Autor Tópico: Impostos sobre produtos essenciais: qual a vantagem?  (Lida 9408 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.

Offline DDV

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 9.724
  • Sexo: Masculino
Impostos sobre produtos essenciais: qual a vantagem?
« Online: 20 de Janeiro de 2015, 13:09:16 »
Qual a vantagem para o país, a sociedade ou a "coletividade" (seja que nome dêem) a existência de impostos sobre produtos essenciais, como remédios, alimentos da cesta básica, gás de cozinha, gasolina, etc?

É uma pergunta bem simples e mesmo idiota, mas ainda não vi resposta satisfatória em nenhum lugar.

 
Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline Alucinado psicopata

  • Nível 11
  • *
  • Mensagens: 181
  • Sexo: Masculino
Re:Impostos sobre produtos essenciais: qual a vantagem?
« Resposta #1 Online: 20 de Janeiro de 2015, 13:29:17 »
O que é um produto essencial?

Offline Lorentz

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 10.735
  • Sexo: Masculino
Re:Impostos sobre produtos essenciais: qual a vantagem?
« Resposta #2 Online: 20 de Janeiro de 2015, 13:35:05 »
O que é um produto essencial?

Citar
como remédios, alimentos da cesta básica, gás de cozinha, gasolina

O que não faz muito sentido pra mim é distribuir renda para uma parcela da população e aplicar impostos em cima de produtos que é amplamente consumido pela mesma parcela.

É tipo um moto perpétuo.
"Amy, technology isn't intrinsically good or bad. It's all in how you use it, like the death ray." - Professor Hubert J. Farnsworth

Offline Fabrício

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 7.318
  • Sexo: Masculino
Re:Impostos sobre produtos essenciais: qual a vantagem?
« Resposta #3 Online: 20 de Janeiro de 2015, 13:45:26 »
Qual a vantagem para o país, a sociedade ou a "coletividade" (seja que nome dêem) a existência de impostos sobre produtos essenciais, como remédios, alimentos da cesta básica, gás de cozinha, gasolina, etc?

É uma pergunta bem simples e mesmo idiota, mas ainda não vi resposta satisfatória em nenhum lugar.

 

A única "vantagem" que vejo, como leigo em economia, é o aumento de arrecadação do governo.
"Deus prefere os ateus"

Offline Alucinado psicopata

  • Nível 11
  • *
  • Mensagens: 181
  • Sexo: Masculino
Re:Impostos sobre produtos essenciais: qual a vantagem?
« Resposta #4 Online: 20 de Janeiro de 2015, 13:47:12 »
O que é um produto essencial?

Citar
como remédios, alimentos da cesta básica, gás de cozinha, gasolina

O que não faz muito sentido pra mim é distribuir renda para uma parcela da população e aplicar impostos em cima de produtos que é amplamente consumido pela mesma parcela.

É tipo um moto perpétuo.
"Como x, y e z" não é métrica, é exemplo.

Offline Lorentz

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 10.735
  • Sexo: Masculino
Re:Impostos sobre produtos essenciais: qual a vantagem?
« Resposta #5 Online: 20 de Janeiro de 2015, 13:53:08 »
O que é um produto essencial?

Citar
como remédios, alimentos da cesta básica, gás de cozinha, gasolina

O que não faz muito sentido pra mim é distribuir renda para uma parcela da população e aplicar impostos em cima de produtos que é amplamente consumido pela mesma parcela.

É tipo um moto perpétuo.
"Como x, y e z" não é métrica, é exemplo.

Pelo que entendi, seriam produtos mais básicos consumidos principalmente pela base da pirâmide de Maslow.
"Amy, technology isn't intrinsically good or bad. It's all in how you use it, like the death ray." - Professor Hubert J. Farnsworth

Offline Alucinado psicopata

  • Nível 11
  • *
  • Mensagens: 181
  • Sexo: Masculino
Re:Impostos sobre produtos essenciais: qual a vantagem?
« Resposta #6 Online: 20 de Janeiro de 2015, 13:59:37 »
O que é um produto essencial?

Citar
como remédios, alimentos da cesta básica, gás de cozinha, gasolina

O que não faz muito sentido pra mim é distribuir renda para uma parcela da população e aplicar impostos em cima de produtos que é amplamente consumido pela mesma parcela.

É tipo um moto perpétuo.
"Como x, y e z" não é métrica, é exemplo.

Pelo que entendi, seriam produtos mais básicos consumidos principalmente pela base da pirâmide de Maslow.

Se assim for pretendo não opinar, afinal, o caranguejo real norueguês entra na mesma lista do que o arroz e o feijão. Não faz sentido perante a legislação.

Offline Jurubeba

  • Nível 31
  • *
  • Mensagens: 2.071
  • Sexo: Masculino
  • CHAMEM OS ANARQUISTAS!!!
Re:Impostos sobre produtos essenciais: qual a vantagem?
« Resposta #7 Online: 20 de Janeiro de 2015, 14:07:14 »
Em meu entendimento essa é uma prática imperialista que foi absorvida com muito prazer pelos socialistas. Esses produtos, como bem dito, são, talvez, a única fonte possível para a sobrevivência dos mais necessitados, que não possuem qualquer válvula de escape para sonegar, ou não consumir, ou até usar de subterfúgios para driblar a taxação.

É uma forma eficiente, e cruel, de se garantir somas aos cofres do Estado glutão! Para o povo, não existe vantagem. Para o governo, vantagem máxima! É a garantia de que ao menos o mínimo será arrecadado (que não é tão mínimo assim).

Claro, falo como consumidor e cidadão. Um economista poderá ter outra explicação, menos realista e mais tecnicista.

Saudações

Offline DDV

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 9.724
  • Sexo: Masculino
Re:Impostos sobre produtos essenciais: qual a vantagem?
« Resposta #8 Online: 20 de Janeiro de 2015, 14:10:26 »
Eu acredito em uma explicação puramente política: o governo na verdade não é "do povo" e não defende primariamente os seus interesses, mas sim os interesses da máquina estatal (políticos e funcionários do estado) em primeiríssimo lugar.

 
Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline DDV

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 9.724
  • Sexo: Masculino
Re:Impostos sobre produtos essenciais: qual a vantagem?
« Resposta #9 Online: 20 de Janeiro de 2015, 14:57:54 »
Entretanto, como os esquerdistas defendem altas tributações e um estado inchado, é provável que também defendam (ou não se oponham) a tributações desse tipo. Qual a razão deles para defender tributos sobre bens básicos? O que se obtém de bom com essa política?

Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline Jurubeba

  • Nível 31
  • *
  • Mensagens: 2.071
  • Sexo: Masculino
  • CHAMEM OS ANARQUISTAS!!!
Re:Impostos sobre produtos essenciais: qual a vantagem?
« Resposta #10 Online: 20 de Janeiro de 2015, 15:32:44 »
Entretanto, como os esquerdistas defendem altas tributações e um estado inchado, é provável que também defendam (ou não se oponham) a tributações desse tipo. Qual a razão deles para defender tributos sobre bens básicos? O que se obtém de bom com essa política?
A pergunta é retórica ou você espera realmente que algum esquerdista do forum responda sua pergunta?  :hein:

Saudações

Offline Sparke

  • Nível 13
  • *
  • Mensagens: 289
  • Sexo: Masculino
Re:Impostos sobre produtos essenciais: qual a vantagem?
« Resposta #11 Online: 20 de Janeiro de 2015, 15:53:48 »
A questão é curiosa, por assim dizer, pois o fato é que o ICMS, por exemplo, apesar de cobrado de toda a cadeia de produtores, transformadores e fornecedores (o que parece ser justo tendo em vista que o imposto gravita em torno da circulação de riqueza), sempre é repassado para o consumidor. Trata-se do que se denomina de tributo indireto (lembrando que imposto é apenas uma espécie, ao lado das taxas, contribuições e empréstimo compulsório).

Os patrões, é claro, não querem sair no prejuízo.

Talvez o que esteja por trás seja um fim legítimo (a produção ou a manifestação de riqueza, razão de ser do imposto) que, na prática, por força do sistema econômico em que estamos inseridos, de algum modo, salvo alguma benesse legal (isenção, por exemplo), invariavelmente é diluído na sociedade — que, em contrapartida, aufere os benefícios do investimento do dinheiro arrecadado em saúde, segurança, etc.

Rhyan

  • Visitante
Re:Impostos sobre produtos essenciais: qual a vantagem?
« Resposta #12 Online: 20 de Janeiro de 2015, 16:06:10 »
"Produtos essenciais" não faz sentido mesmo, já que o valor é subjetivo.

Mas a lógica do cobrador de impostos é que taxar produtos com demanda inelástica não altera muito a quantidade comprada, dá pra arrecadar com os impostos, ao contrário de um produto de demanda elástica que seria substituído ou não utilizado.

De qualquer forma, quanto mais imposto pior, imposto é sempre destruição, roubo, coerção e ineficiência.

Offline Jurubeba

  • Nível 31
  • *
  • Mensagens: 2.071
  • Sexo: Masculino
  • CHAMEM OS ANARQUISTAS!!!
Re:Impostos sobre produtos essenciais: qual a vantagem?
« Resposta #13 Online: 20 de Janeiro de 2015, 16:14:29 »
A questão é curiosa, por assim dizer, pois o fato é que o ICMS, por exemplo, apesar de cobrado de toda a cadeia de produtores, transformadores e fornecedores (o que parece ser justo tendo em vista que o imposto gravita em torno da circulação de riqueza), sempre é repassado para o consumidor. Trata-se do que se denomina de tributo indireto (lembrando que imposto é apenas uma espécie, ao lado das taxas, contribuições e empréstimo compulsório).

Os patrões, é claro, não querem sair no prejuízo.

Talvez o que esteja por trás seja um fim legítimo (a produção ou a manifestação de riqueza, razão de ser do imposto) que, na prática, por força do sistema econômico em que estamos inseridos, de algum modo, salvo alguma benesse legal (isenção, por exemplo), invariavelmente é diluído na sociedade — que, em contrapartida, aufere os benefícios do investimento do dinheiro arrecadado em saúde, segurança, etc.
Me corrija se eu estiver errado, mas essa proposição demonstra sua posição marxista, já que isso é socializar o capital. É isso mesmo?

Como ficam os meios de produção? Nas mãos do Estado? Ora, é o Estado o demônio por trás desse pecado!

A solução não é essa, a solução é menos Estado.

Eu já tô achando que a solução é nenhum Estado! :hmph:

Saudações

Offline Sparke

  • Nível 13
  • *
  • Mensagens: 289
  • Sexo: Masculino
Re:Impostos sobre produtos essenciais: qual a vantagem?
« Resposta #14 Online: 20 de Janeiro de 2015, 16:47:03 »
A questão é curiosa, por assim dizer, pois o fato é que o ICMS, por exemplo, apesar de cobrado de toda a cadeia de produtores, transformadores e fornecedores (o que parece ser justo tendo em vista que o imposto gravita em torno da circulação de riqueza), sempre é repassado para o consumidor. Trata-se do que se denomina de tributo indireto (lembrando que imposto é apenas uma espécie, ao lado das taxas, contribuições e empréstimo compulsório).

Os patrões, é claro, não querem sair no prejuízo.

Talvez o que esteja por trás seja um fim legítimo (a produção ou a manifestação de riqueza, razão de ser do imposto) que, na prática, por força do sistema econômico em que estamos inseridos, de algum modo, salvo alguma benesse legal (isenção, por exemplo), invariavelmente é diluído na sociedade — que, em contrapartida, aufere os benefícios do investimento do dinheiro arrecadado em saúde, segurança, etc.
Me corrija se eu estiver errado, mas essa proposição demonstra sua posição marxista, já que isso é socializar o capital. É isso mesmo?

Como ficam os meios de produção? Nas mãos do Estado? Ora, é o Estado o demônio por trás desse pecado!

A solução não é essa, a solução é menos Estado.

Eu já tô achando que a solução é nenhum Estado! :hmph:

Saudações

Desculpa, deu a entender como se fosse uma posição minha, mas meu intuito era unicamente alvitrar uma solução para o fenômeno tributário.

E olha, o que eu disse foi com base no sistema acobertado pela Constituição, que tem feição liberal e social. Se isso significar socializar o capital já não sei (em termos econômicos), mas o fato é que o viés pautada na segunda (social) é a tônica da nossa Carta Política, na medida em que garante a todos um extenso rol de direitos fundamentais, que, sem o Estado, dificilmente seriam alcançados.

Essa dificuldade resulta de uma evolução histórica em que, após a Revolução Francesa, com o predomínio do liberalismo, viu-se a insuficiência desse modelo negativo de atuação estatal. Os países precursores dessa mudança foram a Alemanha e o México. Não é à toa que nunca se viu tantos desfrutarem de direitos, o que também se comprova pelo número cada vez maior de ações na justiça (fico aqui com o exemplo do fornecimento de medicamentos).

Agora se esse sistema é insustentável (por falhas, inchaço ou mesmo uma simples inexiquibilidade) pode até ser, mas que seu fim é legítimo, penso que não se pode negar.

Offline Jurubeba

  • Nível 31
  • *
  • Mensagens: 2.071
  • Sexo: Masculino
  • CHAMEM OS ANARQUISTAS!!!
Re:Impostos sobre produtos essenciais: qual a vantagem?
« Resposta #15 Online: 20 de Janeiro de 2015, 17:13:23 »
Desculpa, deu a entender como se fosse uma posição minha, mas meu intuito era unicamente alvitrar uma solução para o fenômeno tributário.

E olha, o que eu disse foi com base no sistema acobertado pela Constituição, que tem feição liberal e social. Se isso significar socializar o capital já não sei (em termos econômicos), mas o fato é que o viés pautada na segunda (social) é a tônica da nossa Carta Política, na medida em que garante a todos um extenso rol de direitos fundamentais, que, sem o Estado, dificilmente seriam alcançados.

Essa dificuldade resulta de uma evolução histórica em que, após a Revolução Francesa, com o predomínio do liberalismo, viu-se a insuficiência desse modelo negativo de atuação estatal. Os países precursores dessa mudança foram a Alemanha e o México. Não é à toa que nunca se viu tantos desfrutarem de direitos, o que também se comprova pelo número cada vez maior de ações na justiça (fico aqui com o exemplo do fornecimento de medicamentos).

Agora se esse sistema é insustentável (por falhas, inchaço ou mesmo uma simples inexiquibilidade) pode até ser, mas que seu fim é legítimo, penso que não se pode negar.
De fato  :umm:

No entanto, tendo a crer que o avanço aparente de nossa constituição vem mais do desvirtuamento dos princípios da Revolução Francesa do que aperfeiçoamento de conceitos.

Chegamos a um ponto onde o excesso de direitos culmina em direito nenhum, pois a cada direito evocado existe (ou existirá, basta um gênio legislar) um outro direito que contrapõe aquele primeiro. Tá virando coisa de doido! E isso tudo fomentado pelo Estado.

O Estado mínimo, que se ocupa daquilo que lhe cabe, é a solução. Poucas coisas não podem ser supridas pelo mercado ou geridas pela sociedade e são essas poucas que compete ao Estado cuidar.

Mas o que vemos é um Estado que cuida de tudo, por isso mesmo cuida mal, e mercado e sociedade ficam impossibilitados de realizar a gestão eficiente que lhes é subtraída pelo incompetente Estado!

Sempre que a solução para algum problema for o Estado, pode ter certeza que o problema irá piorar, a ponto de inviabilizar de vez qualquer realidade na área em questão.

Saudações

Offline Geotecton

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 28.345
  • Sexo: Masculino
Re:Impostos sobre produtos essenciais: qual a vantagem?
« Resposta #16 Online: 20 de Janeiro de 2015, 17:15:33 »
Legítimo?

Para quem?
Foto USGS

Offline Sparke

  • Nível 13
  • *
  • Mensagens: 289
  • Sexo: Masculino
Re:Impostos sobre produtos essenciais: qual a vantagem?
« Resposta #17 Online: 20 de Janeiro de 2015, 18:28:05 »
Desculpa, deu a entender como se fosse uma posição minha, mas meu intuito era unicamente alvitrar uma solução para o fenômeno tributário.

E olha, o que eu disse foi com base no sistema acobertado pela Constituição, que tem feição liberal e social. Se isso significar socializar o capital já não sei (em termos econômicos), mas o fato é que o viés pautada na segunda (social) é a tônica da nossa Carta Política, na medida em que garante a todos um extenso rol de direitos fundamentais, que, sem o Estado, dificilmente seriam alcançados.

Essa dificuldade resulta de uma evolução histórica em que, após a Revolução Francesa, com o predomínio do liberalismo, viu-se a insuficiência desse modelo negativo de atuação estatal. Os países precursores dessa mudança foram a Alemanha e o México. Não é à toa que nunca se viu tantos desfrutarem de direitos, o que também se comprova pelo número cada vez maior de ações na justiça (fico aqui com o exemplo do fornecimento de medicamentos).

Agora se esse sistema é insustentável (por falhas, inchaço ou mesmo uma simples inexiquibilidade) pode até ser, mas que seu fim é legítimo, penso que não se pode negar.
De fato  :umm:

No entanto, tendo a crer que o avanço aparente de nossa constituição vem mais do desvirtuamento dos princípios da Revolução Francesa do que aperfeiçoamento de conceitos.

Chegamos a um ponto onde o excesso de direitos culmina em direito nenhum, pois a cada direito evocado existe (ou existirá, basta um gênio legislar) um outro direito que contrapõe aquele primeiro. Tá virando coisa de doido! E isso tudo fomentado pelo Estado.

O Estado mínimo, que se ocupa daquilo que lhe cabe, é a solução. Poucas coisas não podem ser supridas pelo mercado ou geridas pela sociedade e são essas poucas que compete ao Estado cuidar.

Mas o que vemos é um Estado que cuida de tudo, por isso mesmo cuida mal, e mercado e sociedade ficam impossibilitados de realizar a gestão eficiente que lhes é subtraída pelo incompetente Estado!

Sempre que a solução para algum problema for o Estado, pode ter certeza que o problema irá piorar, a ponto de inviabilizar de vez qualquer realidade na área em questão.

Saudações

Olha, até entendo suas preocupações, mas exaltar os ideias de liberdade, igualdade e fraternidade (se esse foi seu intuito ao tratar dos princípios da Revolução Francesa) não condiz com a realidade história pós-revolucionária. Nem é preciso ir muito longe para recordar dos movimentos sociais que eclodiram na Europa por mais direitos, haja vista que o modelo liberal e absenteísta, por si só, oportunizava a exploração e a opressão justamente pela ficção da liberdade e igualdade pautados no capitalismo. Não é por outra razão que Constituições de perfil liberal e social tornaram-se comuns.

Por outro lado, penso falar que o excesso de direitos culmina em direito algum não corresponde à verdade. Conflitos há, como sempre houveram. O Judiciário, contudo, tem dado suas respostas (boas, muitas vezes, más em outras).

Acerca do Estado Mínimo, eu não vejo como ele solucionaria muitas das demandas atuais. A lógica do mercado não se coaduna com valores que, hoje, entrariam em conflito se não fosse oportunizada a regulamentação do Estado. Por exemplo, podemos pensar na degradação ambiental e na preservação das espécies em face do desenvolvimento. Assim sendo, quais são os limites para deixar nas mãos da sociedade ou do Estado determinados assuntos?

Sou obrigado a confessar, contudo, que estou inserido no sistema. Vejo diariamente que as pessoas, na verdade, não conseguem gerir seus interesses. Por outras palavras, e infelizmente, não resolvem seus próprios problemas quando assim são instadas.

Também acho que não incumbe ao Estado, pelo menos completamente, a tutela de todos como se continuássemos eternamente na infância. Reconheço, portanto, que tens razão que a institucionalização, via de regra, não é a melhor saída.

Eu fico curioso, na verdade, é como seria um sistema diferente desse. Seria pautado no capitalismo?

Legítimo?

Para quem?

Em tese, tentei deixar claro que seria em benefícios de todos, dentro do perfil constitucional e das limitações impostas pelo sistema capitalista escolhido.

Abraço!

Offline Alucinado psicopata

  • Nível 11
  • *
  • Mensagens: 181
  • Sexo: Masculino
Re:Impostos sobre produtos essenciais: qual a vantagem?
« Resposta #18 Online: 20 de Janeiro de 2015, 19:39:07 »
"Produtos essenciais" não faz sentido mesmo, já que o valor é subjetivo.

Mas a lógica do cobrador de impostos é que taxar produtos com demanda inelástica não altera muito a quantidade comprada, dá pra arrecadar com os impostos, ao contrário de um produto de demanda elástica que seria substituído ou não utilizado.

De qualquer forma, quanto mais imposto pior, imposto é sempre destruição, roubo, coerção e ineficiência.

Essa é uma visão mais "liberal"* da coisa. É uma certa busca por uma eficiência taxativa que não vemos no Brasil, ao menos não com frequência, principalmente quando se observa a intenção restritiva em certas alíquotas.

*Leia-se monetarista, sob os critérios de impostos eficientes de Friedman

Offline Alucinado psicopata

  • Nível 11
  • *
  • Mensagens: 181
  • Sexo: Masculino
Re:Impostos sobre produtos essenciais: qual a vantagem?
« Resposta #19 Online: 20 de Janeiro de 2015, 19:45:52 »
Acerca do Estado Mínimo, eu não vejo como ele solucionaria muitas das demandas atuais. A lógica do mercado não se coaduna com valores que, hoje, entrariam em conflito se não fosse oportunizada a regulamentação do Estado. Por exemplo, podemos pensar na degradação ambiental e na preservação das espécies em face do desenvolvimento. Assim sendo, quais são os limites para deixar nas mãos da sociedade ou do Estado determinados assuntos?

Você deixaria que homens entrassem na sua propriedade e matassem toda a fauna e flora que conseguissem? Que tal deixar as terras em mãos de proprietários dispostos a se defender do que as deixar a mercê de invasões?

Offline Jurubeba

  • Nível 31
  • *
  • Mensagens: 2.071
  • Sexo: Masculino
  • CHAMEM OS ANARQUISTAS!!!
Re:Impostos sobre produtos essenciais: qual a vantagem?
« Resposta #20 Online: 20 de Janeiro de 2015, 20:20:58 »
Citar
Olha, até entendo suas preocupações, mas exaltar os ideias de liberdade, igualdade e fraternidade (se esse foi seu intuito ao tratar dos princípios da Revolução Francesa) não condiz com a realidade história pós-revolucionária. Nem é preciso ir muito longe para recordar dos movimentos sociais que eclodiram na Europa por mais direitos, haja vista que o modelo liberal e absenteísta, por si só, oportunizava a exploração e a opressão justamente pela ficção da liberdade e igualdade pautados no capitalismo. Não é por outra razão que Constituições de perfil liberal e social tornaram-se comuns.
Não pretendia exaltar os ideais da carta, apenas dizer exatamente isso que você disse: que o desvirtuamento foi grande, a ponto de se confundir esses princípios (que são liberais) com socialismo. Aqueles que desconhecem quais eram as reivindicações da RF são os que fazem essa associação tão equivocada.

No livre mercado, infelizmente para alguns, o empreendedor se destaca, o mais eficiente se adianta, o menos preguiçoso avança. O coitadismo, política notadamente socialista, que se instalou por conta da ausência das características acima e que fomentou o desejo intervencionista (o Estado como sustentador dos infelizes) fez justamente com que o povo alçasse governos populistas ao poder.

Não são ficção os ideais de igualdade e liberdade do liberalismo. O que é duro é que a natureza não dota todo ser humano com as mesmas características, tendências, dons, inteligência, vigor, etc. Infelizmente é assim, com tudo o que é natural. Lembra de Darwin? O mais bem adaptado... Nem todos o são no micro-universo da sociedade. Fazer o quê? Acho que só nos resta fazer o melhor que nossa natureza permitir  ::) A inevitável consequência é a desigualdade social. Mas a igualdade de oportunidades, num meio liberal, é garantida, embora nem todos venham ter a competência para tornar efetiva a oportunidade.

Por outro lado, usar de coerção para impor a igualdade (como é a praxe em um estado intervencionista) nivela por baixo toda sociedade pois não é o mais bem adaptado que irá exercer sua oportunidade mas sim aquele que foi amparado, independentemente de competência, aptidão ou qualidade, pelo Estado. Infelizmente é assim. Mas se isso fere o brio de alguns, fazer o quê, né?

Isso tudo pode soar frio, desumano e cruel. Só que é assim que o mundo natural trabalha e vai muito bem, obrigado.

Citar
Por outro lado, penso falar que o excesso de direitos culmina em direito algum não corresponde à verdade. Conflitos há, como sempre houveram. O Judiciário, contudo, tem dado suas respostas (boas, muitas vezes, más em outras).
Sobre isso, minha intenção era dizer que cria-se um cabo-de-guerra em ações sem fim. E não é isso que vemos no Brasil, onde processos se arrastam por anos, décadas a fio? É tudo muito complexo. Às vezes penso que é de propósito  |(

Citar
Acerca do Estado Mínimo, eu não vejo como ele solucionaria muitas das demandas atuais. A lógica do mercado não se coaduna com valores que, hoje, entrariam em conflito se não fosse oportunizada a regulamentação do Estado. Por exemplo, podemos pensar na degradação ambiental e na preservação das espécies em face do desenvolvimento. Assim sendo, quais são os limites para deixar nas mãos da sociedade ou do Estado determinados assuntos?

Sou obrigado a confessar, contudo, que estou inserido no sistema. Vejo diariamente que as pessoas, na verdade, não conseguem gerir seus interesses. Por outras palavras, e infelizmente, não resolvem seus próprios problemas quando assim são instadas.

Também acho que não incumbe ao Estado, pelo menos completamente, a tutela de todos como se continuássemos eternamente na infância. Reconheço, portanto, que tens razão que a institucionalização, via de regra, não é a melhor saída.

Eu fico curioso, na verdade, é como seria um sistema diferente desse. Seria pautado no capitalismo?
Não sei o seu nível de conhecimento sobre o liberalismo, mas essa sua preocupação é bem trabalhada e clara para o liberal. Inclusive, Justiça (no sentido de resolução de conflitos) é um dos pontos onde se considera que um Estado mínimo deva se ocupar. Seguindo as ideias do economista Roberto Campos, as áreas a que o estado deve se ater são:
  • Educação básica
  • Saúde
  • Segurança
  • Justiça
  • Defesa Nacional
Esse é o Estado mínimo de um liberal. Claro, tem os Anarcocapitalistas que acreditam que até isso pode ser cuidado pelo mercado e pela sociedade, por isso defendem nenhum estado. Eu não tenho muita certeza sobre isso, por isso sou mais moderado.

A resposta ficou grande, muito embora incompleta. Tem gente mais capacitada do que eu aqui no forum que poderá aprofundar o tema.

Saudaçoes

Rhyan

  • Visitante
Re:Impostos sobre produtos essenciais: qual a vantagem?
« Resposta #21 Online: 20 de Janeiro de 2015, 20:39:26 »
A questão é curiosa, por assim dizer, pois o fato é que o ICMS, por exemplo, apesar de cobrado de toda a cadeia de produtores, transformadores e fornecedores (o que parece ser justo tendo em vista que o imposto gravita em torno da circulação de riqueza), sempre é repassado para o consumidor. Trata-se do que se denomina de tributo indireto (lembrando que imposto é apenas uma espécie, ao lado das taxas, contribuições e empréstimo compulsório).

Os patrões, é claro, não querem sair no prejuízo.

Talvez o que esteja por trás seja um fim legítimo (a produção ou a manifestação de riqueza, razão de ser do imposto) que, na prática, por força do sistema econômico em que estamos inseridos, de algum modo, salvo alguma benesse legal (isenção, por exemplo), invariavelmente é diluído na sociedade — que, em contrapartida, aufere os benefícios do investimento do dinheiro arrecadado em saúde, segurança, etc.
Me corrija se eu estiver errado, mas essa proposição demonstra sua posição marxista, já que isso é socializar o capital. É isso mesmo?

Como ficam os meios de produção? Nas mãos do Estado? Ora, é o Estado o demônio por trás desse pecado!

A solução não é essa, a solução é menos Estado.

Eu já tô achando que a solução é nenhum Estado! :hmph:

Saudações

Se você curte uns papos mais filosóficos e éticos eu recomendo A Ética da Liberdade.

Se curte umas defesas mais econômicas eu recomendo Governo e Mercado e/ou  As Engrenagens da Liberdade.

Rhyan

  • Visitante
Re:Impostos sobre produtos essenciais: qual a vantagem?
« Resposta #22 Online: 20 de Janeiro de 2015, 20:43:19 »
"Produtos essenciais" não faz sentido mesmo, já que o valor é subjetivo.

Mas a lógica do cobrador de impostos é que taxar produtos com demanda inelástica não altera muito a quantidade comprada, dá pra arrecadar com os impostos, ao contrário de um produto de demanda elástica que seria substituído ou não utilizado.

De qualquer forma, quanto mais imposto pior, imposto é sempre destruição, roubo, coerção e ineficiência.

Essa é uma visão mais "liberal"* da coisa. É uma certa busca por uma eficiência taxativa que não vemos no Brasil, ao menos não com frequência, principalmente quando se observa a intenção restritiva em certas alíquotas.

*Leia-se monetarista, sob os critérios de impostos eficientes de Friedman

Eu vou mais pela Escola Austríaca mesmo, mas quem achou que o Levy ia ter carta branca pra fazer um liberalismo decente quebrou a cara, era óbvio que não.

Veja sobre o risco da austeridade baseada em aumento de impostos:
http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1465

Offline Alucinado psicopata

  • Nível 11
  • *
  • Mensagens: 181
  • Sexo: Masculino
Re:Impostos sobre produtos essenciais: qual a vantagem?
« Resposta #23 Online: 20 de Janeiro de 2015, 21:01:27 »
"Produtos essenciais" não faz sentido mesmo, já que o valor é subjetivo.

Mas a lógica do cobrador de impostos é que taxar produtos com demanda inelástica não altera muito a quantidade comprada, dá pra arrecadar com os impostos, ao contrário de um produto de demanda elástica que seria substituído ou não utilizado.

De qualquer forma, quanto mais imposto pior, imposto é sempre destruição, roubo, coerção e ineficiência.

Essa é uma visão mais "liberal"* da coisa. É uma certa busca por uma eficiência taxativa que não vemos no Brasil, ao menos não com frequência, principalmente quando se observa a intenção restritiva em certas alíquotas.

*Leia-se monetarista, sob os critérios de impostos eficientes de Friedman

Eu vou mais pela Escola Austríaca mesmo, mas quem achou que o Levy ia ter carta branca pra fazer um liberalismo decente quebrou a cara, era óbvio que não.

Veja sobre o risco da austeridade baseada em aumento de impostos:
http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1465

Já havia percebido a sua inclinação à EA. Você é dos clássicos ou já é da modernidade Rothbardiana?

A minha menção não foi ligada ao Levy, embora tal ligação possa ser feita. É que os conceitos de taxação sugerido pelos libs clássicos é diferente do monetarista de Friedman, por isso fiz aquela menção.

Este artigo que você linkou é bem interessante, dá pra notar bem a aversão aos Chicago boys.  :ok:

Rhyan

  • Visitante
Re:Impostos sobre produtos essenciais: qual a vantagem?
« Resposta #24 Online: 20 de Janeiro de 2015, 21:07:09 »
Já havia percebido a sua inclinação à EA. Você é dos clássicos ou já é da modernidade Rothbardiana?

A minha menção não foi ligada ao Levy, embora tal ligação possa ser feita. É que os conceitos de taxação sugerido pelos libs clássicos é diferente do monetarista de Friedman, por isso fiz aquela menção.

Este artigo que você linkou é bem interessante, dá pra notar bem a aversão aos Chicago boys.  :ok:

Rothbardian, mas ultimamente eu tô discordando deles em alguns pontos e ficando mais com David Friedman (filho do Milton Friedman).

O autor do texto é o Leandro Roque, ele é ancap também. É difícil achar minarquista atual no Mises Brasil / Mises.org, até na Escola de Chicago eles estão somando bastante, como o já citado D. Friedman e o Bryan Caplan.

 

Do NOT follow this link or you will be banned from the site!