JJ e Jurubeba, eu sou a favor do bom senso.
Acredito no bom senso, no equilíbrio. O laissez-faire da forma como alguns aqui o advogam já foi demonstrado como sendo o caminho mais curto e rápido para crises econômicas profundas.
Quase ninguém é contra o livre mercado, o que não é incompatível com ser a favor da existência de um Código de Defesa do Consumidor, por exemplo.
A maioria das grandes crises deste século e do anterior tiveram sua origem no liberalismo excessivo. Apenas como um exemplo pode-se estudar como ocorreu a grande crise imobiliária do governo Bush.
Os Estados Unidos tiveram a sua versão do Minha Casa Minha Vida, com o governo facilitando o crédito para a aquisição de imóveis para população de baixa renda, uma política que, oficialmente, visaria diminuir o déficit habitacional.
Os bancos estavam oferecendo dinheiro a juros atraentes para quem quisesse adquirir um imóvel, porém sem nenhuma regulação por parte do governo era permitido que estas hipotecas fossem lançadas no mercado. Em outras palavras, os bancos podiam vender os títulos destas dívidas, e assim o faziam, com estas hipotecas passando a compor parte de muitas carteiras de investimentos onde americanos de classe média tinham suas poupanças.
Como acontece com qualquer fundo de investimento o cliente raramente sabe onde seu dinheiro está sendo realmente investido.
Porém, como o governo foi negligente e os bancos podiam vender estes títulos no mercado, não se preocupavam muito com quem estava pegando estes empréstimos. Se as pessoas teriam realmente condições de saudar suas hipotecas, e muitos claramente não tinham. Eram gente para quem normalmente os bancos jamais emprestariam dinheiro.
Quando o mercado, ou seja, os pequenos e médios investidores, se deram conta do tamanho da inadimplência houve a famosa "corrida aos bancos" o que gerou uma crise que se alastrou rapidamente dos EUA para o resto do mundo. Várias instituições financeiras quebraram e para evitar um desastre ainda maior o governo americano socorreu os bancos com DINHEIRO PÚBLICO, em uma versão deles do PROER do FHC, que foi tão criticado aqui.
Este é um belo exemplo de como o super-livre mercado se auto-regula perfeitamente mediado pela competição e os interesses dos consumidores.
Aparentemente você não entendeu o que vem a ser o Liberalismo ou livre mercado.
Você cita uma situação onde, em toda a periferia está o Estado e seu intervencionismo, mas coloca no centro uma característica de mercado e diz que isso é Liberalismo. Não tenho certeza, os mais entendidos em falácias podem me esclarecer, mas acho que isso que você fez chama-se
espantalho.
Em uma sociedade onde o capital e os meios de produção não estão nas mãos do Estado, como estão no
socialismo/comunismo, mas a Economia é controlada, normatizada e regulada pelo Estado, o que temos não é
Liberalismo e sim
Fascismo.
Acho que você não entendeu o núcleo do Liberalismo: o Estado é o problema! Há diferentes abordagens, como o
Minarquismo, onde se admite um Estado mínimo, ou
Anarcocapitalismo, onde não se admite Estado algum.
Todas as suas colocações possuem um agente que você não citou: o Estado. Me parece que seu conhecimento sobre o Liberalismo é muito superficial. Seria interessante aprofundar um pouco mais. É impossível que propostas liberais sejam vitoriosas tendo como fomentador ou regulador o Estado. A própria natureza do Estado impossibilita qualquer política liberal.
Eu também não sou um expert, mas quando li seus argumentos fiquei boquiaberto. São colocações que demonstram que você não capturou (ou não compreendeu) o Liberalismo. Mesmo para quem conhece pouco, como eu, chamou a atenção o erro de análise.
Quanto a isso aqui:
A maioria das grandes crises deste século e do anterior tiveram sua origem no liberalismo excessivo. Apenas como um exemplo pode-se estudar como ocorreu a grande crise imobiliária do governo Bush.
De qual fonte você tirou isso? Qual raciocínio você usou para chegar à essa conclusão? Se foi a análise que você fez da bolha imobiliária americana, mais uma vez você ignorou o Estado e sua regulação. Além do que, o Libertário já esclareceu o suficiente.
E isso aqui:
Este é um belo exemplo de como o super-livre mercado se auto-regula perfeitamente mediado pela competição e os interesses dos consumidores.
Só revela que você precisa aprender o que é livre mercado antes de fazer uma afirmação tão errada. Mais uma vez: você quer que em um ambiente intervencionista, regulado e dirigido por um governo, o livre mercado prospere. É o mesmo que desejar que em uma corrida de fórmula um o melhor piloto seja campeão correndo no pior carro, tipo o Senna na Force India. A figura de linguagem nem precisa de explicação, não é? Acho que está bastante claro.
Saudações