Autor Tópico: Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais  (Lida 12064 vezes)

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Rhyan

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Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Online: 27 de Outubro de 2015, 02:50:15 »
Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
By Pedro Menezes @omercadopopular · On 13/10/2015


Bernardo diz que escreveu seu livro por causa “daquela sensação de frustração que todo economista tem ao ver o país decidindo seus rumos sem saber direito o que está escolhendo”. Mas essa sensação parece surgir com mais força em sua carreira.

Apesar de dedicar boa parte do seu tempo à atividade de pesquisador na FGV de São Paulo, com equações complicadas e publicações que sequer seriam compreendidas pela maior parte dos brasileiros, o economista Bernardo Guimarães parece fazer questão de manter o contato com o público leigo. Não é raro – especialmente no Brasil – ver os mais respeitados pesquisadores e professores de economia saírem da academia para ocupar cargos de comando no governo ou na iniciativa privada. Em entrevista para a Folha, ele nega ter essa ambição, diz que “ajuda mais o país ensinando as pessoas”.

Bernardo completou seu Ph.D na Yale University, dos Estados Unidos, e de lá seguiu para Londres, onde foi professor da famosa London School of Economics and Political Science (conhecida como LSE), um dos centros de ciências sociais mais importantes do mundo, que já teve em seu quadro alguns dos pensadores mais influentes das últimas décadas, como Friedrich Hayek, Ronald Coase, Karl Popper e Amartya Sen. Desde que voltou ao Brasil em 2011, “ajudar o país ensinando as pessoas” parece ser um de seus objetivos.

Ao invés de lecionar apenas algumas matérias avançadas para alunos de mestrado e doutorado, ele decidiu também dar aula de Introdução a Economia aos alunos de primeiro semestre na Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo; ainda criou uma versão mais simples do curso, que hoje é ministrado para alunos do ensino médio na cidade. Escreveu também três livros destinados ao público leigo, em linguagem extremamente simples. O último deles, “A Riqueza da Nação no Século XXI”, foi resultado direto de sua angústia com o modo como se discutiu economia no Brasil durante as últimas eleições presidenciais.

O título faz uma referência sutil a um famoso livro lançado no ano passado pelo economista francês Thomas Pikketty. As semelhanças, porém, ficam aí. Enquanto Piketty usou o título do mais icônico livro de Marx para escrever sobre distribuição de renda, Bernardo foi a uma fonte usualmente tratada como contraponto ao marxismo: Adam Smith, o escocês a quem se atribui a responsabilidade pelo estabelecimento da economia como uma área do conhecimento.

Adam Smith escreveu sobre a riqueza das nações, no plural; Bernardo foi ao singular e abordou a riqueza de uma nação específica em um tempo específico: o Brasil do século XXI. Lançado por apenas 8 reais na Amazon, o livro é constituído de três partes: a primeira, e menor, discute brevemente as ferramentas utilizadas pelos economistas para analisar o mundo; a segunda discute de forma mais ampla a questão brasileira, abordando temas como o papel do BNDES na economia, reforma política e política monetária com a responsabilidade de um bom pesquisador e a linguagem clara de um bom professor; no terceiro, e último, Bernardo discute as idas e vindas da economia política brasileira, contando casos da história recente do país para esclarecer a louca trajetória do país dos anos 90 a 2015.

Eu, que já conhecia o trabalho de Bernardo, confesso que me assustei quando soube da publicação de “A Riqueza da Nação no Século XXI” de forma independente, sem acompanhamento de uma editora profissional. Isso se reflete no resultado final, mas não prejudica a leitura, extremamente proveitosa para leigos e entendidos.

Apesar do lançamento tímido e da ausência de um acabamento editorial mais apurado, não demorou até que a imprensa também prestasse atenção no que há de mais relevante no livro: o conteúdo. Desde então, Bernardo assumiu o blog “Economia no Século 21” no site da Folha de São Paulo, e deve estrear em breve como colunista fixo no caderno de economia às sextas-feiras.

Algumas semanas atrás, publicamos neste Mercado Popular um capítulo de “A Riqueza da Nação no Século XXI”. Agora, batemos um papo com Bernardo sobre temas como crescimento econômico, desigualdade, corrupção e as lições que podemos aprender com faculdades públicas de ponta do exterior, como a London School of Economics, onde ele trabalhou.

Mercado Popular: “O Capital no Século XXI”, de Thomas Piketty, com a diferença de que o clássico para dar nome a sua obra foi “A Riqueza das Nações”, de Adam Smith. Em entrevista recente, você disse que há também uma diferença no foco, já que você buscava entender como o Brasil poderia crescer, ficar mais rico, enquanto Piketty estudava como distribuir a riqueza produzida…

Bernardo Guimarães: Isso. Distribuição é um tema importante, mas as discordâncias entre propostas econômicas hoje não são fundamentalmente sobre isso.

Existe algum conflito entre crescer e combater a desigualdade?

Teoricamente, pode existir. Por exemplo, um programa de distribuição de renda maior requer mais impostos e estes, de modo geral, desestimulam a produção e as trocas. Mas não é isso que está em jogo no debate econômico brasileiro. Transferir renda para os mais pobres é importante, é o que defendo, mas seria possível fazer isso com um Estado muito mais enxuto que temos hoje.

Na dúvida, é mais importante crescer ou combater a desigualdade?

O mais importante é melhorar a vida dos mais pobres. Em princípio, tanto o crescimento quanto o combate à desigualdade servem a esse fim. Agora, centenas de milhões de pessoas saíram da pobreza nas últimas décadas (ou seja, deixaram de ganhar menos do que a linha da pobreza) e isso se deve primordialmente ao crescimento econômico. Na China, por exemplo, a desigualdade aumentou bastante, mas isso veio com uma grande redução na pobreza.

É possível orientar a política econômica do Brasil para que possamos atender aos dois fins?

Sim, sem dúvida. Precisaríamos de mais liberalismo econômico, de um estado mais enxuto, para que o setor privado possa criar e inovar. O aumento da produção e da produtividade é o que vai gerar maiores salários. E também continuar, mas aperfeiçoar, os programas de transferências para os mais pobres.

Não vale a pena ter uma grande quantidade de políticas sociais que não focam em quem é pobre. Isso atrapalha mais que ajuda. Políticas sociais focalizadas são bem vindas e podem ser conciliadas com um Estado mais enxuto.

A gente discute bastante sobre universidades públicas por aqui. O Brasil gasta muito com suas universidades estatais, com o gasto por aluno chegando a níveis nórdicos em alguns casos, mas o investimento não parece trazer tanto retorno em termos de produtividade, produção de patentes, destaque em rankings internacionais… Você acha que esse modelo de universidade pública acaba defasando e isolando a produção acadêmica do país?

Pelo que vejo em Economia, sim. Não conheço tão bem outras áreas. Dizem que os professores das universidades públicas ganham muito mal. Eu discordo. Muitos de fato ganham mal, mas outros muitos ganham muito mais que deviam. E não porque haja muita diferença entre os salários dentro da universidade. Na verdade, a diferença salarial é muito baixa.

Assim, o professor é contratado e pode ficar o resto da vida em seu emprego, mesmo sem publicar nada. Pelo menos em economia, muitos professores são “pesquisadores em tempo integral”, mas nunca publicaram nada decente, ou não publicam há décadas e passam o tempo todo fazendo consultoria. A única contribuição desses para a universidade são as aulas (muitas vezes, ruins). Esses ganham muito mais que deveriam ganhar.

Outros de fato fazem pesquisa, publicam artigos. Esses ganham menos que merecem.

Você foi professor da London School of Economics and Political Science (LSE), uma das faculdades de ciências sociais mais importantes do mundo. E é uma faculdade pública. O que acha que poderíamos aprender com o modelo de gestão de faculdades públicas de ponta do exterior?

A LSE é pública, mas precisa mostrar resultados para conseguir recursos [do governo]. A pressão da competição está presente. Os professores são muito cobrados, principalmente em termos de pesquisa. E o ensino não é gratuito.

Você também é professor da FGV, em São Paulo, e cursou o doutorado em Yale. Faculdades privadas de ponta, como essas duas, se preocupam menos com o interesse da sociedade do que as universidades estatais?

Não há diferença nesse sentido. As escolas privadas não conseguem fornecer o ensino “gratuito” para todos. Precisam cobrar do aluno, mas a diferença acaba aí. Seria até estranho dizer que a [universidade] que fornece educação paga pelo contribuinte está mais interessada em atender ao interesse público. Mas devo dizer que tanto FGV quanto Yale recebem fundos públicos para pesquisa.

Num contexto de ajuste fiscal para onde você acha que deveríamos olhar na hora de cortar gastos?

A grande maioria dos subsídios do BNDES não faz sentido. Cobrança de mensalidades para os alunos de universidades públicas que podem pagar também seria muito bem vindo. Creio, porém, que é preciso conter o crescimento dos gastos do governo. Para isso, outras reformas são necessárias, especialmente na área da previdência.

Idealmente, deveríamos mudar para um sistema de previdência em que cada um tivesse sua própria conta de poupança individual. A previdência não deveria ser responsável por transferências de recursos de uma pessoa para outra. Esse deve ser papel de outros programas do Estado.

Ao lado de outros economistas – como Filipe Campante (Harvard) e Quoc-Anh Do (Sciences Po) -, você ajudou a escrever uma série de artigos que sugeriam uma relação entre capitais geograficamente isoladas, como Brasília, e fenômenos como má gestão, corrupção e concentração do poder entre elites dirigentes. Acha que é o caso do Brasil (e de Brasília)?

Capitais isoladas isolam os políticos da pressão popular e incentivam as más práticas. Esse efeito provavelmente é relevante no caso do Brasil. Quanto mais democrático é o país, menor é o impacto da capital isolada. Mesmo assim, existem estudos utilizando evidências dos 50 estados americanos, indicando que mesmo neste caso as capitais mais isoladas levam a mais corrupção.

De forma mais ampla, por que a corrupção floresce com tanta facilidade no Brasil?

É uma questão importante cuja resposta eu não tenho, nem caberia aqui, mas posso destacar algumas coisas. É muito bom notar que o Brasil tem boas instituições e liberdade de imprensa. O ponto negativo recente é o modo como se dá a discussão política, que divide o país de tal forma que escândalos enormes de corrupção são “perdoados” por uma grande quantidade de eleitores. São como torcedores de um time que não se importam se o seu centroavante faz um gol de mão.

E o Estado brasileiro é muito grande. Em setores que tendem a ter mais corrupção, o tamanho “ideal” do Estado deve ser menor. Não faz sentido que esses setores tenham tanta intervenção, se o dinheiro do governo tende a cair nos bolsos errados.

Os primeiros parágrafos de “A Riqueza da Nação no Século XXI” contam o relato de um estudante cambojano, que quase foi morto pelo Khmer Vermelho por portar um livro em francês, um “objeto da burguesia” na visão dos soldados que o revistaram. Em seguida, você faz um paralelo com o debate sobre economia no Brasil, que rechaça algumas propostas irrefletidamente, apenas por considerar que elas “atendem aos interesses da burguesia” (ou da CIA, como você fala no livro).

Quais são as boas ideias sobre as quais a gente deixa de conversar por puro preconceito?

O liberalismo econômico é o grande exemplo. Em sua essência, liberalismo econômico significa mais concorrência e, portanto, menos poder de monopólio para grupos estabelecidos. Mas o liberalismo é normalmente identificado como a defesa dos ricos.

Em alguns casos, essa analogia é bizarra. Por exemplo, eu defendo uma drástica redução nos subsídios do BNDES. Os subsídios fazem sentido em alguns casos, mas esses casos são uma parte pequena do tamanho do BNDES. Mas pelo menos até 2014, o governo e alguns de seus defensores empacotavam o BNDES junto com a defesa dos mais pobres. Quem era contra era neoliberal, e isso parecia suficiente como argumento. O que é bizarro, pois além do efeito negativo sobre a economia como um todo, o BNDES distribui renda aos mais ricos.

Sua pesquisa acadêmica se concentra em áreas como economia política e macroeconomia, assuntos cada vez mais frequentes nas mesas de bar em todo o país. Obviamente, existem diferenças gritantes entre o modo como a população leiga e os economistas especializados abordam esses temas.  Se você tivesse o poder de esclarecer, para todos os brasileiros, um ou dois debates econômicos urgentes e frequentemente mal abordados, quais você escolheria?

O primeiro é que o jogo político é basicamente um jogo de soma zero. As pessoas dizem que algumas propostas beneficiam “os trabalhadores” ao prejudicarem a “elite”, enquanto outras fazem o contrário, como se só isso estivesse em jogo. Não é verdade! Alguns países são dezenas de vezes mais ricos que outros, uns têm crescido muito, outros estão estagnados ou decaindo e isso reflete diferentes escolhas de política econômica. No atual momento (e na última eleição), as discordâncias entre economistas não são (e não eram) sobre temas como o Bolsa Família, mas sobre as políticas que vão tornar o Brasil um país mais rico como um todo.

O segundo mito relaciona intervencionismo estatal na economia a distribuição de recursos aos mais pobres. Diz-se que quem é a favor de um, deve ser a favor do outro; e quem é contra um, deve ser contra o outro. É a ilusão de que o debate político deve ser dividido em um mundo em que só há uma dimensão, que vai da “esquerda” à “direita”. Isso não faz sentido. Não há nada errado em combinar a defesa do liberalismo econômico com ações diretas do governo para mitigar a pobreza.

Então dá para combinar economia livre e justiça social?

Sim, sem dúvida. Economia livre não significa que o governo fecha os olhos aos pobres. Significa que o governo deixa a economia funcionar da melhor forma possível, interfere apenas quando de fato vale a pena para corrigir as falhas de mercado. Isso é bom para a economia como um todo. Se não resolve o problema da pobreza tão rapidamente quanto gostaríamos, que governo tome ações diretas para mitigar a pobreza.


PEDRO MENEZES
Editor do Mercado Popular.

Fonte: http://mercadopopular.org/2015/10/entrevista-bernardo/

Offline Johnny Cash

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #1 Online: 27 de Outubro de 2015, 09:25:22 »
Tirando a turma mais "comunista", acho que vai ser difícil achar alguém aqui que discorde do Bernardo.

Offline _Juca_

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #2 Online: 27 de Outubro de 2015, 09:33:39 »
Tirando a turma mais "comunista", acho que vai ser difícil achar alguém aqui que discorde do Bernardo.

Se não me engano a idéia de combater a extrema pobreza como programas como o Bolsa Família ( com transferência de renda) tem origem ou apoio nas idéias liberais.

Offline Johnny Cash

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #3 Online: 27 de Outubro de 2015, 09:49:25 »
Tirando a turma mais "comunista", acho que vai ser difícil achar alguém aqui que discorde do Bernardo.

Se não me engano a idéia de combater a extrema pobreza como programas como o Bolsa Família ( com transferência de renda) tem origem ou apoio nas idéias liberais.

Sim, por exemplo, em Rawls.

Mas não entendi oq você quis demonstrar.

Offline Geotecton

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #4 Online: 27 de Outubro de 2015, 09:52:43 »
Que o Bolsa-Família é uma atitude correta dos petistas.
Foto USGS

Offline João da Ega

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #5 Online: 27 de Outubro de 2015, 10:13:15 »
Tirando a turma mais "comunista", acho que vai ser difícil achar alguém aqui que discorde do Bernardo.

Não acho que é difícil encontrar, mesmo entre os "não comunistas" quem discorde, a começar, salvo engano, pelo próprio autor do tópico.

Pelo que acompanho, ele, e os ancaps do CC, não concorda:
1. Uma certa defesa da universidade pública que o BG faz;
2. Políticas de assistência sociais são bem-vindas;
3. Que o governo deve tomar ações diretas para mitigar a pobreza.
"Nunca devemos admitir como causa daquilo que não compreendemos algo que entendemos menos ainda." Marquês de Sade

Offline Jurubeba

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #6 Online: 27 de Outubro de 2015, 10:59:18 »
Gostei do texto. Entrei no blog dele e logo no primeiro texto que li gostei da linguagem e do conteúdo:

Citar
Economia não é estudo de escrituras antigas

POR BERNARDO GUIMARÃES
25/10/15  18:24


No momento em que se discute o ensino médio e a prova do ENEM de ciências humanas, aproveito para falar sobre uma outra questão acerca do ensino superior de Economia em algumas universidades.

Pergunte a um físico ou a uma engenheira se eles já leram o Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica. Se eles entenderem a pergunta, a resposta será negativa. É provável, porém, que eles nem saibam que esse é o nome da obra monumental de Isaac Newton sobre a física mecânica.

Esse desconhecimento jamais será motivo para duvidar da capacidade do físico ou da engenheira. Afinal, eles aprenderam física estudando outros livros, que explicavam de maneira mais clara as leis de Newton. O texto original interessa aos estudiosos de história da ciência, mas para quem quer aprender física, o que Newton estava pensando quando escreveu sua obra é absolutamente irrelevante.

Isso vale para todas as áreas do conhecimento humano. Grandes descobertas são seguidas por novos trabalhos e por maneiras mais simples de explicar o que estava na obra inicial. Com o passar do tempo, o conhecimento acumulado é traduzido de maneira mais clara e completa e, a partir de um certo ponto, não vale mais a pena consultar a obra original.

Por exemplo, ao traduzir as leis do eletro-magnetismo em equações, James Maxwell não tornou a contribuição de Michael Faraday menos valiosa, mas tornou menos importante ler os originais de Faraday. Quem pesquisa sobre a Teoria da Evolução tem como ferramentas as equações diferenciais que caracterizam o processo evolutivo, mas isso não desmerece o trabalho de Charles Darwin. E todos nós estudamos o que Newton descobriu, sem ler o que ele mesmo escreveu.

Em economia, não é diferente. Os pesquisadores mais renomados dos melhores departamentos de economia do mundo não aprenderam economia lendo as obras originais de Adam Smith ou Keynes. Uma minoria deve ter lido esses livros (ou parte deles), mas por curiosidade.

Entretanto, em muitos cursos no Brasil, o estudo da Economia parece uma exegese de escrituras antigas.

John Maynard Keynes foi um economista brilhante. Foi o editor de um dos principais periódicos da época, o Economic Journal, por mais de 30 anos. Em 1936, publicou a Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, um livro que teve enorme impacto na maneira como pensamos a Economia. O entendimento que temos hoje sobre flutuações econômicas deve muito a essa contribuição de Keynes.

Como seria de se esperar, ao livro original, seguiram-se muitos outros trabalhos, alguns apontando falhas na teoria, outros confirmando algumas de suas predições. Muito se aprendeu desde então e maneiras muito mais claras de expor as ideias centrais de Keynes foram surgindo.

Contudo, em muitas escolas de Economia no Brasil, despende-se um tempo enorme lendo a Teoria Geral de Keynes e várias outras obras clássicas, buscando entender o que os autores de fato disseram (ou quiseram dizer), como se essa fosse uma maneira razoável de aprender Economia.

Curiosamente, quem acredita que Economia deve ser ensinada assim se proclama “heterodoxo” (isso não quer dizer que todos os heterodoxos acreditem nisso).

Em um exemplo particularmente relevante para este blog, em seu livro de 1936, Keynes partia da hipótese que os salários nominais demoravam a se ajustar. Uma das implicações de sua teoria era a seguinte: quando a economia vai bem, os salários em termos reais (ou seja, considerando-se a inflação) são mais baixos.

Já em 1938, outros trabalhos apontavam que essa implicação não estava correta. Quando a economia vai bem, os salários reais (descontando-se a inflação) são, em geral, um pouco maiores.

Em 1939, Keynes respondeu às críticas dizendo que a hipótese de salários rígidos havia sido feita para simplificar a exposição, e que outras hipóteses poderiam mudar essa implicação de sua teoria sem mudar os resultados principais. A implicação de salários rígidos não era fundamental.

Com o tempo, foram se desenvolvendo outras formulações alternativas que geravam resultados semelhantes aos da teoria original de Keynes. A maior parte desses modelos tinha (e tem) rigidez de preços ou salários (ou ambos). Na profissão, esses modelos passaram a ser chamados de “keynesianos”, por refletirem os principais insights de Keynes (não necessariamente da maneira original).

Há poucas semanas, escrevi um post sobre o que de fato significa “ortodoxo” em Economia. No final, eu dizia que “parte fundamental do pensamento keynesiano é que os preços e salários demoram a se ajustar”. Pelo que me contam, choveram nas redes sociais críticas por conta dessa frase, pois afinal, eu não havia lido (ou entendido) a Teoria Geral.

Aos especializados na exegese da Teoria Geral e estudantes, explico:

1. Não é preciso ler a Teoria Geral para saber que Keynes tinha em mente rigidez de salários, não de preços. Vários livros texto explicam isso (e mais), incluindo o do David Romer, que eu uso há anos nos meus cursos de Macroeconomia.

2. A comunidade acadêmica atribui a Keynes as ideias fundamentais que nos levaram a incorporar rigidez de preços e salários nos modelos macroeconômicos. Assim, hoje, chamamos esses modelos de “keynesianos”, mesmo que a formulação seja diferente da original.

3. O que Keynes de fato estava pensando em 1936 e em 1939 é absolutamente irrelevante para o nosso entendimento de Economia. Ler a Teoria Geral é uma ótima maneira de aprender sobre a Teoria Geral, mas não é uma boa maneira de aprender Macroeconomia.

A pesquisa em Economia tem avançado muito nas últimas décadas. É uma pena que tantos economistas se formem nesse país achando que aprende-se Economia decifrando obras de sábios escritas há 80 anos. E é sintomático que empregadores que querem contratar quem entende Economia dêem muito menos valor a esse tipo de formação.

Referência:

– Mais sobre a discussão acerca de salários rígidos em Keynes, a implicação empírica que contradiz os dados e a resposta de Keynes em 1939 pode ser encontrado no livro de David Romer, “Advanced Macroeconomics”.
Como sou leigo e nunca frequentei uma turma de economia (quero dizer, tive um semestre de economia na faculdade, mas nem me lembro o nome do professor  :hihi: ), é bom ler professores, digamos, menos heterodoxos.

Saudações

Rhyan

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #7 Online: 27 de Outubro de 2015, 12:07:32 »
Sim, por exemplo, em Rawls.

Rawls não é liberal nesse sentido. Essas ideias de assistencialismo foram defendidas por Milton Friedman e Friedrich Hayek.

Offline MarceliNNNN

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #8 Online: 27 de Outubro de 2015, 12:14:49 »
Sim, por exemplo, em Rawls.

Rawls não é liberal nesse sentido. Essas ideias de assistencialismo foram defendidas por Milton Friedman e Friedrich Hayek.
E tentar resumir a obra desses dois autores, ignorando seus estudos sobre o liberalismo, e falar que eles defendem o assistencialismo é muito simplório também.

Rhyan

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #9 Online: 27 de Outubro de 2015, 12:15:04 »
O Mercado Popular é um site liberal mais ao estilo Bleeding Heart Libertarians.

Não concordo com algumas coisas, mas há alguns ancaps por lá, sim. Na verdade eles não gostam muito do termo capitalismo, se chamam mais de anarquistas de mercado.

O bolsa família foi inspirado nesses programas de alguns liberais, e o economista que idealizou para o PT é liberal, não lembro o nome dele agora, é bastante citado pelo Mercado Popular. Só que o modelo de assistencialismo de Friedman é muito superior, com um modelo que não desestimula a pessoa de melhorar sua situação. Não conheço o modelo do Hayek. Como ancap, acredito que a caridade privada é melhor e mais justa que a caridade estatal. E não sou do tipo de libertário que só aceita o ideal, não aceita evoluções.

Rhyan

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #10 Online: 27 de Outubro de 2015, 12:30:09 »
Sim, por exemplo, em Rawls.

Rawls não é liberal nesse sentido. Essas ideias de assistencialismo foram defendidas por Milton Friedman e Friedrich Hayek.
E tentar resumir a obra desses dois autores, ignorando seus estudos sobre o liberalismo, e falar que eles defendem o assistencialismo é muito simplório também.

Quem fez isso?

Offline Jurubeba

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #11 Online: 27 de Outubro de 2015, 22:08:06 »
Tirando a turma mais "comunista", acho que vai ser difícil achar alguém aqui que discorde do Bernardo.

Não acho que é difícil encontrar, mesmo entre os "não comunistas" quem discorde, a começar, salvo engano, pelo próprio autor do tópico.

Pelo que acompanho, ele, e os ancaps do CC, não concorda:
1. Uma certa defesa da universidade pública que o BG faz;
2. Políticas de assistência sociais são bem-vindas;
3. Que o governo deve tomar ações diretas para mitigar a pobreza.
[OFF-TOPIC]
Vocês acham que eu e o Libertário somos ancaps radicais? Vocês não viram nada  :twisted:

http://foda-seoestado.com

[/OFF-TOPIC]

Saudações

Offline JJ

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #12 Online: 28 de Outubro de 2015, 08:55:09 »
Citação de:  sonhos ancapianos
Mas na verdade o que os ancaps querem é o fim da coerção. Ninguém aqui acha que sem o estado não haverá mais sofrimento, pranto ou dor, ou que tudo será cor-de-rosa e os pôneis cavalgariam sorridentemente, mas sim de que não haja agressões, que as relações sejam voluntárias sem um terceiro regulando a parada, que cada pessoa siga seu caminho e faça o que quiser, como disse o jornalista Christopher Cantwell, “sabe todos esses ‘e se…’ que você tanto repete? são chamados de escolhas, isso não é utopia.”


Disseram o Senhores das Guerras: 

_ Isso,  sonhadores ancaps, estabeleçam o seu sonho dourado que nós  estabelecereremos os nossos reinos com  metralhadoras, fuzis, granadas, minas terrestres,  C4  e RPG.



« Última modificação: 28 de Outubro de 2015, 10:29:56 por JJ »

Offline JJ

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #13 Online: 28 de Outubro de 2015, 09:04:32 »

Fim da coerção na  anarquia...  é para rir muito mesmo.   

Offline Fabrício

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #14 Online: 28 de Outubro de 2015, 09:27:09 »
Citação de:  sonhos ancapianos
Mas na verdade o que os ancaps querem é o fim da coerção. Ninguém aqui acha que sem o estado não haverá mais sofrimento, pranto ou dor, ou que tudo será cor-de-rosa e os pôneis cavalgariam sorridentemente, mas sim de que não haja agressões, que as relações sejam voluntárias sem um terceiro regulando a parada, que cada pessoa siga seu caminho e faça o que quiser, como disse o jornalista Christopher Cantwell, “sabe todos esses ‘e se…’ que você tanto repete? são chamados de escolhas, isso não é utopia.”


Disseram o Senhores das Guerras: 

_ Isso sonhadores ancaps, estabeleçam o seu sonho dourado que nós  estabelecereremos os nossos reinos com  um metralhadoras, fuzis, granadas, minas terrestres,  C4  e RPG.





Nessa estou com o JJ. É o cenário mais provável mesmo.
"Deus prefere os ateus"

Offline Jurubeba

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #15 Online: 28 de Outubro de 2015, 10:02:56 »
Citação de:  sonhos ancapianos
Mas na verdade o que os ancaps querem é o fim da coerção. Ninguém aqui acha que sem o estado não haverá mais sofrimento, pranto ou dor, ou que tudo será cor-de-rosa e os pôneis cavalgariam sorridentemente, mas sim de que não haja agressões, que as relações sejam voluntárias sem um terceiro regulando a parada, que cada pessoa siga seu caminho e faça o que quiser, como disse o jornalista Christopher Cantwell, “sabe todos esses ‘e se…’ que você tanto repete? são chamados de escolhas, isso não é utopia.”


Disseram o Senhores das Guerras: 

_ Isso sonhadores ancaps, estabeleçam o seu sonho dourado que nós  estabelecereremos os nossos reinos com  um metralhadoras, fuzis, granadas, minas terrestres,  C4  e RPG.





Nessa estou com o JJ. É o cenário mais provável mesmo.
Umhum. Bem diferente dos Estados e governos, não é mesmo?

Saudações

Rhyan

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #16 Online: 28 de Outubro de 2015, 10:04:19 »
Tirando a turma mais "comunista", acho que vai ser difícil achar alguém aqui que discorde do Bernardo.

Não acho que é difícil encontrar, mesmo entre os "não comunistas" quem discorde, a começar, salvo engano, pelo próprio autor do tópico.

Pelo que acompanho, ele, e os ancaps do CC, não concorda:
1. Uma certa defesa da universidade pública que o BG faz;
2. Políticas de assistência sociais são bem-vindas;
3. Que o governo deve tomar ações diretas para mitigar a pobreza.
[OFF-TOPIC]
Vocês acham que eu e o Libertário somos ancaps radicais? Vocês não viram nada  :twisted:

http://foda-seoestado.com

[/OFF-TOPIC]

Saudações

Essa turminha hoppeana é foda viu...
Jurubeba, vc já ouviu falar em Chioccismo? hahahaha....

Offline Jurubeba

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #17 Online: 28 de Outubro de 2015, 10:11:47 »
Essa turminha hoppeana é foda viu...
Jurubeba, vc já ouviu falar em Chioccismo? hahahaha....
Não. Que diabeisso?  :susto:

Offline Jurubeba

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #18 Online: 28 de Outubro de 2015, 10:13:47 »
Aos irmãos minarquistas, talvez essa utopia seja mais palatável:

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O Governo Invisível

Aqueles que não votam e não ligam para política têm sua liberdade garantida. Eles não têm direitos especiais, contudo seus direitos à individualidade, à propriedade e à autonomia nunca são postos em dúvida. Por essa razão, e por todos os propósitos práticos, eles podem se esquecer do presidente e, consequentemente, do resto do governo federal. Não faz diferença se ele existe ou não. As pessoas não pagam impostos diretamente a ele. Ele não diz às pessoas como elas devem conduzir suas vidas. Ele não as manda para guerras, não controla suas escolas, não paga suas aposentadorias, e muito menos as emprega para espionar e extorquir seus concidadãos. O governo é praticamente invisível.

As controvérsias políticas que me envolvem tendem a ser em nível comunitário, municipal ou, no máximo, estadual. E isso ocorre para todos os assuntos, incluindo impostos, educação, crime, assistencialismo, e até imigração. A única exceção é a defesa geral da nação, embora o exército de prontidão seja bem pequeno e com várias milícias baseadas nos estados, em caso de necessidade. O presidente é o comandante-em-chefe das forças armadas federais, mas essa é uma posição secundária a menos que o congresso declare guerra. Essa função requer não mais do que garantir a impenetrabilidade das fronteiras por agressores estrangeiros, uma tarefa relativamente fácil considerando a nossa geografia e o oceano que nos separa daquele mundo velho e em incessante animosidade.

No meu sonho, há dois tipos de representantes públicos em Washington: membros da Câmara dos Deputados, um enorme corpo de políticos que cresce junto com a população, e um Senado eleito por legislaturas estaduais. A Câmara trabalha para manter o Senado federal sob controle, e o Senado trabalha para manter o executivo sob controle.

O poder legislativo sobre o público praticamente não existe. Os congressistas têm poucos incentivos para aumentar seu poder porque eles próprios são cidadãos reais. Meu deputado mora a menos de um quilômetro da minha casa. Ele é meu vizinho e meu amigo. Eu não conheço meu senador federal, e não preciso conhecer, porque ele se reporta aos legisladores estaduais que eu conheço.

Assim, no meu sonho, não há praticamente nada em jogo na próxima eleição presidencial. Não importa qual seja o resultado, eu mantenho minha liberdade e minha propriedade.

Artigo completo em http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=34

Saudações

Rhyan

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #19 Online: 28 de Outubro de 2015, 10:16:31 »
Essa turminha hoppeana é foda viu...
Jurubeba, vc já ouviu falar em Chioccismo? hahahaha....
Não. Que diabeisso?  :susto:

Aconselho a nem saber. Soube do racha que teve no IMB?

Offline Jurubeba

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #20 Online: 28 de Outubro de 2015, 10:22:21 »
Essa turminha hoppeana é foda viu...
Jurubeba, vc já ouviu falar em Chioccismo? hahahaha....
Não. Que diabeisso?  :susto:

Aconselho a nem saber. Soube do racha que teve no IMB?
Também não. Deduzo que tenha a ver com a controvérsia minarquismo x anarquismo.

Saudações

Offline Fabrício

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #21 Online: 28 de Outubro de 2015, 12:21:54 »
Citação de:  sonhos ancapianos
Mas na verdade o que os ancaps querem é o fim da coerção. Ninguém aqui acha que sem o estado não haverá mais sofrimento, pranto ou dor, ou que tudo será cor-de-rosa e os pôneis cavalgariam sorridentemente, mas sim de que não haja agressões, que as relações sejam voluntárias sem um terceiro regulando a parada, que cada pessoa siga seu caminho e faça o que quiser, como disse o jornalista Christopher Cantwell, “sabe todos esses ‘e se…’ que você tanto repete? são chamados de escolhas, isso não é utopia.”


Disseram o Senhores das Guerras: 

_ Isso sonhadores ancaps, estabeleçam o seu sonho dourado que nós  estabelecereremos os nossos reinos com  um metralhadoras, fuzis, granadas, minas terrestres,  C4  e RPG.





Nessa estou com o JJ. É o cenário mais provável mesmo.
Umhum. Bem diferente dos Estados e governos, não é mesmo?

Saudações

Jurubeba, BEM diferente mesmo. Se você não consegue nem ver mais a diferença entre um Estado de direito e uma miríade de pequenos (ou nem tão pequenos assim) senhores da guerra lutando entre si, é hora de você parar um pouco com esse negócio de anarco capitalismo e dar uma respirada...
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Offline Geotecton

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #22 Online: 28 de Outubro de 2015, 14:17:47 »
Citação de:  sonhos ancapianos
Mas na verdade o que os ancaps querem é o fim da coerção. Ninguém aqui acha que sem o estado não haverá mais sofrimento, pranto ou dor, ou que tudo será cor-de-rosa e os pôneis cavalgariam sorridentemente, mas sim de que não haja agressões, que as relações sejam voluntárias sem um terceiro regulando a parada, que cada pessoa siga seu caminho e faça o que quiser, como disse o jornalista Christopher Cantwell, “sabe todos esses ‘e se…’ que você tanto repete? são chamados de escolhas, isso não é utopia.”
Disseram o Senhores das Guerras: 

_ Isso sonhadores ancaps, estabeleçam o seu sonho dourado que nós  estabelecereremos os nossos reinos com  um metralhadoras, fuzis, granadas, minas terrestres,  C4  e RPG.
Nessa estou com o JJ. É o cenário mais provável mesmo.
Umhum. Bem diferente dos Estados e governos, não é mesmo?

Saudações
Jurubeba, BEM diferente mesmo. Se você não consegue nem ver mais a diferença entre um Estado de direito e uma miríade de pequenos (ou nem tão pequenos assim) senhores da guerra lutando entre si, é hora de você parar um pouco com esse negócio de anarco capitalismo e dar uma respirada...

Um 'estado de direito' pode existir entre entes privados porque ele nada mais seria do que o respeito a um conjunto de convenções adotadas por estes entes.

De qualquer modo, será que é tão diferente assim Fabrício?

Se houvesse uma relação formal e direta entre estabilidade interna ou externa e a existência de um 'estado de direito', então não deveríamos mais ver nenhum tipo de violência ou conflito dentro e entre estados nacionais.
Foto USGS

Offline Gabarito

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #23 Online: 28 de Outubro de 2015, 14:31:31 »
Deixando de lado o Estado na Distribuição de Renda:

<a href="https://www.youtube.com/v/IjldGBybomY" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/IjldGBybomY</a>

Rhyan

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #24 Online: 28 de Outubro de 2015, 15:09:43 »
Também não. Deduzo que tenha a ver com a controvérsia minarquismo x anarquismo.

Saudações

Não. O IMB é ancap, sempre foi e sempre será. O presidente sempre foi o Helio Beltrão, anarquista, mas não maluco. Já o Cristiano Chiocca e seus irmãos formam um grupinho de ancaps brutalistas. Todos eles e mais algumas outras pessoas fundaram o IMB. Teve uma briga interna por lá, esse grupo dos irmãos Chiocca fundou o que eles chamaram de Mises Brasil Verdadeiro, inventaram espantalhos e tal, foi uma baixaria engraçadíssima por algumas semanas. O Hélio e muitos outros foram chamados de socialistas, tucanos e sei lá mais o quê por apoiarem o Novo.

Chioccismo, eu defino como: brutalismo ancap hoppeano sem um pingo de pragmatismo e bom senso com muita dose de catolicismo, right-libertarian, conservadorismo pessoal, mais ignorância científica, pseudociência e conspiracionismo.

Um pessoa que vê a notícia sobre casamento gay legalizado e pensa "que porcaria, o casamento deveria ser desestatizado", vê uma notícia sobre legalização da maconha e pensa "que droga, vai ter impostos e regulações no mercado de maconha". É tudo ou nada, a única coisa que presta pra eles é o estado abolido, nada de minarquismo. Suíça e Coreia do Norte são a mesma coisa... hahaha.

Fernando Chiocca por ex. me excluiu no Facebook depois de uma discussão sobre se vacinas causam autismo.

Pelo menos no maluco do Kogos vc já ouviu falar, certo?

 

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