Alguns comentários sobre a entrevista com o cara:
Lula: o Brasil se tornou refém dos EUA em razão do pré-sal
"Na minha opinião, o Brasil é refém. O Ministério Público brasileiro, através do Janot , através do Moro e através da Lava Jato, o Ministério Público brasileiro se submeteu ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos da América do Norte. Embutido por trás disso, está o interesse no pré-sal", disse o ex-presidente Lula ao Opera Mundi, numa entrevista em que abordou todos os aspectos da sua política externa e também o fator geopolítico por trás da Lava Jato
26 de setembro de 2019, 04:50 h Atualizado em 26 de setembro de 2019, 07:31
(Foto: Ricardo Stuckert)
Por Haroldo Ceravolo Sereza – Leia, abaixo, a íntegra da entrevista concedida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Opera Mundi. O petista falou sobre temas internacionais, tais como Brics, a política externa do governo Jair Bolsonaro e o futuro da esquerda mundial.
Opera Mundi: Presidente, o mundo parece caminhar para uma nova Guerra Fria, dessa vez entre China e Estados Unidos. Como o senhor vê essa questão, essas disputas políticas acirradas e ferrenhas entre esses dois países? E de que lado o senhor se coloca?
Lula: O mundo, depois de algumas décadas de febre de globalização, onde você dificultava o trânsito das pessoas e facilitava o trânsito de dinheiro, em que a China virou uma espécie de porto seguro para as empresas americanas irem produzir a preços muito baratos ou o Vietnã e vai por ai a fora, ou seja, o mundo, depois dessa febre da globalização, resolveu voltar a favorecer o chamado Estado nacional de uma forma totalmente equivocada. Eu lembro que, em 2009, quando nós fizemos a segunda reunião do G20, a segunda na verdade, em Londres, eu lembro que uma das preocupações nossas era que a gente não deveria deixar de pensar em evitar o protecionismo. Porque, em função da crise econômica, era preciso que a gente fomentasse o comércio ao mesmo tempo que a gente fomentasse o desenvolvimento dos chamados países mais pobres.
Lula pró livre comércio
Essa era ideia básica. Eu lembro que foi na famosa reunião que o [Barack] Obama [ex-presidente dos EUA] me chamou de “o cara”. Foi na reunião em que o Gordon Brown [ex-premiê do Reino Unido] aceitava muitas das coisas que eu propunha na reunião, talvez pelo respeito que ele tinha na minha origem do mundo sindical. E foi uma reunião que produziu coisas extraordinárias, inclusive produziu o efeito de mudanças no controle das organizações multilaterais, como o FMI e o Banco Mundial. Ali se aprovou que tivesse novos personagens, novos dirigentes participando, o que não aconteceu porque o parlamento de alguns países, sobretudo dos Estados Unidos, não referendou a decisão.
Bem, quando eu imaginava que as decisões do G20 iriam proporcionar que tivéssemos mais comércio no mundo, mais abertura e mais dinheiro dos países ricos que estavam com problema de demanda interna, e que portanto poderiam suprir a demanda interna facilitando a venda para países que precisavam de acesso à tecnologia e máquinas novas, isso não aconteceu. Voltou o protecionismo. E aí vem a eleição do Trump, que não causa mal apenas aos Estados Unidos. Ele ganhou as eleições com um discurso muito nacionalista, uma coisa assim ‘América para os americanos’, ‘emprego para os americanos’, ‘vamos mandar embora migrantes’, ‘vamos acabar com mexicano’, ‘acabar com latino-americano’, ‘é só americano e americano’. Este é um discurso que pega nos Estados Unidos e pegou na Europa, e aqui no Brasil também se tentou pegar.
Você lembra que em 2006, quando eu fui candidato e o [Geraldo] Alckmin disputou comigo, ele levantava a dúvida do dinheiro que o Brasil tinha emprestado para o metrô da Venezuela. Ele só parou de falar quando eu alertei ele de que o contrato e o acordo tinham sido feitos pelo Fernando Henrique Cardoso [ex-presidente do Brasil] e corretamente. Porque, no acordo, o Brasil exportava serviço de engenharia para a Venezuela. Eles pararam, mas na campanha da Dilma, por exemplo, voltaram com estaleiro de Cuba sem se importar quanto o Brasil ganhou com o empréstimo a Cuba para fazer o estaleiro. O Brasil exportou mais de 900 milhões de dólares para Cuba em serviços, ferramentas, em peças e transportes. Ou seja, então o mundo voltou a se fechar a partir do Trump em uma guerra fratricida.
Asneira, pois guerra fratricida seria se fosse uma guerra civil, uma guerra interna dentro de um país, protecionismo comercial não é guerra fratricida.
Porque nesse instante em que a humanidade vive, em que ainda você tem quase um bilhão de pessoas passando fome, pessoas que não têm calorias e proteínas necessárias para viver decentemente.
Velho discurso manjado do Lula que procura criar comoção...
O mundo estava precisando de mais progresso, de mais desenvolvimento, de mais crescimento e de mais acessibilidade de alimentos às pessoas pobres.
Uma ideia que dificilmente alguém vai se opor apenas ambientalistas radicais costuma se opor a isso) somada com outra frase de efeito para gerar concordãncia e comoção
E isso significa que os países ricos teriam que mudar seu comportamento, coisa que não mudam.
Uma ideia genérica e vazia, teriam que mudar que comportamento ?
Uma coisa que eu fico assustado é que, quando teve a crise de 2008, primeiro teve a crise do subprime nos Estados Unidos, em 2007, eu lembro disso porque eu estava no Panamá, em uma reunião com mais de 300 empresários brasileiros e panamenhos. E eu lembro a loucura que deu nos empresários que tinham dinheiro nos Estados Unidos e alguns correram logo para lá para tentar resolver o problema do subprime. E depois veio a crise de 2008 com a quebra do Lehman Brothers. Ou seja, em toda essa crise, eu nunca vi o FMI se manifestar, ter um discurso, uma proposta, o Banco Mundial nunca, nunca, nunca deram palpite. O Lehman Brothers já custou mais de 14 trilhões de dólares e até agora o FMI não se mete. E ele se mete muito quando a crise é aqui na Argentina, já conseguiram colocar a Argentina em uma ‘encalacrada’. Então eu penso o seguinte, essa crise que nós estamos vivendo agora ela carece da ausência de liderança política, porque crise política se resolve com discussão política, e os Estados Unidos não estão nem um pouco interessados em resolver o problema.
Outra besteira e/ou discurso vazio, pois os Estados Unidos não tinham interesse em resolver a crise de 2008 ? Ou qual problema eles não estavam nem um pouco interessados em resolver ? Que besteira é essa que o cara falou ?
Brigar com a China é brigar com o maior consumidor deles e o maior exportador deles. Brigar com a China é tentar dizer o seguinte: ‘nós vamos trabalhar para atrapalhar o crescimento econômico do planeta Terra’.
Tem artigos no Mises que concordam com isso aí que ele falou…
Opera Mundi: Pensando no Brics, o senhor acha que o grupo viveu um ataque político e econômico? E que a China vive isso agora, de que alguma forma aconteceu com o Brasil?
Lula: O Brics nunca foi tratado com respeito pelos países ricos, nem pelos europeus e nem pelos americanos.
Como ele queria respeito se isso representava uma forma de tentar diminuir o poder dos europeus e americanos ?
Porque quando nós começamos a fazer as primeiras reuniões do Brics eu pelo menos tinha em conta de que o Brics tinha que ter um banco de desenvolvimento, e foi criado no governo da Dilma. Eu não sei como está funcionando agora, mas o Brics tinha que criar uma cesta de moeda para que a gente não ficasse dependendo do dólar como moeda para notas de exportações. E o Obama tinha uma preocupação muito grande. Eu lembro que quando nós criamos o Brics, eu lembro que o Obama tinha uma preocupação se a gente ia criar ou não uma moeda. Quando a gente falava de banco sul-americano, de banco do Brics eles ficavam horrorizados que a gente queria criar uma nova moeda.
Ele esperava o que ? Que os EUA iriam respeitar e aprovar tal ideia que diminuiria o poder financeiro deles ?
E eu achava que a gente tinha que criar uma moeda para fugir, você não pode ficar dependente da moeda de um país que tem a máquina de produzir aquela moeda. Você não pode ficar dependente, não era assim. Eles tomaram a atitude e, na verdade, eles tomaram para si a ideia de que o dólar seria a moeda internacional do comércio sem falar com ninguém, foram impondo, impondo e o mundo hoje depende disso.
Eles conquistaram de forma hábil, eles não impuseram.
Então, eu acho que o Brics nunca foi bem aceito. Eu acho que o Brics deixou de fazer algumas coisas, porque as pessoas também não sabiam, a gente não sabe de tudo na mesma hora, mas o Brics deve funcionar como a criação de uma nova proposta de desenvolvimento e uma nova proposta de relações internacionais e comerciais entre os países. O Brics pode ser um modelo para equilibrar o mundo e livrar um pouco o mundo da dependência que o mundo tem da arrogância de alguns governos americanos.
É óbvio que uma tentativa de alguns países terem mais poder em detrimento do poder americano não iria ser aplaudida pela parte que deveria perder poder.
Opera Mundi: Nesse cenário, qual o papel da esquerda mundial? É retomar a ideia de socialismo ou olhar para melhorar a vida dentro do capitalismo?
Lula: Eu acho que a esquerda tem que pensar o que ela quer sobre muitos assuntos. Eu acho que depois da queda do muro de Berlim, muita coisa ficou mais difícil para a esquerda. Eu na verdade fui muito criticado no Brasil porque eu era um cara favorável à queda do muro de Berlim. Eu nunca aceitei a ideia de pensamento único,
Uai, mas os olavetes dizem que o Lu la é comunista, então ele deveria ter ficado totalmente contra a queda do muro …
nunca aceitei a ideia de que tudo seria resolvido se estivesse escrito em um manual e eu acho que a queda do muro de Berlim, ela permitiu que a esquerda pudesse voltar a pensar. A pensar livremente novas formas de organização, a pensar livremente novas formas de fazer sindicalismo, a pensar novamente em brigar para melhorar de vida, mas isso não aconteceu. A direita foi muito mais ousada do que esquerda, porque a direita partiu para temas, muitas vezes, temas de interesse pertinentemente do Estado. Por exemplo, o discurso contra os migrantes, ou seja, um discurso é um discurso muito forte em qualquer país do mundo.
Aqui podemos ver que o cara se confunde ao dizer que é um tema de interesse pertinentemente do Estado, sendo que é um tema que tem apelo popular dentro de certos países, mas apesar da confusão, ele parece perceber que o tema tem apelo popular. Aliás, isto é fundamental para um demagogo: perceber quais temas tem apelo popular.
Veja o que está acontecendo agora no Brasil com os discursos do governo em relação à Venezuela. Quando começou essa xenofobia contra os imigrantes, eu lembro que eu fui ao Ministério da Justiça com o Tarso Genro e assinei a legalização de 150 mil bolivianos que estavam no Brasil para dizer que os imigrantes não são os problemas desse país. Os imigrantes, em muitas circunstâncias, eles foram a salvação. O Brasil, por exemplo, trouxe muitos imigrantes aqui para primeiro misturar nossa raça, fazer uma miscigenação no povo brasileiro, segundo para aprender a produzir agricultura e terceiro para ter mão de obra qualificada, não só de negros, mas de europeus.
Aqui ele parece apoiar a tal política racista/eugenista de embranquecimento, e pelo visto nem percebeu isso...
Então, nós não soubemos fazer esse discurso. Então eu acho que a esquerda tem que pensar um novo discurso, e assumir efetivamente a necessidade de que só vale a pena governar se você tiver com o povo no centro de todas as decisões. Para que você quer governar? Você quer governar para melhorar a vida do povo. Não tem outra razão para você governar.
Aqui o cara expõe mais demagogia rasteira, mostrando que sabe fazer demagogia...