A primeira (determinismo) não pode partir da indução para a observação, pois a observação iria ser contrária à premissa do não livre arbítrio.
O que você quer dizer com "não pode partir da indução para a observação"? Essa frase não faz sentido para mim. Por consequência não entendi nada do que você quis dizer aqui.
A lógica do determinismo é válida, temos excelentes motivos para afirmar isso e é o que foi chamado aqui de livre arbítrio metafísico. Este, não o temos.
O livre arbítrio prático não, que é baseado no quotidiano, parte de uma definição e expectativas completamente distinta do LAM.
Eu já havia entendido a distinção, embora não consiga entender o propósito disto, mas também não vem ao caso.
Pegue essa definição:
Free will is the ability of agents to make choices unconstrained by certain factors.
Agora tira das constraints possíveis as reações químicas e físicas do seu próprio cérebro. Faça isso de maneira arbitrária (pura definição) ou pelo que eu considero lógica (seu cérebro é você e portanto não pode gerar restrições a você).
Tirando essa constraint, você encontra o livre arbítrio efetivo, que diz que se você não está sob coação, impedido de fazer qualquer coisa que você queira, ou está completamente dominado, você tem livre arbítrio efetivo.
O raciocínio é indutivo? Não creio que precise, acho que passaria pelo falsificacionismo também.
Bom, eis a questão. O raciocínio indutivo extrai a conclusão dos fatos observados, que é o que me parece ocorrer aqui, dos eventos quotidianos se conclui que há livre arbítrio. Não há uma base, uma hipótese, um ponto de partida para a observação. A observação é o ponto de partida. O problema desse raciocínio é que ele está sujeito ao ponto de vista do observador.
E não vejo como uma conclusão vaga possa ser testável. A gama de eventos que pode se encaixar em "sob coação", "impedido de fazer o que queira" e "completamente dominado" é grande.
Mas enfim, não é o conceito o que estou questionando, mas o meio de formulação deste. O indutivismo é falho porque pode nos levar e constantemente nos leva exatamente onde queremos chegar. E diferente disso, partindo não da observação para a conclusão, mas de uma base para a observação não necessariamente.