Se o principal fator para a qualidade de um serviço fosse os gastos com o mesmo, independente da gestão, os funcionários públicos ofereceriam serviços e atendimentos de muito mais qualidade do que os privados.
Precisamente.
Concordo em parte com o Juca: um dado que poucos tentam lembrar é que a qualidade do ensino público varia muito de estada para estado e também dentro de cada estado. Só conheço um pouco a realidade aqui do CE, e o fato é que atualmente o salário de um professor de nível médio aqui é muito baixo, quase um insulto para quem passou anos se preparando para o magistério. Dou aulas para futuros professores de física de colégios e vejo o grande desânimo dessas pessoas, que se esforçam bastante para conseguir sua licenciatura e que muitas vezes têm grande prazer em ensinar, ao refletir sobre seu provável futuro no ensino público. Que estímulo um professor desses tem para preparar uma boa aula, ou se esforçar para inspirar os estudantes?
Por outro lado, não é resolvendo uma distorção (baixos salários) que se vai resolver magicamente o problema da qualidade da educação. Basta ver as universidades públicas: temos professores que ganham > R$ 10000,00 por mês e não estão nem um pouco preocupados com o aprendizado dos seus alunos. É preciso haver cobrança também, avaliações de desempenho, melhora na gestão, melhorias na estrutura física das escolas, enfim, esse é um problema que não tem uma resposta simplória (mais dinheiro! mais gestão!)
No caso da gestão, como o Agnóstico destacou, o serviço público tem a peculiaridade de frequentemente utilizar gestores que não possuem formação na área de gestão. Isso também é verdade, naturalmente, nas universidades públicas. Apesar disso, o que acontece é que muitos "gestores" estáo sempre rodeados de secretários e funcionários que, eles sim, possuem conhecimentos e experiência de gestão. Isso não impede, claro, que vaidades idiotas, obsessões ideológicas e plena incompetência não consigam suplantar os conselhos dos entendidos. Mas isso nem sempre acontece.