Empatia significa perceber o mundo como a outra pessoa percebe, se colocando nas mesmas situações e circunstâncias experimentadas por ela. A regra do ouro é falha por não funcionar assim, ela te coloca na mesma situação e circunstâncias experimentadas pela outra pessoa, mas com a sua própria visão de mundo, ao invés de com a da pessoa com a qual você pretende gerar empatia. Levando-se em conta que todas as pessoas são únicas, e não apenas algumas, as chances da regra do ouro falhar são maiores do que se pode imaginar.
Abraços!
Não complica, a Regra de Ouro é só uma proposta para um bom convívio entre as pessoas de um modo geral, e o tremendo acerto nela, o ouro dela, é exatamente por obedecê-la se mostrar amplamente eficaz.
Como eu demonstrei, a regra é comumente utilizada como a essência do significado de empatia, no entanto, falha no sentido de exemplificar tal comportamento, e por consequência, falha em diversas vezes em cumprir seu objetivo (de dar prazer ou evitar sofrimento a outros).
Abraços!
Mas não é função de uma regra exemplificar um comportamento e sim de norteá-lo, propô-lo, ademais não falha em cumprir o que se propõe, todo mundo quer ser querido, ser tratado com dignidade e respeito e ser valorizado pelo lado que mostra de melhor, não tem forma melhor de obter isso agindo de modo diferente para com outrem.
Sempre que pessoas com gostos ou opiniões distintas sobre determinado assunto aplicarem esta regra nesta relação com a outra pessoa e com este assunto, a regra falhará miseravelmente.
Você, por exemplo, quer sinceramente que alguém te trate diferente do modo como trata a outrem? Acha que é assim que a banda toca?
Mas é claro, pessoas com modelos de mundo distintos reagem de forma distinta a um mesmo estimulo. Para os gregos, cremarem seus entes queridos que faleceram era sinal de respeito, enquanto para os citas era de desrespeito, pois estes comiam-nos como sinal de respeito, que por sua vez era pelos gregos interpretado como desrespeito.
Se eu namorasse com uma masoquista ela gostaria que eu lhe infringisse dor para sentir prazer, no entanto eu não esperaria dela a mesma atitude para comigo, pois eu, diferentemente dela, não sentiria o mesmo prazer que ela sente com este ato.
Os exemplos de como esta regra falha miseravelmente nas mais variadas situações com os mais variados tipos de indivíduos ou povos são inúmeros, que eu poderia ficar horas e horas aqui a digita-los.
Presumo que sua intenção é ser isento, imaginando que no mundo há singularidade a que deva se inteirar, mas isso é um equívoco, tudo é complementar da sua realidade, nem sempre é acertado querer de tudo um verniz filosófico logicista. Como diz o poema
"Nenhum homem é uma ilha, isolado em si mesmo; todos são parte do continente, uma parte de um todo. Se um torrão de terra for levado pelas águas até o mar, a Europa ficará diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse o solar de teus amigos ou o teu próprio; a morte de qualquer homem me diminui, porque sou parte do gênero humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti".
Meditações VII, John Donne
Minha intenção é simplesmente mostrar que a regra falha, por se basear no princípio evidentemente falso, as pessoas não são iguais, e não pensam ou interpretam o mundo da mesma forma, e isso basta para mostrar que a regra é falha.
Abraços!