Agnóstico: sou totalmente a favor de se buscar mais eficiência. Sou a favor de mais cobranças de desempenho e de uma melhor gestão. Só que estamos falando de um sistema que fornece um seviço essencial. Existem colégios que, se formos pensar apenas na razão resultados/investimento, deveriam ser fechados. Existem inúmeros professores que deveriam ser simplesmente demitidos. Mas, e aí? Como ficam os estudantes?
Concordo plenamente que o governo deve subsidiar iniciativas para a população em lugares onde a iniciativa privada não tem interesse e, mais ainda, mesmo em lugares onde a iniciativa privada tem interesse mas por algum motivo é necessário ao estado estar lá também.
Não é disso que estou reclamando. Meu problema é, uma escola que tem alunos com desempenho 4, gastando 2x mais do que deveria.
Essa escola teria que ir para 7, e gastar o que deveria, ainda que isso não desse lucro e o estado fosse obrigado a subsidiar a operação.
Não sou contra o estado financiar o social, sou contra o estado financiar incompetência com alto custo e corrupção.
Projetos da iniciativa pública nunca serão tão eficientes quanto os da privada, concordo[1], mas o fato é que ninguém pode garantir que a inciativa privada teria o interesse em levar adiante esses projetos. E ninguém pode culpá-la por isso.[2] Talvez, no final das contas sejamos obrigados a conviver com um certo grau de ineficiência [3] para garantir o direito a educação para todos.
Ok, respondido acima.
[1] Já li certa vez sobre um projeto público que sofreu de inchaço de verbas, superfaturamento, atrasos, e que gerou um produto obsoleto e com desempenho muito inferior ao projetado: trata-se do Ônibus Espacial americano.
Sim. Mas ele não foi feito por causa da ineficiência, mas apesar dela. Me recordo que em determinado momento, no projeto apolo (acho, ou será o onibus espacial?), o governo norte-americano contratou um gestor privado e o cara fez cortes absurdos e colocou o cronograma no ar. Isso só quer dizer que ineficiência pode ser evitado em projetos sem finalidade lucrativa.
[/quote]
[2] Quem quer investir em escolas com mensalidades baratas em bairros pobres?
[3] Mas não de corrupção!
Acho que já está respondido.
Só para reforçar. Sou absolutamente a favor do estado investir socialmente, mesmo (e até principalmente) onde o investimento não traga um break-even satisfatório. A sociedade demanda isso, nunca fui contra.
Mas para mim, sob quaisquer suspeita de corrupção ou ineficiência, o dinheiro do cidadão deve ser tratado como sagrado, e a diretoria INTEIRA dos órgãos devem ser afastadas.
No caso do Brasil, como nosso setor público é arcaico e ineficiente e ainda corrupto, devemos evitar de deixa-lo com dinheiro, apenas para questões estratégicas.
O dia em que formos gente e cidadãos, e tivermos o governo que merecemos, poderíamos analisar a possibilidade de dar ao estado mais recursos para outras atividades mais secundárias.