De fato não foi criada por banqueiros, mas esse é o público alvo da moeda (que na verdade é um token, a exemplo da ethereum). Pelo menos foi isso que li em todos artigos e notícias que saíram sobre a XRP. A função dela é agilizar e reduzir os custos de transações internacionais entre instituições financeiras e correlatos (e não servir como meio de troca ou reserva de valor). Além disso o processo é centralizado, controlado pela empresa criadora da Ripple, diferindo das demais altcoins. Outra coisa é que o seu criador possui sozinho mais de 5 bilhões de unidades da XRP.
No caso escrevo isto pelo contato que tenho da Ripple, com a qual um dos meus clientes tem contato direto, e mais para esclarecer, porque não ganho nada com isso.
A rede Ripple não é centralizada. Existem diversos validadores numa rede p2p, e o código é livre. O meu próprio cliente tem serviços de daemon (rippled) rodando em suas instalações, assim como o bitcoin e outros.
A Ripple valorizou justamente porque liberou fundos (escrows) que foram captados pelo mercado. A venda se pulverizou em milhares de contas. Claro que há grandes compradores (que chamam de baleias), como o marketcap do bitcoin se manteve estável, a grande migração deve ter sido proveniente de outras moedas, mas claro que grandes compradores devem ter adquirido montantes importantes.
A Ripple após 2013/2014 começou a focar em grandes empresas financeiras sim, entre elas bancos, para que adotem sua solução. Assim como grandes empresas de tecnologia focaram em ethereum porque seu token favorece a integração de sistemas (através de contratos inteligentes).
Quanto ao que você diz sobre a solução não estar relacionada à moeda, você está completamente certo. Temos que lembrar que este tipo de soluções (inclusive a solução inicial proposta pelo bitcoin) são soluções para realizar pagamentos de forma não centralizada. O que a Ripple fez foi evoluir esse cenário para o cenário real de empresas realizando pagamentos, e também a realização de pagamentos internacionais entre empresas ou particulares que envolvem transferências internacionais, onde há soluções pouco integradas e onde a solução mais adotada (da rede SWIFT) está obsoleta e tem problemas.
Aí vai mais de um aumento do valor resultado da confiança que a solução trouxe, mais um pouco de especulação do mercado (ou muita especulação), e dinheiro já em criptomoedas que vem migrando de mãos.
Mas é importante lembrar que a recente valorização está associada à adoção da solução por bancos japoneses e sul coreanos, que é algo mais real do que outras moedas tem apresentado até agora. Eu imagino que pode acontecer algo assim com a Ethereum se houver anúncios reais de sua adoção por empresas, e isso pode sim acontecer em breve, com a Microsoft e IBM na frente inclusive.
Claro que esses cenários mudam a cada dia e tenho certeza de que outras soluções (principalmente litecoin e ethereum) venham a nos surpreender em 2018. Mas posso te afirmar que essas afirmações de estarem 'vendidos aos bancos' é boato de investidores iniciais de criptomoedas, associados a ideologias estranhas contra governo e contra bancos, que viam esse tipo de soluções como "o fim dos bancos", uma visão no mínimo inocente do mundo financeiro.
E eu falo desde o ponto de vista de uma pessoa que teve todo esse via crucis no ano passado e que venho trabalhando na rede Ripple, na prática, desde 2017. É uma visão técnica porém bastante real.
Um último lembrete: aprendi que trader é mais fofoqueiro que cabeleireira.