Muito boa a sua argumentação, Uinilíni!
Realmente, não podemos abstrair demais, porque não sobra nada para debater, para além de inconsistências da imaginação.
Mas é sempre bom lembrar que o que existe lá fora pode ser muito além da nossa compreensão, apesar desse seu providencial chamado à
nossa razão.
Porém, ela pode muito bem ser solenemente desrespeitada pela riqueza e complexidade disso que conhecemos como universo. Valeu pelo lembrete.
Vou tentar raciocinar mais usando a
nossa razão e lógica, mesmo tendo um pé lá fora, dando um pouco de crédito a um possível
nonsense acidental.
Se a vida inteligente fosse comum no universo já teríamos obtido uma resposta pelo projeto SETI ou teríamos sido visitados ou encontraríamos alguma evidência astronômica, como esferas de Dyson ou máquinas de von Neumann. A dificuldade em encontrar essas evidências demonstra que se a vida inteligente existe no universo, ela não é comum.
E aqui, eu volto a lembrar que estamos muito sentados em cima do nosso paradigma.
Será que o SETI já teve tempo suficiente para vasculhar tanto assim? Alguns poucos anos, talvez décadas, tentando enxergar infinitos de anos-luz de distância dos quais dispõe o universo, em busca de sinais de vida, seriam suficientes para se bater o martelo e dizer que a vida não é comum?
Pelo que sabemos, esse nosso universo é bem gigantinho, hein? É bem grande, é grande demais, a imaginação não alcança seus limites e contornos. Nem ela, a imaginação não consegue alcançar. O que dizer de telescópios?
Concordo que esferas de Dyson e máquinas Von Neumann poderiam ter sinalizado já, mas mesmo assim, o tempo que temos procurado é ainda muito pouco.
Precisamos fazer um exercício de pensamento no sentido de aceitar a ideia de que somos recém-chegados. Sempre coloco nas minhas visualizações aquele gráfico que mostra e compara as proporções de tempo do começo de vida na Terra e o tempo em que o mamífero
homo-sapiens se ergueu. Se não me engano é um segundo, nas 24 horas da comparação. Escalas geológicas, escalas cosmológicas são fáceis de pronunciar e dizer, mas bem mais difíceis de serem digeridas e compreendidas totalmente.
Confesso que a minha mente e imaginação seguram uns 20 quilos no supino, umas 30 flexões de braço, uns 60 abdominais (é ginástica pra caramba) para poder começar a entender essas escalas. Sempre procuro ruminar e mastigar demoradamente quando me deparo com essas escalas, antes de voltar a pensar em qualquer outra coisa. Isso, para não perder justamente essa proporção gigantesca com a qual tratamos nas nossas ideias. Sob pena de não entender completamente a conclusão a que elas levam.
Por isso, acho prematuro pronunciar qualquer conclusão tendo por base o trabalho do SETI e todas as nossas buscas por vida no universo. Vida inteligente ainda pode ser em grande quantidade e estar longe, muito bem longe e de difícil acesso. É tudo muito vasto, vasto demais.
Não estou batendo o martelo nem numa coisa nem n'outra. Apenas estou tentando ficar bem ciente que as coisas (tempo e espaço) são grandes demais... E eu aqui, tão pequeno. Mas que isso não me iniba de tentar enquadrar tudo numa teoria e numa ideia, um dia, no futuro, com mais dados e mais informação.
De qualquer forma, concordo com quase tudo que você colocou.
Repito: excelente argumentação!