Cara, no caso dessa paleodieta, o "dieta" no nome se deve à prática alimentar constante, ou seja, é uma reeducação alimentar mesmo. Não como o caso de algumas soluções em que se decide cortar algum determinado tipo de nutriente só para "emagrecer magicamente" e depois poder voltar à rotina normal. Enfim, não queria defender a prática, mas é que não dá pra colocar no mesmo pacote do que Dieta de South Beach, é bem mais sério que isso. Não é uma "dieta do verão".
Existe uma diminuição de carboidratos bem maior do que uma alimentação padrão recomendável pelos nutricionistas, mas não é nada absurdo.
Desculpe, se acabei jogando tudo no mesmo saco. Mas as outras dietas também falam em reeducação alimentar e mudança de hábitos, além do corte de determinados itens da alimentação e a introdução do suco A e da sopinha B. Atualmente acho que todas elas são assim. Concordo que a ideia que se tinha de dieta no passado era mais como você falou, como essas primas da South Beach.
Mas hoje em dia, com a importância que se dá mais a atividades físicas e mudanças alimentares, todas as dietas da moda não diferem muito da Paleo
dieta. Acho que está bem legível o nome. A junção dele com algo que lembra a ciência, paleolítico e tudo o mais, não exime esse nome de não pertencer à classe das dietas que, como todas, são no fundo uma receita de procedimentos a serem adotados, inclusive os da moda, atividade física e hábitos alimentares. O fato desses últimos serem da moda não os condena a serem maus procedimentos. Pelo contrário.
Eu não acho legal essa dica de "fechar a boca", "comer menos". Mas gastar mais calorias do que consumir. Isso porque muita gente acaba tentando emagrecer passando fome, tomando hábitos como comer poucas refeições ao dia. Um cara me perguntou uma vez: "Cara, tu era mais cheinho, como tu fez para emagrecer, fechou a boca?". Eu respondi que não, muito pelo contrário. Quando eu sinto fome, eu simplesmente como. A questão é que eu adotei práticas esportivas diárias além de fazer uma reeducação alimentar, que me permitem ter um controle sobre o meu corpo.
Nesse ponto, tudo se assemelha a balanceamento de equações.
O governo costuma alegar muitas vezes, e nesse ponto com razão, que não se pode gastar mais do que arrecada. Não tem de onde tirar dinheiro para gastos que não constavam de previsão orçamentária.
Pessoas que gastam e consomem mais do que seus vencimentos acabam desequilibrando a equação e entram no vermelho, com dívidas, etc.
No caso do corpo humano, a energia que entrou, e que vai ser assimilada por esse organismo, precisa ser gasta, eliminada e/ou acumulada. A menos que se tenha um metabolismo acelerado, toda a energia que entrou precisa de uma destinação. Ou se gasta tudo com exercícios físicos, com a própria manutenção do corpo, com as demandas do cérebro e tudo o mais ou a energia remanescente não tem outra escolha a não ser se depositar no próprio corpo. Num organismo com metabolismo acelerado, não dá tempo para se extrair tudo do alimento e ele acaba sendo eliminado (resíduos, fezes, não eliminado em forma de energia) prematuramente.
É o caso de pessoas magras que, apesar de comerem muito, não possuem tendência a ganho de peso. Mesmo essas pessoas, precisam de hábitos saudáveis, pois podem estar deixando depositar no corpo as "más" gorduras, as saturadas, colesterol LDL e muitas outras coisas.
Num organismo que não tem o metabolismo tão acelerado, o quadro é mais desfavorável. Se aquela energia que entrou não for
toda gasta na manutenção do corpo e nos exercícios físicos, não tem mais para onde ela ir, uma vez que já passou o momento da eliminação. Ela só tem um caminho: se acumular nas laterais do quadril, na região abdominal e em várias outras partes do corpo em forma de gordura. Não tem mágica. É a equação que falei no começo, é o equilíbrio orçamentário, só que ao contrário. Se a "arrecadação" for maior que a "despesa", vai ter poupança (e aqui, literalmente).
Se comer muito e não gastar
tudo em exercícios, vai ter depósitos de gordura se acumulando em todo lugar. A energia que sobra não vai desaparecer como mágica. É matemática bem básica que os conselheiros financeiros estão dando aos pais de família e donas de casa para não se endividarem, só que ao contrário.
Por isso, acho que é aquilo que falei: "fechar a boca" e adotar hábitos e alimentação saudável. O "fechar a boca" aqui não é ao pé da letra, claro. Mas é reduzir a entrada de alimentos de forma a se obter um bom equilíbrio na equação. Se entrar muito, a matemática diz que, se não sair pela rapidez do metabolismo ou por ações que consumam aquela energia, ela vai "pipocar" em forma de pneus e excesso de peso. Não se pode gastar mais do que ganha, o governo não pode gastar mais do que arrecada.
Em empo:
Atualmente, a recomendação das dietas é se comer várias vezes ao dia e evitar passar fome.
Vale aqui uma frase já muito sovada:
"Não existe almoço grátis".
Trocadilho maroto, num assunto sobre comida...