Autor Tópico: Governo Temer/Pós Dilma  (Lida 89768 vezes)

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Offline -Huxley-

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1475 Online: 20 de Maio de 2017, 21:35:33 »
"Especialistas ouvidos por jornais dizem que trechos mais relevantes estão intactos. Jornal Nacional ouviu mais dois peritos, que concluíram que não há sinais de adulteração ou edição.":

http://g1.globo.com/politica/noticia/peritos-afirmam-que-partes-importantes-da-gravacao-de-joesley-com-temer-nao-foram-editadas.ghtml

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1476 Online: 20 de Maio de 2017, 21:39:27 »
Aparentemente a "perícia" é apenas auditiva a partir das cópias, sem qualquer exame dos arquivos originais, se existirem.

Offline Gabarito

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1477 Online: 21 de Maio de 2017, 18:49:40 »
Michel Temer pode até ter cometido crimes que o qualifiquem para um impeachment ou processo e condenação pelo STF.
Mas o que temos hoje é o atropelo da ordem legal causado por diversos entes dos poderes da nossa sofrida república.
Como se já não bastasse uma "prova" ilegal (não interessa se a parte de Cunha não foi cortada; houve edição/adulteração e isso é o que basta para não acolher o áudio como prova), uma aula de como gravar o presidente e depois fazer delação veio a público nesses dias.

Citar
Delação de Joesley e irmão tem de ser anulada em razão de conluio
Reportagem da Folha prova o “entrapment” contra Temer: advogado de confiança dos irmãos recebeu aula de delação de procurador e de delegada da PF
21 maio 2017, 12h10 - Atualizado em 21 maio 2017, 12h11

Agora está comprovado. O presidente Michel Temer foi mesmo vítima de uma conspirata. Mais grave: agentes do Ministério Público e da Polícia Federal participaram do enredo. Um empresário gravou uma fala com o presidente da República com o objetivo de incriminá-lo. O produto dessa gravação, do ponto de vista jurídico, é imprestável, mas o sr. Rodrigo Janot o utilizou para embasar o pedido de abertura de inquérito contra Michel Temer. E, pior, o ministro Edson Fachin, do Supremo, aceitou.

Fatos que vêm à luz agora evidenciam que não é apenas a gravação que é imprestável. Também tem de ser declarada sem efeito a delação premiada dos Irmãos Batista (Joesley e Wesley — pena que não tenham se dedicado à música sertaneja…). Por quê? Houve, claramente, um conluio. Vamos ver.

Nesta sexta, publiquei neste blog um texto com o seguinte título: “Temer foi vítima de atos ilegais; democracia rejeita ‘entrapment’”. Escrevi então:

Citar
É um absurdo que tantos advogados silenciem a respeito da barbaridade que se urdiu contra Temer. Aquilo nada tem de “ação controlada”, prevista no Artigo 9º da Lei 12.850. Retardar um flagrante em benefício da prova é diferente de preparar, de forma deliberada, as circunstâncias para o cometimento de um crime.
Precisamos, isto sim, é saber se não estamos diante daquilo que, nos EUA, é chamado de “entrapment”, que é uma cilada legal. Usa-se o aparato de estado para induzir um flagrante. Por lá, é um procedimento ilegal. Por aqui, também. Assim é em todo o mundo democrático. Só as ditaduras consagram tal meio.
Caso se investigasse a investigação, chegar-se-ia ao óbvio.
Segundo a versão da carochinha, espalhada por Joesley Batista com a ajuda do MP e da PF — e na qual a maior parte da imprensa cai por uma série de motivos, que merecerão post exclusivo —, o empresário decidiu ele próprio fazer a gravação. Não teria acertado isso nem com Ministério Público nem com Polícia Federal, que só teriam entrado em cena depois.

Pois é… A Folha de S. Paulo publicou as duas reportagens mais importantes da crise em curso. Na sexta, revelou que a gravação que serviu de pretexto para Edson Fachin mandar abrir um inquérito contra o presidente Michel Temer sofreu mais de 50 intervenções. Neste sábado, a maior de todas as bombas: um advogado e homem de confiança de Joesley Batista teve “aula de delação” 15 dias antes de o empresário fazer uma gravação ilegal da conversa com o presidente Michel Temer. Os professores: um procurador da República e uma delegada da Polícia Federal.

Reproduzo trecho da reportagem:
Citar
No dia 19 de fevereiro, um domingo, às 12 horas, Anselmo Lopes, procurador da República no DF, recebeu uma ligação inesperada. Do outro lado da linha, Francisco de Assis e Silva, diretor jurídico da JBS, comunicou uma decisão que abalaria o país: Joesley e Wesley Batista iriam confessar seus crimes e colaborar com a Justiça.
A conversa durou só 19 minutos e eles agendaram um encontro para o dia seguinte. Na segunda-feira, Lopes e a delegada Rubia Pinheiro, que lideram a Operação Greenfield, da PF, deram uma “aula de delação”: explicaram em detalhes ao advogado, profissional da estrita confiança dos Batista, como funcionaria a colaboração premiada.
Duas semanas depois, Joesley entrou no Palácio do Jaburu dirigindo o próprio carro, com um gravador escondido no bolso, para um encontro com o presidente Michel Temer. Durante 40 minutos, arrancou diálogos constrangedores, que, ao serem revelados, deixaram o mandato de Temer por um fio.

Retomo
Eis aí. Resta evidenciado o “entrapment”, a armação, o conluio. A delação dos açougueiros-banqueiros, em condições ineditamente vantajosas, tinha uma contrapartida da pesada: produzir “provas” contra o presidente da República e contra o senador que comandava o PSDB. Sim, vieram à luz acusações contra outros políticos. Dilma e Lula não saem exatamente como heróis da narrativa. Mas não foi isso que garantiu aos Irmãos Batista a vida boa que ora gozam em Nova York. Eles só receberam o presentão porque entregaram o presidente.

Mas entregaram exatamente o quê? Nada!

A gravação não evidencia a tal anuência de Temer com a compra do silêncio de Cunha. Isso é falso. Mais: nota-se em Joesley a intenção deliberada de expor seus próprios crimes (disse depois que blefava ao falar da compra de dois juízes e um procurador), tentando fazer do outro uma espécie de cúmplice por omissão.

Um texto do jornal “O Globo”, equivocado de A a Z, resolveu expor os “sete pecados” — nem seis nem oito — do presidente no caso. Todos eles estariam ligados, no fundo, à sua omissão. Teria ouvido a confissão de crimes e nada teria feito.

Com a devida vênia, trata-se apenas de uma tentativa de encontrar motivos laterais para defender a deposição do presidente, uma vez que o motivo central era falso. A coisa toda tem um pecado insanável: foi uma armação. Esperavam o quê? Que o presidente desse voz de prisão ao empresário, que chamasse a Polícia Federal? Ora, há um limite para o ridículo.

Anular delação
A delação premiada dessa corja tem de ser anulada. E é preciso apurar a responsabilidade do Ministério Público e da Polícia Federal na conspirata. Que se investigue tudo o que denunciaram. Mas os benefícios têm de ser cassados. Que paguem a pena por seus crimes.

Quem zela pelas coisas certas, pelo cumprimento das leis, as mesmas que foram observadas no impeachment de DilMentira, devia saber ler o atual momento em que as coisas são feitas atropelando-se a ordem legal das coisas.

Offline Gabarito

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1478 Online: 21 de Maio de 2017, 18:57:52 »
Eu nem sabia, mas Enganôt tinha à disposição os maiores especialistas em multimídia e peritos forenses para realizar uma análise mínima nos áudios.
E não o fez.
Preferiu correr com a delação, submetê-la a homologação, permitir passaporte e saída do Brasil dos delatores e acender o pavio da bomba que jogou para os ares as esperanças de Reformas, causou (e ainda causa) um enorme prejuízo financeiro ao país, remunerou regiamente os delatores com manobras no dólar e na Bolsa e empurrou o país para um tenebroso precipício.

Citar
Nota da Associação de Peritos contra irresponsabilidade de Janot
Associação Nacional dos Peritos Criminais diz ser “inaceitável que (...) não se tenha solicitado a necessária análise técnica no material divulgado
21 maio 2017, 10h34 - Atualizado em 21 maio 2017, 10h51

A Associação Nacional dos Peritos Criminais emitiu uma nota que dá conta da irresponsabilidade de Rodrigo Janot, que consistiu em levar ao Supremo uma gravação não periciada.

Diz a nota:
Citar
“Cabe destacar, ainda, ser inaceitável que, tendo à disposição a Perícia Oficial da União, que possui os melhores especialistas forenses em evidências multimídia do país, não se tenha solicitado a necessária análise técnica no material divulgado; permitindo que um evento de grande importância criminal para o país venha a ser apresentado sem a qualificada comprovação científica”.

Leia a íntegra.

Citar
Em relação às recentes notícias veiculadas pela mídia, que dizem respeito a existência de possíveis edições na gravação da conversa entre Joesley Batista e o presidente da República Michel Temer, a Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais esclarece que, ao se ouvir o áudio divulgado pela imprensa, percebe-se a presença de eventos acústicos que precisam passar por análise técnica, especializada e aprofundada, sem a qual não é possível emitir qualquer conclusão acerca da autenticidade da gravação. Ademais, sempre que houver vestígios materiais, é temerária a homologação de delações sem a devida analise pericial.

Cabe destacar, ainda, ser inaceitável que, tendo à disposição a Perícia Oficial da União, que possui os melhores especialistas forenses em evidências multimídia do país, não se tenha solicitado a necessária análise técnica no material divulgado; permitindo que um evento de grande importância criminal para o país venha a ser apresentado sem a qualificada comprovação científica.

Por fim, a APCF recomenda o envio imediato do áudio e do equipamento gravador ao Instituto Nacional de Criminalística (INC), órgão central de perícia criminal da Polícia Federal, de reconhecida idoneidade e imparcialidade; estando convicta de que tudo será devidamente esclarecido quando forem realizados os necessários exames periciais por Perito Oficial.

Offline Gabarito

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1479 Online: 21 de Maio de 2017, 18:58:06 »
Tem ainda o caso do procurador, ex-braço-direito de Enganôt, que abandonou a carreira no Ministério Público (veja só!) e participou de parte do acordo de leniência da JBS para ser advogado dessa mesma empresa.
Que coisa!
 :hein:

Offline Pasteur

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1480 Online: 21 de Maio de 2017, 19:00:37 »
Tem ainda o caso do procurador, ex-braço-direito de Enganôt, que abandonou a carreira no Ministério Público (veja só!) e participou de parte do acordo de leniência da JBS para ser advogado dessa mesma empresa.
Que coisa!
 :hein:

Essa foi tenebrosa!

Offline Gabarito

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1481 Online: 21 de Maio de 2017, 19:05:59 »
Pois é, Pasteur.
Se você se chateou com os ganhos dos caras na Bolsa e dólar, veja essa:

Citar
Donos da JBS foram para o Colorado, e não NY
O clã Batista, que controla o Grupo JBS, não está e talvez nunca tenha estado em Nova York, após deixar o Brasil às vésperas da divulgação da delação-bomba, que pode derrubar o governo de Michel Temer. Após sair do País, segundo amigos, os Batista seguiram para uma propriedade da família em Greeley, no estado do Colorado, pertinho da sede da JBS nos EUA, onde fatura US$20 bi (R$66 bilhões) ao ano.

Novos hábitos
Em princípio, o clã Batista vai viver entre o Colorado, novo local de residência, e Miami (Flórida), para compras e passeios de iate.

Festa de boiadeiro
Dias antes de explodir a delação-bomba, a família fez festa de despedida em um churrasco regado a champanhe. Só para rapazes.

Dez anos de EUA
A JBS iniciou a operação nos Estados Unidos em 2007, após a compra da Swift & Company, financiada pelo BNDES. Custou US$1,5 bilhão.

Base novaiorquina
Joesley tem apartamento no Olympic Tower, em Nova York, que foi do publicitário Nizan Guanaes. Estaria avaliado hoje em US$30 milhões.

Fundos da Caixa e Petrobras bancaram propina
O “rei do gado” Joesley Batista detalhou, em delação, o acordo para repassar 1% do valor investido pelos fundos de pensão da Petrobras (Petros) e da Caixa (Funcef) aos seus presidentes. Em depoimento, Joesley explica que tudo começou com o PROT, fundo de US$ 1 bilhão criado para aquisição de empresas nos EUA e Austrália com US$ 250 milhões de cada um dos fundos e outros US$ 500 milhões do BNDES.

Vai passar hoje no Fantástico a vida de milionário dos irmãos Batista.
Tudo certo se fosse empreendedorismo, como conhecemos o termo.
Mas boa parte dessa vida mansa, veio de impostos meus e seus via BNDES.

Os caras estão livres, leves e soltos.
Não têm processo nas costas, nem tornozeleiras, nem prisão domiciliar, nada.
Ficha limpa num país do 1º mundo.
E uma banana para quem ficou no Brasil.

Offline Pasteur

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1482 Online: 21 de Maio de 2017, 19:12:11 »
Não vou assistir pra não vomitar...
« Última modificação: 21 de Maio de 2017, 19:16:25 por Pasteur »

Offline Sergiomgbr

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1483 Online: 21 de Maio de 2017, 19:25:31 »
Esses caras da JBS se dando bem, tirando proveito desse ambiente que é feito para espoliar o sistema produtivo via corrupção, na medida em que fazem isso sem lesar a nação são o único lado bom  da coisa. Pudera todo mundo conseguisse tal façanha.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1484 Online: 21 de Maio de 2017, 19:32:24 »
Será que se a coisa de fato caminhar para prova ilegal e conspiração criminosa, isso ainda pode reverter a situação de impunidade?

Acho complicado porque, mesmo que isso vá ter considerável oposição dos aliados de Temer, parece que os JBLs têm todo mundo no bolso, dando chance de se safarem, seja lá quem for que termine por cima.

Offline Sergiomgbr

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1485 Online: 21 de Maio de 2017, 20:17:18 »
Esse Joesley pode ser um príncipe Míchkin que funcionou.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline -Huxley-

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1486 Online: 21 de Maio de 2017, 21:16:11 »
Continuam batendo nessa tecla de que "houve edição/montagem do áudio", mas dois peritos consultados pelo JN disseram outra coisa, isto é, que não há evidência de ABSOLUTAMENTE NENHUMA edição/montagem. No final, o que valerá para valer é a perícia da PF e ela já confirmou que recebeu os áudios.

Offline -Huxley-

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1487 Online: 21 de Maio de 2017, 21:22:34 »
Será que se a coisa de fato caminhar para prova ilegal e conspiração criminosa, isso ainda pode reverter a situação de impunidade?

Acho complicado porque, mesmo que isso vá ter considerável oposição dos aliados de Temer, parece que os JBLs têm todo mundo no bolso, dando chance de se safarem, seja lá quem for que termine por cima.

Prova ilícita pode ser aceita como prova em casos excepcionais. Lembro de uma frase muito boa que Olavo de Carvalho disse para Reinaldo Azevedo em uma discussão sobre outro assunto:

Citar
"Devo lembrar ao Reinaldo um segundo PRINCÍPIO ELEMENTAR, não só do direito constitucional, mas de toda lógica normativa, segundo o qual as regras mais gerais e abrangentes subordinam as mais particulares, que à luz delas devem ser interpretadas."

../forum/topic=29413.2400.html#msg896965

Outra citação interessante, que mostra um exemplo desse argumento do Olavo contra o Reinaldo:

Citar
Ainda, segundo a autora, citando Ada Pellegrini Grinover, Antonio Scarance Fernandes e Antônio Magalhães Gomes Filho: “A teoria, hoje dominante, da inadmissibilidade processual das provas ilícitas, colhidas com infringência a princípios ou normas constitucionais, vem, porém, atenuada por outra tendência, que visa a corrigir possíveis distorções a que a rigidez da exclusão poderia levar em casos de excepcional gravidade. Trata-se do denominado Verhältnismassigkeitsprinzip, ou seja, de um critério de proporcionalidade, pelo qual os tribunais da então Alemanha Federal, sempre em caráter excepcional e em casos extremamente graves, têm admitido a prova ilícita, baseando-se no princípio do equilíbrio entre valores fundamentais contrastantes.” (Campiotto, 2004, apud Grinover, Fernandes, Gomes Filho, p. 136)

https://fabireichert.jusbrasil.com.br/artigos/162495285/prova-ilicita-inaceitavel-para-condenar-aceitavel-para-absolver-por-que



Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1488 Online: 21 de Maio de 2017, 21:35:45 »
Vou falar uma besteira, mas se esses dois vagabundos usaram empresas laranjas e fraudes para comprar uma empresa americana e detonar a concorrência não vai sair barato. Eles estão nos EUA onde procurarão um fio de cabelo fora do lugar se as autoridades acharem que houve qualquer tipo de lavagem de dinheiro.

E essa coisa toda da fita do Temer cheia de furos e ilegalidades parece mais algo feito para ser descoberto mesmo, para lançar dúvidas sobre as provas da Lava Jato em outros casos.

Não acho que essa armação toda às vésperas do julgamento do Lulla é só coincidência.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1489 Online: 21 de Maio de 2017, 22:18:31 »
Será que se a coisa de fato caminhar para prova ilegal e conspiração criminosa, isso ainda pode reverter a situação de impunidade?

Acho complicado porque, mesmo que isso vá ter considerável oposição dos aliados de Temer, parece que os JBLs têm todo mundo no bolso, dando chance de se safarem, seja lá quem for que termine por cima.

Prova ilícita pode ser aceita como prova em casos excepcionais. Lembro de uma frase muito boa que Olavo de Carvalho disse para Reinaldo Azevedo em uma discussão sobre outro assunto:

Citar
"Devo lembrar ao Reinaldo um segundo PRINCÍPIO ELEMENTAR, não só do direito constitucional, mas de toda lógica normativa, segundo o qual as regras mais gerais e abrangentes subordinam as mais particulares, que à luz delas devem ser interpretadas."

../forum/topic=29413.2400.html#msg896965

Outra citação interessante, que mostra um exemplo desse argumento do Olavo contra o Reinaldo:

Citar
Ainda, segundo a autora, citando Ada Pellegrini Grinover, Antonio Scarance Fernandes e Antônio Magalhães Gomes Filho: “A teoria, hoje dominante, da inadmissibilidade processual das provas ilícitas, colhidas com infringência a princípios ou normas constitucionais, vem, porém, atenuada por outra tendência, que visa a corrigir possíveis distorções a que a rigidez da exclusão poderia levar em casos de excepcional gravidade. Trata-se do denominado Verhältnismassigkeitsprinzip, ou seja, de um critério de proporcionalidade, pelo qual os tribunais da então Alemanha Federal, sempre em caráter excepcional e em casos extremamente graves, têm admitido a prova ilícita, baseando-se no princípio do equilíbrio entre valores fundamentais contrastantes.” (Campiotto, 2004, apud Grinover, Fernandes, Gomes Filho, p. 136)

https://fabireichert.jusbrasil.com.br/artigos/162495285/prova-ilicita-inaceitavel-para-condenar-aceitavel-para-absolver-por-que




O enunciado do site citado ressalta esse aspecto da prova poder ser usada para defesa e não para acusação. Pela lei, ela acabaria sendo mais favorável a Temer do que negativa.

O problema é a distinção entre prova meramente ilegal no sentido burocrático, mas que seria mesmo uma prova real, e uma não apenas ilegal, como também adulterada, falsa. Mesmo não se podendo provar ser criticamente adulterada (o que não é possível apenas através da reprodução em áudio, seja do arquivo original ou cópias, e muito menos recodificações), a esta altura deve ser praticamente impossível eliminar a possibilidade de que seja, o que deveria então efetivamente invalidá-la como prova. Apesar de ser impossível reverter o efeito "psicológico" que talvez já possa ter tido sobre qualquer julgamento, bem como pressão popular pelo mesmo motivo. Feito aqueles momentos "essa pergunta não deve ser considerada" dos courtroom dramas americanos, como se as pessoas fossem robôs que apagam o que acabaram de ouvir.

E se o MP esteve envolvido, mas mantendo alegações de uma versão falsa dos fatos, a coisa poderia melar mais ainda.



Mas, como é o país do jeitinho brasileiro, mesmo no caso de Delcídio aparentmente não houve perícia* nas provas clandestinas, e isso não teve impacto. Também alegadamente (segundo quem fez a gravação) houve arquitetação do MP por trás dos panos.




* talvez haja amenizantes mais significativos, como um conhecimento seguro de quem teve o aparelho em mãos, o que poderia em tese tornar desprezível a hipótese de adulteração. Simplesmente não sei. Se as coisas fossem feitas legalmente, haveria uam margem de dúvida muito menor.








E essa coisa toda da fita do Temer cheia de furos e ilegalidades parece mais algo feito para ser descoberto mesmo, para lançar dúvidas sobre as provas da Lava Jato em outros casos.

Não acho que essa armação toda às vésperas do julgamento do Lulla é só coincidência.

Um dos últimos vídeos que o Lorentz postou de fato reforça essas hipóteses mais pessimistas. Todos camaradas...


O trecho interessante está a partir de 09m:10s, mas mesmo colocando ?t=9m10s o vídeo começa do início  :'(

<a href="https://youtube.com/v/QfHBxBDI8Vk?start=550" target="_blank" class="new_win">https://youtube.com/v/QfHBxBDI8Vk?start=550</a>


Usando a tag "flash", como era antes, você pode colocar o início e o fim do vídeo com "?start=sss&end=ssss".

Está modificado assim nessa citação.


Citação de: Folha de SP
Anexar áudio de Temer sem perícia foi inaceitável, dizem peritos da PF
RUBENS VALENTE
LETÍCIA CASADO
DE BRASÍLIA

20/05/2017  18h22


Em nota divulgada neste sábado (20), a APCF (Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais) considerou "inaceitável" que a PGR (Procuradoria Geral da República) tenha anexado o áudio da conversa mantida entre o presidente Michel Temer e o delator Joesley Batista sem uma perícia técnica por peritos federais.

Afirmou ainda que é "temerária" a homologação de acordos de delação premiada "sem a devida análise pericial".

[...]

A associação disse que, "ao se ouvir o áudio, percebe-se a presença de eventos acústicos que precisam passar por análise técnica, especializada e aprofundada, sem a qual não é possível emitir qualquer conclusão acerca da autenticidade da gravação".

[...]

http://www1.folha.uol.com.br/poder/2017/05/1885875-anexar-audio-de-temer-sem-pericia-foi-inaceitavel-dizem-peritos-da-pf.shtml


Offline -Huxley-

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1490 Online: 21 de Maio de 2017, 22:31:20 »
Citar
Partindo-se então da relatividade das normas apontadas e da consequente admissibilidade de provas ilícitas em casos excepcionais, surge então controvérsia no sentido de tal admissibilidade somente ter cabimento quando tratar-se prova ilícita pro reo (ou absolutória) ou ter igual cabimento quando tratar-se de prova ilícita pro societate (ou condenatória).

https://fabireichert.jusbrasil.com.br/artigos/162495285/prova-ilicita-inaceitavel-para-condenar-aceitavel-para-absolver-por-que


Offline Buckaroo Banzai

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1491 Online: 21 de Maio de 2017, 22:35:10 »
Isso só pode não-insanamente se referir a provas apenas "burocraticamente" ilegais, não possivelmente falsas, montagens, incriminações.

Offline -Huxley-

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1492 Online: 21 de Maio de 2017, 22:42:48 »
Ainda não há certeza de que as provas de aúdio foram montadas. A perícia oficial poderá dizer que a evidência aponta o oposto disso.

Offline Gigaview

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1493 Online: 21 de Maio de 2017, 23:09:08 »
Vou falar uma besteira, mas se esses dois vagabundos usaram empresas laranjas e fraudes para comprar uma empresa americana e detonar a concorrência não vai sair barato. Eles estão nos EUA onde procurarão um fio de cabelo fora do lugar se as autoridades acharem que houve qualquer tipo de lavagem de dinheiro.

E essa coisa toda da fita do Temer cheia de furos e ilegalidades parece mais algo feito para ser descoberto mesmo, para lançar dúvidas sobre as provas da Lava Jato em outros casos.

Não acho que essa armação toda às vésperas do julgamento do Lulla é só coincidência.

Não acho que você falou besteira. Parece que após a complicação do caso Lula a estratégia é jogar m3rda no ventilador, desacreditar provas e dificultar o trabalho dos responsáveis pela condução da lava a jato. Parece que a JBS apareceu agora só para isso, para complicar mais. Considerando o envolvimento da JBS com o Lula (a empresa cresceu 44 vezes no governo dele graças ao BNDES) não duvido que o próprio Lula seja uma espécie de sócio a quem a JBS deve enormes favores.
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline Gigaview

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1494 Online: 21 de Maio de 2017, 23:15:24 »
Ainda não há certeza de que as provas de aúdio foram montadas. A perícia oficial poderá dizer que a evidência aponta o oposto disso.

Já li que o gravador é amador e a gravação é de péssima qualidade e por isso não se pode afirmar com certeza se houve ou não montagem.
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Offline -Huxley-

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1495 Online: 21 de Maio de 2017, 23:30:58 »
Ainda não há certeza de que as provas de aúdio foram montadas. A perícia oficial poderá dizer que a evidência aponta o oposto disso.

Já li que o gravador é amador e a gravação é de péssima qualidade e por isso não se pode afirmar com certeza se houve ou não montagem.

A opinião do quem "foi lido" não afetará a conclusão da perícia da PF. Assim como a opinião dos dois peritos consultados pelo JN, que afirmaram que há evidências positivas de não corte e não edição, também não afetará. Eu, que não entendo nada de perícia de áudios, prefiro aguardar.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1496 Online: 21 de Maio de 2017, 23:37:22 »
Eu nem de longe tenho grande conhecimento no assunto, mas acho que deve ser muito difícil conseguirem um resultado de legitimidade incontestável dessas gravações. Não é como nos CSI em que eles colocam num computador que depois de uns segundos (ou minutos, conforme a necessidade de suspense) dá "authenticity 100% confirmed" e depois ainda rodam um plug-in de detector de mentiras.

Você pode ter indícios de alteração mais evidentes em partes sem importância e não ter indícios em outras partes críticas, mas isso ainda não exclui a possibilidade de mesmo estas terem sido adulteradas. Josrichardson sem dúvidas é alguém que teria recur$$o$ para contratar alguém capacitado a uma alteração de qualidade, que poderia até incluir esses "falsos positivos" em pontos mais triviais que tornam mais verossímil a autenticidade do que é crítico. Alguma edição admitidamente já foi feita. Por quem? Daí uma perícia forense digital vai pesar mais do que meramente a auditiva, limitada a detectar alterações mais óbvias, e incapaz de eliminar positivamente a existência qualquer alteração.

Mas, talvez junto com um reconstituição crível do histórico, junto com álibis e etc, fosse possível tornar aceitavelmente improvável a hipótese de qualquer edição (além da admitida).



Estava pesquisando mais sobre o caso do Delcídio, aparentemente há algumas diferenças que tornam o caso mais razoável, como a quantidade de gravações, bem como declarações mais incriminadoras da boca do próprio Delcídio, e não apenas anuências.







Eu fiquei bastante curioso agora quanto a testes de acurácia desses peritos todos. Poderia ter/talvez tenham disputas em que equipes rivais produzem falsificações (ou não) e os outros tem que tentar descobrí-las. Aí compara-se o diagnóstico com o que é sabido como factual. Se eles não fazem esse tipo de coisa, minha confiança sobre esse tipo de coisa cai um bocado.

...

http://www.pbs.org/wgbh/frontline/article/forensic-tools-whats-reliable-and-whats-not-so-scientific/

https://sparklystarburst.wordpress.com/2016/09/17/forensics-audio-authentication/


Os gringos ao menos fazem competições:

http://forensicswiki.org/wiki/DC3_Digital_Forensics_Challenge

Offline Sergiomgbr

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1497 Online: 21 de Maio de 2017, 23:40:04 »
Esses episodinhos recentes envolvendo essa série de desmascaramentos do verdadeiro modus operandi da política brasileira tão que geram teorequinhas da conspiração pra todo gosto. huahuahua

ps. Eita que já tenho uns 6 anos desse fórum, e o que mais tenho visto 98, 72% são Juquinhas e Toninhos falando uma coisa pra no final serem trolhas completamente diferentes. Podem até fazer uma crônica disso!
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1498 Online: 22 de Maio de 2017, 05:07:02 »
Vou falar uma besteira, mas se esses dois vagabundos usaram empresas laranjas e fraudes para comprar uma empresa americana e detonar a concorrência não vai sair barato. Eles estão nos EUA onde procurarão um fio de cabelo fora do lugar se as autoridades acharem que houve qualquer tipo de lavagem de dinheiro.

E essa coisa toda da fita do Temer cheia de furos e ilegalidades parece mais algo feito para ser descoberto mesmo, para lançar dúvidas sobre as provas da Lava Jato em outros casos.

Não acho que essa armação toda às vésperas do julgamento do Lulla é só coincidência.

Não acho que você falou besteira. Parece que após a complicação do caso Lula a estratégia é jogar m3rda no ventilador, desacreditar provas e dificultar o trabalho dos responsáveis pela condução da lava a jato. Parece que a JBS apareceu agora só para isso, para complicar mais. Considerando o envolvimento da JBS com o Lula (a empresa cresceu 44 vezes no governo dele graças ao BNDES) não duvido que o próprio Lula seja uma espécie de sócio a quem a JBS deve enormes favores.

E imagino que para crescer tanto em tão pouco tempo, depois do escândalo da carne podre e agora essa delação, já deve ter chamado a atenção de alguém lá no exterior.

E com certeza fizeram algo ilegal por lá.

Espero que esses dois acordem no meio da noite com uma surpresa desagradável.


Offline Gabarito

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Re:Governo Temer/Pós Dilma
« Resposta #1499 Online: 22 de Maio de 2017, 10:37:52 »
Temer está determinado a ficar.
Essa semana será decisiva.

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Palavras necessárias
Defenderemos o Brasil, tendo como missão a entrega de um novo País às próximas gerações
Michel Temer,
O Estado de S.Paulo
22 Maio 2017 | 05h00

Foi-me confiada a responsabilidade de governar o País num momento de profunda crise econômica, política e moral. Assumi essa incumbência consciente dos desafios que teria pela frente.

Recebi um País arruinado economicamente, com alta taxa de desemprego, inflação descontrolada e empresas estatais saqueadas. Encontrei um País moralmente atingido, clamando por mudanças.

Conseguimos grandes vitórias. O PIB volta a crescer, o emprego dá sinais de revitalização, gestões profissionais são introduzidas em empresas estatais, a exemplo da Petrobrás e do BNDES, há forte redução da taxa Selic; liberamos as contas inativas do FGTS, aumentamos o valor do Bolsa Família, relançamos o Minha Casa, Minha Vida, criamos o Cartão Reforma, e assim por diante. Os ganhos sociais e econômicos foram imensos. Saímos da recessão. O Brasil ganhou governo e rumo.

Quando começamos este círculo virtuoso, abandonando os vícios do passado, eis que um áudio editado, adulterado, amplamente noticiado, põe em risco nossas conquistas. É inconcebível que uma “prova” imprestável desse tipo jogue o Brasil na incerteza. Não retrocederemos!

Fui questionado moralmente, quando é conhecido que sempre pautei minha vida pela correção, retidão e respeito à coisa pública, nos mais diversos cargos que ocupei como professor universitário, procurador do Estado de São Paulo, deputado e presidente da Câmara de Deputados. Foram milhares de alunos que passaram por minhas salas de aula e se orientaram por meus livros. Não quero que eles e meus amigos tenham alguma dúvida da minha integridade.

E quem me incrimina moralmente? Dono de um dos maiores frigoríficos do mundo, tendo crescido nos governos anteriores graças a bilhões de reais em empréstimos do BNDES. Adotou uma postura criminosa e, querendo safar-se da prisão, partiu para manchar a minha honra. Tornou-se instrumento dos que pretendem levar o País a uma nova crise. Pior ainda, a única pena que lhe imputaram foi uma multa irrisória enquanto ganhou bilhões manipulando o câmbio e a Bolsa de Valores.

Teve a petulância de transferir o domicílio fiscal de suas empresas para os EUA. Deveria devolver aos cofres públicos o que tirou para seus negócios escusos. Após tais prejuízos à Nação, muda-se para a “prisão” de Nova York, com shopping centers de luxo, restaurantes elegantes e residências de alto padrão. Será que o crime compensa?

Note-se que não tenho silenciado. Nestes últimos dias fiz dois pronunciamentos à Nação, dado o volume de mentiras divulgadas a meu respeito, colocando o próprio País à beira de uma crise institucional. E tudo isso em razão de uma armadilha montada por um “empresário” de nome Joesley Batista.

Como não tinha conseguido, num primeiro momento, negociar a delação com a Procuradoria-Geral da República, prometeu, então, entregar um “grande nome”. Chegou, pasmem, a fazer uma espécie de curso de delator, de 15 dias, para conseguir me envolver numa operação criminosa.

Esclarecida a Nação, ela não poderá enganar-se sobre os verdadeiros responsáveis pela atual crise.

O que me é imputado?

Receber um empresário à noite no Palácio do Jaburu? Todos os que me conhecem sabem que trabalho até altas horas da noite, além de acordar cedo. É normal o presidente da República receber grandes empresários. E o faz tal como recebe políticos, médicos, engenheiros, trabalhadores, e assim por diante. Não poderia saber de antemão que um empresário desse porte fosse um criminoso.

Sou calmo, acostumado a ouvir, não reajo de imediato. Assim sempre pautei a minha vida pública, em respeito ao interlocutor. Foi amplamente noticiado que teria comprado o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. Nem no áudio editado consta o que, depois, veio a ser considerado minha suposta “anuência”. Aliás, o ex-deputado já declarou voluntariamente que nenhum silêncio seu teria sido comprado, por quem quer que fosse!

Foi-me igualmente imputado que teria havido tráfico de influência da empresa com procuradores e juízes. Ouvi tal impropriedade como algo característico de um falastrão que procura mostrar influência. Além disso, o próprio grampeador dias depois chegou a dizer que tal fala era falsa. Foi, porém, usada como acusação. Não tem lógica nenhuma!

Não tenho apego a cargos, mas sim às responsabilidades a mim atribuídas desde o momento em que assumi. E a responsabilidade maior é, sem dúvida nenhuma, com o País. Iniciamos um processo de reconstrução nacional que, certamente, chegará ao seu término. Percalços não me desanimam, sobretudo quando estão embasados na mentira e no atentado à honra pessoal. Sinto-me, isso sim, revigorado! Ganho nova energia para mudar o País.

Tive neste ano de governo enorme apoio de parlamentares que estão apoiando as reformas. Todos os que sonham com um País melhor sabem dos esforços que estamos empreendendo. Em pouco tempo, muito fizemos: a Lei do Teto do Gasto Público, a reforma do ensino médio, a Lei da Terceirização, entre outras iniciativas.

Se os que não pensam no futuro do nosso país cogitam que vamos parar, estão profundamente enganados. Continuo firmemente empenhado em prosseguir com a modernização da legislação trabalhista e as demais reformas em curso.

É curioso constatar que todos querem o prosseguimento dos projetos que estou levando adiante em meu governo.

Durante muito tempo se pregou a divisão da sociedade com clivagens artificiais. Aos crimes contra a economia e a minha honra soma-se, agora, uma nova tentativa de divisão da sociedade, com evidentes prejuízos para todos. Desde o primeiro dia tenho trabalhado pela pacificação do País e harmonia dos brasileiros. Não podemos desperdiçar nossas energias na luta entre brasileiros, mas nas convergências de objetivos em prol do bem comum.

A mensagem que quero deixar à Nação é: defenderemos o Brasil, tendo como missão a entrega de um novo País às próximas gerações.

*Presidente da República

 

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