espero que voce esteja sendo irônico!
Não estava, realmente percebo como tal tipo coisa é, não apenas possível, como praticado sistematicamente por muitos cultos e seitas...
e parabéns pela musicalidade
Muito obrigado cara!!!
Aí, criso, já arrumou um fã.
Épico! Huehehe \o/
todos eles eram místicos porque não tinham outra opção além de acreditar em bobagens dado o conhecimento científico da época
O ateísmo já existia na época, e eles não eram nem crentes nem religiosos, eram místicos, lembrando do significado de misticismo como experiência direta ou intuitiva de uma verdade espiritual. Sócrates afirmava receber inspiração direta de seu Daemon. Platão assumia a realidade do contato com o mundo das ideias através de uma iluminação. Eles não eram fanáticos, devotos, seguidores, eram homens extremamente sábios e lúcidos...
do além? do outro mundo? de um universo singular-paralelo-místico-extra-quântico?
Cada vez mais, percebo que essa foi a forma como a humanidade, ao longo de seu desenvolvimento, interpretou a existência dos mundos internos ou psíquicos, e registrou sua interação com eles ao longo dos tempos, de acordo com seus próprios sistemas de crenças. As experiências místicas, ocultistas, espirituais, entre outras, ocorrem neste domínio, distinto dos sentidos físicos da realidade cotidiana, mas não por isso menos real, até porque nossas consciências vivem muito mais em nosso universo simbólico, psicológico e linguístico do que lidando com experiências concretas e externas! E, aliás, nem por isso é um domínio menos ilusório também! No final, como você disse, tudo acaba caindo na mente, até porque nossos padrões mentais configuraram nosso cérebro de acordo com nossas próprias crenças! Quando analisamos nossos sentidos ou nossa consciência, o fazemos através de nosso próprio cérebro! Daí a dificuldade de obtermos resultados objetivos, pois que já estamos vendo o que somos adaptados e configurados para ver.
Bobagem. Nada que é percebido pelos sentidos é confiável.
Com certeza é correto afirmar que os sentidos não são absolutamente confiáveis. Entretanto, como nosso único meio disponível de percepção da realidade última incognoscível, vamos nos guiando através deles e construindo nosso universo de experiências e crenças. Por isso, para nós, enquanto consciências que vestem estes organismos biológicos para experimentar a matéria, nossos sentidos SÃO REAIS, ainda que, a nível externo e absoluto, NÃO SÃO REAIS. Parece contraditório? O que quero dizer é que - é o que nós temos e, por isso, precisamos lidar e contar com eles. Da mesma forma, nossos mundos internos também não são absolutamente reais fora de nossa própria perspectiva - mas, por outro lado, nosso Universo é Mental. Mentalmente vivemos, movemos e temos a nossa existência. O Homem cria as Imagens Mentais, nós criamos mentalmente o Universo. Nossa própria imaginação é viva! Não é menos real que o resto... nós vivemos cercados de sugestões o tempo todo, recebendo e emitindo incessantemente. Por que apenas as de caráter espiritual ou religioso hão de ser seletivamente criticadas como engano, enquanto o resto não? Poderíamos, então, considerar TUDO engano, e cair em profundo solipsismo. Podemos, por outro lado, considerar que seja, sim, TUDO real! Não como algo absoluto e externo, mas como parte da própria realidade psíquica da qual participamos e na qual interagimos com nossas consciências. Não estou dizendo que imaginação é matéria, ou realidade absoluta. Não estou tirando, da imaginação, o estatuto de imaginação. Estou dizendo apenas que a imaginação, enquanto imaginação em si, é uma REALIDADE de nosso universo humano (ainda que como imaginação). Estou dizendo que nossos mundos internos, psíquicos, são reais. Podemos interagir com eles. E, constantemente estamos! Mesmo que não se faça nada de místico ou oculto, sonhamos toda noite, temos ideais, valores, culturas, estamos cercados de marketing, propaganda, política, enfim, a realidade de nosso universo mental está constantemente sendo explorada! Quando não somos nós quem observa e explora nosso próprio Universo Mental, temo afirmar que alguém já o esteja fazendo em nosso lugar...
A "autêntica" experiência mística é aquela vem com garantia de fábrica? Só se a fábrica for a mente programada pela seita, culto, ordem, ou somatório de crenças pessoais.
Concordo com você! Entretanto, além disso, vejo que até um autoengano, ou uma sugestão, ou até mesmo uma alucinação, não deixam de ser reais enquanto fenômenos psíquicos! O problema surge quando alguém deseja, a partir daí, transformar fenômenos psíquicos em fenômenos físicos, em verdades absolutas, em teorias pseudocientíficas etc. Um sonho, enquanto realidade objetiva externa, pode ser considerado um engano, uma ilusão. Entretanto, enquanto realidade psíquica, é um FATO na subjetividade da mente que sonha e interage com seu mundo interno. Ele tem, portanto, sua existência, ainda que em um domínio sutil e intransferível! É real, ainda que dentro de seu próprio "estatuto de realidade".
Na verdade relatam todo tipo de bobagem. Podem estar resgatando parte da memória para construir sonhos.
Verdade, concordo com você! Entretanto, você não deixa de sonhar por horas todo dia apenas por ser um fenômeno puramente mental, correto? Talvez, por não ligar muito, tenha condicionado sua plasticidade neuronal a não lembrar muito de seus sonhos. Entretanto, continua vivenciando eles toda santa noite! Enquanto sua consciência interage com seus mundos sutis, psíquicos, aquilo é o real para ela. Quando acordamos, apenas porque estamos a receber o estímulo "externo", pensamos ter desligado nossa comunicação com nosso mundo interno - mera ilusão! Vivemos o tempo todo em constante conexão com ele. É por isso que, ainda que um relato de caráter "espiritual" soe como sonho, alucinação, ou o que for que seja, ele não deixa de ser real em seu próprio domínio/reino de manifestação!
Elas são ilusões moldadas pelo misticismo que, por possuírem caráter puramente mental, estão sujeitas ao autoengano e são indiferenciáveis de surtos psíquicos ou de delírios.
Podem fazer parte do mesmo reino das experiências de caráter puramente mental, mas nem por isso devemos enfiar tudo em um mesmo rótulo e desprezar - e, nem pelo contrário, dizer que delírios são experiências místicas. Na verdade, posso fazer uma analogia com o olfato - o delírio está para o fedor, assim como o sonho está para um aroma comum e assim como a experiência mística está para o perfume - o olfato, no caso, representa a própria sensibilidade para os fenômenos psíquicos. O perfume e o fedor provém da mesma natureza, de fenômenos olfativos, mas nem por isso devemos chamar o perfume de fedor, nem o fedor de perfume. Sócrates é Homem, Platão é Homem, logo, Sócrates é Platão??? Não... logo, Sócrates e Platão encontram-se dentro do mesmo conjunto "Homem"... O delírio está para a experiência mística assim como o ruído está para a música - ainda que venham do mesmo reino da frequência e da vibração, e ainda que partilhem das mesmas características, música não é ruído.
as experiências místicas acontecem no cérebro e não tem relação com qualquer realidade extra-cerebral, portanto são apenas imaginárias, ilusórias e sujeitas ao autoengano
Bem, então eu também devo ser um ser imaginário, porque eu também não tenho relação com qualquer realidade não-cerebral. Na verdade, acho que eu nunca sequer vi uma mínima fração de alguma realidade que NÃO SEJA cerebral... temo admitir que minha própria existência, fora do próprio Universo Mental no qual me encontro, seja um tanto quanto questionável. Apesar disso, enquanto este for o lugar onde me encontro, é real para mim, pois é nele que tenho minha existência e é por meio dele que interajo com o ambiente e com as outras consciências. Novamente, o imaginário não é menos real por ser imaginário - é um fato, ainda que do reino puramente mental. Por isso, as experiências de teor místico e espiritual, ainda que imersas no mesmo reino mental da imaginação e do delírio, merecem nossa atenção. E, para completar, a própria imaginação e o próprio delírio merecem nossa atenção porque, para nós, enquanto consciências de um UNIVERSO MENTAL, são, também, realidades.
Mais uma vez, agradeço pela oportunidade de discutir e interagir com todos.
Aproveito também para compartilhar com vocês um interessante experimento - peguei trechos do Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, e substituí a palavra "Espírito", toda vez que aparecia, por "Pensamento". O resultado final me soou interessante, então aí vai:
400. O Pensamento encarnado permanece de bom grado no seu envoltório corporal?
- É como se perguntasses se ao encarnado agrada o cárcere. O Pensamento encarnado aspira constantemente à sua libertação e tanto mais deseja ver-se livre do seu invólucro, quanto mais grosseiro é este.
401. Durante o sono, a alma repousa como o corpo?
- Não, o Pensamento jamais está inativo. Durante o sono, afrouxam-se os laços que o prendem ao corpo e, não precisando este então da sua presença, ele se lança pelo espaço e entra em relação mais direta com os outros Pensamentos.
402. Como podemos julgar da liberdade do Pensamento durante o sono?
- Pelos sonhos. Quando o corpo repousa, acredita-o, tem o Pensamento mais faculdades do que no estado de vigília. Lembra-se do passado e algumas vezes prevê o futuro. Adquire maior potencialidade e pode pôr-se em comunicação com os demais Pensamentos, quer deste mundo, quer do outro. Dizes frequentemente: Tive um sonho extravagante, um sonho horrível, mas absolutamente inverossímil. Enganas-te. É amiúde uma recordação dos lugares e das coisas que viste ou que verás em outra existência ou em outra ocasião. Estando entorpecido o corpo, o Pensamento trata de quebrar seus grilhões e de investigar no passado ou no futuro.
- Pobres homens, que mal conheceis os mais vulgares fenômenos da vida! Julgai-vos muito sábios e as coisas mais comezinhas vos confundem. Nada sabes responder a estas perguntas que todas as crianças formulam: Que fazemos quando dormimos? Que são os sonhos?
- O sono liberta a alma parcialmente do corpo. Quando dorme, o homem se acha por algum tempo no estado em que fica permanentemente depois que morre. Tiveram sonos inteligentes os Pensamentos que, desencarnando, logo se desligam da matéria. Esses Pensamentos, quando dormem, vão para junto dos seres que lhes são superiores. Com estes viajam, conversam e se instruem. Trabalham mesmo em obras que se lhes deparam concluídas, quando volvem, morrendo na Terra, ao mundo espiritual. Ainda esta circunstância é de molde a vos ensinar que não deveis temer a morte, pois que todos os dias morreis, como disse um santo.
- Graças ao sono, os Pensamentos encarnados estão sempre em relação com o mundo dos Pensamentos. Por isso é que os Pensamentos superiores assentem, sem grande repugnância, em encarnar entre vós. Quis Deus que, tendo de estar em contato com o vício, pudessem eles ir retemperar-se na fonte do bem, a fim de igualmente não falirem, quando se propõem a instruir os outros. O sono é a porta que Deus lhes abriu, para que possam ir ter com seus amigos do céu; é o recreio depois do trabalho, enquanto esperam a grande libertação, a libertação final, que os restituirá ao meio que lhes é próprio.
- O sonho é a lembrança do que o Pensamento viu durante o sono. Notai, porém, que nem sempre sonhais. Que quer isso dizer? Que nem sempre vos lembrais do que vistes, ou de tudo o que haveis visto, enquanto dormíeis. É que não tendes então a alma no pleno desenvolvimento de suas faculdades. Muitas vezes, apenas vos fica a lembrança da perturbação que o vosso Pensamento experimenta à sua partida ou no seu regresso, acrescida da que resulta do que fizestes ou do que vos preocupa quando despertos.
403. Por que não nos lembramos sempre dos sonhos?
- Em o que chamas sono, só há o repouso do corpo, visto que o Pensamento está constantemente em atividade. Recobra, durante o sono, um pouco da sua liberdade e se corresponde com os que lhe são caros, quer neste mundo, quer em outros. Mas, como é pesada e grosseira a matéria que o compõe, o corpo dificilmente conserva as impressões que o Pensamento recebeu, porque a este não chegaram por intermédio dos órgãos corporais.
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518. Assim como são atraídos, pela simpatia, para certos indivíduos, são-no igualmente os Pensamentos, por motivos particulares, para as reuniões de indivíduos?
- Os Pensamentos preferem estar no meio dos que se lhes assemelham. Acham-se aí mais à vontade e mais certos de serem ouvidos. É pelas suas tendências que o homem atrai os Pensamentos e isso quer esteja só, quer faça parte de um todo coletivo, como uma sociedade, uma cidade, ou um povo. Portanto, as sociedades as cidades e os povos são, de acordo com as paixões e o caráter neles predominantes, assistidos por Pensamentos mais ou menos elevados. Os Pensamentos imperfeitos se afastam dos que os repelem. Segue-se que o aperfeiçoamento moral das coletividades, como o dos indivíduos, tende a afastar os maus Pensamentos e atrair os bons, que estimulam e alimentam nelas o sentimento do bem, como outros lhes podem insuflar as paixões grosseiras.
519. As aglomerações de indivíduos, como as sociedades, as cidades, as nações, tem Pensamentos protetores especiais?
- Têm, pela razão de que esses agregados são individualidades coletivas que, caminhando para um objetivo comum, precisam de uma direção superior.
520. Os Pensamentos protetores das coletividades são de natureza mais elevada do que os que se ligam aos indivíduos?
- Tudo é relativo ao grau de adiantamento, quer se trate de coletividades, quer de indivíduos.
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549. Algo de verdade haverá nos pactos com os maus Pensamentos?
- Não, não há pactos. Há, porém, naturezas más que simpatizam com os maus Pensamentos. Por exemplo: queres atormentar o teu vizinho e não sabes como hás de fazer. Chamas então por Pensamentos inferiores que, como tu, só querem o mal e que, para te ajudarem, exigem que também os sirvas em seus maus desígnios. Mas, não se segue que o teu vizinho não possa livrar-se deles por meio de uma conjuração oposta e pela ação da sua vontade. Aquele que intenta praticar uma ação má, pelo simples fato de alimentar essa intenção, chama em seu auxílio maus Pensamentos, aos quais fica então obrigado a servir, porque dele também precisam esses Pensamentos, para o mal que queiram fazer. Nisto apenas é que consiste o pacto.
- O fato de o homem ficar, às vezes, na dependência dos Pensamentos inferiores nasce de se entregar aos maus pensamentos que estes lhe sugerem e não de estipulações quaisquer que com eles faça. O pacto, no sentido vulgar do termo, é uma alegoria representativa da simpatia existente entre um indivíduo de natureza má e Pensamentos malfazejos.
550. Qual o sentido das lendas fantásticas em que figuram indivíduos que teriam vendido suas almas a Satanás para obterem certos favores?
- Todas as fábulas encerram um ensinamento e um sentido moral. O vosso erro consiste em tomá-las ao pé da letra. Isso a que te referes é uma alegoria, que se pode explicar desta maneira: aquele que chama em seu auxílio os Pensamentos, para deles obter riquezas, ou qualquer outro favor, rebela-se contra a Providência; renuncia à missão que recebeu e às provas que lhe cumpre suportar neste mundo. Sofrerá na vida futura as consequências desse ato. Não quer isto dizer que sua alma fique para sempre condenada à desgraça. Mas, desde que, em lugar de se desprender da matéria, nela cada vez se enterra mais, não terá, no mundo dos Pensamentos, a satisfação de que haja gozado na Terra, até que tenha resgatado a sua falta, por meio de novas provas, talvez maiores e mais penosas. Coloca-se, por amor dos gozos materiais, na dependência dos Pensamentos impuros. Estabelece-se assim, tacitamente, entre estes e o delinquente, um pacto que o leva à sua perda, mas que lhe será sempre fácil romper, se o quiser firmemente, granjeando a assistência dos bons Pensamentos.
551. Pode um homem mau, com o auxílio de um mau Pensamento que lhe seja dedicado, fazer o mal ao seu próximo?
- Não; Deus não o permitiria.
552. Que se deve pensar da crença no poder, que certas pessoas teriam, de enfeitiçar?
- Algumas pessoas dispõem de grande força magnética, de que podem fazer mau uso, se maus forem seus próprios Pensamentos, caso em que possível se torna serem secundados por outros Pensamentos maus. Não creias, porém, num pretenso poder mágico, que só existe na imaginação de criaturas supersticiosas, ignorantes das verdadeiras leis da Natureza. Os fatos que citam, como prova da existência desse poder, são fatos naturais, mal observados e sobretudo mal compreendidos.
553. Que efeito podem produzir as fórmulas e práticas mediante as quais pessoas há que pretendem dispor do concurso dos Pensamentos?
- O efeito de torná-las ridículas, se procedem de boa-fé. No caso contrário, são tratantes que merecem castigo. Todas as fórmulas são mera charlatanice. Não há palavra sacramental nenhuma, nenhum sinal cabalístico, nem talismã, que tenha qualquer ação sobre os Pensamentos, porquanto estes só são atraídos pelo pensamento e não pelas coisas materiais.
- Efetivamente, Pensamentos há que indicam sinais, palavras estranhas, ou prescrevem a prática de atos, por meio dos quais se fazem os chamados conjuros. Mas, ficai certos de que são Pensamentos que de vós outros escarnecem e zombam da vossa credulidade.
554. Não pode aquele que, com ou sem razão, confia no que chama a virtude de um talismã, atrair um Pensamento, por efeito mesmo dessa confiança, visto que, então, o que atua é o pensamento, não passando o talismã de um sinal que apenas lhe auxilia a concentração?
- É verdade; mas, da pureza da intenção e da elevação dos sentimentos depende a natureza do Pensamento que é atraído. Ora, muito raramente aquele que seja bastante simplório para acreditar na virtude de um talismã deixará de colimar um fim mais material do que moral. Qualquer, porém, que seja o caso, essa crença denuncia uma inferioridade e uma fraqueza de ideias que favorecem a ação dos Pensamentos imperfeitos e escarninhos.
...
557. Podem a bênção e a maldição atrair o bem e o mal para aquele sobre quem são lançadas?
- Deus não escuta a maldição injusta e culpado perante ele se torna o que a profere. Como temos os dois gênios opostos, o bem e o mal, pode a maldição exercer momentaneamente influência, mesmo sobre a matéria. Tal influência, porém, só se verifica por vontade de Deus como aumento de prova para aquele que é dela objeto. Demais, o que é comum é serem amaldiçoados os maus e abençoados os bons. Jamais a bênção e a maldição podem desviar da senda da justiça a Providência, que nunca fere o maldito, senão quando mau, e cuja proteção não acoberta senão aquele que a merece.
Mais uma vez, muito obrigado pela participação de todos! Que as Rosas floresçam em Vossa Cruz.