E sobre o espantalho, achei justificada a analogia, levando-se em conta não a compulsoriedade ou não do trabalho, mas de ser melhor manter a situação degradante pra não perder o benefício (o salário no caso da empregada; a manutenção, no caso do escravo).
Muitas leis trabalhistas estão aí para tentar inibir vários problemas que ocorriam no passado, como os que você citou. Não sou contra, e nem acho que o livre-mercado vai resolver tudo, mas temo pelo excesso de "zelo" do Estado, querendo proteger tanto o funcionário, como se todos eles fossem uns coitados, que acaba prejudicando outras pessoas que não precisam disso.
A gente ainda nivela tudo por baixo, e temos que começar a rever algumas coisas. Aqui em Curitiba, por exemplo, no setor de informática, o que por muito tempo foi feito para diminuir os custos e facilitar as flutuações do mercado foi a contratação de terceiros por empresas "terceirizadoras" (não sei como chamá-las). Essas empresas ganham muito em cima do funcionário, repassa pouco a ele, geralmente ganhando bem menos que seus colegas do mesmo cargo, além de receber um tratamento pior que as pessoas contratadas da própria empresa.
E por que tudo isso? Por causa dos altos custos de contratação e demissão, que é bastante prejudicial num ambiente como este de informática. É por isso que optei por trabalhar como pessoa jurídica.
Portanto,
não estou defendendo:
- escravidão
- trabalho degradante
- má remuneração
- trabalho infantil
- trabalho extra sem remuneração
- assédio sexual
O que eu defendo é uma maior liberdade de negociação entre trabalhadores, porque tanto eu quanto minha mulher percebemos nos nossos empregos que este excesso de proteção não nos ajuda.
"ah, mas ajuda os pobres, toma fotinha de espantalho". Então vamos flexibilizar, tentar fazer diferente, e tentar não ficar sempre nivelando por baixo.