Nem nascendo o ego passa a existir. O ego é uma mentira, uma herança condicionada socialmente aprendida, e é este mesmo ego que vai caracterizar suas experiências como positivas ou negativas conforme aumentam ou diminuem sua potência. Essa visão dual, fragmentada, já é em si a lente do ego. O ego se constrói ao longo da existência. Nenhuma experiência é, por si, negativa ou positiva. Só há experiência, crescimento, expansão. O problema não é trazer à existência, mas trazer à existência condicionada pelo ego.
Não, não é o ego que diz se uma experiência é negativa ou positiva, é a própria realidade, quando aparelha os indivíduos com um aparato cognitivo que tem sensores que avaliam se uma experiência da realidade é prazeirosa ou danosa, para si. Quando se fura o dedo com um espinho, são os sentidos a apontar se a experiência é negativa ou positiva, se há sofrimento ou prazer.