Autor Tópico: A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.  (Lida 18339 vezes)

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Offline Johnny Cash

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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #150 Online: 02 de Julho de 2014, 20:13:33 »
Em suma, nos restringindo ao Brasil, quais são os direitos que o homem tem e são suprimidos às mulheres regularmente?

EDIT: +1 pergunta: Qual é a pauta das feministas? Estão pedindo o que exatamente?
« Última modificação: 02 de Julho de 2014, 20:16:50 por Johnny Cash »

Offline Donatello

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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #151 Online: 02 de Julho de 2014, 20:23:27 »
Doubt, eu sei que é só uma questão de nomes mas eu não me declaro masculinista, nem machista, nem racista (aliás, é sempre bom lembrar, sou preto), nem homofóbico.

Eu me considero anti-igualitarista ou (alternativamente) ultra-igualitarista. Eu acredito em igualdadede direitos e deveres e sobretudo igualdade de tratamento pelo estado nas questões mais duras (tamanho das penas, direito a aposentadoria, direito a disputar concursos...) independente de gênero, raça, sexualidade, religiosidade... mas não acredito nisto sendo feito mediante legislações desiguais nem acho que as desigualdades devam ser "temperadas" por discursos ideológicos travestidos de estatística e ciência.

Eu não acredito que igualdade possa vir por meio de cotas ou de Lei Maria da Penha ou por aposentadoria mais cedo ou por lei que criminaliza o ato de dizer que deus (ou papai noel) não gosta de viadagem (independente de qualquer outro fator, considero discriminações positivas contraproducentes em reduzir desigualdades, mas não só isso).

E eu não acredito que para se conseguir desigualdade seja preciso construir estatísticas falsas ou meio falsas como um estudo sobre violência homofóbica que lista casos de suicídio e crime passional ou mil estudos sobre desigualdade trabalhista entre gêneros que só pinçam as variáveis que interessam e jogam as demais pra debaixo do sofá.

E eu tenho a mesma má vontade sua com grupos masculinistas como o "Clube do Búfalo" (ou alguma coisa assim) quanto tenho com qualquer Blog da Lola. A questão é que, como eu disse ao Barata, eu consigo pensar em antifeministas às pencas que não tenham nada a ver com o tipo de antifeminismo que se faz no site do Búfalo. E eu estou esperando um único exemplo de pessoa que se declare feminista e que se pareça com a Christina além da própria.
« Última modificação: 02 de Julho de 2014, 20:51:02 por Pai Donatello de Ifá »

Offline Donatello

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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #152 Online: 02 de Julho de 2014, 20:29:12 »
Em suma, nos restringindo ao Brasil, quais são os direitos que o homem tem e são suprimidos às mulheres regularmente?

EDIT: +1 pergunta: Qual é a pauta das feministas? Estão pedindo o que exatamente?
Se estivermos falando especificamente de direitos suprimidos por força textual da lei no Brasil e não fatores determinados apenas pela jurisprudência ou por decisões ponttuais do Executivo, eu acho que posso te responder 5 ou 6 casos de cor e salteado: Lei Maria da Penha, vagão feminino, aposentadoria 5 anos mais cedo, exclusividade na percepção do Bolsa Família, prioridade para ficar com a casa caso tenha sido comprada pelo Minha Casa Minha Vida, concessão de liberdade condicional com prazo reduzido caso tenha filhos...

Não, péra... acho que entendi errado a sua pergunta :P
« Última modificação: 02 de Julho de 2014, 20:48:46 por Pai Donatello de Ifá »

Offline _Juca_

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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #153 Online: 02 de Julho de 2014, 20:52:41 »
Em suma, nos restringindo ao Brasil, quais são os direitos que o homem tem e são suprimidos às mulheres regularmente?

EDIT: +1 pergunta: Qual é a pauta das feministas? Estão pedindo o que exatamente?
Se estivermos falando especificamente de direitos suprimidos por força textual da lei no Brasil e não fatores determinados apenas pela jurisprudência ou por decisões ponttuais do Executivo e não por determinação expressa da lei, eu acho que posso te responder 5 ou 6 casos de cor e salteado: Lei Maria da Penha, vagão feminino, aposentadoria 5 anos mais cedo, exclusividade na percepção do Bolsa Família, prioridade para ficar com a casa caso tenha sido comprada pelo Minha Casa Minha Vida, concessão de liberdade condicional com prazo reduzido caso tenha filhos...

Não, péra... acho que entendi errado a sua pergunta :P

Lei Maria da Penha - pode ser aplicada contra mulheres a favor de homens

Aposentadoria - Não faz sentindo mesmo

Bolsa Família - Faz todo sentido, já que a mulher praticamente não abandona a família, diferente do homem.

prioridade na Minha Casa - mesma coisa

Concessão de liberdade condicional - ainda não tenho muita base para opinar.

Offline Donatello

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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #154 Online: 02 de Julho de 2014, 21:05:23 »
Sua alegação sobre a LMP é falsa e insistente: a letra fria da lei explícita logo no seu caput que beneficiará apenas mulheres e não há ainda jurisprudência que dê a inteŕpretação em que você insiste.

Quanto aos demais me surpreendeu que você não tenha tentado defender a liberdade condicional precoce e ainda tenha acordado que a aposentadoria precoce é desigual. :|

Offline _Juca_

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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #155 Online: 02 de Julho de 2014, 21:16:15 »
Sua alegação sobre a LMP é falsa e insistente: a letra fria da lei explícita logo no seu caput que beneficiará apenas mulheres e não há ainda jurisprudência que dê a inteŕpretação em que você insiste.

Quanto aos demais me surpreendeu que você não tenha tentado defender a liberdade condicional precoce e ainda tenha acordado que a aposentadoria precoce é desigual. :|


http://direito-publico.jusbrasil.com.br/noticias/157860/lei-maria-da-penha-e-aplicada-para-proteger-homem

Quanto a aposentadoria e a liberdade, na verdade a primeira vista não parece muito justo mesmo, mas ainda não pesquisei sobre o assunto e não tenho opinião formada.

Offline Skeptikós

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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #156 Online: 02 de Julho de 2014, 21:52:04 »
Eu já pedi antes e vou pedir de novo. Onde está a evidência de que a MAIORIA dos movimentos feminista pede privilégios e não direitos iguais.
A Christina Hoff Sommers se declara feminista.

O único indício que tenho para acreditar que a maioria das feministas defendem privilégios femininos baseados em distorções da realidade e meias verdades (como a história da desigualdade salarial empurrando todas as variáveis que compõe o salário pra debaixo do tapete, só pra ter um exemplo didático) é saber o quão raras são feministas como a supra-citada. Um indício em oposto bacana seria você me apresentar outros muitos nomes e blogs e artigos de pessoas autointituladas feministas que demonstrasse uma visão próxima à dela e não à da Nádia Lapa ou do Sakamoto das questões de gênero.

Se eu lesse mais artigos feministas em revistas de esquerda fazendo uma abordagem da questão salarial que levasse em conta não só as variáveis que levam os salários serem diferentes (a diferença entre os trabalhos) como as variáveis que fazem os  trabalhos serem diferentes (cultura  [antropologia]? economia [sociologia]? biologia? ambos?). Se eu visse mais feministas defendendo penas iguais para crimes iguais independente do gênero da vítima ou agressor. Se eu visse mais feministas utilizando controles epistemológicos nas abordagens que fazem sobre violência de gênero.

Mas tirando a Christina, não conheço nenhuma feminista que haja deste modo...
É como eu disse Donatello, uma prova em forma de pesquisa eu não tenho de fato, mas aquilo que vemos todos os dias e as conclusões que tiramos disso estão ai; O que me parece é que realmente a maioria dos indivíduos e movimentos intitulados feministas agem de forma hostil, intolerante, fraudulenta e pseudo-igualitária. E é muito fácil enumerar uma grande quantidade de exemplos desses, como eu já o fiz, agora, enumerar exemplos que seriam de fato pessoas honestas, igualitárias e cientificas, ai uma unica mão basta, na verdade seria mais fácil enumerar a quantidade de ex-feministas, indivíduos honestos, sérios e preocupados com a verdade que acabaram por abandonar o rótulo e a causa feminista por decorrência destes problemas e incoerências já relatados acima.

Abraços!
« Última modificação: 03 de Julho de 2014, 00:54:17 por Skeptikós »
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Skeptikós

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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #157 Online: 02 de Julho de 2014, 22:14:54 »
Sua alegação sobre a LMP é falsa e insistente: a letra fria da lei explícita logo no seu caput que beneficiará apenas mulheres e não há ainda jurisprudência que dê a inteŕpretação em que você insiste.

Quanto aos demais me surpreendeu que você não tenha tentado defender a liberdade condicional precoce e ainda tenha acordado que a aposentadoria precoce é desigual. :|


http://direito-publico.jusbrasil.com.br/noticias/157860/lei-maria-da-penha-e-aplicada-para-proteger-homem

Quanto a aposentadoria e a liberdade, na verdade a primeira vista não parece muito justo mesmo, mas ainda não pesquisei sobre o assunto e não tenho opinião formada.
Existe apenas um único caso onde tal lei fora aplicada em beneficio de um homem, mas esta fora uma decisão inédita e de certa forma arbitrária por parte do juíz, visto que a lei não faz nenhuma referência ao homem como vitima e a mulher como agressora, na verdade ela faz exatamente o oposto disso, a única vitima indicada na lei é a mulher: LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006.

Além disso as mulheres tem a sua disposição delegacias especificas para crimes contra mulheres, e os homens não, isso tudo apesar do número de mortes por motivo de agressões familiares entre parceiros (homem e mulher) serem parelhos.

Os homens sofrem preconceito quando tentam registrar queixas, e segundo estudos, tem 3 vezes mais chances de serem presos mesmo quando são eles a chamarem a policia (inclusive sendo ele a vitima de agressão).

Logo a mulher esta muito mais bem amparada pela justiça do que o homem, existindo ai uma evidente desigualdade de tratamento, só que neste caso, pendendo negativamente pro lado do homem, e de forma favorável para o lado da mulher.

Mas eu até já imagino qual será a sua resposta:

Isso é tudo culpa do próprio homem e seu; machismo; patriarcado; da opressão masculina; entre outros blá blá blá's que as feministas sempre usam para se desvencilharem das criticas que recebem e ainda por cima porem a culpa tudo no pobre do homem, e desta forma você mata-se dois coelhos com uma cajadada só.  :enjoo: Só que não :no: Melhor você vir com argumentos ao invés de com cartas marcadas permeadas por acusações infundadas.
« Última modificação: 02 de Julho de 2014, 22:17:22 por Skeptikós »
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #158 Online: 02 de Julho de 2014, 22:44:12 »
é muito fácil enumerar inúmeros exemplos

Abraços!
  :lol:
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Skeptikós

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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #159 Online: 03 de Julho de 2014, 00:50:38 »
é muito fácil enumerar inúmeros exemplos

Abraços!
  :lol:
Temos uma contradição lógica ai que me passou despercebida num primeiro momento.  :histeria: :histeria:
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

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Offline _Juca_

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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #160 Online: 03 de Julho de 2014, 07:13:24 »
Sua alegação sobre a LMP é falsa e insistente: a letra fria da lei explícita logo no seu caput que beneficiará apenas mulheres e não há ainda jurisprudência que dê a inteŕpretação em que você insiste.

Quanto aos demais me surpreendeu que você não tenha tentado defender a liberdade condicional precoce e ainda tenha acordado que a aposentadoria precoce é desigual. :|


http://direito-publico.jusbrasil.com.br/noticias/157860/lei-maria-da-penha-e-aplicada-para-proteger-homem

Quanto a aposentadoria e a liberdade, na verdade a primeira vista não parece muito justo mesmo, mas ainda não pesquisei sobre o assunto e não tenho opinião formada.
Existe apenas um único caso onde tal lei fora aplicada em beneficio de um homem, mas esta fora uma decisão inédita e de certa forma arbitrária por parte do juíz, visto que a lei não faz nenhuma referência ao homem como vitima e a mulher como agressora, na verdade ela faz exatamente o oposto disso, a única vitima indicada na lei é a mulher: LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006.

Além disso as mulheres tem a sua disposição delegacias especificas para crimes contra mulheres, e os homens não, isso tudo apesar do número de mortes por motivo de agressões familiares entre parceiros (homem e mulher) serem parelhos.

Os homens sofrem preconceito quando tentam registrar queixas, e segundo estudos, tem 3 vezes mais chances de serem presos mesmo quando são eles a chamarem a policia (inclusive sendo ele a vitima de agressão).

Logo a mulher esta muito mais bem amparada pela justiça do que o homem, existindo ai uma evidente desigualdade de tratamento, só que neste caso, pendendo negativamente pro lado do homem, e de forma favorável para o lado da mulher.

Mas eu até já imagino qual será a sua resposta:

Isso é tudo culpa do próprio homem e seu; machismo; patriarcado; da opressão masculina; entre outros blá blá blá's que as feministas sempre usam para se desvencilharem das criticas que recebem e ainda por cima porem a culpa tudo no pobre do homem, e desta forma você mata-se dois coelhos com uma cajadada só.  :enjoo: Só que não :no: Melhor você vir com argumentos ao invés de com cartas marcadas permeadas por acusações infundadas.

http://delas.ig.com.br/comportamento/2013-05-24/lei-maria-da-penha-coloca-140-mulheres-na-cadeia.html

Lei Maria da Penha foi criada para defender as mulheres da violência doméstica, não para ser contra homens, acabou que os juízes entenderam isso e criou-se jurisprudência, e ela acabou virando uma lei contra violência doméstica. É bem fácil desmontar toda sua argumentação, principalmente porque sua premissa parte sempre do princípio da generalização e do desconhecimento histórico.

As delegacias da mulher existem, porque antes as agressões contra as mulheres praticamente não eram levadas à sério pelas delegacias normais, que eram dominadas amplamente por homens, principalmente a violência doméstica, que eram amplamente ignorada pela polícia e pelo judiciário, quem não se lembra da famigerada "defesa da honra"?




Offline Diegojaf

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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #161 Online: 03 de Julho de 2014, 09:33:54 »

http://delas.ig.com.br/comportamento/2013-05-24/lei-maria-da-penha-coloca-140-mulheres-na-cadeia.html

Lei Maria da Penha foi criada para defender as mulheres da violência doméstica, não para ser contra homens, acabou que os juízes entenderam isso e criou-se jurisprudência, e ela acabou virando uma lei contra violência doméstica. É bem fácil desmontar toda sua argumentação, principalmente porque sua premissa parte sempre do princípio da generalização e do desconhecimento histórico.

As delegacias da mulher existem, porque antes as agressões contra as mulheres praticamente não eram levadas à sério pelas delegacias normais, que eram dominadas amplamente por homens, principalmente a violência doméstica, que eram amplamente ignorada pela polícia e pelo judiciário, quem não se lembra da famigerada "defesa da honra"?

Não Juca, não se aplica. É jurisprudência e doutrina dominante que não.

A LMP não limita o agente ativo (autor) ao sexo masculino, e por isso ela pode ser aplicada a mulheres que pratiquem violência doméstica contra OUTRAS MULHERES. É comum, por exemplo, que quando o homem é agredido, a agressão se estenda a uma filha, mãe, etc, e por isso o princípio da especialidade atrai o fato para a LMP.

No caso dos homens, é pacífica a não aplicabilidade. É doutrinário e jurisprudencial. Homens recorrem ao Código Penal e ponto. O que ocorre é que as medidas cautelares diversas de prisão que o juiz pode utilizar nos casos masculinos não são exclusivas da LMP, podendo ser utilizados as presentes no art. 319 do CPP, que são praticamente as mesmas.
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline _Juca_

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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #162 Online: 03 de Julho de 2014, 09:55:31 »

http://delas.ig.com.br/comportamento/2013-05-24/lei-maria-da-penha-coloca-140-mulheres-na-cadeia.html

Lei Maria da Penha foi criada para defender as mulheres da violência doméstica, não para ser contra homens, acabou que os juízes entenderam isso e criou-se jurisprudência, e ela acabou virando uma lei contra violência doméstica. É bem fácil desmontar toda sua argumentação, principalmente porque sua premissa parte sempre do princípio da generalização e do desconhecimento histórico.

As delegacias da mulher existem, porque antes as agressões contra as mulheres praticamente não eram levadas à sério pelas delegacias normais, que eram dominadas amplamente por homens, principalmente a violência doméstica, que eram amplamente ignorada pela polícia e pelo judiciário, quem não se lembra da famigerada "defesa da honra"?

Não Juca, não se aplica. É jurisprudência e doutrina dominante que não.

A LMP não limita o agente ativo (autor) ao sexo masculino, e por isso ela pode ser aplicada a mulheres que pratiquem violência doméstica contra OUTRAS MULHERES. É comum, por exemplo, que quando o homem é agredido, a agressão se estenda a uma filha, mãe, etc, e por isso o princípio da especialidade atrai o fato para a LMP.

No caso dos homens, é pacífica a não aplicabilidade. É doutrinário e jurisprudencial. Homens recorrem ao Código Penal e ponto. O que ocorre é que as medidas cautelares diversas de prisão que o juiz pode utilizar nos casos masculinos não são exclusivas da LMP, podendo ser utilizados as presentes no art. 319 do CPP, que são praticamente as mesmas.

 :ok:

Leigo falando o que não sabe é foda.

Então na prática, não há diferenciação entre homens e mulheres pela justiça, quanto é um crime típico de gênero?





Offline Diegojaf

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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #163 Online: 03 de Julho de 2014, 10:21:50 »

http://delas.ig.com.br/comportamento/2013-05-24/lei-maria-da-penha-coloca-140-mulheres-na-cadeia.html

Lei Maria da Penha foi criada para defender as mulheres da violência doméstica, não para ser contra homens, acabou que os juízes entenderam isso e criou-se jurisprudência, e ela acabou virando uma lei contra violência doméstica. É bem fácil desmontar toda sua argumentação, principalmente porque sua premissa parte sempre do princípio da generalização e do desconhecimento histórico.

As delegacias da mulher existem, porque antes as agressões contra as mulheres praticamente não eram levadas à sério pelas delegacias normais, que eram dominadas amplamente por homens, principalmente a violência doméstica, que eram amplamente ignorada pela polícia e pelo judiciário, quem não se lembra da famigerada "defesa da honra"?

Não Juca, não se aplica. É jurisprudência e doutrina dominante que não.

A LMP não limita o agente ativo (autor) ao sexo masculino, e por isso ela pode ser aplicada a mulheres que pratiquem violência doméstica contra OUTRAS MULHERES. É comum, por exemplo, que quando o homem é agredido, a agressão se estenda a uma filha, mãe, etc, e por isso o princípio da especialidade atrai o fato para a LMP.

No caso dos homens, é pacífica a não aplicabilidade. É doutrinário e jurisprudencial. Homens recorrem ao Código Penal e ponto. O que ocorre é que as medidas cautelares diversas de prisão que o juiz pode utilizar nos casos masculinos não são exclusivas da LMP, podendo ser utilizados as presentes no art. 319 do CPP, que são praticamente as mesmas.

 :ok:

Leigo falando o que não sabe é foda.

Então na prática, não há diferenciação entre homens e mulheres pela justiça, quanto é um crime típico de gênero?

As inovações da LMP são mais no aspecto pré-processual e no que tange à estrutura de atendimento e a velocidade (prazos "imediatos", de 24h) de medidas pelo Estado, através da autoridade policial (Delegado) e do judiciário (juiz/MP/Defensoria) e a vedação a aplicação de dispositivos como a Lei 9.099 (Juizados Especiais) e a ação penal que é pública incondicionada, mesmo em casos de lesões corporais leves.

Vale lembrar que as medidas processuais da Maria da Penha eram modernas em 2006, mas foram assimiladas pelo Processo Penal comum em 2011 o que faz com que os diferenciais sejam só os primeiros que eu citei.
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Offline Johnny Cash

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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #164 Online: 03 de Julho de 2014, 11:38:58 »
Em suma, nos restringindo ao Brasil, quais são os direitos que o homem tem e são suprimidos às mulheres regularmente?

EDIT: +1 pergunta: Qual é a pauta das feministas? Estão pedindo o que exatamente?
Se estivermos falando especificamente de direitos suprimidos por força textual da lei no Brasil e não fatores determinados apenas pela jurisprudência ou por decisões ponttuais do Executivo e não por determinação expressa da lei, eu acho que posso te responder 5 ou 6 casos de cor e salteado: Lei Maria da Penha, vagão feminino, aposentadoria 5 anos mais cedo, exclusividade na percepção do Bolsa Família, prioridade para ficar com a casa caso tenha sido comprada pelo Minha Casa Minha Vida, concessão de liberdade condicional com prazo reduzido caso tenha filhos...

Não, péra... acho que entendi errado a sua pergunta :P

Lei Maria da Penha - pode ser aplicada contra mulheres a favor de homens

Aposentadoria - Não faz sentindo mesmo

Bolsa Família - Faz todo sentido, já que a mulher praticamente não abandona a família, diferente do homem.

prioridade na Minha Casa - mesma coisa

Concessão de liberdade condicional - ainda não tenho muita base para opinar.

Muito bem, conforme exposto por todos acima, já vimos então que existem sim algumas solicitações de privilégios.

Agora falta responder a minha outra pergunta ali, que repito: quais são os direitos que o homem tem e são suprimidos só às mulheres regularmente?

Offline Sergiomgbr

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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #165 Online: 03 de Julho de 2014, 12:01:57 »
Em suma, nos restringindo ao Brasil, quais são os direitos que o homem tem e são suprimidos às mulheres regularmente?

EDIT: +1 pergunta: Qual é a pauta das feministas? Estão pedindo o que exatamente?
Se estivermos falando especificamente de direitos suprimidos por força textual da lei no Brasil e não fatores determinados apenas pela jurisprudência ou por decisões ponttuais do Executivo e não por determinação expressa da lei, eu acho que posso te responder 5 ou 6 casos de cor e salteado: Lei Maria da Penha, vagão feminino, aposentadoria 5 anos mais cedo, exclusividade na percepção do Bolsa Família, prioridade para ficar com a casa caso tenha sido comprada pelo Minha Casa Minha Vida, concessão de liberdade condicional com prazo reduzido caso tenha filhos...

Não, péra... acho que entendi errado a sua pergunta :P

Lei Maria da Penha - pode ser aplicada contra mulheres a favor de homens

Aposentadoria - Não faz sentindo mesmo

Bolsa Família - Faz todo sentido, já que a mulher praticamente não abandona a família, diferente do homem.

prioridade na Minha Casa - mesma coisa

Concessão de liberdade condicional - ainda não tenho muita base para opinar.

Muito bem, conforme exposto por todos acima, já vimos então que existem sim algumas solicitações de privilégios.

Agora falta responder a minha outra pergunta ali, que repito: quais são os direitos que o homem tem e são suprimidos só às mulheres regularmente?
Exame de próstata. :hihi:
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Skeptikós

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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #166 Online: 03 de Julho de 2014, 14:48:16 »
EDIT: +1 pergunta: Qual é a pauta das feministas? Estão pedindo o que exatamente?
Algumas das solicitações feministas são as seguintes:

  • Legalização do aborto como um direito exclusivo da mulher.1
  • Transporte exclusivo para mulheres.2
  • Ações afirmativas para garantir um número maior de mulheres no poder público.3
  • Ações afirmativas para garantirem maiores direitos as mulheres no ambiente de trabalho.4 5

Muito bem, conforme exposto por todos acima, já vimos então que existem sim algumas solicitações de privilégios.

Agora falta responder a minha outra pergunta ali, que repito: quais são os direitos que o homem tem e são suprimidos só às mulheres regularmente?
Boa pergunta, os defensores do movimento feminista aqui presentes neste debate, poderiam quem sabe nos responde-la.



1 Cf. Feministas pela legalizacao do aborto
2 Cf. Campanha por vagão para mulheres no metrô de SP
3 Cf. AÇÃO AFIRMATIVA DE GÊNERO E CRÍTICA FEMINISTA À  DEMOCRACIA DELIBERATIVA: RACIONALIDADE E NEUTRALIDADE NO  DISCURSO DEMOCRÁTICO?
4 Cf. Ações afirmativas e trabalho da mulher: Garantia de um direito ou estabelecimento de um privilégio?
5 Ainda dei uma colher de chá por ter passado somente links que (na maioria dos casos somente) defendem tais solicitações, mas não apresentando as criticas a estas mesmas solicitações.
« Última modificação: 03 de Julho de 2014, 14:52:33 por Skeptikós »
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

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Offline AlienígenA

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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #167 Online: 03 de Julho de 2014, 17:27:15 »
Que existe hostilidade é fato, agora isso só mostra que alguns grupos são hostis e anticientificos. Não me diz nada sobre o total do movimento, não me diz nada sobre maioria.

Você pode achar que são maioria, mas o ônus da prova cabe a você, não sou eu que tenho que apresentar nada. Você disse que são maioria, prove. Existem movimentos ateus intolerantes, movimentos religiosos intolerantes, movimentos `masculinistas` intolerantes. Mostrar alguns grupos intolerantes não diz nada sobre o total, apenas sobre as amostras apresentadas.

Questão de lógica. O vídeo "Oi, Danielle" por exemplo, demonstra como o feminismo em si não tem razão de ser. Pelo óbvio, os homens sempre tiveram mais direitos porque sempre assumiram, senão mais deveres do que as mulheres, os mais arriscados e extenuantes, preservando-as, e por consequência, maior poder, riqueza e status. O que explica porque aqueles que exercem as profissões mais arriscadas e extenuantes desde sempre e atualmente desfrutam de maiores direitos, poderes, riquezas e status na sociedade. Só que não. :/
Só que não mesmo, as ideologias feministas conseguiram por exemplo, leis especificas para tratarem de crimes supostamente cometidos contra mulheres (Lei Maria da Penha), sendo que a lei já protegia todo individuo independente de gênero ou raça (de forma igualitária). Hoje basta uma acusação de estupro contra um homem para que ele seja imediatamente preso (assunto do tópico), enquanto o inverso não acontece (homens não conseguem registrar queixas contra mulheres, além de serem ridicularizados quando tentam). Ou seja, as mulheres conseguiram um direito acima dos demais, sem no entanto assumir algum dever a mais por isso.

O vídeo acima demonstra sim, que a maioria das alegações feministas são infundadas, ou por contarem apenas a parte da história que lhes favorecem1 2. Ou por esconderem as partes que mancham a tua ideologia3.



1 Como no caso do voto, onde a imagem que fica é que todos os homens sempre tiveram direito ao voto, e as mulheres não, enquanto na verdade no início somente alguns poucos indivíduos tinham direito de voto, e o restante da população, não (incluindo homens e mulheres). Não se conta também que muitas mulheres conseguiram o direito ao voto antes mesmo que a maioria dos homens (Exemplo dos primeiros movimentos feministas pelo direito ao sufrágio, SOMENTE para mulheres da alta sociedade). E não se conta também que a maioria dos homens só foram conseguir direito ao voto mediante um esforço para com o estado, se submetendo a deveres (como o alistamento obrigatório caso decidido pelo Estado). Toda esta parte da história é deixada de fora.

2Fraudam e manipulam estatísticas de violência doméstica cometidas contra mulheres, para parecerem que elas são absurdamente mais vitimas deste crime do que os homens, e ainda por cima que são os seus parceiros (os homens) sempre os culpados. No entanto eu já demonstrei em um outro artigo aqui que tudo isso não passa de fraudes e manipulações estatísticas, que na verdade homens e mulheres são tanto vitimas como agressores, e de forma equiparada.

3 É muito fácil encontrar citações na internet mesmo, onde feministas famosas expressão opiniões sexistas e misândricas contra homens, e não adianta dizer que elas não representam o feminismo de "verdade", pois foram estas mesmas mulheres a promoverem discurso de ódio e teorias anti-cientificas que fundamentaram a base de todo o movimento feminista. Patriarcado, machismo opressor, todo homem como um estuprador em potencial, a violência como uma característica inerente ao homem, e não da humanidade de forma geral, estudos de gênero onde se rejeita toda e qualquer opinião cientifica capaz de refuta-los, entre outros.

Por que não responde aos meus questionamentos? Se concorda com os vídeos, como me parece, você concorda que o status masculino se justifica por condições biológicas. Muito bem. Só que a realidade discorda. Ela nos conta que a mulher rica tem mais status do que o homem pobre. Que a mulher instruída tem mais status do que o homem sem instrução. Que a mulher branca tem mais status do que o homem negro. E assim por diante. Ela nos conta também que essa história de fardo é balela. Que as funções mais extenuantes e arriscadas não são as mais prestigiadas como seria de se esperar se isso fosse verdade. Ela nos conta ainda que essa história de servir à sociedade foi mal contada. Que se encarregar pelo desenvolvimento físico, mental e emocional do indivíduo, do futuro cidadão, sua formação ética e moral, tarefa de grande responsabilidade, normalmente assumida por mulheres, mães, irmãs, avós, babás, professoras, também é uma forma de servir à sociedade, assim como cuidar dos vulneráveis, órfãos, idosos, doentes. Ou não?

Offline Skeptikós

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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #168 Online: 03 de Julho de 2014, 18:30:24 »
Os vídeos são uma resposta a alegação feminista de que durante toda a história as mulheres foram sempre as oprimidas e os homens sempre os privilegiados (e opressores). A argumentação foi ao meu ver bastante eficiente neste sentido de demonstrar que existe um exagero hiperbólico nas alegações e reclamações feministas.

Sobre os pontos colocados por você eu não discordo que o esforço (ou deveres) nem sempre vem ou veio acompanhado por maiores direitos. E também não nego que não tenha existido mulheres que já não tenham conseguido status social maior do que muitos homens (pois no próprio vídeo é enumerado alguns destes exemplos). Eu mesmo disse que algumas mulheres conseguiram direito ao voto antes mesmo do que muitos homens, simplesmente pelo fato delas pertencerem a parte elitizada da sociedade. No entanto uma penca de homens só conseguiram direitos (como o de votar) mediante esforços (deveres) em troca. E estas são por exemplo, partes da história que não são contadas pelos movimentos feministas quando estes requerem maiores direitos para as mulheres. Pois contar esta parte da história não seria lá muito bom para a propaganda do movimento, se é que você me entende.

Abraços!
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"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

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Offline Sergiomgbr

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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #169 Online: 03 de Julho de 2014, 18:52:58 »
Concordo com feministas quanto a considerarem homens como ativos/opressores x mulheres como passivas/oprimidas.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline AlienígenA

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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #170 Online: 03 de Julho de 2014, 18:55:57 »
Doubt, eu sei que é só uma questão de nomes mas eu não me declaro masculinista, nem machista, nem racista (aliás, é sempre bom lembrar, sou preto), nem homofóbico.
Eu já havia percebido isso por outros debates. Para você estar reforçando isso, suponho que pensou que eu estivesse questionando suas posições, mas não, apenas o conteúdo dos vídeos.

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Eu me considero anti-igualitarista ou (alternativamente) ultra-igualitarista. Eu acredito em igualdadede direitos e deveres e sobretudo igualdade de tratamento pelo estado nas questões mais duras (tamanho das penas, direito a aposentadoria, direito a disputar concursos...) independente de gênero, raça, sexualidade, religiosidade... mas não acredito nisto sendo feito mediante legislações desiguais nem acho que as desigualdades devam ser "temperadas" por discursos ideológicos travestidos de estatística e ciência.

Eu não acredito que igualdade possa vir por meio de cotas ou de Lei Maria da Penha ou por aposentadoria mais cedo ou por lei que criminaliza o ato de dizer que deus (ou papai noel) não gosta de viadagem (independente de qualquer outro fator, considero discriminações positivas contraproducentes em reduzir desigualdades, mas não só isso).

E eu não acredito que para se conseguir desigualdade seja preciso construir estatísticas falsas ou meio falsas como um estudo sobre violência homofóbica que lista casos de suicídio e crime passional ou mil estudos sobre desigualdade trabalhista entre gêneros que só pinçam as variáveis que interessam e jogam as demais pra debaixo do sofá.
Por ideologia ou conformidade com a realidade? Embora talvez não pareça eu concordo mais do que discordo de você, mas parece que a realidade teima em confrontar minhas convicções. Às vezes me questiono se não defendo que o debate de ideias é o melhor caminho e que a liberdade de expressão é imprescindível para isso, por ideologia. Porque na prática, não sei sua idade, mas seria algo impensável até bem pouco tempo, se bem me lembro da época da minha adolescência, viver o bastante para assumir o ateísmo publicamente, ver um negro assumir a presidência dos EUA, uma mulher assumir a presidência do Brasil ou dois homens andando de mãos dadas com a maior naturalidade, por exemplo. Não que isso seja bom ou ruim, não é o que estou querendo evidenciar. E sim o que foi que mudou isso em tão pouco tempo? Confesso que não sei. A evolução tecnológica talvez? A era de Aquários?  :hihi:  Ações afirmativas?

Também defendo o ideal meritocrático, mas ainda não tive a nobreza de abrir mão dos privilégios que me foram dados pelas circunstâncias. Tenho plena consciência de que contribuo menos com a sociedade do que muita gente que se esforça muito mais do que eu por muito menos, embora mais do que outras bem mais privilegiadas. Encarar a realidade às vezes é desmotivador.         

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E eu tenho a mesma má vontade sua com grupos masculinistas como o "Clube do Búfalo" (ou alguma coisa assim) quanto tenho com qualquer Blog da Lola. A questão é que, como eu disse ao Barata, eu consigo pensar em antifeministas às pencas que não tenham nada a ver com o tipo de antifeminismo que se faz no site do Búfalo. E eu estou esperando um único exemplo de pessoa que se declare feminista e que se pareça com a Christina além da própria.

Eu só conheço superficialmente esses movimentos, não sei o que é Clube do Búfalo nem Blog da Lola e prefiro nem saber, a não ser que você diga que valha a pena ou acrescente algo de útil. Não teria conhecido nem a Christina provavelmente se não fosse pelo fórum, mas numa pesquisa rápida, na Wikipedia mesmo, tem a citação de umas quatro feministas críticas do movimento além dela. Parei por aí, não sei quem são, que tipo de crítica fazem, mas de qualquer forma, é muito pouco para um movimento dessa magnitude, concordo com você. 

Offline AlienígenA

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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #171 Online: 03 de Julho de 2014, 20:10:40 »
Os vídeos são uma resposta a alegação feminista de que durante toda a história as mulheres foram sempre as oprimidas e os homens sempre os privilegiados (e opressores). A argumentação foi ao meu ver bastante eficiente neste sentido de demonstrar que existe um exagero hiperbólico nas alegações e reclamações feministas.
E tão baseada em meias verdades quanto. Sim, as mulheres foram oprimidas, assim como os negros, pobres, homossexuais, deficientes, e os homens foram privilegiados, mas apenas os brancos, ricos, nobres, enfim.       

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Sobre os pontos colocados por você eu não discordo que o esforço (ou deveres) nem sempre vem ou veio acompanhado por maiores direitos. E também não nego que não tenha existido mulheres que já não tenham conseguido status social maior do que muitos homens (pois no próprio vídeo é enumerado alguns destes exemplos). Eu mesmo disse que algumas mulheres conseguiram direito ao voto antes mesmo do que muitos homens, simplesmente pelo fato delas pertencerem a parte elitizada da sociedade. No entanto uma penca de homens só conseguiram direitos (como o de votar) mediante esforços (deveres) em troca. E estas são por exemplo, partes da história que não são contadas pelos movimentos feministas quando estes requerem maiores direitos para as mulheres. Pois contar esta parte da história não seria lá muito bom para a propaganda do movimento, se é que você me entende.

Abraços!

Se com "apenas por pertencerem à parte elitizada da sociedade" você quer dizer que elas tinham o poder de fazer valer maiores direitos mediante demonstração dos seus esforços, eu concordo. Do contrário, precisamos demonstrar que o papel delas era dispensável e os homens só cederam por ceder sem qualquer resistência. 

Offline Donatello

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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #172 Online: 03 de Julho de 2014, 20:31:24 »
Por ideologia ou conformidade com a realidade? Embora talvez não pareça eu concordo mais do que discordo de você, mas parece que a realidade teima em confrontar minhas convicções. Às vezes me questiono se não defendo que o debate de ideias é o melhor caminho e que a liberdade de expressão é imprescindível para isso, por ideologia. Porque na prática, não sei sua idade, mas seria algo impensável até bem pouco tempo, se bem me lembro da época da minha adolescência, viver o bastante para assumir o ateísmo publicamente, ver um negro assumir a presidência dos EUA, uma mulher assumir a presidência do Brasil ou dois homens andando de mãos dadas com a maior naturalidade, por exemplo. Não que isso seja bom ou ruim, não é o que estou querendo evidenciar. E sim o que foi que mudou isso em tão pouco tempo? Confesso que não sei. A evolução tecnológica talvez? A era de Aquários?  :hihi:  Ações afirmativas?
A evolução tecnológica (midiática) é uma boa hipótese. Aceito a hipótese da era de Aquarious. Mas ação afirmativa é o que não foi, já que, exceto pelo Obama (que entrou em Harvard pelo sistema de cotas estadunidense), nenhuma das conquistas descritas por você dependeu em nível algum de ações afirmativas: quanto aos gays, por exemplo: sequer existem leis diferenciais que os privilegiem no Brasil, por exemplo (o que não impediu a sociedade de evoluir sua visão sobre o direito de pessoas fazerem sexo e beijarem e alisarem quem entederem, o que desmonta seu ponto, ao meu ver). É claro, existe um PL em estudo que se aprovado resultará na criminalização de um sacerdote religioso que afirme que seu livro sagrado trata o homossexualismo como pecado, mas, ainda não foi aprovada... e não faz muita falta...

Aliás, eu acho que isto chega a ser um ponto: quando a sociedade por meio de seus representantes eleitos chega ao ponto de apoiar leis que desigualem o jogo em favor de determinado grupo é quase um contrasenso defender que este mesmo grupo seja vítima de preconceitos generalizados por  esta mesma sociedade: pra mim é como se fosse um outro paradoxo da igualdade.



Juca, eu torço muito pra que você não retorne em tópicos futuros com esta alegação absurdamente distoante dos fatos de que a LMP é igualmente aplicada aos homens depois de ter lido as explicações do advogado e policial DiegoJaf... mas torço com a mesma empolgação que um torcedor do Bangu torceria pela vitória contra o Barcelona num eventual amistoso :(
« Última modificação: 03 de Julho de 2014, 20:37:44 por Pai Donatello de Ifá »

Offline Donatello

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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #173 Online: 03 de Julho de 2014, 20:43:27 »
Um problema de debater com o Doubt aqui é que para réplica dele eu sinto vontade de treplicar com um texto. Não estou reclamando nem ironizando, é quase um elogio rsrs, é que muitas dasproblematizações que você traz, as vezes numa ou em duas linhas eu sinto que só seriam satisfatoriamente respondidas se levados em conta tantos fatores que fico com preguiça de responder e fico deixando pra depois :)

Offline AlienígenA

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Re:A cultura do estupro na visão de Christina Hoff Sommers.
« Resposta #174 Online: 03 de Julho de 2014, 21:17:51 »
Se você diz que é quase um elogio eu quase acredito.  :P  Mas se te conforta, eu também, só que no meu caso não é nem preguiça,  mas dificuldade de abordar e relacionar todas as variáveis que me ocorrem, muitas das quais especulativas, deixando isso claro, numa síntese lógica.  :sleepy: 

 

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