Estou meio enferrujado em História, mas e aquelas revoltas que ocorreram no Brasil na época do Império, se nao me engano, Farroupilha, Confederação do Equador, etc, não foram revoltas populares?
Coisas muito antigas e muito pontuais e esporádicas. Não dá de viver de passado e se orgulhar disso, teriamos que agir agora.
Mas todas as manifestações populares (em qualquer lugar) são pontuais e esporádicas, caso contrário viveríamos em eterna anarquia. Mesmo quando ocorrem, as manifestações não envolvem TODOS os indivíduos ao mesmo tempo, mas uma parcela que acaba por direcionar o movimento. Isso é verdade mesmo em grandes revoluções como a Americana e a Francesa. No caso da Francesa, por exemplo, foi comandada por um grupo de pessoas e mais concentrada em Paris, utilizando como massa os pobres da cidade. Se olharmos também as manifestações que ocorrem hoje, vemos que além de haver uma liderança que direcione o movimento, deve também haver uma juventude inconformada e participativa. Esses elementos se reúnem apenas de tempos em tempos: aconteceu nos anos 60, aconteceu no início dos anos 80, aconteceu no período Collor. Hoje existe alguém que possa ser apontado como uma liderança para a juventude? Essa juventude encontra-se engajada politicamente? Talvez com as redes sociais possa haver uma mudanças nesses parâmetros (como aconteceu no Irã, como acontece hoje aqui em Natal), mas sem uma liderança acredito que o movimento logo se disperse por faltar quem o alimente. Respondendo então: somos tão passivos assim? A resposta é não. Existem períodos históricos de passividade apenas. Tanto aqui quanto na Suécia. 
A questão fundamental é que já estamos em um período onde se exigiria uma resposta mais agressiva da população. É ridículo morarmos num país tão rico onde falta tanta coisa básica para a maioria. Corrupção endemica, níveis alarmantes de criminalidade motivados pela gigantesca desigualdade social e por uma justiça permissiva que alimenta a sensação de impunidade nos criminosos, seja os assaltantes de bancos ou os assaltantes do erário (colarinho branco).
Você citou as revoluções Francesas. Digo que o que devemos fazer aqui deve ser algo comparável a uma revolução Iluminista ocorrida na Europa. O que ocorre atualmente no Brasil em termos de manifestações populares são coisas muito localizadas e de curta duração, envolvendo poucas pessoas. Teríamos que mobilizar todo o país.
A minha idéia não seria exatamente uma revolução, isto não seria necessário. Não haveria motivo nem para criar outra constituição, apenas melhorar a atual, inclusive mantentdo as clausulas petreas. Usando o mesmo parlamento atual, após uma enorme, aprofundada e discutida reforma política, poderíamos fazer emendas e reformas em códigos jurídicos.
Minha idéia seria manifestações gigantes em Brasília, com centenas de milhares de pessoas, ao menos duas vezes no ano, com várias manifestações menores nas capitais e nas maiores cidades brasileiras. Deveria haver um lidenrança geral do movimento, com propostas nas mãos, principalmente a reforma política e formas de inibir a corrupção. Exigindo prazos e mudanças concretas. Claro, tenho total consciencia de que atualmente isto é apenas uma UTOPIA.