Autor Tópico: A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.  (Lida 18341 vezes)

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Offline Brienne of Tarth

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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #200 Online: 23 de Setembro de 2014, 13:15:16 »
Estou vendo uma série muito boa: Vikings; sou fã desses caras, pilhagem e mortandade level 1.000, mas interessante como os princípios dos povos pré-cristãos sempre colocavam a mulher como participante, nunca como excluída.

Se a mulher dava conta, dê-lhe uma espada e um machado...
Penso que o estupro hoje só acontece porque as mulheres desaprenderam a se defender sozinhas...
E sou adepta da máxima da Lilou (Quinto Elemento): "nunca sem o meu consentimento".
GNOSE

Offline Lorentz

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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #201 Online: 23 de Setembro de 2014, 13:51:43 »
Estou vendo uma série muito boa: Vikings; sou fã desses caras, pilhagem e mortandade level 1.000, mas interessante como os princípios dos povos pré-cristãos sempre colocavam a mulher como participante, nunca como excluída.

Se a mulher dava conta, dê-lhe uma espada e um machado...
Penso que o estupro hoje só acontece porque as mulheres desaprenderam a se defender sozinhas...
E sou adepta da máxima da Lilou (Quinto Elemento): "nunca sem o meu consentimento".

Os elmos na série são historicamente corretos, sem os chifres?
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Offline Brienne of Tarth

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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #202 Online: 23 de Setembro de 2014, 13:56:01 »
Sim, essa história de chifres não procede.
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Offline Buckaroo Banzai

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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #203 Online: 23 de Setembro de 2014, 14:03:51 »
Já ouvi argumentos de que o cristianismo inicialmente foi comparativamente feminista, considerado um avanço, e acho que até creditando em boa parte sua expansão por essa maior aceitação pelas mulheres. Mas talvez seja mais com relação a outras regiões. Deve ser meio complicado estudar a história dessas coisas em fontes secundárias, ou particularmente feministas. Tem umas idéias como de que primordialmente a humanidade era matriarcal e eventualmente ocorreram "golpes de estado" masculinos, conquistando o poder e permanecendo nele até hoje. :maluco:

 

Offline Sergiomgbr

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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #204 Online: 23 de Setembro de 2014, 14:05:06 »

Sim, essa história de chifres não procede.
Os Vikings não chifravam suas muié.
« Última modificação: 23 de Setembro de 2014, 14:09:39 por sergiomgbr »
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Sergiomgbr

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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #205 Online: 23 de Setembro de 2014, 14:07:22 »
Já ouvi argumentos de que o cristianismo inicialmente foi comparativamente feminista, considerado um avanço, e acho que até creditando em boa parte sua expansão por essa maior aceitação pelas mulheres. Mas talvez seja mais com relação a outras regiões. Deve ser meio complicado estudar a história dessas coisas em fontes secundárias, ou particularmente feministas. Tem umas idéias como de que primordialmente a humanidade era matriarcal e eventualmente ocorreram "golpes de estado" masculinos, conquistando o poder e permanecendo nele até hoje. :maluco:
O apelo maior do cristianismo para as damas talvez nem seja Cristo em sí mas a continuidade do culto marianista pré cristão.
« Última modificação: 23 de Setembro de 2014, 14:10:20 por sergiomgbr »
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #206 Online: 23 de Setembro de 2014, 14:20:58 »
Mas tem que levar em consideração que o Pe. Quevedo disse que Cristo era "um gato".

Dá todo um outro sentido para músicas de "amor cristão".

Lembra da segunda tentativa de Eric Cartman em ficar rico com uma banda, depois do fracasso da Fingerbang.

Offline Brienne of Tarth

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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #207 Online: 23 de Setembro de 2014, 14:22:32 »
Os Vikings não chifravam suas muié.

Apenas os sem noção, talvez; o seriado passa uma idéia de que essas tribos não possuíam uma visão "privilegiada" de gênero, havia uma divisão de tarefas, sem dúvida, mas não havia uma "moral" que apontasse uma mulher como submissa ao seu homem ou vice-versa, a submissão era considerada apenas um dever para com o chefe do clã, por merecimento daquele, não por sua posição.
Estudei os celtas muito tempo, um povo fantástico, praticamente dizimado pelos romanos e cristãos, muito parecidos com os nórdicos em suas crenças.
A "Santíssima Trindade" nunca foi exclusividade masculina, com seu Pai, Filho e Espírito Santo, mas significava a união de macho e fêmea gerando vida, e assim como existem Odin, Frigga e Thor, Bhrama, Vishnu e Shiva têm suas respectivas contrapartes femininas, Sarasvati, Lakshmi e Parvati.
A passividade feminina não exclui a atividade masculina, recentemente vimos uma mãe que, ao tentar defender seu filho, foi morta sumariamente no meio da rua; existem homens que se desdobram para cuidar de filhos melhor que muita mãe.
Enxergar em cada homem um estuprador em potencial ou em cada mulher uma "caça-dotes", apenas nos distancia mais e mais, alimentando misoginias e preconceitos...
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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #209 Online: 23 de Setembro de 2014, 14:39:31 »

Sim, essa história de chifres não procede.
Os Vikings não chifravam suas muié.

Ter mais de uma facilita um bocado evitar esse tipo de coisa.


Uai, mas se os chifres eram usados pelos pelos homens (supostamente)... :histeria:
Não vamos entrar numa discussão pelos termos, pois "corno", "chifrudo", e outros pejorativos raramente (nunca) são usados para definir a condição feminina.
E sim, concordo com a afirmação que a diversidade de parceiros poderia acabar com a "pulada de cerca", desde que as mulheres também pudessem fazer o mesmo, e assim um núcleo familiar seria composto apenas por pessoas interessadas em manter uma proteção para sua reserva genética, e não apenas para manter aparências.
Mas issso torna-se complexo pois somos seres "sententes", além de pensantes, então homens e mulheres e demais são condicionados a sentir ciúmes dos corpos que usufruem como se fossem de sua posse, como uma escova de dentes, e não conseguem conceber que outrem utilizem dos mesmos "objetos de uso pessoal"; isso seria admissível se fôssemos escovas, mas a contraparte também tem sentimentos, olha, e via de regra temos que nos haver com eles, logo não adianta tentar adotar um comportamento "X" e não admitir que o "outro" tenha o mesmo comportamento.


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Offline Buckaroo Banzai

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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #210 Online: 23 de Setembro de 2014, 14:47:19 »
Eu sempre achei estranho isso de se dizer que a pessoa que é traída/chifrada, é a que "tem chifres". Só nesse contexto que se tem essa noção estapafúrdia de "levar uma chifrada" ser "alguém implantar chifres em sua cabeça", em vez de ter levado uma chifrada, como de um touro.

Acho que tem algum humorista brasileiro que fez uma frase mais sucinta sobre o problema.


Eu desconfio que isso tenha sido originado de alguém que chifrou alguém tentando enrolar a pessoa chifrada, ver se ficava confusa com a coisa toda, não sabendo mais quem fez o que. Ou o corno(a) tentando se fazer de vítima, ou de perpetrador para outros, o que achasse que daria melhor reputação.

Offline Brienne of Tarth

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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #211 Online: 23 de Setembro de 2014, 16:20:04 »
Acho que tem algum humorista brasileiro que fez uma frase mais sucinta sobre o problema.
"Um homem sem chifres é um homem desarmado"?   :biglol:
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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #212 Online: 23 de Setembro de 2014, 16:47:09 »
Não, era algo mais nas linhas disso de que chifrar é acertar com os chifres, não implantá-los; e/ou que quem chifra é quem tem chifres, não o chifrado. Acho que o fraseamento era algo como esse último.

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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #213 Online: 23 de Setembro de 2014, 21:08:25 »
Acredito que "chifres" representam a metáfora da exposição ao ridículo do homem traído diante da sociedade análoga a alguém com uma melancia pendurada no pescoço. Uma alegoria iminentemente masculina pela própria natureza inerente do homem ser o dominador passado pra trás pelo Ricardão. Aliás, inexiste uma Ricardona similar.
Até onde eu sei eu não sei.


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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #215 Online: 23 de Setembro de 2014, 22:50:49 »
"Iminência parda" não conta.
« Última modificação: 23 de Setembro de 2014, 22:53:01 por sergiomgbr »
Até onde eu sei eu não sei.


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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #217 Online: 24 de Setembro de 2014, 00:39:17 »
"Iminência" é a qualidade de "algo prestes a ocorrer". Não entendi nada. Mas deixa pra lá.
"Iminência parda" aqui foi usado como eufemismo para vulgaridade sem rosto.
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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #218 Online: 24 de Setembro de 2014, 00:42:06 »
"Iminência" é a qualidade de "algo prestes a ocorrer". Não entendi nada. Mas deixa pra lá.
"Iminência parda" aqui foi usado como eufemismo para vulgaridade sem rosto.
Acho que ficou bunitim.
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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #219 Online: 24 de Setembro de 2014, 11:35:56 »
iminência
i.mi.nên.cia
sf (lat imminentia) Qualidade do que está iminente.
iminente
i.mi.nen.te
adj (lat imminente) 1 Que ameaça cair sobre alguém ou alguma coisa. Sin: impendente. 2 Sobranceiro.

eminência
e.mi.nên.cia
sf (lat eminentia) 1 Qualidade do que é eminente; preponderância, supremacia. 2 Excelência ou sublimidade de engenho; virtude. 3 Título honorífico dos cardeais. 4 Elevação de terreno; colina. 5 ant Proeminência ou projeção, principalmente na superfície de um osso. Antôn (acepção 4): depressão. E. frontal, Anat: proeminência do osso frontal humano acima de cada arco superciliar. E. parda: agente ou conselheiro confidencial, especialmente alguém que exerça poder insuspeitado ou não oficial.

Ai,ai, vamos lá...

Os cornos (ou chifres) na cultura celta eram atribuídos ao deus Cernunnos, ou o deus das feras, consorde da Danna, ou Danú, ou outros nomes; nos idos dos tempos pagãos, representava a força masculina, a virilidade, o falo ereto. Quando da invasão romana, os padres que vieram junto decretaram que Cernunnos era um demônio e que chifre era ruim; daí por diante, sempre associado ao mal, os chifres de Pã, Attis, e demais símbolos de poder e força foram reduzidos a diabretes causadores de encrenca, matando a real simbologia dos chifres e transformando sua posse em algo senão maligno, vergonhoso.


"Quantas vezes já não se ouviu dizer que determinado marido é “chifrudo” e quantas tragédias já ocorreram em função do que esse adjetivo representa? Sabe-se que todo significado que uma palavra em nossa língua adquire, fora do seu sentido natural, está ligada a fatos, circunstâncias ou situações, posteriores ao sentido original da palavra - é o caso das "gírias", por exemplo. Denomina-se de chifre, no seu sentido original, os apêndices córneos que guarnecem a fronte de certos animais. Mas, especialmente na nossa cultura, a palavra também pode significar traição conjugal.

     As explicações acerca do segundo significado da palavra chifre em língua portuguesa costuma cair no campo das especulações: estaria ligado à figura do demônio tal qual na visão do catolicismo medieval – um ser monstruoso, de aspecto humano, porém com chifres e cauda terminada em tridente –, por ser a traição conjugal uma atitude contra os mandamentos de deus; ou estaria ligado à própria espécie bovina, por analogia ao fato de a fêmea não se sentir presa a um único macho da espécie como prevê as regras sociais que regulam os comportamentos humanos. Nada disto é verdade: o emprego da palavra chifre para denominar traição conjugal tem origem legal.

     O Código Filipino, ou Ordenações Filipinas, editado em 1603, a pedido do rei Felipe II, que vigorou no Brasil desde a sua criação até a Independência, rezava explicitamente que o marido que flagrasse a esposa em adultério cujo adúltero não fosse nobre, o marido "ofendido" deveria matar o seu desafeto. Caso dispensasse essa prerrogativa de matar, deveria usar em público algo semelhante a um chapéu ornado com dois chifres para que todos o reconhecessem como um homem que não “honrou” a sua condição de homem. Quando o adúltero fosse nobre, o marido traído nada poderia fazer. O Código Filipino era apenas uma reformulação do Código Manuelino que vigorou em Portugal e no Brasil de 1513 a 1569, porém, praticamente manteve a mesma estrutura das Ordenações Manuelinas, sofrendo vários acréscimos - a questão do adultério foi mantida.

     Era, o Código Filipino, composto de cinco livros que continham os regimentos dos magistrados e oficiais de justiça, regulava as relações entre Estado e Igreja, continha processo civil e comercial, direito das pessoas, das coisas e direito penal.

     A mentalidade instituída em lei pelo Código Filipino avançou ao longo dos tempos mesmo quase dois séculos depois de sua extinção. Até recentemente (estamos falando do final do século XX e início do século XXI) a mulher adúltera poderia até ser presa; o homem que, após casar-se, descobrisse que a mulher não era virgem poderia devolvê-la à família e anular o matrimônio. Esse instituto jurídico se tornou sem efeito legal, mas a mentalidade que o permeava ainda não se extinguiu no todo. Ora, sem se dar conta, muitas pessoas que se acham modernas ainda se comportam tal qual como se estivessem em plena Idade Média: fazem, legitimam e mantém leis que são a pura expressão do arcaísmo medieval."
 :ok:
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Offline Skeptikós

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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #220 Online: 20 de Outubro de 2014, 19:53:50 »
Dentista tenta recomeçar a vida, após ser acusado injustamente de 7 estupros.

André, de 27 anos, passou amargos sete meses preso, porque foi acusado injustamente de cometer sete estupros, no Rio de Janeiro. A polícia se pautou por uma série de erros na investigação, um deles foi ter chegado ao carro do dentista, após uma das vítimas anotar apenas alguns números da placa do verdadeiro criminoso. Veja o vídeo e o restante da notícia em Notícias R7
« Última modificação: 20 de Outubro de 2014, 19:56:47 por Skeptikós »
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Skeptikós

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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #221 Online: 25 de Outubro de 2014, 01:41:00 »
53% dos casos de estupro investigados na Índia entre abril de 2013 e Julho de 2013 foram considerados falsos, diz a Comissão das Mulheres de Délhi.

[Depois da aprovação de leis mais rígidas no combate ao estupro] Uma tendência preocupante a respeito das falsas acusações de estupro veio à tona (na Índia) (...) O Relatório (da comissão das mulheres de Délhi) diz que entre abril de 2013 e Julho de 2013, de 2.753 denúncias de estupro, somente 1.287 casos foram considerados verdadeiros e os 1.474 casos restantes foram considerados falsos. (...)

A Comissão das mulheres ainda diz que estava investigando denúncias de estupro para garantir justiça para as vítimas. Entretanto, em vários casos, as denunciantes se mostravam bastante hostis (ao investigadores) e logo era revelado por elas que a vingança era a motivação mais comum para se fazer uma falsa denúncia de estupro. (...)

No ano passado, um tribunal de Délhi disse que estava "se tornando uma tarefa muito difícil, hoje em dia, para os tribunais, diferenciarem os casos verídicos de estupro, dos falsos" [devido ao grande e crescente número de falsas acusações] (...)

A polícia na semana passada flagrou uma mulher praticando extorsão, ao ameaçar alguns homens a sofrerem uma falsa acusação de estupro caso não a pagassem o que deviam. [Mulheres mal intencionadas vem se beneficiando das novas leis e das campanhas estupristas sensacionalistas para adquirem vantagens financeiras, processuais ou [a mais comum] praticarem vinganças passionais]

Shamina Shafiq, da Comissão Nacional de Mulheres, disse que não tinha conhecimento do relatório e da investigação, e disse que "É triste que pessoas vem fazendo mau uso das leis de estupro para acertar contas [E se beneficiarem], enquanto há tantas mulheres vítimas de casos genuínos e que não têm como recorrer ao amparo da justiça". (...)

Tradução: Skeptikós
Fonte: dna India



Os principais problemas destas campanhas e militâncias feministas que insistem em divulgar o mito de que vivemos em um mundo com uma cultura do estupro, onde de fato ela não existe, são os seguintes:

  • Este mito instala a histeria nas mulheres, que passam a ver o estupro (e o perigo de serem estupradas) em todo lugar. Este mito instala nos homens (e também nas mulheres), o desejo e a vontade (que não pode esperar) de fazerem justiça com as próprias mãos, sem o devido julgamento (podendo desta maneira, condenar muitos inocentes injustamente).
  • Força o estado a criar uma estrutura estatal exagerada e desnecessária, com leis, julgamentos e execuções injustas e muitas vezes abusivas em relação aos acusados (que em muito lugares e momentos (até mesmo no Brasil, como no caso mostrado um post acima) vem perdendo seu direito de presunção de inocência).
  • Se aproveitando disso (da histeria instalada e do amparo privilegiador do Estado), muitas mulheres mal intencionadas realizão falsas acusações, que se levadas a cabo, condenam inocentes (e trazem prejuízos ao estado, em pagamento de indenizações caso a inocência do sentenciado seja provada posteriormente), impedem que vitimas genuínas recebam assistência (pelo fato dos recursos disponíveis estarem sendo gastos em processos motivados por falsas acusações), e quando revelado o número de falsas acusações (como aconteceu na ìndia e nos Estados Unidos), desacreditam acusações genuínas, colocando em risco a possibilidade de se fazer justiça a vítimas reais.

As desvantagens desta campanha e discurso (fraudulento) sobre a existência de uma mítica cultura do estupro, onde ela de fato não existe (como no caso do Brasil e da Índia), para as mulheres realmente vitimadas e para a sociedade de forma geral são inúmeras, e as vantagens (justas) inexistentes.

É por este motivo que este mito deve ser amplamente combatido, antes que se alastre, e tome proporções nefastas como as que já vem tomando nos Estados Unidos (onde segundo dados revelados neste tópico, as falsas acusações em Universidades americanas já passam dos 40%) e na Índia (que em números totais já somam mais da metade de todas as acusações registradas).

Fica ai o meu alerta!

Um abraço!
« Última modificação: 25 de Outubro de 2014, 01:48:32 por Skeptikós »
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Barata Tenno

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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #222 Online: 25 de Outubro de 2014, 02:02:32 »
Essas estatísticas são bem controversas pelo jeito.

Algumas fontes dizem 2%, outras 90%.


http://en.wikipedia.org/wiki/False_accusation_of_rape#cite_note-15


He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Buckaroo Banzai

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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #223 Online: 25 de Outubro de 2014, 02:16:37 »
Sim. Uma vez em um texto feminista era contestado que a polícia desconsiderava denúncias de estupro, dizendo que as vítimas eram prostitutas. Mas o texto simplesmente dava isso como falso, sem apresentar prova alguma, ao mesmo tempo em que não me parece improvável que seja um mecanismo que tentam usar para lidar com caloteiros em lugares onde a prostituição é ilegal. E também tem o problema da abrangência do termo "estupro", onde pode ir indo parar "qualquer" tipo de iniciativa sexual com menos tato (ou talvez, com tato demais).

Do "outro lado" também acho tudo bastante digno de desconfiança. Não que não ocorra, mas é mais interessante aos advogados nesse nicho inflar os números nesse sentido. E estupro de verdade (incluindo aqui "estupro em encontro") simplesmente deve ser algo muito mais comum do que "golpe do estupro falso".

Exemplos dos problemas dos estudos que dão os números mais altos para "falsas" acusações:

Citar
[...]He argues, for instance, that in addition to their small sample size the studies by Maclean (1979) and Stewart (1981) used questionable criteria to judge an allegation to be false. MacLean deemed reports "false" if, for instance, the victim did not appear "dishevelled" and Stewart, in one instance, considered a case disproved, stating that "it was totally impossible to have removed her extremely tight undergarments from her extremely large body against her will".[11]

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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #224 Online: 25 de Outubro de 2014, 02:41:35 »
Essas estatísticas são bem controversas pelo jeito.

Algumas fontes dizem 2%, outras 90%.


http://en.wikipedia.org/wiki/False_accusation_of_rape#cite_note-15




Segundo o Relatório do FBI, (p. 24) presente na nota que você citou acima, a percentagem relativa a falsas acusações de estupro é na verdade de 8%, 2% é a percentagem de falsas acusações relativas a outras categorias de crimes consideradas violentas (como homicídio por exemplo).

Além do mais este relatório está desatualizado, pois os dados são de 1996, quase 20 anos atrás, época esta onde a alegação feminista de que o Estados Unidos da América era uma nação que perpetrava a cultura do estupro não estava instalada, o que justifica (em partes) os números mais baixos em relação aos números divulgados atualmente.

Em partes por que existe um outro fator além deste (da desatualização), que é o perfil do grupo analisado. Os números (de 8%) do relatório do FBI acima, são referentes as acusações totais da população geral, e  os 40% relatados pela Christina Hoff Sommers são referentes a um grupo bem mais especifico, que são as acusações de universitárias contra colegas, que teriam estuprado-as nos próprios campi das universidades, lugar este (principalmente na área das ciências sociais) onde a retórica e a participação feminista é mais forte e contundente, e por consequência, onde o mito da cultura do estupro é mais fortemente construído e espalhado. E mais (como implicitamente mostrado pela Christina), são as próprias feministas que investigam e julgam os casos, comprometendo ainda mais a imparcialidade e a confiança dos mesmos.


Do "outro lado" também acho tudo bastante digno de desconfiança. Não que não ocorra, mas é mais interessante aos advogados nesse nicho inflar os números nesse sentido. E estupro de verdade (incluindo aqui "estupro em encontro") simplesmente deve ser algo muito mais comum do que "golpe do estupro falso".

Exemplos dos problemas dos estudos que dão os números mais altos para "falsas" acusações:

Citar
[...]He argues, for instance, that in addition to their small sample size the studies by Maclean (1979) and Stewart (1981) used questionable criteria to judge an allegation to be false. MacLean deemed reports "false" if, for instance, the victim did not appear "dishevelled" and Stewart, in one instance, considered a case disproved, stating that "it was totally impossible to have removed her extremely tight undergarments from her extremely large body against her will".[11]
Também são estudos antigos, e por isso desatualizados. Não há dúvidas de que houve também, metodologia duvidosa, da mesma forma que aquelas usadas para inflar o número de vítimas de estupro, como demonstrado na própria argumentação acima.

Mas os estudos citados aqui neste tópico até o momento são todos recentes (realizados nos últimos 2 anos). O da Índia foi inclusive, como consta, realizado por uma comissão que tem como objetivo, proteger as mulheres, não havendo por tanto motivações para terem usado de metodologia tendenciosa com objetivo de colocar em dúvida relatos de vitimas reais.

Abraços!
« Última modificação: 25 de Outubro de 2014, 02:45:08 por Skeptikós »
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Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

 

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