Enquete

Qual das promessas de campanha abaixo você acha mais provável que seja cumprida por Trump?

Deportação de cerca de 3 milhões de imigrantes ilegais
1 (4.3%)
Construção de um muro na fronteira com o México
2 (8.7%)
Revogação do acordo nuclear iraniano
1 (4.3%)
Extinção do Obamacare
10 (43.5%)
Revogação da assinatura do Acordo Climático de Paris
9 (39.1%)

Votos Totais: 22

enquete encerrada: 14 de Janeiro de 2017, 01:17:02

Autor Tópico: Governo Trump  (Lida 85506 vezes)

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Offline Shadow

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Re:Governo Trump
« Resposta #1101 Online: 06 de Abril de 2017, 10:28:52 »
Elabore.

Seria repetitivo. O sistema que elegeu Carter, Reagan, Bush, Clinton, Bush e Obama AGORA está errado por que elegeu quem você não gosta. O MESMO sistema. Sem NENHUMA ruptura.
« Última modificação: 06 de Abril de 2017, 13:21:49 por Shadow »
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Offline Fabrício

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Re:Governo Trump
« Resposta #1102 Online: 06 de Abril de 2017, 10:44:36 »
Pode-se achar o Trump um idiota (eu acho) mas ele foi democraticamente eleito, dentro das regras esquisitas vigentes nos EUA.

Estou com o Shadow nessa, por mais que eu deteste o Trump (e detesto bastante).
« Última modificação: 06 de Abril de 2017, 13:18:06 por Fabrício »
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Offline Gauss

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Re:Governo Trump
« Resposta #1103 Online: 06 de Abril de 2017, 12:45:09 »
O sistema eleitoral americano foi feito pensando-se em um Estado Federal. Ou seja, a vontade da maioria DOS ESTADOS vale mais do que a maioria da população da federação. Na verdade, o que é bizarro é um Estado na teoria federal, como o Brasil, ter um sistema eleitoral de Estado unitário.
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Shadow

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Re:Governo Trump
« Resposta #1104 Online: 06 de Abril de 2017, 12:47:36 »
O sistema eleitoral americano foi feito pensando-se em um Estado Federal. Ou seja, a vontade da maioria DOS ESTADOS vale mais do que a maioria da população da federação. Na verdade, o que é bizarro é um Estado na teoria federal, como o Brasil, ter um sistema eleitoral de Estado unitário.

Para mim o bizarro aqui é o Estado Federal em si. Oras, pois.... o conceito de uma Federação é a união de entes autônomos que cedem parte de sua autonomia a um ente central, com os fins conhecidos. Aqui foi o ente central que cedeu pequena parte de autonomia aos "estados-membros"....
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Offline Fabrício

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Re:Governo Trump
« Resposta #1105 Online: 06 de Abril de 2017, 12:50:50 »
O sistema eleitoral americano foi feito pensando-se em um Estado Federal. Ou seja, a vontade da maioria DOS ESTADOS vale mais do que a maioria da população da federação. Na verdade, o que é bizarro é um Estado na teoria federal, como o Brasil, ter um sistema eleitoral de Estado unitário.

Para mim o bizarro aqui é o Estado Federal em si. Oras, pois.... o conceito de uma Federação é a união de entes autônomos que cedem parte de sua autonomia a um ente central, com os fins conhecidos. Aqui foi o ente central que cedeu pequena parte de autonomia aos "estados-membros"....

Nosso "Estado Federal" é uma ficção.
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Offline Gaúcho

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Re:Governo Trump
« Resposta #1106 Online: 06 de Abril de 2017, 13:17:03 »
Isso é sintomático. Tudo é certo e democrático enquanto vai de encontro a minha opinião, senão é golpe e/ou contém falhas.
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Lorentz

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Re:Governo Trump
« Resposta #1107 Online: 06 de Abril de 2017, 13:21:36 »
Eu até hoje não entendi a utilidade das regiões. Elas agrupam Estados, mas não são unidades com autonomia ou políticas próprias. Nem os Estados são parecidos etnicamente e geologicamente.
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Offline Shadow

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Re:Governo Trump
« Resposta #1108 Online: 06 de Abril de 2017, 13:27:51 »
Eu até hoje não entendi a utilidade das regiões. Elas agrupam Estados, mas não são unidades com autonomia ou políticas próprias. Nem os Estados são parecidos etnicamente e geologicamente.

Exato. Por exemplo nós aqui do Paraná adoramos Santa Catarina, que mantém os gaúchos longe. Os gaúchos têm a mesma opinião, já que Santa Catarina mantém os paranaenses longe, e paranaenses e gaúchos não têm nenhuma outra utilidade para Santa Catarina...rs...

Falando sério, penso que seria uma tentativa de maior integração. É curioso. Tomemos por exemplo o Paraná. Norte do Paraná não tem nenhuma relação com Curitiba, mas sim com São Paulo. O Sul do Paraná tem muito mais vinculação com SC e enormemente com o RS que com Curitiba. Historicamente a capital sequer se importou em colonizar o resto do estado. E estamos falando do Séc. XX....

No fim, parecem apenas convenções.

 
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Offline DDV

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Re:Governo Trump
« Resposta #1109 Online: 06 de Abril de 2017, 13:38:27 »
O sistema eleitoral americano foi feito pensando-se em um Estado Federal. Ou seja, a vontade da maioria DOS ESTADOS vale mais do que a maioria da população da federação. Na verdade, o que é bizarro é um Estado na teoria federal, como o Brasil, ter um sistema eleitoral de Estado unitário.

Exato.

Digamos que seja instituído o cargo de presidente da comunidade latino-americana de nações, formada por todos os países latino-americanos. Os votos deveriam ser feitos por país ou por pessoa?   :)

Esse estranhamento que a maioria das pessoas tem com o sistema eleitoral americano decorre do fato de pensarem nos EUA como um país unitário, pois essa é a regra geral (até mesmo nos países que se dizem federativos, como o Brasil), aí não entendem o  fato de não fazerem uma eleição como se assim o fosse.
Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline Shadow

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Re:Governo Trump
« Resposta #1110 Online: 06 de Abril de 2017, 13:40:36 »
O sistema eleitoral americano foi feito pensando-se em um Estado Federal. Ou seja, a vontade da maioria DOS ESTADOS vale mais do que a maioria da população da federação. Na verdade, o que é bizarro é um Estado na teoria federal, como o Brasil, ter um sistema eleitoral de Estado unitário.

Exato.

Digamos que seja instituído o cargo de presidente da comunidade latino-americana de nações, formada por todos os países latino-americanos. Os votos deveriam ser feitos por país ou por pessoa?   :)

É que a maioria pensa nos EUA como um país unitário, e não uma federação, aí estranham  fato de não fazerem uma eleição como se assim o fosse.

Justamente por isso não faz qualquer sentido a afirmação de que a minoria votou em Trump...
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Offline Muad'Dib

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Re:Governo Trump
« Resposta #1111 Online: 06 de Abril de 2017, 13:41:19 »
Isso é sintomático. Tudo é certo e democrático enquanto vai de encontro a minha opinião, senão é golpe e/ou contém falhas.

Sintomático de quê?

Eu não lembro de ter afirmado que o Trump foi eleito por via de um golpe ou que ele fraudou o sistema eleitoral. Eu disse que ele foi eleito com uma quantidade de votos menor que a Hillary, que seus eleitores formam um grupo minoritário dentro da sociedade americana (bem minoritário visto seus atuais índices de popularidade) e que ele governa para agradar exclusivamente esse grupo minoritário sem se preocupar com a opinião do resto da sociedade.

Alguma coisa disso é algo irreal?

Eu concordei com o Geotecton quando ele disse que a America tem a democracia mais antiga e estável do planeta e disse que críticas são parte do processo democrático de oposição ao governo eleito.

Na sua opinião críticas são sintomáticas de desejos antidemocráticos?

Eu acho que o modo de governar do Trump, em muito, se assemelha com uma ditadura da minoria. Acho que a coisa só não é pior por causa do judiciário americano que já tesourou as asinhas assanhadas do Trump e, por incŕivel que pareça, um pouco pelo legislativo, que apesar da maioria republicana, não apoia o Trump como se esperaria que apoiaria qualquer outro presidente republicano.

Offline Shadow

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Re:Governo Trump
« Resposta #1112 Online: 06 de Abril de 2017, 13:48:22 »
Isso é sintomático. Tudo é certo e democrático enquanto vai de encontro a minha opinião, senão é golpe e/ou contém falhas.

Sintomático de quê?

Eu não lembro de ter afirmado que o Trump foi eleito por via de um golpe ou que ele fraudou o sistema eleitoral. Eu disse que ele foi eleito com uma quantidade de votos menor que a Hillary, que seus eleitores formam um grupo minoritário dentro da sociedade americana (bem minoritário visto seus atuais índices de popularidade) e que ele governa para agradar exclusivamente esse grupo minoritário sem se preocupar com a opinião do resto da sociedade.

Alguma coisa disso é algo irreal?

Eu concordei com o Geotecton quando ele disse que a America tem a democracia mais antiga e estável do planeta e disse que críticas são parte do processo democrático de oposição ao governo eleito.

Na sua opinião críticas são sintomáticas de desejos antidemocráticos?

Eu acho que o modo de governar do Trump, em muito, se assemelha com uma ditadura da minoria. Acho que a coisa só não é pior por causa do judiciário americano que já tesourou as asinhas assanhadas do Trump e, por incŕivel que pareça, um pouco pelo legislativo, que apesar da maioria republicana, não apoia o Trump como se esperaria que apoiaria qualquer outro presidente republicano.

Sintomático de que você aceita a democracia apenas como uma forma de validação de seus conceitos. Todas as suas manifestações são no sentido de Trump foi eleito por uma minoria (que como já exaustivamente demonstrado é uma incorreção) como ignora que os não votantes também demonstraram sua opinião (qualquer um dos dois candidatos serve ou não serve) quanto como sendo os eleitores de Trump um bando de malucos, ignorando todo um caldo político formado nos últimos anos, na desindustrialização, na falta de perspectiva, nos exageros de algumas bandeiras de esquerda, considerando que as pessoas que se opõem a tal agenda estão erradas, haja vista não coadunarem com a sua opinião.

Não leve para o lado pessoal, mas deve ser algo nesse sentido.
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Offline Agnoscetico

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Re:Governo Trump
« Resposta #1113 Online: 06 de Abril de 2017, 14:41:30 »
Por democracia você está se referindo à ditadura da minoria dos sem nada na cabeça?

Continua sendo uma democracia.

A mais antiga e efetiva do planeta, diga-se de passagem.

Mas não é impassível de falhas, correções, críticas e retroações diga-se de passagem. Até porque desde a fundação dos EUA como país, muita coisa deve ter sido mudada nessa democracia.

Aliás onde tava democracia maravilhosa na época do Macartismo?

Offline Agnoscetico

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Re:Governo Trump
« Resposta #1114 Online: 06 de Abril de 2017, 14:59:47 »
Detalhe que a maioria nao foi votar e nao se importa. Outra coisa foi a peculiaridade dessas eleicoes, a outra opcao, de maior chance de vitoria era Hilary clinton.

Isso já comentado antes quando mencionaram que Michael Moore já sabia que Trump ia se eleger por esses motivos



https://www.conversaafiada.com.br/politica/trump-michael-moore-ja-sabia

http://www.tvi24.iol.pt/cinema/presidenciais-eua/michael-moore-da-5-razoes-para-trump-vencer-as-eleicoes

Michael Moore dá 5 razões para Trump vencer as eleições

Depois de ter afirmado, no ano passado, que o magnata do imobiliário iria ser nomeado candidato pelo Partido Republicano, o realizador de “Bowling For Columbine” e “Fahrenheit 9/11” fez agora uma nova previsão

"Sinto muito por ser o portador de más notícias. Nunca na minha vida quis estar tão errado como agora", diz o realizador, que aponta 5 motivos pelos quais Donald Trump será o próximo presidente dos Estados Unidos. Artigo de Michael Moore.

31 de Julho, 2016 - 15:01h

Amigos, sinto muito por ser o portador de más notícias, mas fui direto com vocês no ano passado quando disse que Donald Trump seria o candidato republicano à Presidência. E agora trago notícias ainda mais terríveis e deprimentes: Donald J. Trump vai ganhar a eleição de novembro.

Esse palhaço desprezível, ignorante e perigoso, esse sociopata será o próximo presidente dos Estados Unidos. Presidente Trump. Pode começar a treinar, porque você vai dizer essas palavras nos próximos quatro anos: “Presidente Trump”. Nunca na minha vida quis estar tão errado como agora.

Vejo o que você está a fazer agora. Está a sacudir a cabeça loucamente – “Não, Mike, isso não vai acontecer!”. Infelizmente, você está a viver numa bolha anexa a uma câmara de eco, onde você e os seus amigos vivem convencidos de que o povo americano não vai eleger um idiota como presidente.

Você alterna entre o choque e a risada por causa dos últimos comentários malucos que ele fez, ou então por causa do narcisismo vergonhoso de Trump em relação a tudo, afinal de contas tudo tem a ver com ele. E aí você ouve Hillary e olha para a primeira mulher presidente, respeitada no mundo, inteligente, preocupada com as crianças, alguém que vai continuar o legado de Obama porque isso é obviamente o que o povo americano quer! Sim! Outros quatro anos disso!

Você tem de sair dessa bolha imediatamente. Precisa parar de viver em negação e encarar a verdade que sabe que é muito, muito real. Tentar acalmar-se com factos – “77% do eleitorado é composto por mulheres, negros, jovens adultos de menos de 35 anos; Trump não tem como ganhar a maioria dos votos de nenhum desses grupos!” - ou com a lógica - “as pessoas não vão votar num bufão, ou contra os seus próprios interesses!” – é a maneira que o seu cérebro encontra para o proteger do trauma. Como quando você ouve um estampido na rua e pensa “foi um pneu que estourou” ou “quem está a lançar foguetes?”, porque não quer pensar que acabou de ouvir alguém a ser baleado. É a mesma razão pela qual todas as primeiras notícias e relatos de testemunhas sobre o 11 de setembro diziam que “um avião pequeno chocou acidentalmente contra o World Trade Center”.

Queremos - precisamos - esperar o melhor porque, honestamente, a vida já é uma merda, e é difícil sobreviver mês a mês. Não temos como aguentar mais notícias ruins. Então o nosso estado mental entra no automático quando alguma coisa assustadora está realmente a acontecer. As primeiras pessoas atingidas pelo caminão em Nice passaram os seus últimos momentos na Terra a acenar para o motorista; elas acreditavam que ele tinha simplesmente perdido o controle e subido o passeio. “Cuidado!”, gritaram elas. “Há gente no passeio!”

Bem, pessoal, não se trata de um acidente. Está a acontecer. E, se você acredita que Hillary Clinton vai derrotar Trump com factos e inteligência e lógica, obviamente perdeu o último ano e as primárias, em que 16 candidatos republicanos tentaram tudo, mas nada foi capaz de parar essa força irresistível. Hoje, do jeito que as coisas estão, acho que vai acontecer – e, para lidar com isso, primeiro preciso que você aceite a realidade e depois talvez, só talvez, a gente encontre uma saída para esta encrenca.

Não me entenda mal. Tenho grandes esperanças em relação ao meu país. As coisas estão melhores. A esquerda ganhou a guerra cultural. Gays e lésbicas podem casar-se. A maioria dos americanos tem uma posição liberal em relação a quase todas as questões: salários iguais para as mulheres; aborto legalizado; leis mais duras em defesa do meio ambiente; mais controle de armas; legalização da marijuana. Uma enorme mudança aconteceu - basta perguntar ao socialista que ganhou as primárias em 22 Estados. E não tenho dúvidas de que, se as pessoas pudessem votar do sofá de casa pelo Xbox ou Playstation, Hillary ganharia com vantagem.

Mas as coisas não funcionam assim nos Estados Unidos. As pessoas têm de sair de casa e ir para a fila para votar. E, se moram em bairros pobres, negros ou hispânicos, não só enfrentam filas maiores como têm de superar todo tipo de obstáculo para votar. Então, na maioria das eleições é difícil conseguir que pelo menos metade dos eleitores compareça às urnas.

E aí está o problema de novembro — quem vai ter os eleitores mais motivados e mais inspirados? Você sabe a resposta. Quem é o candidato com os apoiantes mais ferozes? Cujos fãs vão estar na rua das 5h até à hora do fecho da última urna, garantindo que todo o Tom, Dick e Harry (e Bob e Joe e Billy Joe e Billy Bob Joe) tenham votado? Isso mesmo. Este é o perigo que estamos a correr. E não se iluda. Não importa quantos anúncios de TV Hillary fizer, quão melhor ela se portar nos debates, quantos votos os libertários roubarem de Trump — nada disso vai ser capaz de detê-lo.

Você precisa parar de viver em negação e encarar a verdade que sabe que é muito, muito real. Eis as 5 razões pelas quais Trump vai ganhar:

A matemática do Midwest, ou bem-vindo ao Brexit do Cinturão Industrial

Acredito que Trump vá concentrar muito da sua atenção em quatro Estados tradicionalmente democratas do cinturão industrial dos Grandes Lagos - Michigan, Ohio, Pensilvânia e Wisconsin. Estes quatro Estados elegeram governadores republicanos desde 2010 (só a Pensilvânia finalmente elegeu um democrata). Nas primárias de Michigan, em março, mais eleitores votaram nos republicanos (1,32 milhão) que nos democratas (1,19 milhão). Trump está à frente de Hillary nas últimas sondagens na Pensilvânia e empatado com ela no Ohio. Empatado? Como a disputa pode estar tão apertada depois de tudo o que Trump tem dito? Bem, talvez porque ele tenha dito (corretamente) que o apoio de Clinton ao Nafta (acordo de livre comércio da América do Norte) ajudou a destruir os Estados industriais do Midwest.

Trump vai bater em Clinton neste tema, e também no tema da Parceria Trans-Pacífica (TPP) e noutras políticas comerciais que estragaram a vida às populações desses quatro Estados. Quando Trump falou à sombra de uma fábrica da Ford durante as primárias do Michigan, ele ameaçou a empresa: se eles realmente fossem adiante com o plano de fechar aquela fábrica e mandá-la para o México, ele imporia uma tarifa de 35% sobre qualquer carro produzido no México e exportado de volta para os Estados Unidos. Foi música para os ouvidos dos trabalhadores do Michigan. Quando ele ameaçou a Apple da mesma maneira, dizendo que vai forçar a empresa a parar de produzir os seus iPhones na China e trazer as fábricas para solo americano, os corações se derreteram, e Trump saiu de cena com uma vitória que deveria ser de John Kasich, governador do vizinho Estado de Ohio.

De Green Bay a Pittsburgh, isso, meus amigos, é o meio da Inglaterra: falido, deprimido, a lutar. As chaminés são a carcaça do que costumávamos chamar de classe média. Trabalhadores nervosos e amargurados, que ouviram mentiras de Ronald Reagan e foram abandonados pelos democratas. Estes últimos ainda tentam falar as coisas certas, mas na verdade estão mais interessados em ouvir os lóbistas do Goldman Sachs, que à saída vão deixar um cheque de gordas contribuições.

O que aconteceu no Reino Unido com o Brexit vai acontecer aqui. Elmer Gantry é o nosso Boris Johnson e diz a merda que for necessária para convencer a massa de que esta é a sua chance! Vamos mostrar a todos eles, todos os que destruíram o Sonho Americano! E agora o outsider (de fora do sistema), Donald Trump, chegou para limpar a casa! Você não precisa concordar com ele! Você nem precisa gostar dele! Ele é o seu cocktail molotov pessoal para ser atirado à cara dos filhos da mãe que lhe fizeram isto! Passe a mensagem! Trump é o seu mensageiro!

E aqui entra a matemática. Em 2012, Mitt Romney perdeu por 64 votos no colégio eleitoral. Some os votos de Michigan, Ohio, Pensilvânia e Wisconsin. A conta dá 64. Tudo o que Trump precisa para vencer é levar os Estados tradicionalmente republicanos de Idaho à Geórgia (Estados que jamais votarão em Hillary Clinton) e estes quatro do cinturão industrial. Ele não precisa do Colorado ou da Virgínia. Só de Michigan, Ohio, Pensilvânia e Wisconsin. E isso será suficiente. É isso o que vai acontecer em novembro.

O último bastião do homem branco irado

O nosso domínio masculino de 240 anos sobre os Estados Unidos está a chegar ao fim. Uma mulher está prestes a assumir o poder! Como isto aconteceu?! Diante do nosso nariz! Havia sinais, mas os ignorámos. Nixon, o traidor do género, nos impôs a regra que disse que as meninas da escola têm de ter oportunidades iguais de fazer desporto. Depois deixaram que elas pilotassem aviões de carreira. Quando mal percebemos, Beyoncé invadiu o campo no Super Bowl deste ano (o nosso jogo!) com um exército de Mulheres Negras, punhos erguidos, declarando que a nossa dominação estava terminada. Meu Deus!

Este é apenas um olhar de relance no que se passa na cabeça do Homem Branco Ameaçado. A sensação é que o poder lhe escapou por entre as mãos, que a sua maneira de fazer as coisas ficou antiquada. Esse monstro, a “feminazi”, que, como diz Trump, “sangra pelos olhos ou por onde quer que sangre”, nos conquistou - e agora, depois de aturar oito anos de um negro dizem-nos o que fazer, temos de ficar quietos e aguentar oito anos a ouvir ordens de uma mulher? Depois disso serão oito anos dos gays na Casa Branca! Em seguida, os transgéneros! Você já pode ver onde isso vai parar. Os animais vão ter direitos humanos e um hamster vai governar o país. Isto tem de de acabar!

O problema Hillary

Podemos falar sinceramente, só entre nós? E, antes disso, permita-me dizer que gosto de Hillary - muito - e acho que ela tem uma reputação que não merece. Mas ela apoiou a guerra no Iraque, e depois disso prometi que jamais votaria nela de novo. Mantive essa promessa até hoje. Para evitar que um protofascista se torne nosso comandante-chefe, vou quebrar essa promessa. Infelizmente acredito que Hillary vai dar um jeito de nos enfiar em algum tipo de ação militar. Ela está à direita de Obama. Mas o dedo do psicopata Trump vai estar No Botão, e isso é o suficiente. Voto em Hillary.

Vamos admitir: o nosso maior problema aqui não é Trump - é Hillary. Ela é extremamente impopular - quase 70% dos eleitores consideram-na pouco confiável e desonesta. Ela representa a política de antigamente: faz tudo para ser eleita. É por isso que ela é contra o casamento gay num momento e no outro está a celebrar o matrimónio de dois homens. As mulheres jovens são as suas maiores detratoras, o que deve magoar, considerando os sacrifícios e batalhas que Hillary e outras mulheres da sua geração tiveram de enfrentar para que a geração atual não tivesse de ouvir as Barbara Bushes do mundo dizendo que elas têm de ficar quietas a fazer bolos.

Mas os jovens também não gostam dela, e não passa um dia sem que um jovem da geração do milénio me diga que não vai votar em Hillary. Nenhum democrata, e seguramente nenhum independente, vai acordar em 8 de novembro para votar em Hillary com o mesmo ânimo com que votou em Obama ou em Bernie Sanders. Não vejo o mesmo entusiasmo. Como esta eleição vai ser decidida por um único fator - quem vai conseguir arrastar mais gente para fora de casa e para as secções eleitorais –, Trump é o favorito.

O eleitor deprimido de Sanders

Pare de reclamar que os apoiantes de Bernie não vão votar em Clinton - eles vão votar! As sondagens já mostram que um número maior de eleitores de Sanders vai votar em Hillary este ano do que o de eleitores de Hillary votaram em Obama em 2008. Não é esse o problema. O alarme que deveria estar a soar é que, embora o apoiante médio de Sanders se vá arrastar até as urnas para votar em Hillary, ele vai ser o chamado “eleitor deprimido” - ou seja, não vai trazer consigo outras cinco pessoas. Ele não vai trabalhar dez horas como voluntário no último mês da campanha.

Ela nunca vai se empolgar a falar de Hillary. A eleitora deprimida. Porque, quando você é jovem, não tem tolerância nenhuma para enganadores ou embusteiros. Voltar à era Clinton/Bush para eles é como ter de pagar para ouvir música ou usar o MySpace ou andar por aí com um telemóvel gigante. Eles não vão votar em Trump; alguns vão votar em candidatos independentes, mas muitos vão ficar em casa. Hillary Clinton vai ter de fazer alguma coisa para que eles tenham uma razão para apoiá-la - e escolher um velho branco sem sal como vice não é o tipo de decisão arriscada que diz à geração do milénio que o seu voto é importante. Duas mulheres na lista - isso era uma ideia boa. Mas aí Hillary ficou com medo e decidiu optar pelo caminho mais seguro. É só mais um exemplo de como ela está a matar o voto jovem.

O efeito Jesse Ventura

Finalmente, não desconte a capacidade do eleitorado de ser brincalhão nem subestime quantos milhões de pessoas se consideram anarquistas enrustidos. A cabine de votação é um dos últimos lugares da sociedade onde não há câmaras de segurança, escutas, mulheres, maridos, crianças, chefes, polícia. Não tem nem sequer limite de tempo. Você pode demorar o tempo que for para votar, e ninguém pode fazer nada. Você pode votar no partido, ou pode escrever Mickey Mouse e Pato Donald. Não há regras, E, por isso, a raiva que muitos sentem pelo sistema político falido vai se traduzir em votos em Trump. Não porque as pessoas concordem necessariamente com ele, não porque gostem da sua intolerância ou do seu ego, mas só porque podem.

Só porque um voto em Trump significa virar a mesa. Assim como você pergunta por um instante como seria lançar-se das cataratas do Niágara, muita gente vai gostar de estar no papel de titereiro, votando em Trump só para ver o que acontece. Lembra-se dos anos 1990, quando a população de Minnesota elegeu um lutador de luta livre para governador? Elas não o fizeram porque são burras ou porque Jesse Ventura é um estadista ou intelectual político. Elas o fizeram porque podiam. Minnesota é um dos Estados mais inteligentes do país. Também está cheio de gente com um senso de humor distorcido - e votar em Ventura foi sua versão de uma boa brincadeira ao sistema político doente. Vai acontecer o mesmo com Trump.

Voltando para o hotel depois de participar de um programa da HBO sobre a convenção republicana, um homem parou-me. “Mike”, disse ele, “temos de votar em Trump. Temos que agitar as coisas”. Foi isso. Era o suficiente para ele. “Agitar as coisas”. O presidente Trump certamente faria isso, e uma boa parcela do eleitorado gostaria de se sentar na plateia e assistir ao show.




Offline Gauss

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Re:Governo Trump
« Resposta #1115 Online: 06 de Abril de 2017, 18:39:31 »
Esse estranhamento que a maioria das pessoas tem com o sistema eleitoral americano decorre do fato de pensarem nos EUA como um país unitário, pois essa é a regra geral (até mesmo nos países que se dizem federativos, como o Brasil), aí não entendem o  fato de não fazerem uma eleição como se assim o fosse.
Até mesmo por aqui já vi gente escrevendo "o EUA" ao invés de "os EUA". Como se fosse um estado unitário.



Uma questão interessante é discutir se o Brasil é uma federação ou não. Eu acho que é mais um estado unitário. Cabe tópico.
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Shadow

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Re:Governo Trump
« Resposta #1116 Online: 07 de Abril de 2017, 08:03:13 »
E ai? Análises?
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Skorpios

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Re:Governo Trump
« Resposta #1117 Online: 07 de Abril de 2017, 08:06:32 »
Isso é sintomático. Tudo é certo e democrático enquanto vai de encontro a minha opinião, senão é golpe e/ou contém falhas.

Li esse dias uma frase, não me lembro de quem nem onde, pode até ser do Millôr que diz:

Quando eu mando em você é democracia. Quando você manda em mim. é ditadura. :twisted:

Offline Geotecton

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Re:Governo Trump
« Resposta #1118 Online: 07 de Abril de 2017, 08:55:49 »
Esse estranhamento que a maioria das pessoas tem com o sistema eleitoral americano decorre do fato de pensarem nos EUA como um país unitário, pois essa é a regra geral (até mesmo nos países que se dizem federativos, como o Brasil), aí não entendem o  fato de não fazerem uma eleição como se assim o fosse.
Até mesmo por aqui já vi gente escrevendo "o EUA" ao invés de "os EUA". Como se fosse um estado unitário.

Eu escrevo 'o EUA' porque deixo subentendido como sendo 'o (país) EUA". E ele continua sendo um estado nacional unitário. As unidades federativas chamadas de 'estados' não tem nem representação diplomática, nem moeda e nem força militar específica.


Uma questão interessante é discutir se o Brasil é uma federação ou não. Eu acho que é mais um estado unitário. Cabe tópico.

É uma federação em tese.

Mas na prática...
« Última modificação: 07 de Abril de 2017, 09:00:46 por Geotecton »
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Offline Johnny Cash

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Re:Governo Trump
« Resposta #1119 Online: 07 de Abril de 2017, 08:57:07 »
Isso é sintomático. Tudo é certo e democrático enquanto vai de encontro a minha opinião, senão é golpe e/ou contém falhas.

Li esse dias uma frase, não me lembro de quem nem onde, pode até ser do Millôr que diz:

Quando eu mando em você é democracia. Quando você manda em mim. é ditadura. :twisted:

Muito boa, Skorpios.

Offline DDV

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Re:Governo Trump
« Resposta #1120 Online: 07 de Abril de 2017, 10:21:02 »
Eu escrevo 'o EUA' porque deixo subentendido como sendo 'o (país) EUA". E ele continua sendo um estado nacional unitário. As unidades federativas chamadas de 'estados' não tem nem representação diplomática, nem moeda e nem força militar específica.

Claro, elas são uma federação, não uma confederação.



Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline Gauss

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Re:Governo Trump
« Resposta #1121 Online: 07 de Abril de 2017, 19:21:20 »
Esse estranhamento que a maioria das pessoas tem com o sistema eleitoral americano decorre do fato de pensarem nos EUA como um país unitário, pois essa é a regra geral (até mesmo nos países que se dizem federativos, como o Brasil), aí não entendem o  fato de não fazerem uma eleição como se assim o fosse.
Até mesmo por aqui já vi gente escrevendo "o EUA" ao invés de "os EUA". Como se fosse um estado unitário.

Eu escrevo 'o EUA' porque deixo subentendido como sendo 'o (país) EUA". E ele continua sendo um estado nacional unitário. As unidades federativas chamadas de 'estados' não tem nem representação diplomática, nem moeda e nem força militar específica.
Eu entendo quando se diz "o EUA", mas sendo chato:  está errado. Os EUA são uma federação, e as federações não precisam ter forças armadas, pois não são um país. Isso é tarefa do poder central. Mas os estados (sub-governos) tem constituição  própria, sistema judiciário próprio, etc. Ou seja, têm autonomia.

Já um Estado Unitário é outra coisa, é o contrário de Estado Federal, onde os sub-governos (estados, províncias ou departamentos) não têm de autonomia, estando a mercê do poder central. Os EUA não são assim.
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Geotecton

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Re:Governo Trump
« Resposta #1122 Online: 07 de Abril de 2017, 19:39:27 »
Esse estranhamento que a maioria das pessoas tem com o sistema eleitoral americano decorre do fato de pensarem nos EUA como um país unitário, pois essa é a regra geral (até mesmo nos países que se dizem federativos, como o Brasil), aí não entendem o  fato de não fazerem uma eleição como se assim o fosse.
Até mesmo por aqui já vi gente escrevendo "o EUA" ao invés de "os EUA". Como se fosse um estado unitário.

Eu escrevo 'o EUA' porque deixo subentendido como sendo 'o (país) EUA". E ele continua sendo um estado nacional unitário. As unidades federativas chamadas de 'estados' não tem nem representação diplomática, nem moeda e nem força militar específica.
Eu entendo quando se diz "o EUA", mas sendo chato:  está errado. Os EUA são uma federação, e as federações não precisam ter forças armadas, pois não são um país. Isso é tarefa do poder central. Mas os estados (sub-governos) tem constituição  própria, sistema judiciário próprio, etc. Ou seja, têm autonomia.

Já um Estado Unitário é outra coisa, é o contrário de Estado Federal, onde os sub-governos (estados, províncias ou departamentos) não têm de autonomia, estando a mercê do poder central. Os EUA não são assim.

Tudo bem.

Se eu estou errado, desculpe.
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Offline Agnoscetico

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Re:Governo Trump
« Resposta #1123 Online: 08 de Abril de 2017, 05:08:23 »
Pra mim tanto faz eu falo os EUA por causa de concordancia no plural.
Mas a Grécia e Fenicia antiga por exemplo eram muito mais federalistas, pois não havia uma só Grécia ou uma só Fenicia, havia cidades-estado como: Esparta, Atenas, Tiro, Sidon, etc.q tinham cultura em comum mas governos separados.

Offline Muad'Dib

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Re:Governo Trump
« Resposta #1124 Online: 08 de Abril de 2017, 09:25:19 »
Isso é sintomático. Tudo é certo e democrático enquanto vai de encontro a minha opinião, senão é golpe e/ou contém falhas.

Sintomático de quê?

Eu não lembro de ter afirmado que o Trump foi eleito por via de um golpe ou que ele fraudou o sistema eleitoral. Eu disse que ele foi eleito com uma quantidade de votos menor que a Hillary, que seus eleitores formam um grupo minoritário dentro da sociedade americana (bem minoritário visto seus atuais índices de popularidade) e que ele governa para agradar exclusivamente esse grupo minoritário sem se preocupar com a opinião do resto da sociedade.

Alguma coisa disso é algo irreal?

Eu concordei com o Geotecton quando ele disse que a America tem a democracia mais antiga e estável do planeta e disse que críticas são parte do processo democrático de oposição ao governo eleito.

Na sua opinião críticas são sintomáticas de desejos antidemocráticos?

Eu acho que o modo de governar do Trump, em muito, se assemelha com uma ditadura da minoria. Acho que a coisa só não é pior por causa do judiciário americano que já tesourou as asinhas assanhadas do Trump e, por incŕivel que pareça, um pouco pelo legislativo, que apesar da maioria republicana, não apoia o Trump como se esperaria que apoiaria qualquer outro presidente republicano.

Sintomático de que você aceita a democracia apenas como uma forma de validação de seus conceitos. Todas as suas manifestações são no sentido de Trump foi eleito por uma minoria (que como já exaustivamente demonstrado é uma incorreção) como ignora que os não votantes também demonstraram sua opinião (qualquer um dos dois candidatos serve ou não serve) quanto como sendo os eleitores de Trump um bando de malucos, ignorando todo um caldo político formado nos últimos anos, na desindustrialização, na falta de perspectiva, nos exageros de algumas bandeiras de esquerda, considerando que as pessoas que se opõem a tal agenda estão erradas, haja vista não coadunarem com a sua opinião.

Não leve para o lado pessoal, mas deve ser algo nesse sentido.

Não consigo ver dessa forma.

O Trump realmente foi eleito democraticamente, os eleitores não votantes também expressaram sua opinião e o movimentoTrumpista, de fato, é resultado de uma concatenação dos fatores que você elencou, mas ainda assim tem mais um monte de outros fatos que você não está levando em consideração.

Você não está levando em consideração que o Trump, mesmo tendo sido eleito com menos votos que a Hillary e em uma eleição polêmica, não tem demonstrado o mínimo de interesse em tentar construir pontes para unificar os diversos grupos; essa eleição teve interferência russa totalmente óbvia; dois dias antes da votação o diretor Comey do FBI lançou uma bomba que foi explorada pela mídia fake (o pizzagate) e dois dias depois da eleição o caso foi totalmente descartado como besteira; o Trump foi eleito com suporte amplo da mídia fake, que criou uma atmosfera totalmente irreal na sociedade americana; e o Trump, diariamente, desqualifica notícias da mídia mainstream como fake.

Além dos colégios eleitorais, que permitem que estados pequenos e com população diminuta tenham um valor relativamente grande quando comparados com Califórnia e New York, a democracia americana, mesmo sendo sólida, permite que coisas como as citadas acima aconteçam. Isso são falhas, e essas falhas, dais anos atrás, ninguém, jamais, imaginaria que a democracia americana estaria susceptível a elas.

Essa eleição americana não foi, em nada, uma eleição convencional. Essa não convencionalidade desta eleição deveria ser visto pelo Trump como razão para ouvir os demais setores da sociedade americana, seu primeiro escalão de governo deveria ser muito mais representativo da sociedade americana (coisa que ocorria em todos os governos anteriores, em maior ou menor escala) e não um apanhado de amigos dele que tem a mesma visão radical que ele apresentou na campanha.

Por mais que a base política do Trump tenha se formado devido a diversos fatores, é evidente que as opiniões deste grupo de pessoas não é adequado em uma democracia moderna, não dá para aceitar suas opiniões simplesmente como opiniões divergentes e é absurdo que esse grupo de pessoas --que é minoritário nos EUA--, imponha sua visão de mundo no resto da população, mesmo que esse grupo e pessoas tenha conseguido eleger democraticamente seu candidato.

 

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