Autor Tópico: Governo Temer/Pós Dilma  (Lida 89766 vezes)

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Offline Gaúcho

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1425 Online: 19 de Maio de 2017, 10:18:54 »
Todas as gravações tiveram aval da Justiça.
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Jurubeba

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1426 Online: 19 de Maio de 2017, 10:31:05 »
Todas as gravações tiveram aval da Justiça.
Acho que não, hein.

Pelo que li ele fez a gravação e procurou o STF. De posse da gravação, fez um acordo com a Justiça.

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Offline Gaúcho

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1427 Online: 19 de Maio de 2017, 10:42:12 »
Pode colocar o link de onde leu isto? Tudo o que eu li ou ouvi a respeito dizia que eram todas gravações autorizadas. Acho muito difícil anexarem ao processo e divulgarem dessa forma se fossem "gravações clandestinas".
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Offline Jurubeba

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1428 Online: 19 de Maio de 2017, 10:56:20 »
Pode colocar o link de onde leu isto? Tudo o que eu li ou ouvi a respeito dizia que eram todas gravações autorizadas. Acho muito difícil anexarem ao processo e divulgarem dessa forma se fossem "gravações clandestinas".
Vou publicar um link lá no outro tópico sobre o tema, que fala também que foram clandestinas.

Por hora, tem essa aqui: http://g1.globo.com/politica/noticia/dono-da-jbs-gravou-temer-dando-autorizacao-para-comprar-silencio-de-cunha-diz-jornal.ghtml

Primeiro parágrafo (destaques meus):
Citar
Os donos do frigorífico JBS, Joesley e Wesley Batista, disseram em delação à Procuradoria-Geral da República (PGR) que gravaram o presidente Michel Temer dando aval para comprar o silêncio do deputado cassado e ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), depois que ele foi preso na operação Lava Jato. A informação é do colunista do jornal "O Globo" Lauro Jardim.

Ele disse na delação que tinha a gravação. Não combinou com o MPF que iria gravar. Além do mais, ele fez acordo em abril e a gravação é de março.

Mas não vem ao caso. Tá tudo errado nesse país!  :hmph:

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Offline Buckaroo Banzai

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1429 Online: 19 de Maio de 2017, 11:48:06 »
Todas as gravações tiveram aval da Justiça.
Nós, jornalistas, avançamos o sinal | Vera Magalhães




Tô achando que o "pingos nos is" de hoje vai ser todo sobre isso, com só intervalo para algum momento cultural e para cantar algo do baú da MPB.

Offline Gabarito

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1430 Online: 19 de Maio de 2017, 12:59:29 »
A gravação foi feita antes somente por Joesley?
Bateu a porta da PGR com a gravação contra o presidente debaixo do braço?

Se não seguirem o que diz a lei, todos podem ser vítimas de medidas de exceção e arbitrariedades.
Concordo com Reinaldo que não se pode atropelar a lei, seja contra o PT ou contra qualquer outro.

Citar
Temer foi vítima de atos ilegais; democracia rejeita “entrapment”
Se Joesley, o MP e a PF estiverem falando a verdade, a gravação é ilegal; se os três estiverem mentindo, a operação é ilegal. E obviamente criminosa
19 maio 2017, 07h06 - Atualizado em 19 maio 2017, 08h02

Os absurdos cometidos contra o presidente Michel Temer podem colaborar para que a Lava Jato volte aos eixos à medida que será preciso reconhecer erros grotescos de procedimento, que não podem se repetir. Do contrário, a operação estará, ela mesma, correndo riscos. Está claro, a esta altura, que a turma não tem limites.

Nota: o braço da Lava Jato que atinge o presidente Michel Temer e o senador Aécio Neves (PSDB-MG) recebeu o sugestivo nome de “Operação Patmos”. É a ilha grega onde São João recebeu as revelações do Apocalipse. Se alguém ainda duvidava do caráter messiânico da turma…

É um absurdo que tantos advogados silenciem a respeito da barbaridade que se urdiu contra Temer. Aquilo nada tem de “ação controlada”, prevista no Artigo 9º da Lei 12.850. Retardar um flagrante em benefício da prova é diferente de preparar, de forma deliberada, as circunstâncias para o cometimento de um crime.

Precisamos, isto sim, é saber se não estamos diante daquilo que, nos EUA, é chamado de “entrapment”, que é uma cilada legal. Usa-se o aparato de estado para induzir um flagrante. Por lá, é um procedimento ilegal. Por aqui, também. Assim é em todo o mundo democrático. Só as ditaduras consagram tal meio.

Caso se investigasse a investigação, chegar-se-ia ao óbvio.

Segundo a versão da carochinha, espalhada por Joesley Batista com a ajuda do MP e da PF — e na qual a maior parte da imprensa cai por uma série de motivos, que merecerão post exclusivo —, o empresário decidiu ele próprio fazer a gravação. Não teria acertado isso nem com Ministério Público nem com Polícia Federal, que só teriam entrado em cena depois.

É mesmo?

Bem, então, de saída, registre-se que tal gravação não pode ser usada nem em juízo nem pelo juiz. Com base nela, no entanto, Edson Fachin, relator do petrolão no Supremo, decidiu abrir investigação contra o presidente. Gravações clandestinas são aceitas como prova em tribunal apenas quando resguardam um direito ou quando evidenciam que uma pessoa está sendo vítima de uma pressão ilegal. Exemplifico: uma gravação pode ser a prova de que um acusado é inocente ou de que alguém está sofrendo uma extorsão. Mas para produzir provas contra terceiros??? Sem autorização judicial prévia, nem pensar.

Segundo a versão que me parece valer uma nota de R$ 3, de posse da gravação, Joesley resolveu procurar o Ministério Público Federal… Ah, não me digam! Qual teria sido o diálogo inicial? “Eu gravei clandestinamente o presidente da República, e fica claro que ele incentiva a compra de silêncio de um preso. Quero fazer delação premiada; quero colaborar”.

Tenham a santa paciência!

“Entrapment”
Atenção! Para gravar legalmente o presidente da República, se isso fosse possível, a ordem judicial teria de partir do Supremo. Que se saiba, não aconteceu. Logo, a ação foi clandestina e ilegal.

E é preciso ser de uma ingenuidade estúpida para acreditar na versão de Joesley. Ora, como já escrevi aqui, repetiu-se o procedimento adotado com Sérgio Machado. Também este criou a versão de que teria feito gravações clandestinas por conta própria e só depois procurado a força-tarefa…

Nos dois casos, o que se tem é uma armadilha. Trata-se de flagrantes armados.

Se surgir uma evidência de que os contatos de Joesley com o MPF e com PF antecederam a gravação, estaremos diante da nulidade da operação. É simples assim. Mais: autoridades teriam participado de uma conspiração — esse é o nome — para gravar o presidente de forma ilegal.

Edson Fachin, no entanto, não quis nem saber. Já homologou a delação de Joesley, que está curtindo a vida em Nova York, e autorizou a abertura de inquérito contra Michel Temer. Não é fabuloso?

Diga-se de novo:

a. Se Joesley, o MP e a PF estiverem falando a verdade, a gravação é ilegal;
b. se os três estiverem mentindo, como acho que estão, a operação é ilegal. E obviamente criminosa.

Offline Gabarito

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1431 Online: 19 de Maio de 2017, 13:45:26 »
Quem poderia imaginar???
O mais improvável acabou acontecendo!

Eis que ninguém menos do que Dilma Rousseff, nossa já conhecida sob a alcunha carinhosa de DilMentira, vem em socorro de seu "chefe do golpe" (sub-chefe era Cunha) e defende publicamente Michel Temer do grampo ilegal de que ele foi vítima.

Eis a prova abaixo que não me deixa mentir:

<a href="https://www.youtube.com/v/yDftdRaNgww" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/yDftdRaNgww</a>

 :lol:

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1432 Online: 19 de Maio de 2017, 15:14:35 »
Por que não tem mais o vídeo "nós, jornalistas, avançamos o sinal"? :hein:

Será que o segmento do jornal também foi editado?


...ainda existe:

<a href="https://www.youtube.com/v/bAxJ25ApJPE?start=7920&amp;end=8412" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/bAxJ25ApJPE?start=7920&amp;end=8412</a>

Offline Pasteur

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1433 Online: 19 de Maio de 2017, 15:23:56 »
Por que não tem mais o vídeo "nós, jornalistas, avançamos o sinal"? :hein:

Será que o segmento do jornal também foi editado?

Tem outro aqui:

<a href="https://www.youtube.com/v/1tBZZaN5NSw" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/1tBZZaN5NSw</a>


Offline Gaúcho

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1435 Online: 19 de Maio de 2017, 18:29:05 »
Pode colocar o link de onde leu isto? Tudo o que eu li ou ouvi a respeito dizia que eram todas gravações autorizadas. Acho muito difícil anexarem ao processo e divulgarem dessa forma se fossem "gravações clandestinas".
Vou publicar um link lá no outro tópico sobre o tema, que fala também que foram clandestinas.

Por hora, tem essa aqui: http://g1.globo.com/politica/noticia/dono-da-jbs-gravou-temer-dando-autorizacao-para-comprar-silencio-de-cunha-diz-jornal.ghtml

Primeiro parágrafo (destaques meus):
Citar
Os donos do frigorífico JBS, Joesley e Wesley Batista, disseram em delação à Procuradoria-Geral da República (PGR) que gravaram o presidente Michel Temer dando aval para comprar o silêncio do deputado cassado e ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), depois que ele foi preso na operação Lava Jato. A informação é do colunista do jornal "O Globo" Lauro Jardim.

Ele disse na delação que tinha a gravação. Não combinou com o MPF que iria gravar. Além do mais, ele fez acordo em abril e a gravação é de março.

Mas não vem ao caso. Tá tudo errado nesse país!  :hmph:

Saudações


Citar
Gravação de Joesley com Temer é legal, diz Fachin; para presidente, é ilícita
Ministro do Supremo autorizou inquérito para investigar o presidente em razão do que delator da JBS revelou. Em ofício, Temer se disse alvo de 'interceptação ilícita'.

O ministro Luiz Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou, ao autorizar a abertura de inquérito para investigar o presidente Michel Temer, que a gravação de uma conversa feita pelo empresário Joesley Batista com Temer é legal.

Fachin autorizou a investigação sobre o presidente em razão do que foi relatado por Joesley e o irmão dele Wesley Batista, donos da JBS, aos investigadores no acordo de delação premiada.

As delações dos empresários já foram homologadas pelo STF e o sigilo, retirado e divulgado.

"Convém registrar, por pertinência à questão aqui preciada, que a Corte Suprema, no âmbito da Repercussão Geral, deliberou que 'é lícita a prova consistente em gravação ambiental realizada por um dos interlocutores sem conhecimento do outro'", escreveu Fachin.

"Desse modo, não há ilegalidade na consideração das 4 (quatro) gravações efetuadas pelo possível colaborador Joesley Batista, as quais foram ratificadas e elucidadas em depoimento prestado perante o Ministério Público (registrado em vídeo e por escrito), quando o referido interessado se fez, inclusive, acompanhado de seu defensor", acrescentou o ministro.

Temer contesta gravação

Em ofício enviado nesta quinta-feira (18) ao Supremo, no qual pediu acesso ao conteúdo da gravação, o presidente, por sua vez, afirmou ter sido alvo de "interceptação ilícita".

Em um pronunciamento no Palácio do Planalto, também nesta quinta, no qual disse que não renunciará à Presidência da República, Temer disse que a gravação era "clandestina".

"Exijo investigação plena e muito rápida, para os esclarecimentos ao povo brasileiro. Esta situação de dubiedade ou de dúvida não pode persistir por muito tempo. Se foram rápidas nas gravações clandestinas, não podem tardar nas investigações e na solução respeitantemente a estas investigações", declarou o presidente na ocasião.

http://g1.globo.com/politica/noticia/gravacao-de-joesley-com-temer-e-legal-diz-fachin-presidente-diz-ser-ilicita.ghtml

Isso esclarece nossas dúvidas.
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Offline Buckaroo Banzai

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1436 Online: 19 de Maio de 2017, 19:10:28 »
Neste trecho Reinaldo lê seu texto sobre o que ele enxerga como ilegalidade nessas ações/delações, acrescentando alguns parênteses.

<a href="https://www.youtube.com/v/A9gGTB0KAHw?start=625&amp;end=1286" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/A9gGTB0KAHw?start=625&amp;end=1286</a>

Citar
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/temer-foi-vitima-de-atos-ilegais-democracia-rejeita-entrapment/


É um absurdo que tantos advogados silenciem a respeito da barbaridade que se urdiu contra Temer. Aquilo nada tem de “ação controlada”, prevista no Artigo 9º da Lei 12.850. Retardar um flagrante em benefício da prova é diferente de preparar, de forma deliberada, as circunstâncias para o cometimento de um crime.

[...]

“Entrapment”

Atenção! Para gravar legalmente o presidente da República, se isso fosse possível, a ordem judicial teria de partir do Supremo. Que se saiba, não aconteceu. Logo, a ação foi clandestina e ilegal.

E é preciso ser de uma ingenuidade estúpida para acreditar na versão de Joesley. Ora, como já escrevi aqui, repetiu-se o procedimento adotado com Sérgio Machado. Também este criou a versão de que teria feito gravações clandestinas por conta própria e só depois procurado a força-tarefa…

Nos dois casos, o que se tem é uma armadilha. Trata-se de flagrantes armados.

Se surgir uma evidência de que os contatos de Joesley com o MPF e com PF antecederam a gravação, estaremos diante da nulidade da operação. É simples assim. Mais: autoridades teriam participado de uma conspiração — esse é o nome — para gravar o presidente de forma ilegal.

Edson Fachin, no entanto, não quis nem saber. Já homologou a delação de Joesley, que está curtindo a vida em Nova York, e autorizou a abertura de inquérito contra Michel Temer. Não é fabuloso?

Diga-se de novo:

a. Se Joesley, o MP e a PF estiverem falando a verdade, a gravação é ilegal; b. se os três estiverem mentindo, como acho que estão, a operação é ilegal. E obviamente criminosa.



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Offline Gabarito

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1437 Online: 19 de Maio de 2017, 19:36:31 »
Áudio editado de acordo com a conveniência do delator?
Sujeito bota um gravador no bolso da camisa e vai gravar o presidente da república?
Sem autorização nem acompanhamento de nenhuma autoridade?
E usa isso para nem ser preso, nem tornozeleira nem nada, viaja para o exterior e deixa uma bomba atômica explodindo no país todo?
Depois de faturar em ações e dólar?

Pelo que andei lendo, prova assim é ilegal.
Só pode ser feita para resguardar um direito ou está sendo vítima de pressão ilegal.
Fachin comeu a mosca e agora está rebolando para se explicar.
Não deveria ter aceitado a denúncia do PGR.

É muito bom isso.
Tudo quanto é estudante e professor de direito está podendo assistir aulas práticas de como não operar o... ...direito.

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Governo quer desconstruir delator e anular provas
Interlocutores do presidente Michel Temer destacam que “é grotesco” e “evidente” que as gravações foram editadas pelo delator

Carla Araújo Tânia Monteiro, de Brasília
19 Maio 2017 | 13h29

Após o presidente Michel Temer afirmar que não renunciará e destacar que não tem medo de delação, o governo agora vai trabalhar para desconstruir a imagem do delator Joesley Batista e tentar anular as provas que culminaram com o pedido de abertura de inquérito contra o presidente pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

A iniciativa capitaneada pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, de pedir perícia nos áudios divulgados ontem é a principal aposta do governo para desconstruir as provas. Interlocutores do presidente destacam que “é grotesco” e “evidente” que as gravações foram editadas pelo delator. “Que prova é essa? Como podem por meio de uma prova forjada afetar o país e a economia desta maneira”, disse uma fonte do Planalto.

O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência pediu que fossem feitas perícias nos áudios e vai capitanear a iniciativa com o argumento de que grampear um presidente da República em sua residência é um “crime grave”. A argumentação será a de que as provas foram forjadas e devem ser invalidadas. A ideia inicial da estratégia partiu do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, que já vinha expondo a tese de que a legalidade das fitas precisavam ser verificadas.

A avaliação foi tomada antes de o STF tornar público os inquéritos abertos com base na delação de Joesley para o Ministério Público Federal.

TRECHOS
Na avaliação feita internamente no Planalto há pelo menos duas partes da gravação apresentada pelo delator, entre os minutos 6 e 12, que apontam para uma adulteração justamente no momento em que a conversa trata do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), quando há entradas “abruptas da fala do presidente”. Em outro ponto, por volta do minuto 30, há na avaliação do governo que houve um corte evidente no diálogo.

Inicialmente o governo fará essa perícia particular por uma “questão natural para a defesa do presidente”. Apesar disso, segundo uma fonte, a publicidade desta perícia ou algum pedido formal de questionamento no STF ou na PGR será uma estratégia ainda a ser avaliada. “É um dever de oficio para a questão de defesa, mas entre fazer a perícia e divulgá-la há uma lacuna”, diz uma fonte, ponderando que uma das ideias é “aguardar o noticiário do fim de semana”.

Uma tese que interlocutores do presidente defendem é que o resultado da divulgação dos áudios não foi a bomba esperada. “A própria sociedade já está desconstruindo as acusações, vendo que não tinha nas fitas e na conversa o que tinha sido vendido”, observou um auxiliar de Temer.

As criticas a atuação do Ministério Público e do Supremo Tribunal Federal, apesar de cautelosas dentro do Planalto, vão na direção de que não se pode “brincar” com a figura do presidente e nem com a economia do país. A reação do mercado financeiro ontem, segundo fontes do Planalto, não pode ficar sem uma resposta enfática do governo. “É no mínimo irresponsável considerar como prova uma gravação claramente adulterada”, comentou uma fonte.

O mercado financeiro no Brasil não vivia um dia como quinta-feira (18) desde que o banco americano Lehman Brothers quebrou, em 2008, arrastando as bolsas de valores de todo o mundo. A delação de Joesley Batista que colocou Temer no meio de um turbilhão, fez com que a Bolsa brasileira recuasse 8,8%, pior resultado em quase nove anos. O dólar fechou em alta de 8,07% – o terceiro maior aumento da história do real.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1438 Online: 19 de Maio de 2017, 19:38:45 »
Alguém de maior peso como autoridade legal já fez os mesmos pontos que o Reinaldo Azevedo, ou os contestou mais elaboradamente?

Citar

...

O advogado Pedro Estevam Serrano e também professor de Direito Constitucional da PUC-SP, pontuou ainda alguns outros fatores:

“1 -Fundamental cumprir a Constituição, não há outro caminho na democracia e outra solução justa e correta da crise;

2- Para serem válidas as provas colhidas precisam ter cumprido seus requisitos legais, dentre outros haver autorização do STF para gravar o Presidente e o Senador e não ter havido intervenção na ocorrência e itinerário dos fatos ( flagrante preparado). A primeira vista esses requisitos foram cumpridos, mas antes de um juízo definitivo temos de aguardar o esclarecimento maior dos fatos;

...


6- Que me perdoem os companheiros de esquerda, querer convocar eleições direitas seria um descumprimento as abertas da Constituição, uma PEC que alterasse, neste aspecto, a CF , seria inconstitucional pelo evidente casuísmo e desvio de poder;

...

http://justificando.cartacapital.com.br/2017/05/18/comunidade-juridica-se-manifesta-sobre-delacao-do-dono-da-jbs/

Argh! Não tinha visto que era a Carta Capital antes de copiar e colar!!! :nojo:

Ao menos o professor coloca essa pedra no sapato dos petistas.




Azevedo expande sobre a impunidade em troca da delação desejada pelo MP:

<a href="https://www.youtube.com/v/A9gGTB0KAHw?start=1321&amp;end=1716" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/A9gGTB0KAHw?start=1321&amp;end=1716</a>

Offline Entropia

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1439 Online: 19 de Maio de 2017, 20:05:28 »
Estao chiando porque a gravacao foi forjada ou apenas chiando porque ela foi "Ilegal" mas verdadeira?


Se as gravacoes foram forjadas, que sejam rejeitadas. Se forem verdade, tendo apenas o característica de serem Hur durr Ilegal Hur durr... Na boa, foda-se. O fato da gravacao ser ilegal nao desfaz o crime cometido. Se eu gravar um presidente dizendo que vai mandar matar alguém vao dizer "Nao nao nao, nao faremos nada, Prova ILEGAL!!!!111"

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1440 Online: 19 de Maio de 2017, 20:12:04 »
Não se sabe se foi "forjada" no sentido de adulterada ou conduzida de forma a incriminar falsamente. Temer pede perícia.

Também acho que certas condições devem fazer com que os crimes flagrados tenham maior peso em julgamentos do que a legalidade de provas produzidas (desde que ainda assim averiguadamente provas concretas do fato), mas não me agrada exatamente "dane-se, vamos varrer a lei para baixo do tapete", especialmente se isso não é feito somente em nome de punição de crimes piores, mas também por interesses dos envolvidos nessa varrição.

Espero que erros nos procedimentos não livrem ninguém de punição por crimes, e tampouco afetem o progresso da Lava Jato e etc.





Mais:

Citar
http://www.conjur.com.br/2017-mai-18/audio-temer-joesley-reacende-discussao-flagrante-armado

...

No entanto, não é isso que ele diz ver no caso de Temer: “Em tese, parece-me que foi criada uma situação ilegal, assemelhada ao que a doutrina denomina ‘flagrante preparado’, isto é, o agente é colocado como um mero protagonista inconsciente de uma peça teatral, de um espetáculo”.

Advogados ouvidos pela ConJur deixam claro que investigados não poderiam ser incentivados por agentes do Estado a cometer crimes. A questão foi bastante discutida no caso de Sérgio Machado, delator da "lava jato" que gravou as próprias conversas. A utilização das chamadas gravações clandestinas (quando um dos interlocutores grava a conversa sem avisar o outro) só deve ser aceita, segundo especialistas em Direito Penal, em dois casos, sempre em defesa própria: para a preservação de direitos (um acordo verbal, por exemplo) ou para se proteger de uma investida criminosa (como uma extorsão).

O jurista Ives Gandra Martins, no entanto, aponta que o Supremo Tribunal Federal passou a validar tal atitude ao determinar a prisão do ex-senador Delcídio do Amaral com base na gravação feita pelo filho do ex-gerente da Petrobras Nestor Cerveró. A corte alterou uma jurisprudência até então pacificada sobre a ilicitude de flagrantes previamente montados pelas autoridades.

“Depois do Delcídio passamos a ter uma aceitação do Supremo de que, se o Ministério Público pedir, deixa de ser prova ilícita” diz Ives Gandra.

...

O juiz Ali Mazloum afirma, no entanto, que, mesmo na chamada ação controlada, não se pode criar a situação do flagrante preparado. De acordo com o magistrado, no flagrante preparado, como há a produção do resultado pelo Estado, incide o chamado "crime impossível".

Para Bruno Silva Rodrigues e Rafael Serra de Carvalho, do escritório Bruno Rodrigues Advogados, o problema é que esse "novo método de reconstrução da verdade, longe de revelá-la, pode provocar incorreções, afinal, o contexto processual não comporta apenas uma narrativa homogênea".

Daniel Bialski, advogado criminalista e sócio do Bialski Advogados, considera a questão controvertida. “Se ficar evidenciada a indução e provocação pré-ordenada, efetivamente se poderá recorrer à Súmula 145 do STF e se desclassificar os elementos sob o enfoque de prova proibida de ser usado por ter sido obtida de forma ilícita”.

O dispositivo citado por Bialski define que não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação.

...

Muito batendo com o que colocou Azevedo, exceto esse precedente de "se o MP pedir, tá valendo".

Offline -Huxley-

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1441 Online: 19 de Maio de 2017, 21:14:41 »
Eu morro de curiosidade de saber porque Michel "Inocente" Temer só deu evasivas sobre o conteúdo da conversa do áudio no seu discurso oficial: http://g1.globo.com/politica/noticia/veja-a-integra-do-discurso-de-michel-temer.ghtml . Não seria melhor deixar a lenga lenga de lado e ir direto ao ponto das partes acusatórias mais graves? Parece que o maior interessado na própria defesa sequer quis esclarecer se a gravação foi adulterada ou conduzida de forma a incriminar falsamente. Por outro lado, a Folha noticiou que os auxiliares peemedebistas dizem que suspeitam que a gravação foi editada e vão pedir perícia: http://painel.blogfolha.uol.com.br/2017/05/19/planalto-desconfia-que-gravacao-de-joesley-foi-editada-e-envia-audio-de-temer-a-peritos/ É muito curioso que Temer não disse no discurso algo como: "Essa gravação foi editada, pois ela não foi fiel ao que aconteceu no diálogo". Por outro lado, se a conversa foi conduzida de forma a incriminar falsamente, eu quero saber porque esses auxiliares peemedebistas ainda teriam em mente a versão diferente dos fatos que Temer certamente contaria.

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“Ótimo, ótimo”

Brasil 19.05.17 06:58
Quando Joesley Batista disse que pagava propina para calar a boca de Eduardo Cunha, Michel Temer respondeu:
“É”.
Quando Joesley Batista disse que corrompeu um procurador e dois juízes, Michel Temer respondeu:

“Ótimo, ótimo”.
Esse é o presidente do Brasil.
http://www.oantagonista.com/posts/otimo-otimo
 



« Última modificação: 19 de Maio de 2017, 21:20:44 por -Huxley- »

Offline Gaúcho

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1442 Online: 19 de Maio de 2017, 21:26:30 »
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Delator diz que Temer recebeu R$ 15 milhões e 'guardou 1 milhão no bolso'
Ricardo Saud, da JBS, disse que repasse foi feito a pedido do PT para financiar campanha de Temer, então vice de Dilma. Dinheiro saiu de cota de R$ 300 milhões do PT; presidente nega.

O presidente Michel Temer teria recebido R$ 15 milhões do Partido dos Trabalhadores para financiar sua campanha à Vice-Presidência, em 2014, mas decidiu "guardar" R$ 1 milhão, segundo afirmou Roberto Saud, diretor da JBS, em depoimento ao Ministério Público Federal.

Procurada pelo G1, a assessoria de Temer respondeu: "O presidente não pediu nem recebeu dinheiro ilegal."

Os detalhes estão em um vídeo de 23 minutos, que faz parte do material divulgado à imprensa nesta sexta-feira (19) pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e baseia um dos inquéritos que apuram atos ilícitos de políticos.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Edson Fachin determinou a abertura de inquérito para investigar Temer, o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) e o deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) por corrupção passiva, obstrução à Justiça e organização criminosa.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirma que Temer e o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) agiram "em articulação" para impedir o avanço da Lava Jato.

'Só o Temer e o Kassab'

De acordo com Saud, além de Temer, Gilberto Kassab, que deixou o governo Dilma em abril de 2016 e passou a apoiar o impeachment da petista, e hoje é ministro da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações, também usou dinheiro de caixa 2 de campanha em proveito próprio.
"Eu já vi o cara pegar o dinheiro da campanha e gastar na campanha. Agora, ganhar um dinheiro do PT e guardar pra ele no bolso dele, eu acho muito difícil. Aí, ele e o Kassab fizeram isso. Só o Temer e o Kassab guardaram o dinheiro pra eles usarem de outra forma", afirmou ele. (assista no minuto 15'30'')

O ministro Kassab informou, via assessoria, que "as apurações em andamento são importantes para o país e devem continuar como determina a legislação." "Com relação às menções a repasses durante o processo eleitoral em 2014, cabe apontar que não houve 'negociação do partido' e as doações recebidas foram registradas junto à Justiça Eleitoral. O ministro sempre pautou sua conduta pelo cumprimento à legislação."

No depoimento, o delator diz que Temer negociou o valor junto ao PT e que os R$ 15 milhões foram repartidos em diversas frentes: R$ 9 milhões teriam sido pagos em cinco parcelas ao PMDB nacional, como "propina dissimulada em forma de doação oficial"; R$ 3 milhões teriam sido entregues a um intermediário do ex-deputado Eduardo Cunha em um posto de gasolina no Rio de Janeiro; e R$ 2 milhões teriam sido repassados a Duda Mendonça como parte do pagamento pela campanha de Paulo Skaf ao governo de São Paulo.

De acordo com Saud, o pagamento a Duda Mendonças foi "simulado como se ele tivesse prestado um serviço" para uma das empresas do Grupo JBS.

Argeplan

O R$ 1 milhão restante, que Saud afirma ter ficado com Temer, foi, segundo ele, entregue na sede da Argeplan Arquitetura e Engenharia, na Vila Madalena, em São Paulo. A empresa pertence a João Baptista Lima Filho, amigo de Temer, e já foi alvo de investigações da Operação Lava Jato.

Segundo Saud, "o Michel Temer fez uma coisa até deselegante. Porque nessa eleição só vi dois caras roubar deles mesmos. Um foi o Kassab, o outro o Temer. O Temer me deu um papelzinho, e falou: 'Ó, Ricardo, tem um milhão, que quero que você entregue em dinheiro nesse endereço aqui'. O Temer falou isso. Na porta do escritório dele, na calçada. Só eu e ele na rua. Na Praça Panamericana." (assista a partir do minuto 12'28'')

O diretor da JBS disse que enviou Florisvaldo Caetano de Oliveira, seu funcionário que realizava as entregas de dinheiro a político, até o local, para saber do que se tratava, e descobriu que era a sede da Argeplan.

"Até então, eu achava que esse dinheiro seria para o [José] Yunes [advogado e amigo de Michel Temer]." Saud disse ainda que Florisvaldo teria sido recebido pelo próprio Lima Filho, que teria pedido que ele retornasse dias depois e dito que só ele colocaria a "mão nesse dinheiro".

A partir do minuto 15', Saud descreve como Florisvaldo estacionou de ré na calçada para entregar o dinheiro, e mostrou fotos da fachada do imóvel, afirmando quem uma câmara de vigilância teria filmado o encontro.

Origem do dinheiro

O dinheiro teria saído de uma conta que a JBS disse manter com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiar a campanha do Partido dos Trabalhadores em 2014.

Segundo Saud, a "conta da propina" tinha R$ 300 milhões. No início do vídeo, ele explica que, em meados daquele ano, Guido Mantega teria solicitado a Joesley Batista, dono da JBS, que sacasse R$ 35 milhões para entregar a senadores do PMDB para garantir o apoio de todo o partido à reeleição de Dilma.

Perguntado por um procurador para nomear os senadores, o delator respondeu: "Eduardo Braga, Vital do Rêgo, Jader Barbalho, Eunicio Oliveira, Renan Calheiros, e tinha um milhão pra Kátia Abreu, mas esse um milhão a Kátia nunca recebeu, ficou pra eles lá." (assista no minuto 3'11'')

Saud diz que esse grupo "estava jogando para fazer o Jucá presidente do PMDB nacional, Eunício presidente do Senado, Vital do Rêgo no TCU, Renan líder da bancada."

Reação de Temer

Saud afirmou que "o PT agiu rápido" para impedir a debandada de senadores peemedebistas para a campanha do rival rival Aécio Neves, candidato do PSDB nas eleições de 2014. No dia 3 de julho de 2014, disse ele, Mantega fez uma solicitação a Joesley para que a JBS distribuísse o dinheiro entre o grupo.

O dono da JBS, então, decidiu relatar a história a Michel Temer. De acordo com o delator, Joesley teria dito: "Vamos fazer o seguinte? Isso aqui não tá passando por ninguém, pega esse bilhete e vai lá e conversa com o Temer." (assista a partir do minuto 5'40'')

A pedido de Joesley, Saud então esteve com Michel Temer em sua residência em São Paulo para assistir ao jogo entre Holanda e Costa Rica pelas quartas-de-final da Copa do Mundo de 2014. O jogo aconteceu no domingo seguinte, dia 5 de julho. De acordo com ele, Temer teria ficado "muito indignado" ao descobrir do esquema dos senadores do PMDB.

Ainda segundo o delator, o então vice-presidente teria pedido para que a JBS aguardasse "uma semana" para que ele reassumisse a presidência nacional do partido.

Isso aconteceu em 16 de julho de 2014, 11 dias após a suposta conversa. "Poderei ter protagonismo maior de natureza exclusivamente politica e não somente administrativa. Vamos percorrer o país para tentar fazer prevalecer o nosso PMDB", disse Temer na época.

Pedido de financiamento

Em agosto, Saud afirmou que teria tido novo encontro com o então vice-presidente, e que ele perguntou sobre o financiamento de sua própria campanha com dinheiro da "conta de propina" do PT.

"Aí ele [Temer] me perguntou: 'tá, e pra mim o que o PT mandou?' Eu falei 'ó, Temer, por enquanto não mandaram nada. O senhor vai lá conversar porque não tem nada aqui... Por enquanto não tem nada pro senhor. Acho que o PT tá entendendo que o senhor é vice, o senhor vai arrumar o dinheiro do senhor.' Ele falou: 'Não, uai. Eu entrei nisso aqui, já trouxe o PMDB inteiro, eles vão ter que me dar o dinheiro pra minha campanha.'", relatou Saud. (assista no minuto 6'50'')

No encontro seguinte, o delator afirma que Temer teria dito que combinou um valor com o PT.

"Nós estávamos ali no escritório político dele na Praça Panamericana. Ele me chamou e disse: 'Olha, Ricardo, o pessoal do PT vai mandar 15 milhões pra mim. Pra minha campanha. Tá tudo certo?' Eu falei: 'Nada, tudo errado. Eles não mandaram nada pro senhor até agora.' 'Mas não pode, eu tô lá esperando esse dinheiro, não sei o quê, como é que vou fazer com isso?' Eu falei: 'Não sei, eu vou conversar com o Joesley, vou pedir ao Joesley pra ver se está sabendo de alguma coisa pro senhor, porque não chegou nada.'" (veja a partir do minuto 7'50'')

Em seguida, Saud diz que, em um encontro com Edinho Silva, prefeito de Araraquara (SP) pelo PT, ele descobriu que o valor que o partido queria destinar à campanha de Temer era de R$ 5 milhões, e disse que o vice-presidente teria definido que a quantia fosse três vezes maior. Edinho, então, prometeu analisar os valores. "Aí veio a ordem para dar os R$ 15 milhões pro Temer. Do PT para o PMDB, para a campanha do Temer", disse Saud. (assista no minuto 9')

Depois disso, Saud disse que teve mais um encontro com Temer, dessa vez no escritório da Vice-Presidência em Brasília, onde o atual presidente teria definido como gastaria os R$ 15 milhões.



Vídeo no link: http://g1.globo.com/politica/operacao-lava-jato/noticia/delator-diz-que-temer-recebeu-r-15-milhoes-e-guardou-1-milhao-no-bolso.ghtml
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline -Huxley-

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1443 Online: 19 de Maio de 2017, 22:30:22 »
Eu morro de curiosidade de saber porque Michel "Inocente" Temer só deu evasivas sobre o conteúdo da conversa do áudio no seu discurso oficial: http://g1.globo.com/politica/noticia/veja-a-integra-do-discurso-de-michel-temer.ghtml . Não seria melhor deixar a lenga lenga de lado e ir direto ao ponto das partes acusatórias mais graves? Parece que o maior interessado na própria defesa sequer quis esclarecer se a gravação foi adulterada ou conduzida de forma a incriminar falsamente. Por outro lado, a Folha noticiou que os auxiliares peemedebistas dizem que suspeitam que a gravação foi editada e vão pedir perícia: http://painel.blogfolha.uol.com.br/2017/05/19/planalto-desconfia-que-gravacao-de-joesley-foi-editada-e-envia-audio-de-temer-a-peritos/ É muito curioso que Temer não disse no discurso algo como: "Essa gravação foi editada, pois ela não foi fiel ao que aconteceu no diálogo". Por outro lado, se a conversa foi conduzida de forma a incriminar falsamente, eu quero saber porque esses auxiliares peemedebistas ainda teriam em mente a versão diferente dos fatos que Temer certamente contaria.

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“Ótimo, ótimo”

Brasil 19.05.17 06:58
Quando Joesley Batista disse que pagava propina para calar a boca de Eduardo Cunha, Michel Temer respondeu:
“É”.
Quando Joesley Batista disse que corrompeu um procurador e dois juízes, Michel Temer respondeu:

“Ótimo, ótimo”.
Esse é o presidente do Brasil.
http://www.oantagonista.com/posts/otimo-otimo
 





Acrescentando...


Vejam o que Cláudio Dantas disse no trecho 5:12 - 5:47. A gravação desmente o que foi dito por Temer ("Ouvi realmente o relato de um empresário, que por ter relações com um ex-deputado, auxiliava a família do ex-parlamentar. Não solicitei que isso acontecesse e só tive conhecimento deste fato nesta conversa que tive com este empresário.") A divulgação gravação do áudio aconteceu depois do depoimento do Temer. E a gravação não mostra a menor menção a família do Cunha. Por que, se Temer é inocente, o próprio não disse, em sua própria defesa, que o diálogo que estava na gravação não aconteceu ou foi absurdamente editado?
« Última modificação: 19 de Maio de 2017, 22:33:05 por -Huxley- »

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1444 Online: 19 de Maio de 2017, 22:32:53 »
Eu morro de curiosidade de saber porque Michel "Inocente" Temer só deu evasivas sobre o conteúdo da conversa do áudio no seu discurso oficial: http://g1.globo.com/politica/noticia/veja-a-integra-do-discurso-de-michel-temer.ghtml .

Se este é o discurso de ontem, ele não tinha ainda tido acesso às gravações quando o fez, isso torna necessariamente vagos quaisquer comentários que pudesse fazer sobre o mesmo.

De qualquer forma, era mais esperado de alguém sem culpa no cartório uma manifestação pública bem mais imediata e possivelmente muito mais "acalmante" do que foi (não foi, se me lembro dos comentários, teve aceleração na queda na bolsa logo após).



Quanto ao comentário desse Antagonista, ainda não temos conhecimento de quanto ou se as gravações foram editadas, acho. Temer está exigindo uma perícia. Ao mesmo tempo, por "relato", Temer nem está necessariamente se referindo a esse diálogo especificamente.

Parece que nem assiste filme de éf bi ai courtroom drama.

Offline -Huxley-

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1445 Online: 19 de Maio de 2017, 22:40:49 »
EDIT.

Offline -Huxley-

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1446 Online: 19 de Maio de 2017, 23:05:10 »
Então, a versão implícita da defesa de Temer é ou será... "Estava num encontro com um empresário que estava ajudando a família do Cunha, mas aí fizeram a edição do áudio para que fizesse com que eu parecesse que estivesse sendo conivente com dois crimes que ele relatou no diálogo". Pois é, mas por que Joesley Batista ajudaria a família do Cunha? Michel Temer é otário?

Offline -Huxley-

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1447 Online: 19 de Maio de 2017, 23:22:15 »
Um empresário que é investigado em operações junto com dois ex-aliados influentes dele, Geddel e Cunha... Aí Temer diz que estava em um encontro com essa figura """"""insuspeita""""""", que estava """""""ajudando"""""""" a família do Cunha...  É normal um presidente aceitar um encontro com uma figura suspeita dessa e ainda achar que ele "ajuda" a família do Cunha. Michel Temer é tão otário assim?
« Última modificação: 19 de Maio de 2017, 23:40:57 por -Huxley- »

Offline -Huxley-

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1448 Online: 19 de Maio de 2017, 23:32:38 »
E o pior, Temer até agora não deu nem um pio sobre um esboço narrativo do que ele alega que realmente disse nesse encontro... Como seria de esperar de alguém que quisesse esclarecer os fatos de uma vez e rapidamente.
« Última modificação: 19 de Maio de 2017, 23:53:43 por -Huxley- »

Offline Lorentz

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1449 Online: 19 de Maio de 2017, 23:40:04 »
Um empresário que é investigado em operações junto com dois ex-aliados influentes dele, Geddel e Cunha... Aí Temer diz que estava em um encontro com essa figura """"""insuspeita""""""", que estava """""""ajudando"""""""" a família do Cunha...  É normal um presidente aceitar um encontro com uma figura suspeita dessa e ainda achar que ele "ajuda" a família do Cunha. Michel Temer é tão otário assim?

Não há dúvidas que Temer seja criminoso, mas parece que o áudio não serve como prova. É tipo o triplex do Lula. Se fosse pela opinião ou "convicções", ele já estaria preso.
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