A questão é que, a hipnose em início foi criticada e quase que veemente rejeitada pela teoria que explicava o porque e como ela funcionava negligenciando os resultados positivos produzidos pelo método, a maioria dos pesquisadores a descartaram completamente com base apenas na teoria. Apesar da eficácia do método. E apenas graças a uma pequena parcela de cientistas e intelectuais que perceberam sua utilidade é que ela pode prosperar e ir adiante.
Não consigo evitar de pensar que você está incorrendo repetidamente num non seqtur. O desprezo contra a hipnose nos seus primórdios não significa absolutamente nada e não tem implicação nenhuma com o vínculo até o momento não comprovado entre a mecânica quântica e a consciência. Não é só porque a história da hipnose foi como foi que, talvez, por alguma razão, devemos considerar algo a respeito sobre mecânica quântica e consciência. São outros tempos, com outras práticas! Se na história de ambos ocorrer algo semelhante, foi pura coincidência sem relevância pra o que quer seja.
A A minha intenção em citar a hipnose como exemplo é a de ilustrar uma forma de conhecimento teórico e prático que fora rejeitada levando-se em conta apenas sua estranha e infundamentada teoria, ignorando no entanto a sua utilidade prática observável. Com isso quero atentar para a possibilidade de que o crescente interesse em estudar estas alegações que relacionam a física quântica ao funcionamento da mente possa estar no método e nos resultados produzidos por este método e não tanto na teoria que explica esta relação.
Evidentemente posso estar enganado, como parece ser o caso desta conferência na qual o Gleiser esta presente, me parece que a relação é mesmo teórica e não tanto sobre o método e os resultados que esta relação podem ter produzidos nas mais variáveis filosofias esotéricas que a fizeram.
E como levantado pelo Jurubeba, talvez o próprio Gleiser ao postar tal artigo tenha sido irônico sobre esta pretensa relação proposta pelos cientistas em questão, já que pode se perceber de fato alguns trechos de seu artigo com uma pitada de ironia, além da falta de material de estudo experimental ou coisas do tipo produzidos pelo físico
Roger Penrose e o anestesista
Stuart Hameroff/i].
Curioso! Mas não incomum. Nada da psicanálise foi comprovado e não passa de balela na comunidade científica. Mas funciona em muitos casos. E isso se deve ao fato de que é possível "curar" alguém pela fala, independentemente de haver alguma verdade factual no método utilizado.
Entendo a sua colocação. Agora, uma coisa ainda pode ser obtida apesar deste detalhe por você levantado.
Pode se testar vários métodos psicoterapêuticos e analisar qual deles é mais eficiente, pode se comparar até mesmo tais métodos psicoterapêuticos a tratamentos medicamentosos e/ou cirúrgicos e etc. e concluir qual deles é mais eficiente. Se tal método se mostra em casos específicos como igualmente eficiente e mesmo superiormente eficiente a outros tipos de tratamentos, estes dados já nos possibilitam uma conclusão muito importante, independente de os mecanismos responsáveis pela reação obtida pelo uso do método em questão ainda serem desconhecidos e/ou das pressuposições sobre o porque dele (o método) funcionar (ainda) não poderem serem comprovadas.
[1] Eu não disse que acredito, não estou afirmando que exista algo de útil, estou apenas e justamente indagando se conhecem algo que justifique a atenção em estudar tais alegações. O que justificaria um cientista depositar parte de seu tempo em estudar algo que para ele não haveria utilidade prática e/ou futuro algum?
[1] Fui arrogante com o "acredita no que quiser". Mil perdões. Preciso ser mais suave. [2] Mas não sendo por um breve momento: meu caro, novo non seqtur: não é porque alguém estuda algo que isso é válido.
A questão de ser válido ou não também é importante, mas ela talvez só sera respondida com mais estudos e etc. até que se acumule mais dados para serem interpretados.
No entanto a minha questão principal não foi se é válido ou não, pois esta questão ao meu ver ainda não se pode ser respondida com a pouca quantidade de informações que dispomos sobre tal tema.
O que eu indaguei de fato fora o que motivou estes cientistas a dedicarem seu tempo em estudar esta relação de física quântica e mente, se possui alguma motivação científica clara que vá além de uma simples intuição apoiada apenas pela fé de estar certo.
Depende das fontes e da confiança das mesmas. Como eu disse: a coisa não ME faz sentido pois: [1] nunca vi nada suficiente em me convencer; [2] leio muito a respeito de neurociência, principalmente na Sciam e no edge.org; nunca mencionaram nada a respeito. [3] Dos autores que acompanho (Pinker, Gazaniga, Kaneman, Harris, Shermer, Haidt, Sacks, Saxe... tem outros, mas esqueci, todos com participações interessantes no TED), também isso NUNCA foi mencionado. [4] Não existe vínculo explicativo entre uma coisa e outra: fica sempre no: "como existem certos padrões assim, pois bem, pode ser que...".
Isso mostra que talvez o interesse não seja tão grande assim como eu pensei, aguardemos por mais repercussão. No entanto, o fato de estar acontecendo conferências cientificas a respeito, como a citada pro Gleiser, ainda me surpreende e faz cogitar que tal interesse nesta relação "maluca" de física quântica e o funcionamento mente tenha de fato crescido novamente nos últimos anos.
Mas se antes esta relação entre misticismo e ciência era entendido por uma boa parte de intelectuais e mesmo estudantes e profissionais da ciência como normal, hoje me aprece de fato muito estranho o ato de relacionar física quântica a misticismo por pessoas mais esclarecidas.
No entanto o que gostaria de saber é se alguém conhece algo que justifique o novo crescente interesse de alguns nomes de dentro da ciência em estudar tais alegações, como aqueles profissionais citados pelo Marcelo Gleiser em seu artigo.
Qual a justificativa deste interesse, existe algo relevante para a ciência que o fundamente.
Abraços!
Acho isso muito pessoal da parte do pesquisador. Pode ser, simplesmente, que ele está confiando sua crença em premissas erradas. Nenhuma novidade. O fato de alguma sumidade acreditar em algo, não valida, muito menos invalida a coisa. Eu citei autores que li muito e por isso confio e os argumentos me foram suficientes. Mas, ainda assim, tem uma e outro proposição que olho com desconfiança.
E muito obrigado pelas suas citações.
Pois é, ai é que está, a sua crença pode estar depositada em premissas erradas (que ainda não sabemos), mas que premissas são essas, o que será que o fez ponderar esta possibilidade e o motivou a se engajar em estudar tal relação?
Acho que terei que estudar mais sobre estes caras para saber.
Você sabia, por exemplo, que Einstein morreu sem acreditar na mecânica quântica? Sabe o que isso significa?
Sim, apesar de o próprio Einstein ter contribuído para a física quântica ao desenvolver estudos como o
efeito fotoelétrico baseados naquilo que havia sido proposto por Max Planck anteriormente e que foi ambos fundamental para o estabelecimento da teoria quântica, as proposições e teorias seguintes que culminaram na mecânica quântica foram rejeitadas por Einstein.
Bom, o que isso significa, talvez que tais teorias foram revolucionárias de mais para Einstein as aceita-las. Séculos de uma linha de pensamento e compreensão do universo estavam a ser desafiados. Mas talvez você tenha uma resposta melhor do que a minha para o significado da atitude de Einstein.
Abraços!