Enquete

Qual das promessas de campanha abaixo você acha mais provável que seja cumprida por Trump?

Deportação de cerca de 3 milhões de imigrantes ilegais
1 (4.3%)
Construção de um muro na fronteira com o México
2 (8.7%)
Revogação do acordo nuclear iraniano
1 (4.3%)
Extinção do Obamacare
10 (43.5%)
Revogação da assinatura do Acordo Climático de Paris
9 (39.1%)

Votos Totais: 22

enquete encerrada: 14 de Janeiro de 2017, 01:17:02

Autor Tópico: Governo Trump  (Lida 85507 vezes)

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Offline Agnoscetico

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Re:Governo Trump
« Resposta #1125 Online: 08 de Abril de 2017, 10:51:12 »
Notícia meio atrasada mas ta aí:

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Democratas exigem que Nunes se retire da investigação Trump-Rússia

Sem informar previamente os colegas, Nunes convocou uma conferência de imprensa para alegar que Obama ordenou escutas à equipa de Trump durante a transição para a Casa Branca

Legislador lusodescendente do Partido Republicano é acusado de tentar interferir no inquérito em curso para proteger a administração de Donald Trump

O representante democrata Adam Schiff, que codirige a comissão de serviços de informação da Câmara dos Representantes norte-americana, e outros legisladores democratas exigiram esta segunda-feira que Devin Nunes, o diretor dessa comissão, se retire da investigação em curso no Congresso às alegadas ligações entre membros da campanha de Donald Trump e o governo russo.

A exigência surgiu depois de uma semana de revelações explosivas sobre o republicano lusodescendente, que trabalhou na equipa de transição do Presidente eleito e que mantém relações próximas com o governo de Donald Trump. Esta segunda-feira, foi revelado que Nunes se encontrou com uma fonte anónima nos jardins da Casa Branca para receber informações confidenciais sobre alegadas escutas ao Presidente Trump e à sua equipa nos últimos meses da administração de Barack Obama. No dia seguinte, o diretor da comissão de serviços de informação convocou uma conferência de imprensa para revelar, para já sem provas, que Trump e os que lhe são mais próximos foram alvos de escutas ordenadas pelo antecessor. As críticas que angariou levaram-no a pedir desculpa aos colegas da comissão, mas perante as novas revelações estes exigem que Nunes siga o exemplo de Jeff Sessions.

Em comunicado, Schiff explicou segunda-feira que, "após profunda consideração", concluiu que Nunes deve retirar-se da investigação em curso no Congresso aos potenciais contactos ilegais entre a equipa de Trump e pessoas próximas do governo de Vladimir Putin. "Da mesma forma que o procurador-geral [Jeff Sessions, correspondente ao ministro da Justiça] se forçou a retirar-se da investigação à Rússia por não ter informado o Senado dos seus encontros com oficiais russos, acredito que o público não pode ter a confiança necessária de que questões a envolver a campanha ou a equipa de transição do Presidente podem ser objetivamente investigadas pelo diretor [Nunes]", declarou o legislador democrata no Twitter.

Num comunicado noticiado pela CNN, o porta-voz de Nunes, Jack Langer, garantiu na segunda-feira que o lusodescendente só se encontrou com a fonte anónima nos jardins da Casa Branca. para analisar os documentos sensíveis. porque queria que esse encontro se desse num "local seguro".

No mesmo canal, em entrevista a Wolf Blitzer, Nunes insistiu que não houve nada de "clandestino" ou ilegal no encontro em questão e voltou a sublinhar que os documentos analisados "não têm nada a ver com a Rússia". A revelação do encontro secreto dentro do perímetro da Casa Branca, contudo, vem adensar a especulação de que o republicano se coordenou com a equipa de Donald Trump antes de vir a público alegar que o governo de Barack Obama ordenou escutas à atual administração antes da tomada de posse.


Offline Shadow

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Re:Governo Trump
« Resposta #1126 Online: 08 de Abril de 2017, 12:35:10 »
Isso é sintomático. Tudo é certo e democrático enquanto vai de encontro a minha opinião, senão é golpe e/ou contém falhas.

Sintomático de quê?

Eu não lembro de ter afirmado que o Trump foi eleito por via de um golpe ou que ele fraudou o sistema eleitoral. Eu disse que ele foi eleito com uma quantidade de votos menor que a Hillary, que seus eleitores formam um grupo minoritário dentro da sociedade americana (bem minoritário visto seus atuais índices de popularidade) e que ele governa para agradar exclusivamente esse grupo minoritário sem se preocupar com a opinião do resto da sociedade.

Alguma coisa disso é algo irreal?

Eu concordei com o Geotecton quando ele disse que a America tem a democracia mais antiga e estável do planeta e disse que críticas são parte do processo democrático de oposição ao governo eleito.

Na sua opinião críticas são sintomáticas de desejos antidemocráticos?

Eu acho que o modo de governar do Trump, em muito, se assemelha com uma ditadura da minoria. Acho que a coisa só não é pior por causa do judiciário americano que já tesourou as asinhas assanhadas do Trump e, por incŕivel que pareça, um pouco pelo legislativo, que apesar da maioria republicana, não apoia o Trump como se esperaria que apoiaria qualquer outro presidente republicano.

Sintomático de que você aceita a democracia apenas como uma forma de validação de seus conceitos. Todas as suas manifestações são no sentido de Trump foi eleito por uma minoria (que como já exaustivamente demonstrado é uma incorreção) como ignora que os não votantes também demonstraram sua opinião (qualquer um dos dois candidatos serve ou não serve) quanto como sendo os eleitores de Trump um bando de malucos, ignorando todo um caldo político formado nos últimos anos, na desindustrialização, na falta de perspectiva, nos exageros de algumas bandeiras de esquerda, considerando que as pessoas que se opõem a tal agenda estão erradas, haja vista não coadunarem com a sua opinião.

Não leve para o lado pessoal, mas deve ser algo nesse sentido.

Não consigo ver dessa forma.

O Trump realmente foi eleito democraticamente, os eleitores não votantes também expressaram sua opinião e o movimentoTrumpista, de fato, é resultado de uma concatenação dos fatores que você elencou, mas ainda assim tem mais um monte de outros fatos que você não está levando em consideração.

Você não está levando em consideração que o Trump, mesmo tendo sido eleito com menos votos que a Hillary e em uma eleição polêmica, não tem demonstrado o mínimo de interesse em tentar construir pontes para unificar os diversos grupos; essa eleição teve interferência russa totalmente óbvia; dois dias antes da votação o diretor Comey do FBI lançou uma bomba que foi explorada pela mídia fake (o pizzagate) e dois dias depois da eleição o caso foi totalmente descartado como besteira; o Trump foi eleito com suporte amplo da mídia fake, que criou uma atmosfera totalmente irreal na sociedade americana; e o Trump, diariamente, desqualifica notícias da mídia mainstream como fake.

Além dos colégios eleitorais, que permitem que estados pequenos e com população diminuta tenham um valor relativamente grande quando comparados com Califórnia e New York, a democracia americana, mesmo sendo sólida, permite que coisas como as citadas acima aconteçam. Isso são falhas, e essas falhas, dais anos atrás, ninguém, jamais, imaginaria que a democracia americana estaria susceptível a elas.

Essa eleição americana não foi, em nada, uma eleição convencional. Essa não convencionalidade desta eleição deveria ser visto pelo Trump como razão para ouvir os demais setores da sociedade americana, seu primeiro escalão de governo deveria ser muito mais representativo da sociedade americana (coisa que ocorria em todos os governos anteriores, em maior ou menor escala) e não um apanhado de amigos dele que tem a mesma visão radical que ele apresentou na campanha.

Por mais que a base política do Trump tenha se formado devido a diversos fatores, é evidente que as opiniões deste grupo de pessoas não é adequado em uma democracia moderna, não dá para aceitar suas opiniões simplesmente como opiniões divergentes e é absurdo que esse grupo de pessoas --que é minoritário nos EUA--, imponha sua visão de mundo no resto da população, mesmo que esse grupo e pessoas tenha conseguido eleger democraticamente seu candidato.

Qual a polêmica quanto a legitimidade do processo eleitoral?
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Offline Shadow

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Re:Governo Trump
« Resposta #1127 Online: 08 de Abril de 2017, 12:39:54 »
Wow, e se eu decidir que a opinião de determinada minoria está errada e é incompatível com o mundo moderno? Ainda que não seja uma minoria, pois venceu o processo eleitoral?
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Offline DDV

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Re:Governo Trump
« Resposta #1128 Online: 08 de Abril de 2017, 13:01:53 »
Eu acho que as pessoas que apoiaram o PT até recentemente são idiotas ou mal-intencionadas, e suas opiniões têm o mesmo valor daquilo que o gato enterra...mas respeito o direito de idiotas poderem opinar na democracia.

Quem só é "democrático" com opiniões com as quais concorda é na verdade um proto-autoritário.

Eu tento defender minhas ideias com argumentos. Não quero que meus opositores sejam calados ou impedidos de votar.

Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline Gaúcho

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Re:Governo Trump
« Resposta #1129 Online: 10 de Abril de 2017, 10:33:06 »
Todo esquerdista é um projeto de ditador em andamento.
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Johnny Cash

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Re:Governo Trump
« Resposta #1130 Online: 10 de Abril de 2017, 10:44:02 »
Não concordo, camarada Gaúcho.

Acho que se exagera (e erra) muito no uso desses termos esquerdista e direitista. Como aqui bem sabemos, existe ânsia por controle geral e através do estado também em grupos que normalmente não caem sob o chapéu de "esquerdista".

E existe muita gente que defende ideias dentro do espectro que nos debates de buteco se denominaria "esquerdista", que não tem muita aspiração ditatorial e nem defende regimes totalitários.


Só concordo com você se o que você chama de "esquerdista" é o pelêgo partidário e caricato tradicional que a gente vê muito por aqui no Tupiquinistão. Desses que acreditam em Socialismo e Liberdade na mesma frase.

Offline _Juca_

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Re:Governo Trump
« Resposta #1131 Online: 10 de Abril de 2017, 14:40:17 »
Todo esquerdista é um projeto de ditador em andamento.

Bom saber, como esquerdista fico realmente grato em saber que defendo o autoritarismo, além de ser mal intencionado e fazer apologia ao crime.  Qual a próxima ofensa?

Offline Geotecton

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Re:Governo Trump
« Resposta #1132 Online: 10 de Abril de 2017, 16:26:50 »
Todo esquerdista é um projeto de ditador em andamento.

Bom saber, como esquerdista fico realmente grato em saber que defendo o autoritarismo, além de ser mal intencionado e fazer apologia ao crime.  Qual a próxima ofensa?

Tu és um corintiano?
Foto USGS

Offline _Juca_

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Re:Governo Trump
« Resposta #1133 Online: 10 de Abril de 2017, 16:33:54 »
Todo esquerdista é um projeto de ditador em andamento.

Bom saber, como esquerdista fico realmente grato em saber que defendo o autoritarismo, além de ser mal intencionado e fazer apologia ao crime.  Qual a próxima ofensa?

Tu és um corintiano?

Sim.  |(

Offline Geotecton

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Re:Governo Trump
« Resposta #1134 Online: 10 de Abril de 2017, 17:05:47 »
Todo esquerdista é um projeto de ditador em andamento.

Bom saber, como esquerdista fico realmente grato em saber que defendo o autoritarismo, além de ser mal intencionado e fazer apologia ao crime.  Qual a próxima ofensa?

Tu és um corintiano?

Sim.  |(

Então eis a sua resposta...  :hihi:
Foto USGS

Offline Gaúcho

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Re:Governo Trump
« Resposta #1135 Online: 10 de Abril de 2017, 17:14:47 »
Não concordo, camarada Gaúcho.

Acho que se exagera (e erra) muito no uso desses termos esquerdista e direitista. Como aqui bem sabemos, existe ânsia por controle geral e através do estado também em grupos que normalmente não caem sob o chapéu de "esquerdista".

E existe muita gente que defende ideias dentro do espectro que nos debates de buteco se denominaria "esquerdista", que não tem muita aspiração ditatorial e nem defende regimes totalitários.


Só concordo com você se o que você chama de "esquerdista" é o pelêgo partidário e caricato tradicional que a gente vê muito por aqui no Tupiquinistão. Desses que acreditam em Socialismo e Liberdade na mesma frase.

Qualquer esquerdista com algum engajamento político-partidário.

Veja as ditaduras que o PT apoia. É aquilo que eles queriam com o projeto de poder que foi interrompido com a LJ.

Veja alguns vídeos do Arthur, do Mamãe Falei, tentando conversar com esquerdistas em algum DCE ou manifestação. Essa turma nunca quer diálogo. Democracia só serve quando é de acordo com a vontade deles.

Veja cartas de apoio do PSOL e PT ao Maduro e Cuba.

Veja o vídeo da Dilma defendendo que o regime de Fidel Castro não é uma ditadura.

Veja o vídeo do Levante da Juventude cantando "sou do levante, tô com o Maduro".

Pergunte a algum esquerdista sobre socialismo. Você nunca vai ouvir "é uma bosta que não funciona", mas, sim, sempre alguma relativização. "Não era socialismo de verdade" ou "deturparam Marx".

É a realidade. Onde tem um esquerdista engajado politicamente, tem um projeto de ditador, mesmo que ele não demonstre claramente. Existe uma razão para que TODOS os países onde a esquerda assumiu o controle total tenham acabado em fome, miséria e regimes totalitários. Não é coincidência. Venezuela é o case atual.

Pergunte a um esquerdista sobre a Venezuela. O governo tomou as propriedades privadas e controla a economia. Socialismo 101. Ouça as relativizações e os "deturparam Marx".
« Última modificação: 10 de Abril de 2017, 17:17:55 por Gaúcho »
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Gauss

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Re:Governo Trump
« Resposta #1136 Online: 10 de Abril de 2017, 19:43:54 »
Todo esquerdista é um projeto de ditador em andamento.

Bom saber, como esquerdista fico realmente grato em saber que defendo o autoritarismo, além de ser mal intencionado e fazer apologia ao crime.  Qual a próxima ofensa?

Tu és um corintiano?

Sim.  |(
Já não basta ser petista? Devolva meu Campeonato Brasileiro e meu dinheiro. :hihi:
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Johnny Cash

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Re:Governo Trump
« Resposta #1137 Online: 10 de Abril de 2017, 20:04:04 »
Não concordo, camarada Gaúcho.

Acho que se exagera (e erra) muito no uso desses termos esquerdista e direitista. Como aqui bem sabemos, existe ânsia por controle geral e através do estado também em grupos que normalmente não caem sob o chapéu de "esquerdista".

E existe muita gente que defende ideias dentro do espectro que nos debates de buteco se denominaria "esquerdista", que não tem muita aspiração ditatorial e nem defende regimes totalitários.


Só concordo com você se o que você chama de "esquerdista" é o pelêgo partidário e caricato tradicional que a gente vê muito por aqui no Tupiquinistão. Desses que acreditam em Socialismo e Liberdade na mesma frase.

Qualquer esquerdista com algum engajamento político-partidário.

Veja as ditaduras que o PT apoia. É aquilo que eles queriam com o projeto de poder que foi interrompido com a LJ.

Veja alguns vídeos do Arthur, do Mamãe Falei, tentando conversar com esquerdistas em algum DCE ou manifestação. Essa turma nunca quer diálogo. Democracia só serve quando é de acordo com a vontade deles.

Veja cartas de apoio do PSOL e PT ao Maduro e Cuba.

Veja o vídeo da Dilma defendendo que o regime de Fidel Castro não é uma ditadura.

Veja o vídeo do Levante da Juventude cantando "sou do levante, tô com o Maduro".

Pergunte a algum esquerdista sobre socialismo. Você nunca vai ouvir "é uma bosta que não funciona", mas, sim, sempre alguma relativização. "Não era socialismo de verdade" ou "deturparam Marx".

É a realidade. Onde tem um esquerdista engajado politicamente, tem um projeto de ditador, mesmo que ele não demonstre claramente. Existe uma razão para que TODOS os países onde a esquerda assumiu o controle total tenham acabado em fome, miséria e regimes totalitários. Não é coincidência. Venezuela é o case atual.

Pergunte a um esquerdista sobre a Venezuela. O governo tomou as propriedades privadas e controla a economia. Socialismo 101. Ouça as relativizações e os "deturparam Marx".

Portanto concordamos. Não é "todo esquerdista".

Essa discussão virtual e forçada, meio ao estilo que A jararaca Lula endossa, de esquerdistas vs. direitistas cria um monte de problemas semânticos e provoca debates rasos.

Offline Lakatos

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Re:Governo Trump
« Resposta #1138 Online: 10 de Abril de 2017, 20:12:35 »
Comentário bem pertinente. Se a própria conceituação de esquerda e direita já tem sido bastante criticada por não dar conta do pensamento político contemporâneo, pior ainda seria a afirmação de que há tanta homogeneidade de opiniões dentro de cada "lado".

Offline Skeptikós

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Re:Governo Trump
« Resposta #1139 Online: 10 de Abril de 2017, 20:25:25 »
Não concordo, camarada Gaúcho.

Acho que se exagera (e erra) muito no uso desses termos esquerdista e direitista. Como aqui bem sabemos, existe ânsia por controle geral e através do estado também em grupos que normalmente não caem sob o chapéu de "esquerdista".

E existe muita gente que defende ideias dentro do espectro que nos debates de buteco se denominaria "esquerdista", que não tem muita aspiração ditatorial e nem defende regimes totalitários.


Só concordo com você se o que você chama de "esquerdista" é o pelêgo partidário e caricato tradicional que a gente vê muito por aqui no Tupiquinistão. Desses que acreditam em Socialismo e Liberdade na mesma frase.
(...)
Veja alguns vídeos do Arthur, do Mamãe Falei, tentando conversar com esquerdistas em algum DCE ou manifestação. Essa turma nunca quer diálogo. Democracia só serve quando é de acordo com a vontade deles.
Mas o Arthur só mostra nos vídeos os que não dialogam, ele mesmo já admitiu ter tido muitas conversas bacanas com esquerdistas nestas visitas dele, mas que não foram pro ar pelo fato deste tipo de debate não fazer parte do objetivo do canal, que é ridicularizar as demonstrações de ignorância e extremismo da esquerda.


Pergunte a algum esquerdista sobre socialismo. Você nunca vai ouvir "é uma bosta que não funciona", mas, sim, sempre alguma relativização. "Não era socialismo de verdade" ou "deturparam Marx".
Até hoje, todos os testes de posicionamento no espectro político me colocaram a esquerda, apesar de muito próximo do centro, e eu não defendo relativizações do socialismo, acredito de fato que o socialismo de Marx e afins não funciona mesmo como imaginado por seus idealizadores. Apesar disso, reconheço que não possuo engajamento político.
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Agnoscetico

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Re:Governo Trump
« Resposta #1140 Online: 10 de Abril de 2017, 23:27:55 »
Todo esquerdista é um projeto de ditador em andamento.

Mas ai alguem pode argumentar "E Hitler e Joseph McCarthy, um foi ditador de extrema-direita e outro um projeto de ditador"


Offline Pagão

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Nenhuma argumentação racional exerce efeitos racionais sobre um indivíduo que não deseje adotar uma atitude racional. - K.Popper

Offline Agnoscetico

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Re:Governo Trump
« Resposta #1142 Online: 13 de Abril de 2017, 12:35:28 »

Até a ecologia ta contra o muro de Trump:


<a href="https://www.youtube.com/v/TA1X4225DBY" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/TA1X4225DBY</a>

Offline Gabarito

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Re:Governo Trump
« Resposta #1143 Online: 13 de Abril de 2017, 14:04:19 »
Como Arcanjo Lúcifer chama o líder norte-coreano, Ping-Pong vai ter muita dor-de-cabeça nos próximos dias (nossa, muitos hifens numa só frase, aff):

Citar
EUA usaram pela 1ª vez 'maior bomba não-nuclear'
Ataque no afeganistão mirou cavernas do Estado Islâmico nos Afeganistão.

13/04/2017 13h48 Atualizado há menos de 1 minuto



Os Estados Unidos lançaram pela primeira vez uma bomba GBU-43, apelidada de "mãe de todas as bombas", no Afeganistão, segundo informou o Pentágono à agência AFP. Esta bomba é a mais potente não-nuclear já usada pelos EUA, informa a rede CNN.

O artefato foi usado na provícia de Nangarhar, no Afeganistão, para atacar cavernas usadas pelo Estao Islâmico na região, de acordo com a agência Reuters.

A bomba foi lançada por uma aeronave MC-130, operada pelo Comando de Operações Especiais da Força Aérea, disseram fontes militares da CNN.

Os militares estão atualmente avaliando os danos causados. A bomba foi desenvolvida durante a Guerra do Iraque.

O dedo de Trump está chegando perto do botão vermelho.
Síria, Coreia do Norte, Afeganistão...

Offline Shadow

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Re:Governo Trump
« Resposta #1144 Online: 13 de Abril de 2017, 14:05:11 »
Como Arcanjo Lúcifer chama o líder norte-coreano, Ping-Pong vai ter muita dor-de-cabeça nos próximos dias (nossa, muitos hifens numa só frase, aff):

Citar
EUA usaram pela 1ª vez 'maior bomba não-nuclear'
Ataque no afeganistão mirou cavernas do Estado Islâmico nos Afeganistão.

13/04/2017 13h48 Atualizado há menos de 1 minuto



Os Estados Unidos lançaram pela primeira vez uma bomba GBU-43, apelidada de "mãe de todas as bombas", no Afeganistão, segundo informou o Pentágono à agência AFP. Esta bomba é a mais potente não-nuclear já usada pelos EUA, informa a rede CNN.

O artefato foi usado na provícia de Nangarhar, no Afeganistão, para atacar cavernas usadas pelo Estao Islâmico na região, de acordo com a agência Reuters.

A bomba foi lançada por uma aeronave MC-130, operada pelo Comando de Operações Especiais da Força Aérea, disseram fontes militares da CNN.

Os militares estão atualmente avaliando os danos causados. A bomba foi desenvolvida durante a Guerra do Iraque.

O dedo de Trump está chegando perto do botão vermelho.
Síria, Coreia do Norte, Afeganistão...

Famosa "corta-margaridas"....
« Última modificação: 13 de Abril de 2017, 14:08:22 por Shadow »
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Offline Gabarito

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Re:Governo Trump
« Resposta #1145 Online: 13 de Abril de 2017, 14:10:01 »

Famosa "corta-margaridas"....

 :?:
Qual a referência?
Por quê?




Citar
US drops largest non-nuclear bomb in Afghanistan
By Barbara Starr and Ryan Browne, CNN
Updated 1647 GMT (0047 HKT) April 13, 2017


US drops 'mother of all bombs' 01:45

Washington (CNN)The US military has dropped an enormous bomb in Afghanistan, according to four US military officials with direct knowledge of the mission.
A GBU-43/B Massive Ordnance Air Blast Bomb, nicknamed MOAB, was dropped at 7 p.m. local time Thursday, the sources said.

The MOAB is also known as the "mother of all bombs." A MOAB is a 21,600-pound, GPS-guided munition that is America's most powerful non-nuclear bomb.
The bomb was dropped by an MC-130 aircraft, operated by Air Force Special Operations Command, according to the military sources.
They said the target was ISIS tunnels and personnel in the Achin district of the Nangarhar province.
The military is currently assessing the damage. Gen. John Nicholson, commander of US forces in Afghanistan, signed off on the use of the bomb, according to the sources.
This is the first time a MOAB has been used in the battlefield, according to the US officials. This munition was developed during the Iraq War.

Offline Shadow

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Re:Governo Trump
« Resposta #1146 Online: 13 de Abril de 2017, 14:19:56 »

Famosa "corta-margaridas"....

 :?:
Qual a referência?
Por quê?



Citar
US drops largest non-nuclear bomb in Afghanistan
By Barbara Starr and Ryan Browne, CNN
Updated 1647 GMT (0047 HKT) April 13, 2017


US drops 'mother of all bombs' 01:45

Washington (CNN)The US military has dropped an enormous bomb in Afghanistan, according to four US military officials with direct knowledge of the mission.
A GBU-43/B Massive Ordnance Air Blast Bomb, nicknamed MOAB, was dropped at 7 p.m. local time Thursday, the sources said.

The MOAB is also known as the "mother of all bombs." A MOAB is a 21,600-pound, GPS-guided munition that is America's most powerful non-nuclear bomb.
The bomb was dropped by an MC-130 aircraft, operated by Air Force Special Operations Command, according to the military sources.
They said the target was ISIS tunnels and personnel in the Achin district of the Nangarhar province.
The military is currently assessing the damage. Gen. John Nicholson, commander of US forces in Afghanistan, signed off on the use of the bomb, according to the sources.
This is the first time a MOAB has been used in the battlefield, according to the US officials. This munition was developed during the Iraq War.
As antigas versões como a BLU-82 eram chamadas de Daisy Cutter, talvez por explodirem logo acima do solo e "nivelarem" o terreno em volta...
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Offline Gabarito

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Re:Governo Trump
« Resposta #1147 Online: 13 de Abril de 2017, 15:09:58 »
Uma pausa na guerra para um artigo bem esclarecedor sobre os caipiras americanos em contraste com os Esquerda Caviar de lá:
(Um longo artigo, mas vale cada frase)

Citar
   
A vingança da Família Buscapé
    por Alexandre Borges [ 12/04/2017 ][ 11:54 ]



“A América é uma Alemanha cercada por duzentos milhões de idiotas”, disse o comediante Bill Maher, socialista assumido, numa entrevista. Ele é uma das vozes mais contundentes e influentes da esquerda americana, chamada de “liberal” e “progressista” desde os tempos de Franklin Roosevelt.

Em apenas uma frase, Bill Maher resumiu todo preconceito ideológico da elite americana das grandes cidades com os habitantes do flyover country, a parte do país que só conhece da janela do avião quando está voando de uma costa para outra. Para muitas celebridades, artistas, herdeiros, bilionários do mercado financeiro, intelectuais das universidades mais prestigiadas e esnobes em geral, há um país “europeu” incrustado numa nação de caipiras ignorantes, belicosos, xenófobos e fundamentalistas. E ainda pensam que preconceituosos são os outros.

Um campeão das sessões da tarde da Globo, “A Família Buscapé” (1993) mostra como Hollywood enxerga a metade menos festejada do país pela cultura pop: um bando de jecas sem qualquer refinamento e com uma inocência nas relações pessoais que beira a debilidade mental. No enredo, baseado na antiga série da CBS, a família Clampett fica bilionária ao descobrir por acaso petróleo em sua propriedade, um golpe de sorte completamente desprovido de mérito e talento. Como pessoas tão ignorantes e desprovidas de astúcia construíram o país mais livre e próspero da história ao romper com uma metrópole européia, Hollywood não explica.

Em “Forrest Gump”, lançado no ano seguinte, esta visão preconceituosa é ainda mais contundente: enquanto Hollywood se vê como Jenny (vivida por Robin Wright, a Claire Underwood de House of Cards), a jovem porralouca da geração Woodstock que acaba morrendo de AIDS, Forrest é mentalmente retardado e todos os seus sucessos são fruto de sorte, de estar no lugar certo na hora certa por puro acaso, exatamente como Jed Clampett, o chefe da Família Buscapé. A repetição sistemática destas mensagens esnobes pela indústria do entretenimento mais poderosa do mundo ajuda a explicar o atual fosso que separa as duas metades do país, a metade que empreende e a outra que demoniza quem produz ou demanda benefícios governamentais.

Este preconceito elitista dos intelectuais e artistas não é incomum, como sabemos no Brasil. A maneira como as novelas e minisséries globais retratam agricultores, produtores rurais e moradores de cidades de fora do eixo Rio-São Paulo segue a mesma linha de personagens com sotaques exagerados, visões de mundo preconceituosos, vida familiar disfuncional, religiosidade hipócrita e comportamento violento, com raras exceções. Produtor rural é “coronel”, agricultor é “Tião Galinha”, mulheres idosas são viúvas raivosas, vingativas e extremistas, enquanto as divergências são resolvidas à bala.

O liberalismo, antes de ser um fato econômico, é um fenômeno cultural muito bem descrito em obras como a estupenda trilogia da historiadora e economista Deirdre McCloskey. Sua obra mostra como mercados e comércio são tão antigos quanto as sociedades humanas, mas foi a partir de uma revolução sócio-cultural iniciada na Holanda do séc. XVII e depois seguida pela Grã-Bretanha do século seguinte que comerciantes, financistas e produtores em geral passaram a ser admirados e respeitados socialmente. Suas atividades foram entendidas como compatíveis com a moralidade cristã e merecedoras de apoio, incentivo e investimento. Esta mudança de mentalidade abriu caminho para a explosão de inovações da revolução industrial britânica e o nascimento da economia de livre mercado como se conhece hoje.

Antes do século de ouro holandês, comerciantes tinham um papel secundário na condução da política e da economia das principais potências mundiais, o que se refletia nas artes. A obra de Shakespeare, produzida numa época imediatamente anterior ao florescimento do liberalismo, reserva para comerciantes e financistas um lugar meramente coadjuvante, com raras exceções como em O Mercador de Veneza, escrita entre 1596 e 1598. A Veneza do séc. XIV, palco do drama de Antonio, Shylock e Bassânio, é mercantilista e pré-capitalista, discriminatória com judeus e que em nada se parece com as democracias liberais dos dias de hoje.

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Os EUA se tornaram a maior potência industrial do mundo já no séc. XIX, seu primeiro século de existência como nação independente, pela inventividade e diligência de ícones do empreendedorismo como Cornelius Vanderbilt e James J. Hill (ferrovias), John D. Rockefeller (petróleo) e Andrew Carnegie (siderurgia), seguidos poucos anos depois por Henry Ford, entre outros. Rotulados de “barões ladrões” pela propaganda marxista, eles foram os pioneiros da economia real que construíram suas fortunas produzindo bens e serviços físicos com trabalho duro, tenacidade, talento e coragem premiados pela preferência dos consumidores do mercado interno e externo.

Depois de uma sangrenta guerra civil que dividiu o país entre 1861 e 1865, dizimou um milhão de americanos e destruiu economicamente o sul, foram estes e milhares de outros empreendedores que não apenas reconstruíram os EUA como em apenas duas décadas conduziram a nação à liderança industrial do planeta. Foi uma época de sucessivos presidentes republicanos que colaborou decisivamente para uma economia voltada para a produção e um controle da expansão do governo. Até espiritualmente os empreendedores do final do séc. XIX encontravam apoio social, como do Papa Leão XIII.

Crítico declarado do socialismo e autor da encíclica Rerum Novarum, publicada em 15 de maio de 1891, Leão XIII afirmou: “socialistas instigam nos pobres o ódio invejoso contra os que possuem, e pretendem que toda a propriedade de bens particulares deve ser suprimida, que os bens dum indivíduo qualquer devem ser comuns a todos, e que a sua administração deve voltar para – os Municípios ou para o Estado. Mediante esta transladação das propriedades e esta igual repartição das riquezas e das comodidades que elas proporcionam entre os cidadãos, lisonjeiam-se de aplicar um remédio eficaz aos males presentes. Mas semelhante teoria, longe de ser capaz de pôr termo ao conflito, prejudicaria o operário se fosse posta em prática. Pelo contrário, é sumamente injusta, por violar os direitos legítimos dos proprietários, viciar as funções do Estado e tender para a subversão completa do edifício social.”

Os empreendedores ainda não eram o alvo preferencial de intelectuais e artistas ocidentais, com exceção óbvia dos autores marxistas. Os livros mais populares da época ainda tratavam das grandes questões existenciais e os ricos criticados em obras como as de Charles Dickens eram censurados em termos morais e não econômicos, muito menos as obras demandavam intervenções estatais para “corrigir” problemas.

Para ficar no antagonista mais popular de Dickens, Ebenezer Scrooge, o avarento de Um Conto de Natal, é preciso lembrar que ele não teve sua riqueza confiscada por burocratas cleptomaníacos em nome da “justiça social”. Sua jornada é meramente espiritual e metafísica. Scrooge encontra a redenção de sua alma a partir de uma viagem psicológica em que é confrontado com seus fantasmas internos e com uma reflexão moral sobre as consequências de seus atos e da sua avareza, um dos sete pecados capitais que é combatido com a generosidade, uma das sete virtudes cristãs.

Enquanto a alta cultura ainda se preocupava com a alma humana, já em meados do séc. XIX surge uma casta de intelectuais com fortes restrições ao livre mercado e ao liberalismo, incluindo críticos literários que passam a fazer releituras ideológicas e revisionistas dos clássicos na tentativa de colar neles narrativas socialistas. Nestas releituras, o mal é sempre associado ao capitalismo. O Mercador de Veneza, segundo as novas visões críticas, mostraria a culpa do capitalismo e do cristianismo por Shylock ser “oprimido”. Shakespeare, rotulado como um católico anti-semita e preconceituoso, seria acusado de ter excedido as tintas ao pintar Shylock como um judeu egoísta e materialista, capaz de tudo para recuperar seu dinheiro. Qualquer um familiarizado com a obra e honesto intelectualmente não se enganaria por uma leitura tão pedestre, mas a semente da futura teoria crítica frankfurtiana, um câncer do séc. XX, começava a ser plantada.

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A abundância e a prosperidade resultantes da exuberância do “século americano”, aquele que consolidou a liderança política, econômica e militar do país do mundo, veio dar espaço, especialmente entre as elites urbanas, à construção da imagem do empreendedor e do industrial como um sádico explorador, egoísta, insensível e vampiresco. Foi no séc. XX que a bourgeoisie virou definitivamente sinônimo de uma classe desprezível, gananciosa, tosca, aproveitadora e desumana, desprovida da superioridade intelectual e da grandeza moral autodeclarada e imerecida de artistas, acadêmicos e revolucionários de esquerda em geral. O ódio ao empreendedor não é fortuito ou um dado da natureza, é fruto de uma estratégia política muito bem planejada e executada.

Comerciantes, artesãos e produtores em geral sempre foram desprezados pela nobreza de seus países, com uma leve pausa na “Era Burguesa” iniciada no séc. XVII e até meados do séc. XIX. Com a revolução industrial criando novas fortunas a cada instante e incluindo milhões de consumidores no mercado, o desprezo ao nouveau riche volta com força total. O homem mais rico que se tem notícia na história, John D. Rockefeller, foi transformado no símbolo dos “barões ladrões”, termo popularizado pela intelectualidade marxista dos anos 20, década de uma prosperidade surpreende e retratada de forma pejorativa em obras como O Grande Gatsby (1925) de F. Scott Fitzgerald.

A fortuna dos empreendedores americanos da Era Dourada americana (1870-1900) teria sido uma obra de práticas abusivas, cartelização, destruição ilícita de concorrentes e exploração de mão-de-obra. Seus descendentes, herdeiros ignorantes e caipiras como a Família Buscapé, com exceção dos doutrinados nas universidades de elite e transformados em financiadores de causas de esquerda com fundações bilionárias.

A divisão ideológica e cultural da sociedade americana deu sua guinada mais radical nos anos 60, quando a mesma geração de baby-boomers, filhos dos heróis vitoriosos na Segunda Guerra Mundial, que num espaço de poucas semanas colocou o homem na Lua e fez Woodstock. Enquanto parte daqueles jovens ainda acreditavam nos ideais dos Pais Fundadores e no sonho americano, outra parte era radicalizada politicamente e passava a ver o próprio país, sua sociedade, sua religião, sua cultura e seu sistema econômico como a raiz de todos os males do mundo.

Influenciados pelos pensadores marxistas da famigerada Escola de Frankfurt e dos pós-modernistas franceses, estes jovens abraçaram ideais anti-americanos e anti-liberais, passando a exaltar aberrações genocidas como a revolução cubana, a China maoísta e a URSS em plena Guerra Fria. Seu alvo era o capitalismo e, por extensão, tudo que o próprio país representava. Esta geração, hoje septuagenária, comanda grande parte da indústria cultural, do jornalismo e da política americana nos centros urbanos. E é ela que até hoje despreza os empreendedores da economia real como Donald Trump, um empresário da construção civil que tem bilhões mas fala como homem comum e não como um afetado professor de uma das universidades da Ivy League.

Trump não é apenas o presidente mais velho a assumir o cargo, tendo tomado posse aos 70 anos de idade. É também o primeiro que não veio da política tradicional ou das forças armadas, mas direto do mundo empresarial e do entretenimento. Sua eleição representou um abalo sísmico que a elite cultural filo-européia das grandes cidades americanas levará tempo para superar, se é que superará um dia, já que sua obsessão hoje é interromper seu mandato a qualquer custo.

O mapa eleitoral da eleição presidencial de 2016 mostra claramente como os eleitores do Partido Democrata, em azul, estão concentrados em áreas muito determinadas como parte da Califórnia e da Nova Inglaterra. Já os eleitores do Partido Republicano, em vermelho, estão espalhados em praticamente todas as zonas eleitorais do país, especialmente no flyover country. Este mapa é a maior prova da importância do regime de colégio eleitoral para a democracia americana, desenhado exatamente para que um presidente representasse o país e suas diferenças e não apenas alguns centros urbanos específicos, por mais populosos que sejam.

O esnobe leitor da The New Yorker ainda não acredita que a Família Buscapé e Forrest Gump venceram, mas a surpresa é fruto do total desconhecimento de quem é Donald Trump e de quem ele representa. Para se ter uma pequena idéia, bastaria assistir alguns capítulos de O Aprendiz, reality show estrelado por Trump e sucesso de audiência por quinze anos. Lá está o empresário implacável, exigente, meritocrático, narcisista e pouco refinado, que só é aceito relutantemente nos salões chiques de Manhattan e nas festas em Beverly Hills pelo dinheiro.

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Depois de mais de dois séculos de revolução industrial, as elites culturais e dinásticas dos grandes centros urbanos e seus intelectuais de aluguel ainda nutrem um profundo horror e desprezo pelos burgueses, essa gente que constrói patrimônio trabalhando e com pouco tempo ou interesse em se dedicar à cultura, ao discurso ideológico e à caridade, já que fazer doações é sempre bem visto pela nobreza, mas abrir os salões para novos ricos jamais. Quando burgueses bem sucedidos financeiramente se encantam pelo estilo de vida da nobreza, não raro passam a mimetizar seu modo de vida e fazer de tudo para que seus filhos tenham uma educação diferente e, talvez involuntariamente, passem a odiar tudo que representam. Trump não cometeu esse erro, tanto que Hillary Clinton elogiou publicamente seus filhos em um dos debates.

É evidente que não há qualquer necessidade de se optar entre ter cultura ou empreender, pelo contrário, uma formação clássica e uma imaginação moral bem desenvolvida são fundamentais para o desenvolvimento pleno do indivíduo, o que se reflete inclusive na qualidade do seu trabalho e na sua vida. O problema não é ler ou não ler, é a bibliografia. Se o zeloso pai burguês não souber exatamente como escolher as referências culturais para os filhos, pode acabar entregando a próxima geração da família para tutores radicais que aproveitarão a oportunidade para doutrinar as mentes mais jovens e frágeis, com pouca cultura e muito dinheiro, em suas próprias perversões ideológicas. O Brasil, não custa lembrar, é o país do herdeiro de banco que fez uma hagiografia cinematográfica de Che Guevara.

Trump não é caipira, começou sua carreira trabalhando nos negócios da família e com uma herança nada desprezível do pai, mas seus modos, seu linguajar e sua postura não são apenas aceitos pelo homem comum, eles são quase representações caricaturais do que qualquer americano sem pedigree faria se dispusesse de oito bilhões de patrimônio, o que inclui sonhar com o cargo mais poderoso do mundo.

A Família Buscapé ainda está rolando de rir.

Offline Geotecton

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Re:Governo Trump
« Resposta #1148 Online: 13 de Abril de 2017, 15:41:50 »
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“A América é uma Alemanha cercada por duzentos milhões de idiotas”, disse o comediante Bill Maher, socialista assumido, numa entrevista. Ele é uma das vozes mais contundentes e influentes da esquerda americana, chamada de “liberal” e “progressista” desde os tempos de Franklin Roosevelt.
[...]

Bill Maher é um socialista assumido?

O senhor Alexandre Borges precisa saber minimamente sobre o que escreve porque Maher não é e nem nunca foi socialista. Ele está entre um liberal e um libertário.

O texto do senhor Borges indica que estamos diante de um direitista conservador, que é tão nocivo para a humanidade quanto um esquerdista marxista.

Assim que tiver um pouco mais de tempo, farei uma análise deste texto.
Foto USGS

Offline Agnoscetico

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Re:Governo Trump
« Resposta #1149 Online: 13 de Abril de 2017, 15:51:29 »

Europa a favor do livre-mercado e contra protecionismo de Trump. Derma uma indireta contra Trump

FMI, OMC e OCDE querem defender livre-comércio


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