Tem umas coisas que são até difíceis de entender mesmo. Como uma condição em que é apresentado o desenho de um rosto a uma pessoa, um desenho simples como esse:
-- e a pessoa não consegue identificá-lo como rosto, palpitando que é uma maçã, por exemplo.
Acho que é a mesma condição a que se referia o título do livro de Oliver Sacks, "o homem que confundiu sua mulher com um chapéu".
Outra particularmente interessante é a síndrome de Anton-Babinski, onde as pessoas são cegas, mas não acreditam nisso. Inventando sempre alguma desculpa para o porque de não conseguirem fazer o que uma pessoa não-cega faria. Não sei se eles alucinam um "sonho" que, devido a cegueira objetiva, não serve realmente para a pessoa se orientar, ou se é algo mais estranho, como de alguma forma "acreditar" ver, mesmo sem alucinações propriamente ditas. Não seria uma simples negação por "vergonha", "fingirem" não ser cegos por "não conseguirem aceitar", mas um delírio "menos voluntário".
[...] There are a number of theories as to how ABS occurs as no-one knows for sure why patients deny they are blind. One school of thought is that visual cortex damage may result in an inability to communicate with the brain’s speech-language areas (i.e., visual information is received but not interpreted correctly and a verbal response is confabulated). In fact, Dr. G. Goldenberg and colleagues in a 1995 issue of the journal Neuropsychologia claim that damage to the visual association cortex is thought to be one of the main causes explaining the loss of awareness of the visual deficit. Others postulate that ABS patients are simply having hallucinatory sensations (unrelated to their actual surrounding reality). [...]
https://drmarkgriffiths.wordpress.com/2013/10/08/swearing-blind-a-brief-look-at-anton-babinski-syndrome%E2%80%AC/
Ironicamente, talvez o estado de não-afantasia seja uma versão benigna e mais limitada de síndrome de Anton-Babinki, onde as pessoas não estão conscientes de não estarem de fato vendo qualquer coisa que acreditam visualizar, mas similarmente confabulando. Possivelmente não por qualquer lesão, mas talvez menor atenção dirigida ao campo visual propriamente dito, concentração apenas em "descrições visuais", mas não-pictóricas, daquilo em que estão pensando.
Dano cerebral em áreas relacionadas ao acesso a essas descrições, ou, independentemente capacidade maior de foco no campo visual (possivelmente desenvolvida incidentalmente por treino, como por desenhar ou atividades que requeiram maior atenção visual "na realidade"), impediria as pessoas de terem a mesma impressão. As primeiras, até mesmo de "visualizar", enquanto as segundas ainda "visualizariam", porém de maneira conscientemente mais metafórica.
Alternativamente, esse mesmo tipo de "treino" de foco na "visão real" talvez objetivamente desvie o indivíduo de um treino alternativo, de, "distraído" da visão propriamente dita, perceber, se focar em "alucinações espontâneas" se formando, e até controlá-las.
Sonhos lúcidos acordado.
https://en.wikipedia.org/wiki/Hypnagogia