Autor Tópico: Perguntas sobre política, economia e história que não merecem um tópico próprio  (Lida 26574 vezes)

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Offline Buckaroo Banzai

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Re:Perguntas sobre política, economia e história que não merecem um tópico próprio
« Resposta #475 Online: 28 de Junho de 2019, 13:56:24 »
O que parece lógico é que numa "dobra" nominal da "riqueza", mantendo a desigualdade, vá ser algo puramente "inflacionário".

Como se "por decreto" agora todo mundo tivesse "o dobro" do que tem, cada nota recebendo um carimbinho "x 2."

Se o leite custava 2,50, passa a custar 5.

Se em vez disso se dar "por decreto" de maneira escancaradamente apenas nominal, mas através de uma gradual uma ampliação proporcional na riqueza de todos, o mesmo deve ocorrer, ainda que de maneira mais limitada. Coincidentemente, ou talvez não, mais como a inflação normal, que não será uma dobra imediata dos preços, ao menso fora de hiper-inflação.

Offline -Huxley-

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Re:Perguntas sobre política, economia e história que não merecem um tópico próprio
« Resposta #476 Online: 28 de Junho de 2019, 18:48:11 »
Se a renda REAL de todos os habitantes exatamente dobrou, então o PIB real também dobrou. O cálculo do PIB real já exclui o efeito do deflator implícito do PIB.

Uma maneira de visualizar isso é imaginar uma taxa de inflação de 0% nesse exemplo hipotético. De um período para outro, a quantidade de bens que cada um é capaz de comprar aumentou drasticamente. Mas isso não quer dizer que os salários (principal fonte de renda dos pobres) ficaram estagnados. O preço da mão de obra aumentou, mas o preço de vários outros bens caíram, de modo que a taxa de variação média dos preços ficou em 0%.

Numa taxa de inflação de 0%, o aumento de dinheiro em circulação se daria porque a quantidade de bens transacionados na economia aumentou. Então, é possível aumentar a quantidade de dinheiro em circulação sem qualquer inflação. A confusão acontece porque as pessoas usualmente associam logo "aumento drástico da quantidade de dinheiro em circulação = inflação", o que não é necessariamente verdade.
« Última modificação: 28 de Junho de 2019, 19:11:27 por -Huxley- »

Offline -Huxley-

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Re:Perguntas sobre política, economia e história que não merecem um tópico próprio
« Resposta #477 Online: 28 de Junho de 2019, 19:17:10 »
Num modelo monetarista simples ensinado metaforicamente aos graduandos em economia, considera-se que quando a taxa de crescimento de oferta monetária é X%, enquanto a taxa de crescimento do PIB real potencial é de X%, então a taxa de inflação é 0%. Não importa o quão elevado é o X% da taxa de crescimento da oferta monetária.
« Última modificação: 28 de Junho de 2019, 20:41:51 por -Huxley- »

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Perguntas sobre política, economia e história que não merecem um tópico próprio
« Resposta #478 Online: 28 de Junho de 2019, 21:29:54 »
A falha fundamental do que pensei foi pensar em riqueza de maneira "estática", meio como uma "carga" absoluta e seu "potencial de troca" num dado momento. Dentro desse contexto ultra-reducionista parece praticamente necessário que redução de pobreza não se dê sem também redução de desigualdade.

Mas isso negligencia completamente o aspecto de produção. Pensar em "renda" implicitamente já traz produtividade maior (ainda que teoricamente pudesse ser também "renda mínima" baseda só em novo dinheiro impresso/carimbado, o que não deve ter quase utilidade alguma em se pensar), e nada impediria todos os níveis da sociedade aumentarem sua produtividade e riquezas proporcionalmente, mantendo a desigualdade, mas reduzindo a pobreza. Poderia até se aumentar ainda mais a desigualdade e ainda assim se reduzir a pobreza.

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Re:Perguntas sobre política, economia e história que não merecem um tópico próprio
« Resposta #479 Online: 28 de Junho de 2019, 21:45:23 »
Há alguma desigualdade ideal? Como seria o cenário de uma desigualdade utópica desejável ou mesmo de igualdade hipotética?
« Última modificação: 28 de Junho de 2019, 21:47:33 por Sergiomgbr »
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Re:Perguntas sobre política, economia e história que não merecem um tópico próprio
« Resposta #480 Online: 28 de Junho de 2019, 21:56:49 »
É uma questão moral. Para Rawls, se bem me lembro/entendi, maior desigualdade é preferível à maior igualdade na medida em que ela ainda conduza aos mais pobres serem menos pobres do que numa alternativa mais igualitária. Em outras palavras, é melhor ter os ricos ganhando 2000 e os pobres ganhando 2 do que os ricos ganhando 800 e os pobres ganhando 1. Mas ambos são melhores aos mais ricos ganharem 3000 e os pobres 0,5.

Acho que é implícito estar se falando de um sistemas que tenham esses resultados de forma "inescapável," e não algo que pudesse ser facilmente regulado para uma distribuição diferente.

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Re:Perguntas sobre política, economia e história que não merecem um tópico próprio
« Resposta #481 Online: 28 de Junho de 2019, 22:13:31 »
Parece ser mesmo então o caso de a questão ser a escassez impactar menos a todos, em sentido amplo. Só capitalismo permite isso.
Até onde eu sei eu não sei.

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Re:Perguntas sobre política, economia e história que não merecem um tópico próprio
« Resposta #482 Online: 05 de Julho de 2019, 20:00:16 »
Alguns interpretam que Moro orientou os promotores e consideram que isso é proibido por lei. Mas essa proibição da lei diz respeito apenas a atos formais dele enquanto juíz ou também de maneira informal, enquanto cidadão? Pode ser que a lei tivesse como escopo apenas delimitar o âmbito institucional da atuação do juíz tendo porém sido redigida de forma ambígua dando assim azo a interpretações espúrias.
« Última modificação: 05 de Julho de 2019, 21:16:52 por Sergiomgbr »
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Re:Perguntas sobre política, economia e história que não merecem um tópico próprio
« Resposta #483 Online: 05 de Julho de 2019, 21:02:23 »
Eu não sei o que é legalmente determinado, mas a mim só faria sentido se falar em uma proibição de orientação quando há implícita uma intenção maliciosa, "faça isso e assim você aumenta as chances de inocentar o réu mesmo que ele seja culpado/de incriminar o réu mesmo que ele seja inocente." Caso contrário, então juiz e advogados/procuradores deveriam ser absolutamente incomunicáveis, pois tudo que eles forem falar pode acabar incorrendo em algo que possa se entender como alguma espécie de "orientação."

Embora essa comunicação por vias não-oficiais e principalmente sua eventual destruição seja algo digno de muita crítica, me pergunto se os protocolos esperados de juízes, procuradores, e advogados simplesmente não são algo simplesmente inviável de se esperar serem seguidos na prática, especialmente se houver de fato interesses escusos na corrupção do processo. Vamos dizer que de fato foi tudo uma sujeira; então, se não fosse o crime de hackers/vazamentos, teria ficado por isso mesmo e não haveria nada que pudesse ser feito!

O sistema é tal que meio que exigiria que juízes ficassem incomunicáveis com o resto do mundo hospedados em algum hotel onde não tivessem acesso a celulares ou computadores. Ou que abdicassem de todo o seu sigilo de comunicação durante esse tempo, ainda vigiado dessa forma, bem como sua perambulação cotidiana, para evitar comunicações diretas indevidas.

Isso ou espera-se que todos sejam sempre honestos, mesmo havendo coisas como vendas de sentenças "punida" com aposentadoria compulsória de dezenas de milhares de reais. Ou que sempre haja alguém capaz e disposto a se arriscar cometendo crimes para expor crimes no sistema.




A solução mesmo é judiciário privado.

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Re:Perguntas sobre política, economia e história que não merecem um tópico próprio
« Resposta #484 Online: 05 de Julho de 2019, 21:49:06 »
Especialistas argumentam que a legislação que prevê a imparcialidade de um juíz diz respeito apenas às ações cíveis até pela natureza da ação do juíz nao dever favorecer uma das partes o que não cabe numa ação penal onde é o Estado quem acusa e julga. Faz todo sentido, ou seja, o xororô esquerdipata e totalmente improcedente.
« Última modificação: 05 de Julho de 2019, 21:51:50 por Sergiomgbr »
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Offline JJ

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Re:Perguntas sobre política, economia e história que não merecem um tópico próprio
« Resposta #485 Online: 10 de Julho de 2019, 17:22:45 »
Se a renda REAL de todos os habitantes exatamente dobrou, então o PIB real também dobrou. O cálculo do PIB real já exclui o efeito do deflator implícito do PIB.

Uma maneira de visualizar isso é imaginar uma taxa de inflação de 0% nesse exemplo hipotético. De um período para outro, a quantidade de bens que cada um é capaz de comprar aumentou drasticamente. Mas isso não quer dizer que os salários (principal fonte de renda dos pobres) ficaram estagnados. O preço da mão de obra aumentou, mas o preço de vários outros bens caíram, de modo que a taxa de variação média dos preços ficou em 0%.

Numa taxa de inflação de 0%, o aumento de dinheiro em circulação se daria porque a quantidade de bens transacionados na economia aumentou. Então, é possível aumentar a quantidade de dinheiro em circulação sem qualquer inflação. A confusão acontece porque as pessoas usualmente associam logo "aumento drástico da quantidade de dinheiro em circulação = inflação", o que não é necessariamente verdade.


Há  coisas  bem interessantes nisso.



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Re:Perguntas sobre política, economia e história que não merecem um tópico próprio
« Resposta #486 Online: 12 de Agosto de 2019, 18:23:28 »
Sobre a questão de ministro do STF não querer que o investiguem,  por qual razão membros do STF ou qualquer outro cidadão não poderiam ser investigados a qualquer tempo independente de haver motivos ou não? Afinal, qual é o ponto? Investigar é crime?
« Última modificação: 12 de Agosto de 2019, 18:28:31 por Sergiomgbr »
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Offline Fenrir

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Re:Perguntas sobre política, economia e história que não merecem um tópico próprio
« Resposta #487 Online: 25 de Agosto de 2019, 21:01:52 »
O que seriam os 10 "mandamentos" que todo político "honesto" deveria seguir?

1 Negue sempre. Acredite em suas mentiras.
2 A melhor defesa é o ataque. Defenda-se atacando o adversário.
3 Chame-os daquilo que você é.
4 Acuse-os daquilo que você faz.
5 Nunca titubeie, jamais demonstre insegurança ou incerteza.
6 Procure ser amigo daqueles que tem o poder de manobrar e influenciar grandes multidões.
7 Professe (ou finja professar) a religião das massas.
8 Desconfie de todos. Quem deve muito, teme muito também e o ladrão é quem mais teme ser roubado, o que trai, o que mais teme ser traído. Mas não demonstre isso. Deixe-os pensarem que é um tolo ingênuo.
9 Nunca assuma ou admita qualquer erro que tenha cometido (vide 1-5).
10 Não despreze nenhuma oportunidade de subtrair dinheiro alheio, nenhuma quantia por menor que seja. Mas quando a oportunidade vier, vá sempre com sede ao pote. Nao se sabe o dia de amanhã.
"Nobody exists on purpose. Nobody belongs anywhere. Everybody's gonna die. Come watch TV" (Morty Smith)

"The universe is basically an animal. It grazes on the ordinary. It creates infinite idiots just to eat them." (Rick Sanchez)

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Perguntas sobre política, economia e história que não merecem um tópico próprio
« Resposta #488 Online: 30 de Agosto de 2019, 11:36:46 »
Diz-se coisas como que, "o subsídio do BNDES às compras de caminhões criou um estímulo com uma base falsa à compra de caminhões, uma distorção na economia, fazendo com que mais pessoas comprassem caminhões do que comprariam sem essa distorção, aumentando a concorrência entre eles, reduzindo o que podem cobrar, e aumentando seus custos."

:?: Em que difere, nessas conseqüências, uma redução do preço de compra de caminhões e uma esperada "compra excessiva" deles, dada por subsídio estatal, versus uma redução similar dada pela entrada de caminhões importados mais baratos, ou mesmo preços reduzidos pela indústria local, por qualquer razão não-subsidiada?

Offline -Huxley-

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Re:Perguntas sobre política, economia e história que não merecem um tópico próprio
« Resposta #489 Online: 30 de Agosto de 2019, 22:11:16 »
Diz-se coisas como que, "o subsídio do BNDES às compras de caminhões criou um estímulo com uma base falsa à compra de caminhões, uma distorção na economia, fazendo com que mais pessoas comprassem caminhões do que comprariam sem essa distorção, aumentando a concorrência entre eles, reduzindo o que podem cobrar, e aumentando seus custos."

:?: Em que difere, nessas conseqüências, uma redução do preço de compra de caminhões e uma esperada "compra excessiva" deles, dada por subsídio estatal, versus uma redução similar dada pela entrada de caminhões importados mais baratos, ou mesmo preços reduzidos pela indústria local, por qualquer razão não-subsidiada?

Com ou sem indução estatal, qualquer aumento exógeno na dotação disponível de qualquer fator de produção vai levar a um aumento de demanda nesse fator. Isso pode levar a sobreinvestimento, se o mecanismo de equilíbrio no mercado de fatores por efeito substituição não funcionar. O sobreinvestimento, numa economia não dirigida, pode existir apenas por erros dos participantes do mercado, não por erros de planejamento central. O planejamento central transforma um problema em dois. Ademais, os pequenos erros localizados não se multiplicam para algo maior, como será demonstrado no exemplo descrito a seguir.

Outra vantagem de não subsidiar investimento é que ninguém veria a sua ação como a de um integrante de um programa social do qual o governo teria obrigação de agir como salva-vidas. Assim, cada um assumiria os riscos que correu; os sistemas teriam mais oportunidades de aprender por tentativa e erro. Do lado oposto, tem-se a espiral de erros centralizados grandes e intervenções ingênuas, como a que o economista Samuel Pessoa descreveu: "Como acontece com frequência no Brasil, tentou-se empurrar o prejuízo para outros. Nesse caso, aos concessionários de rodovias. O Ministério dos Transportes reduziu o pedágio —sob certas circunstâncias— pago pelos caminhoneiros. Essa redução do pedágio gerou quebra contratual nas rodovias operadas pela iniciativa privada, e o tema foi judicializado: as concessionárias entraram com um pedido de reequilíbrio econômico financeiro do contrato. Baita confusão!"

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Re:Perguntas sobre política, economia e história que não merecem um tópico próprio
« Resposta #490 Online: 30 de Agosto de 2019, 22:22:49 »
Subsídio estatal é usar dinheiro do cidadão enquanto desonerações são diminuição de carga de impostos sobre os ombros do contribuinte. Fica bem claro que o efeito de uma desoneração fiscal será duplamente virtuoso.
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Offline Buckaroo Banzai

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Re:Perguntas sobre política, economia e história que não merecem um tópico próprio
« Resposta #491 Online: 30 de Agosto de 2019, 23:44:03 »
A Somália mostra bem o efeito das desonerações máximas de impostos.



Diz-se coisas como que, "o subsídio do BNDES às compras de caminhões criou um estímulo com uma base falsa à compra de caminhões, uma distorção na economia, fazendo com que mais pessoas comprassem caminhões do que comprariam sem essa distorção, aumentando a concorrência entre eles, reduzindo o que podem cobrar, e aumentando seus custos."

:?: Em que difere, nessas conseqüências, uma redução do preço de compra de caminhões e uma esperada "compra excessiva" deles, dada por subsídio estatal, versus uma redução similar dada pela entrada de caminhões importados mais baratos, ou mesmo preços reduzidos pela indústria local, por qualquer razão não-subsidiada?

Com ou sem indução estatal, qualquer aumento exógeno na dotação disponível de qualquer fator de produção vai levar a um aumento de demanda nesse fator. Isso pode levar a sobreinvestimento, se o mecanismo de equilíbrio no mercado de fatores por efeito substituição não funcionar. O sobreinvestimento, numa economia não dirigida, pode existir apenas por erros dos participantes do mercado, não por erros de planejamento central.

Mas o efeito é o mesmo, não? Então a mesma lógica que diz que esse tipo de subsídios são indesejáveis pode ser usada para no mínimo embasar uma "cautela protecionista," como reduzindo tarifas de importação de maneira gradual de modo a evitar esse efeito análogo ao do subsídio estatal.

Se não me engano o acordo UE-MS tem alguns aspectos "graduais," não é uma abertura total súbita. Ao menos em questões como propriedade intelectual/marcas, e/ou especificamente aquelas adjetivações regionais como "Champagne," parmesão, etc.

A proposta de reforma tributária em passo mais acelerado também dispõe de uma gradualidade para não quebrar as pernas de quem investiu baseado nos custos implícitos com a estrutura tributária atual, o que também tem alguma analogia.

Anti-truste também.




Citar
O planejamento central transforma um problema em dois. Ademais, os pequenos erros localizados não se multiplicam para algo maior, como será demonstrado no exemplo descrito a seguir.

Outra vantagem de não subsidiar investimento é que ninguém veria a sua ação como a de um integrante de um programa social do qual o governo teria obrigação de agir como salva-vidas. Assim, cada um assumiria os riscos que correu; os sistemas teriam mais oportunidades de aprender por tentativa e erro. Do lado oposto, tem-se a espiral de erros centralizados grandes e intervenções ingênuas, como a que o economista Samuel Pessoa descreveu: "Como acontece com frequência no Brasil, tentou-se empurrar o prejuízo para outros. Nesse caso, aos concessionários de rodovias. O Ministério dos Transportes reduziu o pedágio —sob certas circunstâncias— pago pelos caminhoneiros. Essa redução do pedágio gerou quebra contratual nas rodovias operadas pela iniciativa privada, e o tema foi judicializado: as concessionárias entraram com um pedido de reequilíbrio econômico financeiro do contrato. Baita confusão!"

Acho que isso não se sustenta. Seria isso o "segundo" problema? Não vi nas demandas dos caminhoneiros a argumentação, "o estado subsidiou nossos caminhões; logo, é responsável pelos nossos custos de operação que cresceram ao mesmo tempo em que a competição aumentou, reduzindo nossas margens de lucro." Em vez disso era o muito menos elaborado, "o diesel está alto demais, o preço não pode variar assim, não sabemos formar preços que não nos dêem prejuízo com essa variação de custos tão volátil! Exigimos diesel mais barato e com menos variação de preço!!!!!1111 O caminhoneiro é quem move o Brasil!!!!!!1111"

Esse tipo de argumentação poderia muito bem vir se não tivesse havido subsídio estatal dos caminhões, mas uma queda nos preços deles através de políticas mais liberais (inclusive só por crédito, como o liberalismo financeiro que favoreceu a crise imobiliária americana, e agora ocorre também com financiamentos de carros via Uber, em menor grau), ou de alguma inovação tecnológica mais ruptora.



Planejamento central versus a ausência dele não tem sempre essas conseqüências catastróficas de um lado e otimização ideal do outro. Empresas, corporações, mega-corporações, são instâncias de centralização de planejamento em diversos níveis, que existem na medida que constituem como mais eficientes do que redes de autônomos/freelancers atendendo às mesmas demandas. Talvez a principal vantagem seja justamente a "economia de escala". Embora possa se considerar que tenham também efeitos indesejáveis sobre o mercado e que valha a pena limitar seu tamanho e poder, da mesma forma que o poder estatal.

Offline -Huxley-

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Re:Perguntas sobre política, economia e história que não merecem um tópico próprio
« Resposta #492 Online: 31 de Agosto de 2019, 03:09:21 »
Os caminhoneiros não se limitaram a exigir diesel mais barato. Exigiram também tabela de frete mínimo e/ou alterar impostos para mascarar a flutuação de preços sem maiores ponderações sobre seus efeitos colaterais.

Preços mais elevados de uma mercadoria sinalizam a necessidade de reduzir seu consumo em nome da eficiência econômica. Quando se impede o funcionamento desta sinalização, o consumo não cede.

E a exigência de preço mínimo no frete também não elimina o excesso de oferta e ainda piora a situação dos que estão à margem do setor (que não usufruirão dos preços mais altos, tal como o grupo mais próximo da liderança do setor). Sem falar que o custo do frete mais alto obviamente é repassado para o consumidor.
« Última modificação: 31 de Agosto de 2019, 09:39:42 por -Huxley- »

Offline -Huxley-

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Re:Perguntas sobre política, economia e história que não merecem um tópico próprio
« Resposta #493 Online: 31 de Agosto de 2019, 08:44:51 »
Sobreinvestimento setorial causando subpreço que causa prejuízo em vários ofertantes não é indicador de um problema para a população como um todo. Reestruturações produtivas acontecem o tempo todo no capitalismo para corrigir isso. Além disso, haver superprodução relativa não é indicador que está havendo superprodução absoluta. Em realidade, a superprodução em um setor pode estar relacionada a uma sobredemanda em outro ou outros setores. Quando isso acontece, os preços relativos dos bens sinalizam os investidores a mudarem a alocação de recursos investidos em bens de capital. Na verdade, os problemas começam a ter efeitos sistêmicos quando aqueles que passam por dificuldades nos negócios começam a exigir controle de preços e outras mamatas. Vide o caso dos caminhoneiros no Brasil.
« Última modificação: 31 de Agosto de 2019, 09:12:32 por -Huxley- »

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Perguntas sobre política, economia e história que não merecem um tópico próprio
« Resposta #494 Online: 31 de Agosto de 2019, 14:35:35 »
Não vem ao caso as exigências "exatas" (que, disseram, em parte incluiam até "intervenção militar constitucional"), apenas que elas não partem de qualquer coerência lógica/ideológica mais elaborada, então poderiam ocorrer se o subsídio de crédito tivesse sido originado espontaneamente do mercado, como o da bolha imobiliária americana, ou agora, a de automóveis de passeio mesmo.

Talvez até do ponto de vista ideológico ficasse "mais forte" uma demanda por canetada se for argumentado que a bolha se deu por falta de regulação, enquanto que o subsídio estatal permite dizer, "está vendo, o estado se mete e dá nisso; então agora veja se aprendem, e deixem as coisas ocorrer sem intervenção."


Sobreinvestimento setorial causando subpreço que causa prejuízo em vários ofertantes não é indicador de um problema para a população como um todo. Reestruturações produtivas acontecem o tempo todo no capitalismo para corrigir isso.

"Bolhas" de investimento não são problema, e não tem como reduzir as chances disso?

Se não me engano há até sistemas para interromper o mercado de ações dependendo do fluxo das coisas ser aparentemente "bolhístico"/desesperado.

https://en.wikipedia.org/wiki/Trading_curb





Citar
https://en.wikipedia.org/wiki/Economic_bubble#Impact


Impact

The impact of economic bubbles is debated within and between schools of economic thought; they are not generally considered beneficial, but it is debated how harmful their formation and bursting is.

Within mainstream economics, many believe that bubbles cannot be identified in advance, cannot be prevented from forming, that attempts to "prick" the bubble may cause financial crisis, and that instead authorities should wait for bubbles to burst of their own accord, dealing with the aftermath via monetary policy and fiscal policy.

Political economist Robert E. Wright argues that bubbles can be identified before the fact with high confidence.[14]

In addition, the crash which usually follows an economic bubble can destroy a large amount of wealth and cause continuing economic malaise; this view is particularly associated with the debt-deflation theory of Irving Fisher, and elaborated within Post-Keynesian economics.

A protracted period of low risk premiums can simply prolong the downturn in asset price deflation as was the case of the Great Depression in the 1930s for much of the world and the 1990s for Japan. Not only can the aftermath of a crash devastate the economy of a nation, but its effects can also reverberate beyond its borders.


Effect upon spending

Another important aspect of economic bubbles is their impact on spending habits. Market participants with overvalued assets tend to spend more because they "feel" richer (the wealth effect). Many observers quote the housing market in the United Kingdom, Australia, New Zealand, Spain and parts of the United States in recent times, as an example of this effect. When the bubble inevitably bursts, those who hold on to these overvalued assets usually experience a feeling of reduced wealth and tend to cut discretionary spending at the same time, hindering economic growth or, worse, exacerbating the economic slowdown.

In an economy with a central bank, the bank may therefore attempt to keep an eye on asset price appreciation and take measures to curb high levels of speculative activity in financial assets.[citation needed] This is usually done by increasing the interest rate (that is, the cost of borrowing money). (Historically, this is not the only approach taken by central banks. It has been argued[15] that they should stay out of it and let the bubble, if it is one, take its course.)

[...]



Citar
https://www.forbes.com/sites/jonhartley/2015/04/29/can-the-fed-prevent-financial-asset-bubbles/

[...] Ultimately, Mr. Bernanke and Mr. Gertler argue that it is difficult to not only identify bubbles, but also to predict their magnitude, and therefore the Fed should not be in the business of identifying and preventing asset bubbles.

However, new research from the fields of behavioral economics and behavioral finance demonstrates the importance of maintaining price stability for shielding investors against our very own psychological biases and heuristics. New evidence from the IMF and other sources demonstrate that other “macroprudential” policy tools in addition to monetary policy, like countercyclical capital and leverage requirements can be effective in guarding against asset bubbles. We hope that policymakers heed the ability of economic policy not only in their potential to rectify bubbles but also their ability to create them.




Citar
https://qz.com/171741/why-the-fed-will-never-be-able-to-achieve-financial-stability/

[... One important step that the Fed could take is to raise capital requirements for banks. What this means is that banks would be forced to finance more of their day-to-day operations through sales of equity, or stock, while shifting away from the current model that is based on elevated debt levels. This shift away from debt and toward equity would force banks to bear the consequences of their risk taking, thereby reducing the risk of a financial crisis when banks go belly up.

A key advantage of this approach is that it does not depend on the ability of the Fed to know when financial threats are arising. For monetary policy to pop bubbles, the Fed needs to have exceptionally good information (i.e. better than the information accessible by every other financial analyst) about what constitutes “excessive leverage.” But raising capital requirements and reducing debt makes the system as a whole more robust by reducing the incentives for excessive risk taking. The key idea here was described by Bernanke in his 2002 speech as “using the right tool for the job.” Given that monetary policy is more likely to overstep, the Federal Reserve should focus on specific financial regulations in order to stabilize the excessively aggressive, debt-laden financial system.

To ask the Fed to pop bubbles is like asking a blindfolded surgeon to remove a tumor with a chainsaw. The Fed is neither prescient nor precise enough to pop bubbles without risking even more severe damage to the broader real economy. With this in mind, the bar for intervention should be set exceptionally high. [...]


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Re:Perguntas sobre política, economia e história que não merecem um tópico próprio
« Resposta #495 Online: 31 de Agosto de 2019, 18:14:23 »
Superprodução setorial e bolha de ativos são conceitos distintos.

A superprodução setorial acontece quando o setor ofertante tem uma produção que supera grandemente a demanda.

Bolha de ativos é quando o preço de um ativo sobe, por uma ou outra razão, e isso leva as pessoas a esperar que o preço suba ainda mais no futuro. De modo que, se esperarem que o preço do ativo suba significativamente no futuro, tentarão comprar mais hoje, elevando o preço mais rapidamente. Todas as bolhas terminam estourando, mais cedo ou mais tarde.

Não necessariamente uma superprodução significa uma bolha de ativos. O primeiro efeito - preços elevados reduzindo a demanda - tende a estabilizar os preços. O segundo efeito - preços elevados conduzindo uma expectativa de preços ainda mais elevados no futuro - tende a desestabilizar os preços. É somente com a clara predominância desse segundo efeito que a bolha é criada e mantida por muito tempo antes de estourar.

Também não é demais mencionar que uma superprodução relativa não necessariamente é sintoma de superprodução absoluta. Em macroeconomia, superprodução se refere somente ao que acontece no agregado, não no setorial. Setores com superprodução (e lucro setorial baixo) e setores com sobredemanda (e o lucro setorial alto) geram efeitos que muitas vezes se cancelam.

Por fim, meu professor de Macroeconomia dizia que não existiam crises macroeconômicas causados por bolhas acionárias no Brasil, pois o mercado acionário ainda é relativamente pequeno no nosso país. As bolhas causadoras de tais crises que aconteceriam se dariam principalmente no setor imobiliário.
« Última modificação: 31 de Agosto de 2019, 18:51:23 por -Huxley- »

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Perguntas sobre política, economia e história que não merecem um tópico próprio
« Resposta #496 Online: 03 de Outubro de 2019, 12:06:48 »
:?: Em que nível governamental há proporcionalmente mais corrupção? Municipal, estadual, ou federal?




:?: Não existe nenhum impedimento legal no estado contratar serviços mágicos de magos, feiticeiros, médiuns, etc? Existem casos de prefeituras contratando trabalhos de umbanda/quimbanda/etc?

Online Sergiomgbr

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Re:Perguntas sobre política, economia e história que não merecem um tópico próprio
« Resposta #497 Online: 03 de Outubro de 2019, 13:27:34 »
A  nível  estadual  já  há uma  classe completa  de servicos públicos e  eventualmente  monopólios como à nível federal proporcionalmente, maiores para a demanda  geral que as outras esferas. E o Estado ainda conta com o esteio da Federação sempre.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Gaúcho

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Re:Perguntas sobre política, economia e história que não merecem um tópico próprio
« Resposta #498 Online: 14 de Outubro de 2019, 11:05:27 »
Citação de: Facebook
PROJETO DESEMPREGO ZERO: O PL 5491 !

O Deputado Glauber Braga, do PSOL, apresentou o projeto de lei, na minha opinião, mais ousado, importante e urgente da história recente. Trata-se da criação de um projeto que obriga o Estado a garantir desemprego involuntário ZERO, ou seja, todos que queiram e possam trabalhar terão a garantia de um emprego fornecido pelo governo. Este é o Projeto de Lei 5491, de 2019.

Tem muito trabalho a ser feito no Brasil (saneamento básico; recuperação e conservação ambiental; cuidado a idosos, apoio ao esporte, cultura e educação....). Também tem muita gente querendo um trabalho. O Estado tem o dever e a capacidade de combinar ambas as necessidades, caminhando, dessa forma, para o desemprego zero.

O projeto é um dos primeiros do mundo neste formato e pioneiro no Brasil.

Como ninguém pensou nisso antes? E para pagar os custos, é só imprimir mais dinheiro!
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Perguntas sobre política, economia e história que não merecem um tópico próprio
« Resposta #499 Online: 14 de Outubro de 2019, 11:53:51 »
Já foi pensado isso antes, são políticas de "emprego garantido" ou "emprego de último recurso." Acho que a idéia vêm ganhando alguma "força" atualmente com a Teoria Monetária Moderna, apesar disso teoricamente se aplicar mais para países como os EUA, justamente pela demanda pelo dinheiro imprimido ser sempre algo mais garantido, em vez de "apenas" gerada internamente (impostos).

Citar
https://en.wikipedia.org/wiki/Employer_of_last_resort

Employers of last resort (ELR) are employers in an economy to whom workers go for jobs when no other jobs are available; the term is by analogy with "lender of last resort". [...]

The sense of a job guarantee program is used and advocated by some schools of Post-Keynesian economists, notably by authors of Modern Monetary Theory at the University of Missouri-Kansas City, the Levy Economics Institute (both United States) and in the Centre of Full Employment and Equity (Australia), who advocate it as a solution for unemployment.

[...]


Proposals[edit]
A scheme was proposed by the Urban Coalition in the mid-1960s and received some support in the US Senate but was opposed by Lyndon Johnson.[2]

More recently L. Randall Wray suggested a proposal for the US where workers would be subject to federal work rules, jobs would be tailored to individuals' existing skills, and the US Labor Department would assess proposals for employment and keep a central register; he estimated a total cost of 1–2% of the US's GDP.[3] Marshall Auerback suggested the government hire all unemployed workers, paying close to the minimum wage.[4]

[...]





Citar
https://en.wikipedia.org/wiki/Job_guarantee

A job guarantee (JG) is an economic policy proposal aimed at providing a sustainable solution to the dual problems of inflation and unemployment. Its aim is to create full employment and price stability, by having the state promise to hire unemployed workers as an employer of last resort (ELR).[1]

The economic policy stance currently dominant around the world uses unemployment as a policy tool to control inflation; when inflation rises, the central bank pursues contractionary monetary policy, creating a buffer stock of unemployed people, reducing wage demands, and ultimately inflation. When inflationary expectations subside, these people will get their jobs back. In Marxian terms, the unemployed serve as a reserve army of labor. By contrast, in a job guarantee program, a buffer stock of employed people (employed in the job guarantee program) provides the same protection against inflation without the social costs of unemployment, hence potentially fulfilling the dual mandate of full employment and price stability.[1]

[...]

Implementation[edit]
Several countries have implemented direct job creation schemes to combat persistent unemployment. For example, the Argentine government introduced the Jefes de Hogar (Heads of Households) program in 2001 to combat the social malaise that followed the financial crisis in that year.

Similarly, the government of India in 2005 introduced a five-year plan called the National Rural Employment Guarantee Act (NREGA) to bridge the vast rural–urban income disparities that have emerged as India’s information technology sector has boomed. The program successfully empowered women and raised rural wages, but also attracted the ire of landowners who have to pay farm laborers more due to a higher prevailing wage.[citation needed] NREGA projects tend[citation needed] to be highly labor-intensive and low skill, like dam and road construction, and soil conservation, with modest but positive long-term benefits and mediocre management.

The South African government has introduced the Expanded Public Works Program (EPWP) to overcome the extremely high unemployment and accompanying poverty in that country. EPWP projects employ workers with government, contractors, or other non-governmental organisations under the Ministerial Conditions of Employment for the EPWP or learnership employment conditions.[12]

Programs enacted but not implemented[edit]
In the United States, the Humphrey-Hawkins Full Employment Act of 1978 authorizes the government to create a "reservoir of public employment" in case private enterprise does not provide sufficient jobs. These jobs are required to be in the lower ranges of skill and pay so as to not draw the workforce away from the private sector. However, the act did not establish such a reservoir (it only authorized it), and no such program has been implemented in the United States, even though the unemployment rate has generally been above the rate (3%) targeted by the act.[citation needed]




Aproximação de fato implementada nos EUA por um tempo:

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https://en.wikipedia.org/wiki/Works_Progress_Administration

The Works Progress Administration (WPA; renamed in 1939 as the Work Projects Administration) was an American New Deal agency, employing millions of job-seekers (mostly unskilled men) to carry out public works projects,[1] including the construction of public buildings and roads. It was established on May 6, 1935, by Executive Order 7034. In a much smaller project, Federal Project Number One, the WPA employed musicians, artists, writers, actors and directors in large arts, drama, media, and literacy projects. [...]

Headed by Harry Hopkins, the WPA provided jobs and income to the unemployed during the Great Depression in the United States, while developing infrastructure to support the current and future society.

Above all, the WPA hired workers and craftsmen who were mainly employed in building streets. Thus, under the leadership of the WPA, more than 1 million km of streets and over 10,000 bridges were built, in addition to many airports and much housing.

The largest single project of the WPA was the Tennessee Valley Authority, which provided the impoverished Tennessee Valley with dams and waterworks to create an infrastructure for electrical power. Many famous structures were constructed with the help of WPA labor and funds, including Camp David, the presidential estate in Maryland often used for international meetings, and the on-ramp to San Francisco's Golden Gate Bridge.

At its peak in 1938, it provided paid jobs for three million unemployed men and women, as well as youth in a separate division, the National Youth Administration. Between 1935 and 1943, when the agency was disbanded, the WPA employed 8.5 million people.[3] Most people who needed a job were eligible for employment in some capacity.[4] Hourly wages were typically set to the prevailing wages in each area.[5]:70 Full employment, which was reached in 1942 and emerged as a long-term national goal around 1944, was not the goal of the WPA; rather, it tried to provide one paid job for all families in which the breadwinner suffered long-term unemployment.[6]:64, 184 [...]

Following the passage of the Reorganization Act of 1939 in April 1939, the WPA was grouped with the Bureau of Public Roads, Public Buildings Branch of the Procurement Division, Branch of Buildings Management of the National Park Service, United States Housing Authority and the Public Works Administration under the newly created Federal Works Agency. Created at the same time, the Federal Security Agency assumed the WPA's responsibility for the National Youth Administration. [...]



 

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