Fevereiro de 2011, 17:43:34 por lusitano »
Vamos a ver se é desta vez que eu acerto, na compreensão do sistema.

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Especulando realismo fantástico, em termos de
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paralogismo comparado - artur.

Offline Mr. Mustard

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Re: A propósito de Voltaire e suas objeções a Deus.
« Resposta #95 Online: 02 de Fevereiro de 2011, 17:34:18 »
Deus - é um ser natural - é tudo e é nada. É o planeta vivo, em que vivemos. É a Humanidade...

Sou eu, é você, é ele, somos todos nós, a divindade :!:


Offline Mr. Mustard

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Re: A propósito de Voltaire e suas objeções a Deus.
« Resposta #96 Online: 02 de Fevereiro de 2011, 17:36:08 »
Então, eu sou de opinião - que você deveria aceitar como evidente - o "deísmo" hilozoísta e naturalista. :arrow: :ideia:

Menos Lusa...

Offline EuSouOqueSou

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Re: A propósito de Voltaire e suas objeções a Deus.
« Resposta #97 Online: 02 de Fevereiro de 2011, 18:25:41 »
Caro - Enjolras

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Bom meu amigo, se nem vc sabe definir o que é deus, entao nao há como discutir.

Calma aí meu caro :!: :arrow: :)

A palavra "deus" - tem muitos significados - porque existem muitas teologias e religiões diferentes. Para mim, até o "atéismo" é uma mística muitíssimo especial.

No entanto - de acordo com a religião que mais me agrada - o paralogismo comparado, em termos de realismo fantástico...

Deus - é um ser natural - é tudo e é nada. É o planeta vivo, em que vivemos. É a cadeia alimentar e a Humanidade...

Sou eu, é você, é ele, somos todos nós, a divindade :!:

Que tal, é uma definição aceitável para si :?:  :arrow: :) 

" Eu sou... a luz das estrelas / eu sou... a cor do luar / eu sou... as coisas da vida "

Dorgas manolo :P
Qualquer sistema de pensamento pode ser racional, pois basta que as suas conclusões não contrariem as suas premissas.

Mas isto não significa que este sistema de pensamento tenha correspondência com a realidade objetiva, sendo este o motivo pelo qual o conhecimento científico ser reconhecido como a única forma do homem estudar, explicar e compreender a Natureza.

Offline Pagão

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Re: A propósito de Voltaire e suas objeções a Deus.
« Resposta #98 Online: 02 de Fevereiro de 2011, 18:30:39 »
De facto é um problema, quando não se aceita incondicionalmente nenhuma das definições de Deus que uma pessoa conhece.
Não declarando uma crença na correção de uma definição de Deus (não o mesmo que acreditar nesse Deus) é também impossível uma pessoa ficar na dúvida, ou declarar-se ateísta... apenas é possível declarar-se não teísta nem deísta (isso eu faço). :!:

Por mim, posso afirmar que não aceito uma definição que identifique Deus com o Universo. Nesse caso não fará sentido falar em Deus.
As definições razoáveis de Deus podem optar por uma das hipóteses seguintes:
 
1- Deus é algo de completamente diferente do Universo e do que existe nesse Universo (teísmo e deísmo). Tendo a não crer.
2 - Deus é o Universo mais algo que não está no Universo (uma forma de panteísmo). É o Deus é tudo e o tudo será mais do que o Universo. Admito esta possibilidade entre as que me dizem algo.
3 - Deus é uma parte do Universo (uma forma de panteísmo). Há diversas possibilidades para essa parte (a inteligência? as leis da natureza?... Deus foi gerado pelo mundo físico... é uma qualidade desse mundo?). Admito a possibilidade de chamar Deus a algo que esteja incluído no Universo... como disse Plotino: Se Deus estivesse ausente do mundo, também estaria ausente de nós. 
   
Nenhuma argumentação racional exerce efeitos racionais sobre um indivíduo que não deseje adotar uma atitude racional. - K.Popper

Offline Geotecton

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Re: A propósito de Voltaire e suas objeções a Deus.
« Resposta #99 Online: 02 de Fevereiro de 2011, 18:41:17 »
Calma aí meu caro :!: :arrow: :)

A palavra "deus" - tem muitos significados - porque existem muitas teologias e religiões diferentes. Para mim, até o "atéismo" é uma mística muitíssimo especial.

No entanto - de acordo com a religião que mais me agrada - o paralogismo comparado, em termos de realismo fantástico...

Deus - é um ser natural - é tudo e é nada. É o planeta vivo, em que vivemos. É a cadeia alimentar e a Humanidade...

Sou eu, é você, é ele, somos todos nós, a divindade :!:

Que tal, é uma definição aceitável para si :?:  :arrow: :) 

A sua definição da palavra "deus" tem significado semelhante ao panteísmo.

Para os cientificistas materialistas a palavra supra não tem correspondência na realidade objetiva, sendo pois parte integral de uma mitologia.

Ou de um delírio. :)
Foto USGS

 

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