Essa questão é um dilema dificílimo para o genismo.
Por um lado, a preservação da espécie humana é a preservação mais imediata dos nossos genes, e logo deveria ser a resposta preferencial.
Por outro lado, fazemos parte do pool genético do bioma terrestre, somos em última instância originários deste. Talvez a nossa extinção seja melhor vista como apenas uma das eliminações de projetos fracassados da evolução da vida terrestre. Se existimos, e apesar de nossa inteligência, chegássemos ao ponto de vivenciar esse dilema (não apenas hipoteticamente, mas realmente), sem dúvida seríamos algo aquém daquilo que poderíamos ser, em termos de propagação genética. Replicantes genéticos realmente otimizados não se colocariam na situação de ter que fazer essa escolha, e talvez estejam eventualmente fadados à extinção, mesmo que optassem pela própria preservação, e extinção do resto do bioma. Dessa forma, talvez fosse preferível optar pela extinção dessa "versão" da humaniade, e nos contentarmos com nossa existência genética dispersa nos genes em comum com os outros seres, em especial os primatas, e aguardarmos nossa eventual reencarnação genética em uma "humanidade 2.0", que fosse sábia o bastante para nunca se deixar chegar a esse extremo.
Faz a gente pensar. Talvez estarmos fazendo essa reflexão agora, antes que ela ocorra, esteja desengatando justamente a consciência necessária para não chegarmos a esse ponto no futuro. Talvez possam ser até influências diretas desse futuro, conseguidas através de tecnologia pós-singularidade.
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Poderia ainda haver a alternativa de deixar a humanidade ou o resto do bioma preservado criogenicamente, ou em um banco genético, até que a situação fosse tal que um pudesse resgatar o outro.