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Claro como países corruptos como Alemanha, Suíça e outros tantos corruptos por causa do financiamento privado.
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Olha... O sistema de financiamento de partidos (e campanhas eleitorais) aqui da Alemanha é um caso muito particular. Aqui, não há limite para doações privadas.
Porém, ao mesmo tempo, deve haver absoluta transparência quanto a origem das doações e tanto as autoridades competentes quanto os eleitores são verdadeiros carniceiros quando o assunto é esculhambar civilizadamente quem pisa na bola (comportamento que, no Brasil, ainda está pra surgir). Num país onde um ministro da defesa foi afastado do cargo sob acusação de ter cometido plagio em uma tese de doutorado(!), dá pra imaginar como o pessoal é intolerante.
Corrupção na política existe como em todo lugar. Na Alemanha é um pouco mais "refinado". Caso clássico (e que inclusive estão discutindo pra ver se conseguem dificultar) é o de oferecimento de cargos em empresas.
(aqui, por sinal, não há pensão vitalícia para políticos) O representante não receberia propina mas sim a promessa de um cargo de responsabilidade em uma companhia após o fim de seu mandato. O camarada beneficia um determinado grupo enquanto político e, após o fim do mandato, ganha um emprego com salário nas alturas e outros benefícios.
Gerhard Schröder fez isso. Foi pra Gazprom abarrotado de informações privilegiadas. Em contrapartida, nunca mais se elege na Alemanha, nem pra prefeito de vilarejo.
Eu (assim como muitos grupos críticos ao financiamento privado ilimitado) acredito que o controle de doações privadas para partidos se encaixa bem entre as medidas que ajudam a
reduzir a corrupção, seja no Brasil (especificamente) ou em qualquer outro país.
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Venda todas as estatais.
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Não querendo desviar muito do tópico de discussão mas, visto que o ponto foi levantado:
É notável a aversão à estatais entre diversos membros aqui do CC. Queria saber se essa aversão é geral e irrestrita ou é apenas no caso brasileiro.
Pergunto até pelo seguinte: A Deutsche Bahn (empresa responsável pelo transporte ferroviário aqui da alemanha) é 100% controlada pelo Estado. Nem de economia mista é. O serviço é pontual, confiável e os trêns são de qualidade. A maior crítica por parte do público com relação ao serviço tem a ver com o preço das passagens. Comprados em cima da hora podem custar uma fortuna (porém comprando com antecedência, os preços são
bem acessíveis).
Eu posso ir aqui da minha casa em Friburgo até a casa de minha sogra em Berlin com um único ticket, sem necessidade de pagar adicional para o transporte municipal, visto que as redes de transporte estatais (a nível federal, estadual e municipal) são integradas. A Deutsche Bahn gera um lucro aproximado de 3,5% sobre a receita. Nesse caso, qual seriam as possíveis vantagens de se vender essa estatal para um grupo (ou grupos) privado(s)?
Que fique bem claro:
Não estou querendo comparar Brasil com Alemanha ou defender o controle estatal. Eu quero é entender as bases para essa aversão declarada.