Não dá para ficarmos pensando questões éticas importantes com suposições de que se parássemos de comer carne aconteceria isso ou aquilo, iria morrer mais ou menos, adiantaria ou não adiantaria para uma melhora da vida animal.
Não só dá como deve. Não há como pensar questões éticas sem pesar as possíveis consequências. Exemplos de atos impensados motivados por boas inteções que foram desastrosos não faltam. Destes, o inferno está cheio! 
E como não pensar se parar de comer carne adiantaria ou não para uma melhora na vida animal se a questão é justamente essa?
Aparentemente, é isso que os vegans fazem, porque se pensassem, voltariam a comer - tanto do ponto de vista nutricional quanto ético, pois continuariam buscando soluções em vez de fingir que a encontraram na paz de suas consciências achando-se melhores que os outros. Tudo é vaidade! 
Não, isso não importa, porque não passa de suposição. Você tem como provar? Então enquanto ficamos supondo não estamos questionando o que devemos questionar: nossa ética deve ser estendida aos animais? Animais enquanto seres sencientes como nós que também sofrem não devem ter sua vida poupada ao máximo, pelo menos até onde não escape de nosso controle? Não posso controlar as formigas que esmago, ok, mas posso controlar o bife no meu prato e se a ética da vida humana for estendida aos animais todos concordam que assassinar um ser e involuntariamente ou assinar 10 seres e ainda deliberadamente faz toda a diferença.
Então por esse ponto de vista não importa muito se alguns animais que não temos como salvar continuarão morrendo, se não temos o que fazer quanto a esses, não temos o que fazer, pronto. Agora importa saber se continuaremos ou não assassinando deliberadamente e por puro prazer muitos outros que não precisariam ter esse destino. Então insisto, o importante é determinar o valor ético da vida animal, para vermos depois até onde conseguiremos manter essas vidas. As que não conseguirmos manter, não temos culpa, logo não é nossa responsabilidade ética, as demais passam a ser.
Sequer considerei a morte acidental de seres vivos no processo, imaginei que soubesse, mas somente a intencional. Não matamos apenas os seres que comemos, suponho que saiba, mas também e deliberadamente todos aqueles ameaçam a produção de alimentos. É provável, talvez não queira saber, que matemos mais para comer mato do que para comer carne.
Então, assim, embora, a princípio, pareça uma questão ética, talez seja apenas uma questão de critérios.
Se a preocupação vai somente até onde a empatia alcansa, por exemplo, o bife no nosso prato, o objetivo é um e seu efeito tal, mas se objetivo for outro, por exemplo, dizimar a menor quantidade possível de vidas, o efeito pode ser até o oposto, mais bifes no prato.
Então fica a critério de cada um. E quem tem que provar o que diz, no caso, é quem está afirmando que o seu critério é mais ético, melhor para a vida, o planeta e tal.