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Rhyan

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Biografia: Murray N. Rothbard
« Online: 06 de Abril de 2015, 11:54:20 »
Biografia: Murray N. Rothbard
Postado em 19 de Setembro, 2014.
Autor Jim Powell




O economista Murray N. Rothbard construiu o desafio intelectual mais abrangente já lançado contra a legitimidade do governo. Durante os mais de quarenta anos de sua carreira, ele explicou porque indivíduos privados, empresas privadas, e outras associações voluntárias podem fazer o que quer que precise ser feito. Ele insistiu que os indivíduos deveriam ser livres para cuidar de suas vidas pacificamente sem interferência de ninguém, nem mesmo do governo. Ele fez objeções ao roubo, fosse ele cometido por um criminoso privado ou por um coletor de impostos. E ele reconheceu que muitos problemas afetam o setor privado, mas historicamente o governo piorou as coisas, estrangulando o empreendedorismo e oprimindo as pessoas. Os governos, ele notou, são motivados pela expansão do próprio poder, não pelo serviço ao povo. É por isso que, seja qual for o partido político no poder, os governos tendem a tornarem-se maiores, fazerem mais leis, e taxar e gastar partes cada vez maiores daquilo que os trabalhadores produzem.

Rothbard escreveu uma dúzia de livros de grande importância e diversas centenas de artigos sobre ética, filosofia, economia, história americana e história da ideias. Seu trabalho foi publicado em New York Times, Wall Street Journal, Washington Post, Los Angeles Times, Christian Science Monitor, Fortune, e outras importantes publicações, e ele foi entrevistado pela revista Penthouse. Ele contribuiu para periódicos acadêmicos, como American Economic Review, Quarterly Journal of Economics, Journal of Economic History, Columbia Journal of World Business, Journal of the History of Ideas, e Journal of Libertarian Studies. Ele contribuiu com praticamente todas as publicações do mundo libertário, incluindo as revistas Reason e Liberty. Por alguns anos, ele publicou suas próprias newsletters, Left and Right [“Esquerda e direita”], e Libertarian Forum. Sua obra foi traduzida para o chinês, o tcheco, o francês, o alemão, o italiano, o japonês, o polonês, o português, o romeno, o russo e o espanhol. Ele fez palestras e participou de conferências por todos os Estados Unidos, na Harvard Law School, Universidade de Yale, Universidade de Princeton, Universidade de Stanford, entre outras. Por muito tempo ele esteve envolvido com o partido Libertário após sua fundação em 1972. Ele trabalhou com o Cato Institute (fundado em 1977) durante seus primeiros anos e mais tarde tornou-se uma pessoa-chave no Ludwig von Mises Institute, onde trabalhou pelo resto de sua vida. Em 1994, Rothbard recebeu o Richard M. Weaver Award for Scholarly Letters da Ingersoll Foundation, em Illinois (vencedores anteriores incluem os prestigiados historiadores americanos Shelby Foote e Forrest McDonald). O New York Times considerou Rothbard um dos mais importantes pensadores contemporâneos sobre a liberdade.

Rothbard tinha cerca de um metro e sessenta e oito. Ele ganhou peso durante seus anos em Nova York (a ideia de fazer cooper o teria horrorizado), mas emagreceu mais tarde quando começou a dar aulas na Universidade de Nevada. Ele mantinha seus cabelos encaracolados curtos. Vestia sempre um terno conservador e gravata borboleta. Apesar de um pouco enrugada, sua aparência era boa.

Até quase os cinquenta anos, Rothbard tinha fobia de viagens e não gostava de túneis, pontes, trens, aviões, ou mesmo elevadores, mas ele superou a fobia e deu a volta ao mundo. Quando falou em um jantar no topo do World Trade Center, de 110 andares, em Manhattan, ele começou dizendo, “Saudações da terra!”

Era um notívago incurável. O empresário Robert D. Kephart recordou “a cantoria do Messias de Handel que os Rothbard faziam em sua sala de estar na época do Natal, com amigos visitando por toda a noite para acompanhar partes do coro. Aqui era possível encontrar Murray tendo conversar simultâneas com meia-dúzia de pessoas, até que sua esposa Joey pedisse silêncio. O repreendido Murray voltava ao coro, estridente e desafinado, até não poder mais se controlar e parar de cantar para retomar as conversas.

“E houve a noite em que apresentei-o a Victor Niederhoffer, então campeão mundial de squash. Vic era um grande admirador de Murray, e durante o jantar os dois se deram muito bem. Murray estava impressionado por estar na companhia de um atleta famoso, e começou a fazer perguntas a Vic sobre o jogo. No caminho de volta para casa, Vic perguntou se ele gostaria de parar no Harvard Club, para ver as quadras onde Vic tanto havia treinado. Murray tirou os sapatos, e nós entramos na quadra, Murray enchendo Vic de perguntas. Então Vic sugeriu que Murray pegasse uma raquete e acertasse algumas bolas. Murray, talvez a pessoa menos atlética de Manhattan, logo estava cortando bolas lançadas por um campeão mundial, as paredes tremendo com suas risadas”.

Murray Newton Rothbard nasceu no Bronx, em Nova York, em 2 de março de 1926. Ele era o único filho de Ray Babushkin Rothbard, que havia emigrado da Rússia, da cidade de Minsk, segundo relatos. O pai de Murray, David Rothbard, nascido em um vilarejo perto de Varsóvia, na Polônia, tornou-se o químico-chefe da Tidewater Oil Company, em Bayonne, New Jersey. David Rothbard acreditava na razão e na liberdade, e homenageou o grande matemático e físico Isaac Newton ao escolher o nome do meio de seu filho, e encorajou Murray filosoficamente.

Rothbard matriculou-se na Universidade de Columbia em 1942, onde estudou economia e matemática, formando-se Phi Beta Kappa três anos mais tarde. Lá ele concluiu um mestrado em economia no ano seguinte, e começou seu doutorado sob orientação do historiador econômico Joseph Dorfman, que Rothbard mais tarde chamou de “meu primeiro mentor na área de história americana”. Rothbard recebeu seu PhD em 1956.

Segundo Leonard Liggio, amigo de Rothbard durante muitos anos, em 1946 Rothbard havia sido aluno de George J. Stigler em Columbia, pouco depois de Stigler ter colaborado com Milton Friedman em Roofs or Ceilings [“Telhados ou tetos”], um ataque ao controle de alugueis publicado pela Foundation for Economic Education (FEE), em Irvington-on-Houston, cerca de trinta milhas ao norte da cidade de Nova York. Stigler sugeriu que Rothbard poderia se interessar em visitar o lugar. Na FEE, Rothbard passou a conhecer jornalistas libertários como H. L. Mencken, Albert Jay Nock, Frank Chodorov, Garet Garrett, e John T. Flynn, que se opunham ao militarismo, ao alistamento militar obrigatório e a governos grandes. “Tudo isso me converteu rapidamente de um economista liberal em um libertário puro”, Rothbard recordou.

Ele ouviu falar do grande economista austríaco Ludwig von Mises na primavera de 1949, provavelmente através do economista F. A. “Baldy” Harper, que trabalhava na FEE. Três décadas antes, Mises havia feito a previsão correta de que o socialismo empobreceria milhões de pessoas. Ele havia vindo para a América fugindo dos nazistas, e Harper parece ter dito a Rothbard que Mises lideraria um seminário semanal na Universidade de Nova York, no número 100 de Trinity Place. Ele compareceu ao primeiro seminário e continuou a comparecer durante anos.

Rothbard começou a publicar textos fazendo resenhas de livros para Analysis, uma newsletter libertária fundada em novembro de 1944 por Frank Chodorov, o filho novaiorquino de um comerciante judeu imigrante cujo ensaio “Taxation is Robbery” [“Taxação é roubo”] havia influenciado seu pensamento. Rothbard começou resenhando A Mencken Chrestomathy [“Uma crestomatia de Mencken”], uma coletânea de escritos de H. L. Mencken publicada em agosto de 1949. Entre março de 1950 e dezembro de 1956, Rothbard escreveu treze artigos para a publicação libertária mensal Faith and Freedom [“Fé e liberdade”], sobre assuntos que incluíam a inflação, controles de preços, e Thomas Jefferson.

Em Columbia, enquanto estudava para seu Ph.D, Rothbard conheceu e ficou encantado com JoAnn Beatrice Schumacher, uma presbiteriana que havia feito seu bacharelado em Columbia e mestrado na Universidade de Nova York. Nascida em Chicago, ela havia crescido na Virgínia. Casaram-se em 16 de janeiro de 1953. Ele tinha vinte e sete anos, e ela vinte e cinco. Mudaram-se para o apartamento 2E do número 215 da West 88th Street, em Nova York, que continuou sendo a residência principal do casal pelo resto de suas vidas. Em 1954, Joey fez Rothbard assinar uma resolução de ano novo, comprometendo-se a deitar-se todas as noites às cinco horas da manhã no máximo, e a não se levantar após uma e meia da tarde.

Talvez em 1954, Rothbard conheceu a russa Ayn Rand, que estava escrevendo seu romance filosófico Atlas Shrugged [Quem é John Galt?]. Mais tarde, ele foi um dos convidados a seu apartamento para uma leitura de trechos concluídos do livro. Rand ficou horrorizada ao saber que Rothbard era casado com uma mulher religiosa, e em 1958 insistiu que o casal deveria divorciar-se. Em resposta, Rothbard abandonou o círculo de Rand.

Ele se esforçava para fazer trabalho acadêmico e pagar as contas. Desde janeiro de 1952, sua principal renda havia sido uma bolsa mensal paga pelo William Volker Fund, estabelecido por um atacadista de móveis de Kansas City, para ajudá-lo a a escrever um manual da economia de mercado. O projeto de Rothbard se expandiu até se tornar um manuscrito de mil e novecentas páginas com o título provisório de Man, the Economy and the State [“O homem, a economia e o estado”]. A bolsa do Volker Fund acabou em 30 de junho de 1956, e ele terminou o manuscrito em 1957. Diversos editores o rejeitaram. A seguir, Rothbard queria escrever um livro que explicasse por que a grande depressão foi o resultado não dos excessos do livre-mercado mas do crédito, das atividades econômicas e da política tributária do governo. Em abril de 1956, ele recebeu uma bolsa de um ano da Earhart Foundation.

Até então, o Volker Fund havia apoiado cerca de uma dúzia de professores escrevendo sobre a liberdade, mas nenhum dos manuscritos havia sido publicado. No fim dos anos 50, foi provavelmente Herbert Cornuelle, do Volker Fund, que fez uma acordo com a D. Van Nostrand Company para publicação dos manuscritos. Entre eles estava Man, Economy and State: A Treatise on Economics [“Homem, economia e estado: um tratado de economia”], de Rothbard. Setecentas páginas foram cortadas, e Rothbard escreveu uma nova conclusão. Mesmo assim, o livro foi publicado em dois volumes, em 1962.

Rothbard explicou como os incentivos do mercado estimulam o desenvolvimento de uma ordem social complexa e bem-sucedida. Ele enfatizou que os mercados e os preços de mercado são determinados não pelas empresas, mas pelos consumidores. Os monopólios tendem a persistir, demonstrou ele, apenas quando são apoiados pelo governo. Rothbard reafirmou a opinião de Mises de que governos causam inflação ao artificialmente expandir a moeda e o crédito, e que uma depressão é uma consequência de uma inflação anterior. Ele concluiu, “Não pode haver ciclo econômico em um puro livre mercado”.

Rothbard insistiu que políticos e burocratas não podem consertar qualquer problema que possa ocorrer no livre-mercado, porque são seres humanos imperfeitos com conhecimentos limitados, motivados por seus próprios interesses – e com poderes de perturbar toda a economia, algo que nem os mais poderosos executivos são capazes de fazer. Manuel S. Klausner, pesquisador de direito comparativo na Universidade de Nova York, escreveu na New York University Law Review que jamais houve “um tratado mais agradável de se ler nem um argumento mais direto em prol da liberdade e da livre empresa”.

A Van Nostrand publicou America’s Great Depression [“A grande depressão americana”], de Rothbard, em 1963. Ele argumentou que a depressão foi uma consequência da anterior expansão do crédito realizada pelo governo e que a maior intervenção estatal na economia a prolongou. Rothbard discutiu os erros do governo americano, incluindo a tarifa Smoot-Hawley e os grandes aumentos de impostos sobre a renda, sobre o consumo, sobre as tranferências, e corporativos. Rothbard influenciou a opinião do historiador Paul Johnson sobre a grande depressão, explicada em seu Modern Times “Tempos modernos”, que vendeu seis milhões de exemplares. Johnson chamou o livro de “um tour-de-force intelectual... apresentado com lógica inexorável, ilustrações abundantes e grande eloquência”.

Em setembro de 1966, Rothbard obteve um emprego fixo lecionando no Brooklyn Polytechnic Institute, que treinava engenheiros (não era o que ele esperava, mas ele ficou grato por ter uma renda fixa). Ele mergulhou em seu novo projeto: fazer um novo livro com o material cortado de Man, Economy, and State. Ele estava determinado a apresentar um argumento completo de que as pessoas estariam melhor se não houvesse interferência estatal em suas vidas. Rothbard escreveu que poderes judiciários privados e competitivos haviam tido um papel importante na história ocidental, e expressou a opinião de que na ausência de juízes estatais, as companhias seguradoras teriam fortes incentivos para fornecer tribunais. Ele explicou como agências privadas de defesa poderiam funcionar, e respondeu a objeções a esse conceito. F. A. Harper, que havia fundado o Institute for Humane Studies em Burlingame, na Califórnia, publicou Power and Market [“Poder e Mercado”] em 1970.

A guerra do Vietnã havia se intensificado enquanto Rothbard produzia trabalhos acadêmicos, e nem Democratas nem Republicanos ofereciam muita esperança que a guerra terminasse. Rothbard tentou formar uma aliança com a Nova Esquerda, que organizava protestos contra a guerra e contra as convocações obrigatórias. Rothbard e seu amigo Leonard P. Liggio, historiador, fundaram Left and Right: A Journal of Libertarian Thought [“Esquerda e direita: ume revista de pensamento libertário”] na primavera de 1965. Cultivando ainda mais as relações com a Nova Esquerda, Rothbard escreveu um artigo para a revista Ramparts em junho de 1968.

Após ler o artigo, o jornalista e autor de discursos políticos Karl Hess entrou em contato com Rothbard, e os dois se encontraram em seu apartamento em Nova York. “Era um salão clássico”, relembrou Hess, “uma sala onde se reuniam mais ou menos uma dúzia de homens e mulheres extraordinariamente inteligentes e espirituosos, unidos pelo seu entusiasmo pela liberdade. Havia apenas uma dificuldade. Eles nunca dormiam, ao menos não à noite... [Aqui] eu aprendi, com muito entusiasmo, sobre uma grande tradição deste país... o capitalismo laissez-faire e a associação humana baseada em acordos voluntários e absoluta responsabilidade individual”. Hess escreveu para a newsletter de Rothbard, The Libertarian, e juntou-se a ele como co-editor da bimensal Libertarian Forum. Hess expressou suas opiniões libertárias em “The Death of Politics” [“A morte da política”], um artigo publicado na revista Playboy em março de 1969. Rothbard, Liggio, e Hess merecem reconhecimento por tentar formar uma aliança, mas não tiveram sucesso. A Nova Esquerda dividiu-se em facções, algumas das quais tornaram-se violentas.

Em 9 de fevereiro de 1971, o New York Times publicou um editorial de Rothbard intitulado “The New Libertarian Creed” [“O novo credo libertário”], que relatava o crescimento do número de jovens que se rebelavam contra a guerra do Vietnã, convocações obrigatórias para o exército, aumentos de impostos e intromissão do governo em suas vidas pessoais. Ele chamou a atenção de Tom Mandel, editor da Macmillan, e logo Rothbard obteve seu primeiro contrato comercial para escrever um livro. O resultado foi For a New Liberty, the Libertarian Manifesto “Por uma nova liberdade, o manifesto libertário”, uma sólida defesa da liberdade com base nos direitos naturais, começando com o princípio do direito de propriedade sobre si próprio e da propriedade privada. Rothbard derrubou a opinião convencional de que é possível contar com o governo, a principal agência de coerção e violência, para fazer o bem. Ele criticou o estado de bem-estar social, escolas estatais, sindicalismo obrigatório, renovação urbana, subsídios agícolas e outros programas governamentais que beneficiam grupos de interesses às custas de todos os demais. Nicholas von Hoffman elogiou o livro no Washington Post. O Los Angeles Herald Examiner escreveu, “De modo geral, For a New Liberty apresenta um argumento articulado, bem raciocinado e em sua maior parte bem documentado em favor das mudanças verdadeiramente radicais advogadas pelos membros do Movimento Libertário”.

Kenneth Templeton, que havia trabalhado para o William Volker Fund e mais tarde passado ao Institute for Humane Studies, encorajou Rothbard a escrever um livro afirmando que a revolução americana foi feita pela causa da liberdade. Ele pôde se concentrar nesse projeto quando o Lily Endowment concedeu-lhe uma bolsa de cinco anos. O empresário do petróleo Charles Koch, do Kansas, e o editor de Washington, D.C., Robert D. Kephart, também deram apoio financeiro. O acadêmico Leonard Liggio colaborou com Rothbard no projeto.

O primeiro volume de Conceived in Liberty [“Concebido em liberdade”], (The American Colonies in the Seventeenth Century) [“(As colônias americanas no século dezessete)”] e o segundo volume, (“Salutary Neglect: The American Colonies in the First Half of the Eighteenth Century”) [“(Abandono salutar: as colônias americanas na primeira metade do século dezoito)”] foram publicados em 1975, e o terceiro, (Advance to Revolution, 1760-1775) [“(Avanço para a revolução, 1760-1775)”], e o quarto (The Revolutionary War, 1775-1784) [“(A guerra revolucionária, 1775-1784)”] volumes, em 1979. Rothbard discutiu o desenvolvimento das ideias libertárias e homenageou grandes libertários como Roger Williams, Anne Hutchinson, Thomas Paine e Thomas Jefferson. Ele regalou os leitores com histórias chocantes, e às vezes cômicas, sobre as formas como burocratas interferem nas vidas das pessoas. Rothbard ditou grande parte de um quinto volume que teria chegado até a constituição americana, mas a editora teve problemas financeiros, e as fitas sofreram danos.

Enquanto Conceived in Liberty estava sendo publicado, o empresário do Kansas Charles Koch forneceu apoio financeiro para que Rothbard pudesse passar um ano sem dar aulas para escrever um livro apresentando sua filosofia política. O resultado foi The Ethics of Liberty [“A ética da liberdade”], publicado pela Humanities Press em 1982. Ele explicou por que o governo, que se baseia na coerção, é inerentemente imoral, e desenvolveu um argumento sofisticado em prol da ética baseada nos direitos naturais. Essa acabou por ser uma de suas obras mais influentes.

O próximo projeto de Rothbard foi inspirado por um de seus admiradores, Mark Skousen, um consultor de investimentos da Flórida. Em setembro de 1981, ele propôs que Rothbard escrevesse um manual popular de economia apropriado para estudantes universitários. Ele ofereceu um adiantamento – metade na assinatura do contrato e o resto quando o livro estivesse completo, supostamente em um ano. O projeto se expandiu na mente de Rothbard, e anos se passaram.

Em 1982, Llewellyn H. Rockwell Jr., que havia trabalhado para a editora Arlington House, fundou o Ludwig von Mises Institute (atualmente afiliado à Universidade de Auburn, no Alabama) e convenceu Rothbard a tornar-se vice presidente para assuntos acadêmicos. Ele deu apoio às pesquisas de Rothbard, e Rothbard fazia seminários no Instituto. Rothbard também editou a Review of Austrian Economics, o primeiro periódico a se concentrar no pensamento econômico da escola austríaca, e escreveu para a newsletter do instituto, Free Market. Em 1895 ele foi nomeado S. J. Hall Distinguished Professor of Economics da Universidade de Nevada, Las Vegas (Las Vegas não tinha grandes bibliotecas, mas a cidade funcionava a noite inteira). Ele continuou a trabalhar com o Mises Institute. Em abril de 1991 surgiu o Rothbard-Rockwell Report, uma newsletter mensal de doze páginas com comentários sobre o movimento libertário e as notícias mundiais. Quando a guerra fria acabou, os conservadores deixaram de se concentrar no amti-comunismo, e a newsletter argumentava em favor de uma aliança entre libertários e conservadores.

Durante o verão de 1994, Rothbard não conseguia dormir porque havia líquido em seus pulmões. Em sete de janeiro de 1995, Murray e Joey foram a uma consulta com um oculista ao final da tarde. Quando Joey estava em outra sala, Murray pediu a um técnico que apertasse seus óculos. Então ele desabou, inconsciente. Paramédicos levaram-no ao Hospital Roosevelt, onde ele faleceu de falha cardíaca congestiva. Tinha sessenta e oito anos. Suas cinzas foram enterradas no jazigo da família de Joey no cemitério Oakwood, em Unionville, Virgínia.

Em uma missa fúnebre na Madison Avenue Presbyterian Church, que Joey havia frequentado durante anos, o historiador Ralph Raico declarou, “Murray era totalmente auto-direcionado, independente de todas as maneiras, sempre guiado por valores que eram uma parte inseparável dele – acima de tudo, seu amor pela liberdade e pela excelência humana”. O historiador Ronald Hamowy disse, “Não sou um homem religioso e não tenho direito de pedir um lugar no paraíso. Mas espero que quando eu morrer Deus escolha me deixar entrar, porque seria ótimo rever Murray”.

Pouco depois da morte de Rothbard, o projeto iniciado por Mark Skousen foi publicado em dois volumes, com o título An Austrian Perspective on the History of Economic Thought [“Uma perspectiva austríaca da história do pensamento econômico”]. O volume um recebeu o título Economic Thought Before Adam Smith [“O pensamento econômico antes de Adam Smith”], e o volume dois, Classical Economics [“Economia clássica”]. Rothbard narrou a história intelectual dos direitos naturais e da liberdade econômica desde a China antiga até a Europa do século dezenove. Seu pensadores favoritos incluíam Lao-Tzu, Crísipo, Marco Túlio Cícero, Francisco Suarez, Jacques Turgot, Jean-Baptiste Say, e Frédéric Bastiat.

Os papéis de Rothbard foram enviados ao Mises Institute. Lá, o acadêmico Jeff Tucker relatou a descoberta de diversos manuscritos inéditos. O Mises Institute lançou Making Economic Sense [“Fazendo sentido econômico”], 112 de seus ensaios da Free Market, em 1995. Então veio The Logic of Action “A lógica da ação”, com quarenta e três dos principais ensaios de Rothbard sobre economia; Education: Free and Compulsory “Educação: livre e compulsória”; e uma nova edição de America’s Great Depression, com uma nova introdução escrita por Paul Johnson.

Joey Rothbard sofreu um derrame em janeiro de 1999, e foi levada para a Virgínia, onde tinha parentes. Ela faleceu em 29 de outubro.

Murray Rothbard fez mais do que qualquer outra pessoa para mostrar que a sociedade em geral funciona muito bem sem interferência do governo. Ele ajudou a inspirar confiança no potencial ilimitado de pessoas livres.

Fonte: http://ordemlivre.org/posts/biografia-murray-n-rothbard--2

Offline JJ

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Re:Biografia: Murray N. Rothbard
« Resposta #1 Online: 31 de Julho de 2016, 08:53:44 »


Rothbard, seus erros e suas contradições.



Um dos maiores ídolos do libertarianismo e do liberalismo moderno, citado tanto por anarcocapitalistas quanto por liberais como autoridade em suas obras, Murray N. Rothbard é famoso por sua defesa intransigente da liberdade como fundamento único da sociedade.
Em seu livro The Ethics of Liberty o autor defende que os país, pela perspectiva do "direito negativo" podem deixar seu filho morrer de fome, pois a criança é, de alguma forma, propriedade privada dos pais. Na edição americana de 1999, nas páginas 99 até 101 Rothbard diz:


“Suppose now that the baby has been born. Then what? First, we may say that the parents-or rather the mother, who is the only certain and visible parent-as the creators of the baby become its owners. A newborn baby cannot be an existent self-owner in any sense. Therefore, either the mother or some other party or parties may be the baby’s owner, but to assert that a third party can claim his ‘ownership’ over the baby would give that person the right to seize the baby by force from its natural or ‘homesteading’ owner, its mother. The mother, then, is the natural and rightful owner of the baby, and any attempt to seize the baby by force is an invasion of her property right.


Aqui vemos que para Rothbard, a criança é propriedade dos pais. uma propriedade privada. Contudo, para Rothbard, essa propriedade não é absoluta.


But surely the mother or parents may not receive the ownership of the child in absolute fee simple, because that would imply the bizarre state of affairs that a fifty-year old adult would be subject to the absolute and unquestioned jurisdiction of his seventy-year-old parent. So the parental property right must be limited in time. But it also must be limited in kind, for it surely would be grotesque for a libertarian who believes in the right of self-ownership to advocate the right of a parent to murder or torture his or her children. We must therefore state that, even from birth, the parental ownership is not absolute but of a ‘trustee’ or guardianship kind. In short, every baby as soon as it is born and is therefore no longer contained within his mother’s body possesses the right of self-ownership by virtue of being a separate entity and a potential adult. It must therefore be illegal and a violation of the child’s rights for a parent to aggress against his person by mutilating, torturing, murdering him, etc. On the other hand, the very concept of ‘rights’ is a ‘negative’ one, demarcating the areas of a person’s action that no man may properly interfere with.
Ou seja, a guarda da criança é que é possuída. Em que pese isso guardar uma contradição com trecho superior (que abordarei ao fim do texto), com isso ele já delibera que a criança tem algum autonomia. E como a criança se tornará um adulto em potencial, ela não pode receber danos uma vez que esteja fora da barriga de sua mãe. Logo, os pais não podem torturar uma criança. Contudo, para Rothbard, eles podem fazer vistas grossas ao seu sofrimento, desde que não seja causado por eles, pois o direito é sempre um direito negativo. e sireito positivo seria ao seu ver, coerção, o que é contra os princípios do libertarianismo e vocês podem conferir abaixo.

No man can therefore have a ‘right’ to compel someone to do a positive act, for in that case the compulsion violates the right of person or property of the individual being coerced. Thus, we may say that a man has a right to his property (i.e., a right not to have his property invaded), but we cannot say that anyone has a ‘right’ to a ‘living wage,’ for that would mean that someone would be coerced into providing him with such a wage, and that would violate the property rights of the people being coerced. As a corollary this means that, in the free society, no man may be saddled with the legal obligation to do anything for another, since that would invade the former’s rights; the only legal obligation one man has to another is to respect the other man’s rights.
Prosseguindo...

Applying our theory to parents and children, this means that a parent does not have the right to aggress against his children, but also that the parent should not have a legal obligation to feed, clothe, or educate his children, since such obligations would entail positive acts coerced upon the parent and depriving the parent of his rights. The parent therefore may not murder or mutilate his child, and the law properly outlaws a parent from doing so. But the parent should have the legal right not to feed the child, i.e., to allow it to die. The law, therefore, may not properly compel the parent to feed a child or to keep it alive. (Again, whether or not a parent has a moral rather than a legally enforceable obligation to keep his child alive is a completely separate question.) This rule allows us to solve such vexing questions as: should a parent have the right to allow a deformed baby to die (e.g. by not feeding it)? The answer is of course yes, following a fortiori from the larger right to allow any baby, whether deformed or not, to die. (Though, as we shall see below, in a libertarian society the existence of a free baby market will bring such ‘neglect’ down to a minimum.)”
Desses princípios, Rothbard concorda que há uma obrigação moral de cuidar de uma criança que é seu filho. Contudo, o autor diz que caso um pai psicopata decida se deleitar diante de seu filho agonizando sem comida e morrendo por inanição, ele não deve ser forçado a alimentar por força (coerção) e nem deve ser punido por isso.



Disso se conclui ainda que, caso um vizinho sabendo do que o pai psicopata está fazendo ao próprio filho, decida intervir e invadir a casa pra raptar a criança e salvá-la da morte por inanição, o pai psicopata poderia atirar nessa pessoa ou ate denunciá-la a polícia privada, sem maiores problemas para si e com punições para a pessoa caridosas que tentou salvar uma vida. Suponhamos que o pai psicopata mate o nosso vizinho herói, o pai não seria punido por isso, pois apenas defendeu sua propriedade e o que ele faz (ou não faz a seu filho) não é da conta de outros.  É óbvio que esta é uma sociedade formada por psicopatas.



O primeiro ponto é: A coerção tem um papel social importante desde que controlada..

O segundo ponto é: O erro de Rothbard é elencar como o único princípio fundamentador da sociedade, a liberdade individual como sendo agir sem ser coagido.

Se chegamos a conclusão que o direito de invadir a propriedade de outrem é possível para salvar a vida, chegamos a conclusão de que a violação da propriedade é possível e útil, e que a coerção é útil do ponto de vista social.


O segundo é que Rothbard elege um princípio abstrato como valor ao invés de um concreto, que é a liberdade individual. O valor que deve fundamentar QUALQUER sociedade é a dignidade da pessoa humana, princípio da Doutrina Social da Igreja e do Direito Natural Clássico. Neste conceito a liberdade humana, o direito de igualdade perante os outros humanos, bem como a sacralidade absoluta da vida humana já estão garantidos. Sendo a vida sagrada, a pessoa tem o direito de ter uma vida digna, pois ser humano já é condição necessária pra merecer isso.


Isso significa que pela condição sacral da vida humana, nós temos ordenações positivas e negativas e, logo, obrigações e deveres.


Rothbard ainda se contradiz ao dizer que um recém nascido "cannot be an existent self-owner in any sense,” e na sequencia dizer que um recém-nascido "is therefore no longer contained within his mother’s body possesses the right of self-ownership by virtue of being a separate entity and a potential adult." - Traduzindo: Rothbard diz que de maneira NENHUMA um recém-nascido possui o direito de auto-propriedade. E na sequência diz que uma vez que ele tenha saído da barriga de sua mãe ele já o tem em virtude de ser um adulto em potencial e, logo, um corpo separado do de sua mãe.


Outra contradição se encontra inserida na questão do aborto. Na página 98 o mesmo diz:


The proper groundwork for analysis of abortion is in every man's absolute right of self-ownership. This implies immediately that every woman has the absolute right to her own body, that she has absolute dominion over her body and everything within it. This includes the fetus. Most fetuses are in the mother's womb because the mother consents to this situation, but the fetus is there by the mother's freely-granted consent. But should the mother decide that she does not want the fetus there any longer, then the fetus becomes a parasitic "invader" of her person, and the mother has the perfect right to expel this invader from her domain. Abortion should be looked upon, not as "murder" of a living person, but as the expulsion of an unwanted invader from the mother's body. Any laws restricting or prohibiting abortion are therefore invasions of the rights of mothers.


Conservadores, tradicionalistas e democratas cristãos têm sistematicamente afirmado ao longo dos séculos a sacralidade da vida humana, e ainda, que o embrião fecundado já é ser humano, não havendo portanto diferença entre um bebê na barriga da mãe e fora dele.
Paradoxalmente, alguns grupos pró-aborto concordam, tanto que já defendem o abominável aborto pós-parto com base em uma constatação científica por dois médicos especializados em filosofia. Sim, você acabou de ler exatamente isso! ABORTO PÓS-PARTO, ou se preferir INFANTICÍDIO.


Ora, sendo o bebê fora da mãe, indistinto do bebê dentro da mãe, significa que Rothbard criou um precedente para a tortura com base no critério de violação da propriedade privada. Se um pai de repente achar que não quer mais o filho em sua casa, ele passa a ser um invasor na sua casa e pode bater nele e torturá-lo até que ele fuja de sua propriedade ou  o próprio pai o ponha pra fora, assim como você pode abrir fogo num invasor que entra em sua casa pra roubá-lo.


A "Ética da Liberdade" Rothbardiana é, sem dúvidas, a ética da psicopatia.


http://l-erhard.blogspot.com.br/2016/01/rothbard-seus-erros-e-suas-contradicoes.html




Offline JJ

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Re:Biografia: Murray N. Rothbard
« Resposta #2 Online: 31 de Julho de 2016, 08:55:41 »



A Ética da Liberdade de Rothbard é um ótimo livro para psicopatas lerem.  Os psicopatas podem ficar felizes ao saberem que tem um psicopata um pouco famoso que escreveu um livro.




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Offline JJ

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Re:Biografia: Murray N. Rothbard
« Resposta #3 Online: 31 de Julho de 2016, 09:01:19 »

Resposta aos Libertopatas

Arthur Rizzi  01/02/2016 às 0:00


Após meu último artigo, um monte de libertopatas que se julgam conservadores ficaram bravíssimos comigo (libertário e sociopata é a mesma coisa, logo pra não desmerecer nenhum dos termos fiz este neologismo), alegando que eu teria “deturpado” as palavras de seu ídolo inalcançável. Ora, Murray N. Rothbard como sabemos é um dos maiores ídolos do libertarianismo e do liberalismo moderno, sendo citado tanto por anarcocapitalistas quanto por liberais como autoridade em suas obras, posso citar como exemplo disso o livro do liberal brasileiro Bruno Garschagen: “Pare de acreditar no governo.“, onde o mesmo o cita várias vezes. Murray N. Rothbard é famoso por sua defesa intransigente da liberdade como fundamento único da sociedade, liberdade esta entendida como ausência de coerção. esta perspectiva é encarnada teoricamente pela noção de direito negativo.


 
Em seu livro “A Ética da Liberdade” o autor defende que os pais, pela perspectiva do “direito negativo” podem deixar seu filho morrer de fome, pois a criança é de alguma forma propriedade privada dos pais. Na página 162 da edição brasileira Rothbard diz:

“Agora suponha que o bebê tenha nascido. E agora? Primeiro, podemos dizer que os pais – ou preferivelmente, a mãe, que é o único parente garantido e visível –, por serem criadores do bebê, tornam-se proprietários dele. Um bebê recém-nascido não pode ser um autoproprietário de verdade em nenhum sentido. Por essa razão, a mãe ou qualquer outra parte ou partes podem ser o dono do bebê, contudo, afirmar que uma terceira parte possa reivindicar sua “propriedade” sobre o bebê daria a esta pessoa o direito de confiscar à força o bebê de seu dono natural, ou “original”, a sua mãe. A mãe, então, é a dona natural e legítima do bebê, e qualquer tentativa de confiscar o bebê através da força é uma invasão do direito de propriedade dela.”


Aqui vemos que para Rothbard, a criança é propriedade dos pais. É uma propriedade privada. Para quem quiser conferir , deixo aqui a tradução disponibilizada pelo Instituto Mises Brasil, a partir da página 159 e especialmente, na página 162. Rothbard continua:


Mas certamente a mãe ou os pais não podem receber a propriedade da criança como um domínio absoluto de bens herdados, porque isto implicaria a bizarra situação de um adulto de cinquenta anos de idade estar sujeito à absoluta e inquestionável jurisdição de seus pais de setenta anos de idade. Assim, o direito de propriedade dos pais necessitam de um limite de tempo. Mas ele também tem que estar limitado no tipo, pois certamente seria grotesco para um libertário que acredita no direito de autopropriedade defender o direito de um pai assassinar ou torturar seus filhos. Portanto, devemos dizer que, mesmo a partir do nascimento, a propriedade dos pais não é absoluta mas sim uma espécie de tutela ou de “consignação”. Resumindo, todo bebê, assim que nasce, e que consequentemente não está mais no interior do corpo de sua mãe, possui o direito de autopropriedade em virtude de ser uma entidade separada e um adulto em potencial.


Ou seja, a guarda da criança é que é possuída. Em que pese isso guardar uma contradição com o trecho superior (que abordarei ao fim do texto), com isso ele já delibera que a criança tem alguma autonomia. E como a criança se tornará um adulto em potencial, ela não pode receber danos dos pais, uma vez que esteja fora da barriga de sua mãe. Logo, os pais não podem torturar uma criança nem matá-la. Contudo, para Rothbard, eles podem fazer vistas grossas ao seu sofrimento, desde que não seja causado por eles, pois o direito é sempre um direito negativo. E direito positivo seria ao seu ver, coerção, o que é contra os princípios do libertarianismo e vocês podem conferir abaixo – reitero ao leitor, se não conseguirem ler na versão original confiram a tradução que “linkei” acima.


 Portanto, deve ser ilegal e uma violação dos direitos da criança que os pais agridam sua pessoa mutilando, torturando, assassinando etc. Por outro lado, o próprio conceito de “direito” é um conceito “negativo”, que demarca as áreas de ação de uma pessoa em que nenhum homem pode interferir justamente. Portanto, nenhum homem pode ter um “direito” de compelir alguém a efetuar um ato positivo, pois neste caso a compulsão viola o direito à pessoa ou à propriedade do indivíduo que está sendo coagido. Deste modo, podemos dizer que um homem tem um direito à sua propriedade (i.e., um direito de não ter sua propriedade invadida), porém não podemos dizer que qualquer um tenha o “direito” a um “salário digno”, pois isto significaria dizer que alguém seria coagido a prover este salário a ele, e isto violaria os direitos de propriedade da pessoa que está sendo coagida.



 
Desses princípios, Rothbard concorda que há uma obrigação moral de cuidar de uma criança, sendo ela sendo seu filho. Contudo, o autor diz que caso um “pai psicopata” decida se deleitar diante de seu filho agonizando sem comida e morrendo por inanição, este calhorda psicopata a quem denominamos “pai” não deve ser forçado a alimentar a criança por força (coerção) e nem deve ser punido por isso se a criança vier a óbito. Disso se conclui ainda que, caso um vizinho sabendo do que o “pai psicopata” está fazendo ao próprio filho, decida intervir, e invadir a casa pra raptar a criança e salvá-la da morte iminente por inanição, o pai psicopata teria total liberdade e direito de atirar nessa pessoa, matá-la e/ou ate denunciá-la a polícia privada, sem maiores problemas para si, mas com punições para a pessoa caridosa que tentou salvar uma vida.



Suponhamos que o “pai psicopata” mate o nosso vizinho herói, o pai não seria punido por isso, pois apenas defendeu sua propriedade e o que ele faz (ou não faz a seu filho) não é da conta de outros. É óbvio que esta é uma sociedade formada por psicopatas.


Rothbard ainda se contradiz ao dizer que “um bebê recém-nascido não pode ser um autoproprietário de verdade em nenhum sentido” e na sequencia dizer que “resumindo, todo bebê, assim que nasce, e que consequentemente não está mais no interior do corpo de sua mãe, possui o direito de autopropriedade em virtude de ser uma entidade separada e um adulto em potencial” – Em outras palavras, Rothbard diz que de maneira NENHUMA um recém-nascido possui o direito de auto-propriedade. E na sequência diz que uma vez que ele tenha saído da barriga de sua mãe ele já o tem em virtude de ser um adulto em potencial e, logo, um corpo separado do de sua mãe.


Outra contradição, que inclusive complementa a sociopatia de nosso analisado autor  se encontra inserida na questão do aborto. Na página 159 o mesmo diz:


Isto imediatamente implica que toda mulher tem o absoluto direito ao seu próprio corpo, que ela tem o domínio absoluto sobre seu corpo e sobre tudo que estiver dentro dele. Isto inclui o feto. A maioria dos fetos está no útero da mãe porque a mãe consentiu a esta situação, porém o feto está lá pelo livre e espontâneo consentimento da mãe. Mas, se a mãe decidir que ela não deseja mais o feto ali, então o feto se torna um invasor parasitário de sua pessoa, e a mãe tem o pleno direito de expulsar o invasor de seu domínio. O aborto não deveria ser considerado o “assassinato” de uma pessoa, mas sim a expulsão de um invasor não desejado do corpo da mãe. Quaisquer leis restringindo ou proibindo o aborto são portanto invasões dos direitos das mães.


Conservadores, tradicionalistas, moralistas e democratas cristãos têm sistematicamente afirmado ao longo dos séculos a sacralidade da vida humana, e ainda que o embrião fecundado já é um ser humano, não havendo portanto diferença entre um bebê na barriga da mãe e fora dele. Estes princípios são amparados pelo direito natural clássico (e não essa patacoada liberal/libertária), que pode ser encontrada em vários filósofos, mas mais facilmente e de maneira compacta na doutrina social da Igreja através do conceito de dignidade da pessoa humana.

 
Paradoxalmente, alguns grupos pró-aborto concordam, tanto que já defendem o abominável aborto pós-parto com base em uma constatação científica feita por dois médicos especializados em filosofia. Sim, você acabou de ler exatamente isso! ABORTO PÓS-PARTO, ou se preferir INFANTICÍDIO.


Ora, sendo o bebê fora da mãe indistinto do bebê dentro da mãe, significa que Rothbard criou um precedente para a tortura com base no critério de violação da propriedade privada. Se um “pai psicopata” análogo ao do nosso exemplo de repente achar que não quer mais o filho em sua casa, ele automaticamente passa a ser um invasor na sua casa e pode bater nele, torturá-lo e agredi-lo até que ele fuja de sua propriedade ou o próprio pai o ponha pra fora, assim como você pode abrir fogo num invasor que entra em sua casa pra roubá-lo. Para isso basta que um pai fundamente sua defesa com base nisso ou nas constatações médicas dos malucos acima.


Uma prova disso pode ser vista neste livro, na página 53,  sobre as considerações de Rothbard acerca do proprio livro. Segundo ele, trata-se de um esboço de lei libertária e que juristas libertários poderiam criar novas abordagens.


Ainda que o livro estabeleça os esboços gerais de um sistema de lei libertária, se trata de apenas um esboço, um preâmbulo do que espero que venha a ser um código de lei libertária completamente desenvolvido. Espera-se que juristas e teóricos legais libertários surgirão para elaborar mais profunda e detalhadamente o sistema de lei libertária, pois tal código de leis será necessário para o funcionamento eficaz daquilo que esperamos que venha a ser a sociedade libertária do futuro.”


Isso pode simular um atenuante, mas ao contrário, revela um dado alarmante. Se uma das coisas que os libertários acusam os minarquistas é o de querer monopolizar a justiça,  logo no libertarianismo a justiça não será um monopólio. Logo, não haverá uma jurisprudência e sim várias jurisprudências libertárias. Isso significa que a chances da situação hipotética ocorrer em algum lugar ou em vários lugares tendem a 1, visto que esta interpretação jurídica é uma das possíveis, e que não há muitas variáveis no horizonte de possibilidades.



 
A “Ética da Liberdade” Rothbardiana é, sem dúvidas, a ética da psicopatia, e o libertarianismo não é, nem em sombra, nem em imaginação, nem em lugar algum conservador. Podem haver libertários que nutram apreço pela moral conservadora. Isso é possível, não é possível ao contrário, dizer que o libertarianismo é conservador.



http://minutoprodutivo.com/politica/resposta-aos-libertopatas


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Offline JJ

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Re:Biografia: Murray N. Rothbard
« Resposta #4 Online: 31 de Julho de 2016, 09:07:11 »

O Libertarismo já é uma ideologia com poucos adeptos e vista com desconfiança,  sendo que que a maioria das pessoas nem sabem que o psicopata Roth  defende coisas grotescas como deixar um bebê morrer de fome, no momento em que mais gente souber  o que esse ídolo libertário defende , muita mais gente terá raiva e nojo dessa ideologia.



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Offline Geotecton

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Re:Biografia: Murray N. Rothbard
« Resposta #5 Online: 31 de Julho de 2016, 10:36:51 »
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Resposta aos libertopatas vindas de um católico conservador e reacionário
Arthur Rizzi  01/02/2016 às 0:00
[...]
Conservadores, tradicionalistas, moralistas e democratas cristãos têm sistematicamente afirmado ao longo dos séculos a sacralidade da vida humana, e ainda que o embrião fecundado já é um ser humano, não havendo portanto diferença entre um bebê na barriga da mãe e fora dele. Estes princípios são amparados pelo direito natural clássico (e não essa patacoada liberal/libertária), que pode ser encontrada em vários filósofos, mas mais facilmente e de maneira compacta na doutrina social da Igreja através do conceito de dignidade da pessoa humana.
[...]

Ao que parece, a crítica contundente do autor supra tem como motivo básico, a ideologia religiosa dele, porque não há como explicar de outra maneira as bobagens destacadas em negrito.

Ao afirmar que "Conservadores, tradicionalistas, moralistas e democratas cristãos têm sistematicamente afirmado ao longo dos séculos a sacralidade da vida humana", passa a impressão que eles há centenas de anos se importavam com a vida de pessoas não-europeias, o que não é verdade. Muito pelo contrário.

E a tal "doutrina social da Igreja através do conceito de dignidade da pessoa humana" não é mais antiga que meados do século XIX.
Foto USGS

Offline JJ

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Re:Biografia: Murray N. Rothbard
« Resposta #6 Online: 31 de Julho de 2016, 10:52:42 »
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Resposta aos libertopatas vindas de um católico conservador e reacionário
Arthur Rizzi  01/02/2016 às 0:00
[...]
Conservadores, tradicionalistas, moralistas e democratas cristãos têm sistematicamente afirmado ao longo dos séculos a sacralidade da vida humana, e ainda que o embrião fecundado já é um ser humano, não havendo portanto diferença entre um bebê na barriga da mãe e fora dele. Estes princípios são amparados pelo direito natural clássico (e não essa patacoada liberal/libertária), que pode ser encontrada em vários filósofos, mas mais facilmente e de maneira compacta na doutrina social da Igreja através do conceito de dignidade da pessoa humana.
[...]

Ao que parece, a crítica contundente do autor supra tem como motivo básico, a ideologia religiosa dele, porque não há como explicar de outra maneira as bobagens destacadas em negrito.

Ao afirmar que "Conservadores, tradicionalistas, moralistas e democratas cristãos têm sistematicamente afirmado ao longo dos séculos a sacralidade da vida humana", passa a impressão que eles há centenas de anos se importavam com a vida de pessoas não-europeias, o que não é verdade. Muito pelo contrário.

E a tal "doutrina social da Igreja através do conceito de dignidade da pessoa humana" não é mais antiga que meados do século XIX.



Talvez seja mais recente, mas seja como for é a que vigora hoje em dia.  E os católicos  e outros cristãos  formam a grande maioria da  população,  portanto  ao saberem que o  ídolo  Roth   defende tal  ética grotesca, a grande maioria da população rejeitará  está ética e a ideologia ligada à ela.




« Última modificação: 31 de Julho de 2016, 10:54:46 por JJ »

Offline Gauss

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Re:Biografia: Murray N. Rothbard
« Resposta #7 Online: 31 de Julho de 2016, 20:04:09 »

Talvez seja mais recente, mas seja como for é a que vigora hoje em dia.  E os católicos  e outros cristãos  formam a grande maioria da  população,  portanto  ao saberem que o  ídolo  Roth   defende tal  ética grotesca, a grande maioria da população rejeitará  está ética e a ideologia ligada à ela.

A ética certa é a da Igreja Católica e outras denominações cristãs?
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline JJ

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Re:Biografia: Murray N. Rothbard
« Resposta #8 Online: 31 de Julho de 2016, 20:17:50 »

Talvez seja mais recente, mas seja como for é a que vigora hoje em dia.  E os católicos  e outros cristãos  formam a grande maioria da  população,  portanto  ao saberem que o  ídolo  Roth   defende tal  ética grotesca, a grande maioria da população rejeitará  está ética e a ideologia ligada à ela.

A ética certa é a da Igreja Católica e outras denominações cristãs?



Bem melhor do que a de um  psicopata  que acha certo um pai deixar um bebê morrer de fome. 




Offline Gauss

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Re:Biografia: Murray N. Rothbard
« Resposta #9 Online: 31 de Julho de 2016, 20:45:06 »

Talvez seja mais recente, mas seja como for é a que vigora hoje em dia.  E os católicos  e outros cristãos  formam a grande maioria da  população,  portanto  ao saberem que o  ídolo  Roth   defende tal  ética grotesca, a grande maioria da população rejeitará  está ética e a ideologia ligada à ela.

A ética certa é a da Igreja Católica e outras denominações cristãs?



Bem melhor do que a de um  psicopata  que acha certo um pai deixar um bebê morrer de fome.

Não sou muito ligado a Escola Austríaca, tenho que ler o livro para entender melhor. Se basear em um texto de um fundamentalista cristão para tirar conclusões é equivocado.
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline MarceliNNNN

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Re:Biografia: Murray N. Rothbard
« Resposta #10 Online: 31 de Julho de 2016, 21:54:35 »
Ninguém é obrigado a concordar com as ideias do Rothbard, mas nem por isso invalida seus outros insights. Existe diversos teóricos libertários e cada um interpreta essa questão de um jeito. JJ, você já foi melhor em suas críticas.

Offline Gauss

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Re:Biografia: Murray N. Rothbard
« Resposta #11 Online: 31 de Julho de 2016, 22:01:37 »
Ninguém é obrigado a concordar com as ideias do Rothbard, mas nem por isso invalida seus outros insights. Existe diversos teóricos libertários e cada um interpreta essa questão de um jeito. JJ, você já foi melhor em suas críticas.

Fora que a Escola Austríaca não é a única escola libertária.
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline JJ

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Re:Biografia: Murray N. Rothbard
« Resposta #12 Online: 01 de Agosto de 2016, 05:24:01 »
Ninguém é obrigado a concordar com as ideias do Rothbard, mas nem por isso invalida seus outros insights. Existe diversos teóricos libertários e cada um interpreta essa questão de um jeito. JJ, você já foi melhor em suas críticas.



Claro que pode ter proposições dele, relativas ao funcionamento de economia, que sejam verdadeiras, só que  o fato dessa ética da liberdade, que ele inventou, ser uma ética grotesca,  não é algo insignificante neste sistema de pensamento.  A Ética da Liberdade não é uma obra sem importância no pensamento dele, muito pelo contrário, é uma das mais importantes.


« Última modificação: 01 de Agosto de 2016, 05:48:40 por JJ »

Offline MarceliNNNN

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Re:Biografia: Murray N. Rothbard
« Resposta #13 Online: 01 de Agosto de 2016, 09:59:47 »
Ninguém é obrigado a concordar com as ideias do Rothbard, mas nem por isso invalida seus outros insights. Existe diversos teóricos libertários e cada um interpreta essa questão de um jeito. JJ, você já foi melhor em suas críticas.



Claro que pode ter proposições dele, relativas ao funcionamento de economia, que sejam verdadeiras, só que  o fato dessa ética da liberdade, que ele inventou, ser uma ética grotesca,  não é algo insignificante neste sistema de pensamento.  A Ética da Liberdade não é uma obra sem importância no pensamento dele, muito pelo contrário, é uma das mais importantes.

Eu nunca li ele, você já deve ter lido, mas ele só fala sobre isso nesse livro? Creio que não. Muitos libertários não concordam com essa ideia e ninguém é obrigado a concordar. Se ele é importante para os libertários, com certeza é por causa dos seus outros insights e não por causa de uma opinião sobre esse assunto em específico que é bem polêmico para várias pessoas e ideologias. E chamá-lo de psicopata por causa de uma opinião, é no mínimo desonestidade por parte dessas pessoas. Liberdade de expressão não fere ninguém e não torna ninguém um criminoso.

Offline MarceliNNNN

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« Resposta #14 Online: 01 de Agosto de 2016, 10:01:31 »
Ninguém é obrigado a concordar com as ideias do Rothbard, mas nem por isso invalida seus outros insights. Existe diversos teóricos libertários e cada um interpreta essa questão de um jeito. JJ, você já foi melhor em suas críticas.

Fora que a Escola Austríaca não é a única escola libertária.
Verdade  :ok:

Rhyan

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Re:Biografia: Murray N. Rothbard
« Resposta #15 Online: 01 de Agosto de 2016, 13:34:27 »
Rothbard leva ao extremo sua defesa dos direitos naturais negativos. Ele afirma que: A mãe tem o direito de abortar em qualquer momento da gestação; um pai não pode agredir seu filho, um pai não tem a obrigação de cuidar do filho (o que ele mesmo achava imoral), e propõe como solução para o aborto e o abandono o comercio da paternidade, que no caso é um preço fixado por lei em zero (adoção). Uma criança com capacidade de entender sua auto-propriedade pode abandonar seus pais ou responsáveis.

Rothbard era ateu, mas admirava bastante o catolicismo, casado com uma católica, foi intimado por Ayn Rand a abandonar a esposa para continuar na seita objetivista. Recusou, e se transformaram em grandes inimigos. Ayn Rand sempre foi crítica dos ancap, os chamava de "hippies da direita".

Nada citado aqui por Rothbard é consenso entre libertários, nem mesmo entre rothbardianos.

O trecho citado é muito usado para desmerecer o Rothbard como um maluco, mas o livro deve ser entendido na sua totalidade, ele não é uma verdade absoluta para os libertários, apenas uma vertente com alguns pontos mais polêmicos e questionáveis. Ou seja, essas acusações são típicos espantalhos de gente mal-caráter e desonesta.

Pessoalmente, acredito tanto que um pai não é obrigado a sustentar um filho que aceito a adoção, ou a venda da paternidade, ou o abandono por parte do pai sem necessidade de pagar pensão, aborto em certo período, e abandono da mãe sem pensão, ou de ambos os pais, desde que sejam responsáveis por encontrar alguém disposto a cuidar da criança.

Rhyan

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« Resposta #16 Online: 01 de Agosto de 2016, 13:35:59 »
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Rhyan

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« Resposta #17 Online: 01 de Agosto de 2016, 14:02:05 »
<a href="https://www.youtube.com/v/yNX0FLt4shM" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/yNX0FLt4shM</a>

<a href="https://www.youtube.com/v/UFBWKXd2mVI" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/UFBWKXd2mVI</a>

Offline JJ

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« Resposta #18 Online: 02 de Agosto de 2016, 07:57:40 »


Esse Roth pode ter escrito algumas coisas inteligentes,  mas  nesta tentativa de fazer uma ética da liberdade o cara fez uma burrada do tamanho da Via Láctea. O cara escreveu coisa no mesmo nível de nazistas  :susto: .  É muita estupidez.

Josef Mengele  aprova.

 :histeria:



« Última modificação: 02 de Agosto de 2016, 08:00:19 por JJ »

Offline JJ

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« Resposta #19 Online: 02 de Agosto de 2016, 08:02:35 »


Este absurdo que o cara escreveu é algo fantástico para destruir a imagem de uma ideologia,  e torná-la amplamente repudiável pela  grande maioria das pessoas da Terra, é perfeito para anti propaganda. 


 :histeria:

Offline MarceliNNNN

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« Resposta #20 Online: 02 de Agosto de 2016, 10:16:55 »


Este absurdo que o cara escreveu é algo fantástico para destruir a imagem de uma ideologia,  e torná-la amplamente repudiável pela  grande maioria das pessoas da Terra, é perfeito para anti propaganda. 


 :histeria:
Se ele fosse o único pensador libertário, com certeza poderia destruir a imagem, mas como ele não é, então isso não aconteceu ainda. E não seja hipócrita, JJ. Com certeza você já disse coisas desprezíveis também. Todos nós temos opiniões repudiáveis.  :ok:

Offline JJ

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« Resposta #21 Online: 02 de Agosto de 2016, 10:25:51 »

Este absurdo que o cara escreveu é algo fantástico para destruir a imagem de uma ideologia,  e torná-la amplamente repudiável pela  grande maioria das pessoas da Terra, é perfeito para anti propaganda. 

 :histeria:
Se ele fosse o único pensador libertário, com certeza poderia destruir a imagem, mas como ele não é, então isso não aconteceu ainda. E não seja hipócrita, JJ. Com certeza você já disse coisas desprezíveis também. Todos nós temos opiniões repudiáveis.  :ok:



Eu posso já ter dito, mas eu não sou um ator  político  que tem a influência e alcance que ele tinha (e que pretendia ter ?), e  não cometi o erro de colocar isso num livro importante para fundamentar um sistema ético  e tentar  dar base a um sistema político.  A minha crítica primordial aqui é ao erro político de colocar isso num livro e assim divulgar,  e não a um "erro" moral  pessoal dele. 


É muita burrice política colocar isso num livro, e depois esperar que tal  sistema político cresça e consiga derrubar o atual sistema de poder.



« Última modificação: 02 de Agosto de 2016, 10:29:24 por JJ »

Offline JJ

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« Resposta #22 Online: 02 de Agosto de 2016, 10:31:58 »

Se ele fosse o único pensador libertário, com certeza poderia destruir a imagem, mas como ele não é, então isso não aconteceu ainda. E não seja hipócrita, JJ. Com certeza você já disse coisas desprezíveis também. Todos nós temos opiniões repudiáveis.  :ok:



E o Roth não é o único, mas é muito importante, e é um dos mais citados.  É daí que se pode ver o potencial de estrago que pode ter essas ideias que ele colocou no papel.




Offline Gauss

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Re:Biografia: Murray N. Rothbard
« Resposta #23 Online: 02 de Agosto de 2016, 13:02:17 »


Este absurdo que o cara escreveu é algo fantástico para destruir a imagem de uma ideologia,  e torná-la amplamente repudiável pela  grande maioria das pessoas da Terra, é perfeito para anti propaganda. 


 :histeria:

Se o Libertarismo fosse como o Socialismo, por exemplo, que têm na figura central o pensador que deu a origem a ideologia como a conhecemos(Karl Marx) e é seguido por todos, tudo bem. Mas o libertarismo não surgiu das ideias de Rothbard e ele nem é unanimidade no meio libertário. A escola de pensamento de qual ele faz parte também não é unanimidade neste meio. Leia mais sobre o assunto.
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Biografia: Murray N. Rothbard
« Resposta #24 Online: 02 de Agosto de 2016, 13:32:09 »
Eu já acho que talvez o libertarianismo tivesse mais aderentes se fossem mais violentos, se tivessem um Che Guevara, um Mao, um Stalin. :rolleyes:



(Acho estranhos esses tópicos. Fico imaginando depois ver tópico da biografia de LR Hubbard copiado e colado de algum lugar. Talvez de Ayn Rand já tenha... curiosamente não tem dos marxistas, apesar de ter havido foristas nessa linha por bastante tempo, e ser uma ideologia mais historicamente associada ao culto de personalidade)

 

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