A incredulidade na teoria de Darwin hoje em dia está em alta no Brasil e nos EUA. No caso deste, o principal fator é a forte militância do fundamentalismo religioso por lá, que acaba por atrasar o progresso intelectual do país. No Brasil, o fundamentalismo também atrapalha, mas não é o principal fator das pessoas não acreditarem na teoria evolucionista. O principal fator mesmo é o desconhecimento do darwinismo por parte das pessoas. Aliás, este também é o principal fator nos EUA.
O que vemos geralmente no senso-comum, que compões é a maioria da população, são equívocos sobre a teoria da evolução. E os erros dessas pessoas não constituem em pequenos erros sobre a teoria da evolução, são erros essenciais, básicos da teoria darwinista, que acaba ocorrendo em um desentendimento da mesma.
Na verdade, o que aparenta é que as pessoas não entendem nada de darwinismo, e os equívocos partem do que elas sabem através do
senso-comum, nunca tendo estudado cientificamente o tema. Em parte, a culpa também é do pobre sistema educacional do Brasil, onde professores ensinam aos alunos que viemos do macaco, que a evolução é linear e progressiva assim como outros equívocos. Parece absurdo, tendo em vista que essas pessoas estudaram Biologia, mas existem inúmeros professores em nossa nação que assumem essa postura didática.
Muitas vezes o problema não é ensinar de maneira errônea, e sim não ensinar de maneira correta, não fazer o aluno entender direito. Como já mencionado, nosso sistema educacional carece de profissionais qualificados para ensinar nossas crianças. Quando o assunto é Ciência, o ensino deve ser mais especial ainda, pois estamos tratando do conhecimento metódico de nossa sociedade. Não basta simplesmente descrever ao aluno o que é a gravidade. Precisamos (1) ensinar como ela funciona, (2) como se chegou a conclusão sobre ela, (3) quais as implicações que temos disso e, algo que é importante, (4) ensinar ao pupilo como se desenvolvem teorias científicas, como a Ciência trabalha. Isso pode despertar o interesse nas crianças e evitar possíveis equívocos sobre teorias científicas como: "Mas isso é só uma teoria" ou uma pequena variação desta "Isso é simplesmente uma teoria, não um fato (ou uma lei)", ou ainda "Isso é o que os cientistas dizem, eu não acredio neles, são todos uns malucos que ficam inventando teorias, ou podemos chegar ao pior "Eles não podem saber disso, afinal eles não estavam lá para ver!"
O ensino do evolucionismo em nossas escolas é demasiado pobre, muitas vezes faltas explicações ou então ensina-se equivocadamente. Isso cria em nossos cidadãos um desentendimento sobre a teoria evolutiva. Depois, quando eles percebem que senso-crítico é um sinal de status intelectual, tomam a teoria da evolução como falsa, e argumentam contra ela em cima dos conceitos errados passados para elas. Ou seja, as pessoas costumam negar o evolucionismo, mas são pouquíssimas as que o entendem. Os argumentos dessas pessoas geralmente têm como base, como já disse, equívocos sobre a evolução.
No artigo
Cinco Grandes Equívocos sobre evolução,
Mark Isaak fala sobre alguns equívocos que o senso-comum costuma ter sobre a teoria evolutiva. No artigo vemos cinco deles:
A evolução nunca foi observada.
*A evolução viola a segunda lei da termodinâmica.
*Não há fósseis transicionais.
*A teoria da evolução diz que a vida surgiu, e prosseguiu evoluindo por acaso.
*A evolução é apenas uma teoria; nunca foi provada.
Muitas dessas questõs poderiam já ter sido esclarecidas com um pouco de conhecimento científico dado na escola, ou que a própria pessoa poderia buscar. Mas por que isso não ocorre? Geralmente, as pessoas têm preguiça de pesquisar, e preferem ficar com sua velha opinião equivocada sobre a evolução do qu estudá-la a fundo. Outro motivo nasce principalmente de pessoas mais ligadas à religião, principalmente cristãos. No Brasil, o que vemos são pessoas que ouvem falar sobre a questão das origens, e como esse é um assunto bem discutido hoje em dia, cria-se uma necessidade de opinião. Então, as pessoas (no caso estou falando das mais religiosas) buscam as informações sobre a polêmicaem fontes religiosas ao invés de procurar algo científico.
Por exemplo: A pessoa, ao ouvir falar sobre criacionismo e evolucionismo, vaiao pastor/padre ou então a algumas fontes cristãos como livros ou
websites para saber do que se trata da polêmica. São nesses sites que elas encontram as explicações religiosas para o evolucionismo. Essas explicações são as do senso-comum muitas vezes, não tendo nenhum embasamento científico ou não sendo apoiadas por nenhum cientista.
Os sites criacionistas ou religiosos contém os mesmos equívocos de sempre, como falar que a seleção natural ocorre ao acaso ou aleatoriamente, que o evolucionismo fala que viemos de macacos, confundem o Big Bang com evolucionismo, abiogênese com evolucionismo e assim vai...
Os "cientistas da criação" não fogem á regra, nos artigos deles, eles vivem fazendo alegorias sobre a evolução, na maioria das vezes não afirmações infundáveis. Os textos são sofisticamente preparados para os leigos, lendo-os, parece mesmo que o darwinismo é uma teoria sem poder. Issotudo porque eles ficam afirmando muitas coisas, que comojá disse, são infundáveis.
Mas basta que eles falem sobre o que conhecem da teoria da evolução para vermos o quão eles não a entendem. Curiosamente, cometem os mesmos erros, os mesmos equívocos, percebe-se na maioria das vezes um desconhecimento sobre a seleção natural, e isso é uma confusão presente em todos os grupos que negam a evolução, às vezes até em evolucionistas. Eu diria que é o maior equívoco e o ponto menos esclarecido da teoria darwinista. Também é a essência da teoria de Darwin. Lamento dizer aos desentendidos, mas sem compreender o mecanismo da seleção natural, é impossível entender como se dá a evolução, mesmo entendendo outros mecanismos evolutivos como a especiação.
É isso, o que costumo observar nas pessoas que negam o evolucionismo é o desconhecimento dela,e principalmente na seleção natural.
A seguir, vou coletar alguns depoimentos sobre o que o senso-comum, e eas pessoas em geral que não acreditam no darwinismo pensam sobre ele. Veremos que seus argumentos são equivocados e que elas costumam não entender muito sobre a teoria da evolução.