A questão é justamente essa, até onde achariam que fosse necessário. Acho que esse limite seria bem menor em relação ao implantado pelo PT.
Por quê?
Se o PSDB criou a maioria dos programas, por que esse ímpeto de criar bolsas e benefícios acabaria?
E qual o limite que você considera adequado? Quais contrapartidas devem ser exigidas de quem recebe dinheiro público, na sua opinião?
Porque o PSDB, mesmo longe, está mais próximo da ideologia da não intervenção estatal do que o PT.
Defina melhor seu objetivo: é apenas "acabar com a fome e miséria" ou intervir por intervir?
Por que a frase acima passa implicitamente a idéia de que "não intervenção estatal" é algo que inexoravelmente leva à fome e miséria, e que estas não poderiam ser combatidas sem um intervencionismo estatal pesado na economia. São assunções suas, apenas.
É porque, por entender essa questão como prioridade máxima, acredito que deve ser solucionada no prazo mais curto possível. Pode ser que exista, mas eu desconheço uma solução RÁPIDA para a miséria que não passe por uma atuação maciça do estado.
Sem querer me aprofundar no contexto da frase, mas voltamos ao Keynes: "No longo prazo estaremos todos mortos". Nesse caso muita gente estaria mesmo, literalmente.
Concordo. Mas diferente de você, eu não vejo os programas sociais como SOLUÇÕES para esse problema, mas apenas como PALIATIVOS temporários. A solução é o desenvolvimento econômico, criando oportunidades de emprego e renda para todos.
A Venezuela adotou um sistema assistencialista ainda mais abrangente e agressivo que o brasileiro, mas cagou a economia. Como estão os venezuelanos hoje? E Cuba?
Já o Chile adotou uma política "neoliberal" durante décadas. Como está o Chile hoje?
Em resumo: nossa discordância não está muito nos objetivos em si, mas nos MEIOS de se atingir esses objetivos.
Eu não sou contra tentar a solução ideal de longo prazo paralelamente a isso. Só sou contra deixar de assistir as pessoas para focar na solução de longo prazo.
As contrapartidas devem ser atos de colaboração ativa dos beneficiários para a conquista de sua própria independência econômica. Colocar limite de tempo no benefício ajudaria nisso.
Concordo com a premissa, mas o limite de tempo, na minha opinião, é uma maneira cruel de implantar isso. E se acabar o tempo e, por algum motivo alheio à sua vontade (e acredito que ninguém tem vontade de ser miserável), a família não conseguiu a independência financeira? Sou contra dar um "foda-se". Mas pode-se pensar em uma outra maneira de cobrar essa postura ativa de busca pela independência sim, respeitando cada caso, não teria nada contra.
Domiciano, dentre as 2 opções abaixo, qual você escolheria?
1- Um governo que cria muitos programas assistencialistas, mas caga a economia?
2- Um governo que cuida melhor da economia, mas cria poucos programas assistencialistas?
Depende. Se "cuidar melhor da economia" significar também distribuição de renda e erradicação da miséria, escolho a 2. Se "cuidar melhor da economia" for meramente crescimento do PIB e controle da inflação e juros, aumentando ou inalterando a desigualdade econômica e os problemas sociais, então eu prefiro a 1.
E que fique claro que eu não apoio o comunismo cubano, o chamado "bolivarianismo" latino e similares. O mais próximo do ideal que eu vislumbro é a realidade dos países escandinavos, que mesmo tendo alta carga de impostos possuem os melhores índices sociais. Acho que é um preço justo. Sei que toda a história deles é diferente da nossa, mas os objetivos a se vislumbrar estariam nessa direção.