Autor Tópico: EUA x Russia (Guerra Fria Revival)  (Lida 6846 vezes)

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Offline Peter Joseph

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Re:EUA x Russia (Guerra Fria Revival)
« Resposta #25 Online: 04 de Janeiro de 2017, 15:52:43 »
Pelos antecedentes dos EUA em forjarem "provas" ou de se "enganarem" totalmente, pode ser o caso novamente, por isto deve haver ceticismo nesta questão. Lembro que eles tinham até fotos de satélites mostrando a imagem de "armas de destruição em massa" no Iraque, que na verdade nunca foram encontradas.

Novamente, uma análise não-antiamericanista/imparcial dos fatos mostra que não é simples questão de forjarem provas ou de um engano patético, sem um pingo de evidência. Inclusive, armas FORAM encontradas. Aquém do que seria "ideal", aquém dos planos de expansão armamentista de Saddam, mas foram.

Os caminhões, grandes depósitos, laboratórios... mostrados nas fotos dos satélites, contendo grandes quantidades das tais armas jamais foram encontrados. O que foi encontrado não dava de fazer quase nada, além de também poder ser algo colocado lá pelos próprios americanos ao invadirem o Iraque.
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Offline Lorentz

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Re:EUA x Russia (Guerra Fria Revival)
« Resposta #26 Online: 04 de Janeiro de 2017, 16:50:19 »
Pelos antecedentes dos EUA em forjarem "provas" ou de se "enganarem" totalmente, pode ser o caso novamente, por isto deve haver ceticismo nesta questão. Lembro que eles tinham até fotos de satélites mostrando a imagem de "armas de destruição em massa" no Iraque, que na verdade nunca foram encontradas.

Novamente, uma análise não-antiamericanista/imparcial dos fatos mostra que não é simples questão de forjarem provas ou de um engano patético, sem um pingo de evidência. Inclusive, armas FORAM encontradas. Aquém do que seria "ideal", aquém dos planos de expansão armamentista de Saddam, mas foram.

Os caminhões, grandes depósitos, laboratórios... mostrados nas fotos dos satélites, contendo grandes quantidades das tais armas jamais foram encontrados. O que foi encontrado não dava de fazer quase nada, além de também poder ser algo colocado lá pelos próprios americanos ao invadirem o Iraque.

O governo Bush trabalhava com a informação da CIA de que havia armas de destruição em massa, e a CIA tinha obtido essas informações de fato, sem distorcer. Era complicado arriscar não invadir o país. Hoje é fácil dizer que a invasão foi somente por causa do petróleo, mas eu sempre provoco as pessoas com o seguinte: se o petróleo é o único motivo, não importando o país, por que não invadir logo a Venezuela? Não seria mais próximo e com isso mais barato?
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Offline Buckaroo Banzai

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Re:EUA x Russia (Guerra Fria Revival)
« Resposta #27 Online: 04 de Janeiro de 2017, 17:37:58 »
Pelos antecedentes dos EUA em forjarem "provas" ou de se "enganarem" totalmente, pode ser o caso novamente, por isto deve haver ceticismo nesta questão. Lembro que eles tinham até fotos de satélites mostrando a imagem de "armas de destruição em massa" no Iraque, que na verdade nunca foram encontradas.

Novamente, uma análise não-antiamericanista/imparcial dos fatos mostra que não é simples questão de forjarem provas ou de um engano patético, sem um pingo de evidência. Inclusive, armas FORAM encontradas. Aquém do que seria "ideal", aquém dos planos de expansão armamentista de Saddam, mas foram.

Os caminhões, grandes depósitos, laboratórios... mostrados nas fotos dos satélites, contendo grandes quantidades das tais armas jamais foram encontrados. O que foi encontrado não dava de fazer quase nada, além de também poder ser algo colocado lá pelos próprios americanos ao invadirem o Iraque.

Repito o que eu disse. Eles tinham evidência de algo que poderia ter escala maior do verificadamente teve. Não tinha como saber antes o que só se pode confirmar depois. Não se pode julgar com o conhecimento do "depois" as pessoas que agiram baseadas na informação que se tinha "antes". Isso é vieś de retrospecção.

Ao mesmo tempo, parte das imagens e das suspeições era de caminhões para mover material proibido do local, podendo ser inclusive bases móveis de produção de armas químicas ou biológicas. Junte isso à resistência a colaboração em Saddam nas investigações, e então é requerido uma grande "boa vontade" em acreditar que não poderia haver nada aí.

(Mas claro, tal como se pode postular fabricação de evidências, você pode também inventar uma teoria da conspiração de que Saddam até ainda era aliado dos EUA, colaborando de propósito para essa invasão do Iraque, que, como Osama Bin Laden, não morreu, ou morreu muito antes, etc).


Sem falar que, talvez mesmo as quantidades factualmente encontradas (que podem não ser o total do que existe), talvez já justificassem alguma ação militar.



Com mais peso em alegações de desonestidade estaria a sugestão de Bush de uma aliança entre Saddam e a Al Qaeda.

Offline JJ

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Re:EUA x Russia (Guerra Fria Revival)
« Resposta #28 Online: 04 de Janeiro de 2017, 19:41:26 »
Pelos antecedentes dos EUA em forjarem "provas" ou de se "enganarem" totalmente, pode ser o caso novamente, por isto deve haver ceticismo nesta questão. Lembro que eles tinham até fotos de satélites mostrando a imagem de "armas de destruição em massa" no Iraque, que na verdade nunca foram encontradas.

Novamente, uma análise não-antiamericanista/imparcial dos fatos mostra que não é simples questão de forjarem provas ou de um engano patético, sem um pingo de evidência. Inclusive, armas FORAM encontradas. Aquém do que seria "ideal", aquém dos planos de expansão armamentista de Saddam, mas foram.

Os caminhões, grandes depósitos, laboratórios... mostrados nas fotos dos satélites, contendo grandes quantidades das tais armas jamais foram encontrados. O que foi encontrado não dava de fazer quase nada, além de também poder ser algo colocado lá pelos próprios americanos ao invadirem o Iraque.

O governo Bush trabalhava com a informação da CIA de que havia armas de destruição em massa, e a CIA tinha obtido essas informações de fato, sem distorcer. Era complicado arriscar não invadir o país. Hoje é fácil dizer que a invasão foi somente por causa do petróleo, mas eu sempre provoco as pessoas com o seguinte: se o petróleo é o único motivo, não importando o país, por que não invadir logo a Venezuela? Não seria mais próximo e com isso mais barato?


O petróleo foi uma motivação, mas não a única.  Houve também a importante questão  de que o Saddam estava planejando abandonar a  negociação do petróleo em dólares, o que  ia contra  o grande arranjo da década de 70, o qual ficou conhecido como reciclagem dos petrodólares.  Além do mais, o controle do Iraque não era um plano isolado, havia e há mais. 



Offline JJ

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Re:EUA x Russia (Guerra Fria Revival)
« Resposta #29 Online: 04 de Janeiro de 2017, 19:45:19 »
Pelos antecedentes dos EUA em forjarem "provas" ou de se "enganarem" totalmente, pode ser o caso novamente, por isto deve haver ceticismo nesta questão. Lembro que eles tinham até fotos de satélites mostrando a imagem de "armas de destruição em massa" no Iraque, que na verdade nunca foram encontradas.

Novamente, uma análise não-antiamericanista/imparcial dos fatos mostra que não é simples questão de forjarem provas ou de um engano patético, sem um pingo de evidência. Inclusive, armas FORAM encontradas. Aquém do que seria "ideal", aquém dos planos de expansão armamentista de Saddam, mas foram.

Os caminhões, grandes depósitos, laboratórios... mostrados nas fotos dos satélites, contendo grandes quantidades das tais armas jamais foram encontrados. O que foi encontrado não dava de fazer quase nada, além de também poder ser algo colocado lá pelos próprios americanos ao invadirem o Iraque.

Repito o que eu disse. Eles tinham evidência de algo que poderia ter escala maior do verificadamente teve. Não tinha como saber antes o que só se pode confirmar depois. Não se pode julgar com o conhecimento do "depois" as pessoas que agiram baseadas na informação que se tinha "antes". Isso é vieś de retrospecção.

[/quote]



Só me responda uma coisa, ter a posse de armas de destruição em massa é um motivo, em termos de legislação internacional,  para invadir um país ?

A)Sim;

B)Não.



Offline JJ

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Re:EUA x Russia (Guerra Fria Revival)
« Resposta #30 Online: 04 de Janeiro de 2017, 19:48:37 »
Pelos antecedentes dos EUA em forjarem "provas" ou de se "enganarem" totalmente, pode ser o caso novamente, por isto deve haver ceticismo nesta questão. Lembro que eles tinham até fotos de satélites mostrando a imagem de "armas de destruição em massa" no Iraque, que na verdade nunca foram encontradas.

Novamente, uma análise não-antiamericanista/imparcial dos fatos mostra que não é simples questão de forjarem provas ou de um engano patético, sem um pingo de evidência. Inclusive, armas FORAM encontradas. Aquém do que seria "ideal", aquém dos planos de expansão armamentista de Saddam, mas foram.

Os caminhões, grandes depósitos, laboratórios... mostrados nas fotos dos satélites, contendo grandes quantidades das tais armas jamais foram encontrados. O que foi encontrado não dava de fazer quase nada, além de também poder ser algo colocado lá pelos próprios americanos ao invadirem o Iraque.



Mesmo que houvesse toneladas de armas de destruição em massa  isso é motivo legal, em termos de legislação internacional, para  atacar militarmente e invadir  algum país ?




Offline Lorentz

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Re:EUA x Russia (Guerra Fria Revival)
« Resposta #31 Online: 04 de Janeiro de 2017, 19:57:19 »
Pelos antecedentes dos EUA em forjarem "provas" ou de se "enganarem" totalmente, pode ser o caso novamente, por isto deve haver ceticismo nesta questão. Lembro que eles tinham até fotos de satélites mostrando a imagem de "armas de destruição em massa" no Iraque, que na verdade nunca foram encontradas.

Novamente, uma análise não-antiamericanista/imparcial dos fatos mostra que não é simples questão de forjarem provas ou de um engano patético, sem um pingo de evidência. Inclusive, armas FORAM encontradas. Aquém do que seria "ideal", aquém dos planos de expansão armamentista de Saddam, mas foram.

Os caminhões, grandes depósitos, laboratórios... mostrados nas fotos dos satélites, contendo grandes quantidades das tais armas jamais foram encontrados. O que foi encontrado não dava de fazer quase nada, além de também poder ser algo colocado lá pelos próprios americanos ao invadirem o Iraque.



Mesmo que houvesse toneladas de armas de destruição em massa  isso é motivo legal, em termos de legislação internacional, para  atacar militarmente e invadir  algum país ?





Não, da mesma forma que ter armas de destruição em massa também não é.
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Offline Buckaroo Banzai

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Re:EUA x Russia (Guerra Fria Revival)
« Resposta #32 Online: 04 de Janeiro de 2017, 20:04:45 »

Só me responda uma coisa, ter a posse de armas de destruição em massa é um motivo, em termos de legislação internacional,  para invadir um país ?

A)Sim;

B)Não.


Automaticamente, não. Precisaria haver uma resolução conjunta autorizando, ainda que em última instância pudesse ser justificada pelo mesmo motivo.

Ou é o que eu me lembro/entendi.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:EUA x Russia (Guerra Fria Revival)
« Resposta #33 Online: 16 de Fevereiro de 2017, 17:27:02 »
Citar
https://en.wikipedia.org/wiki/Aleksandr_Dugin
...

In the Kremlin, Dugin represents the "war party", a division within the leadership over Ukraine.[35] Dugin is seen as an author of Putin's initiative for the annexation of Crimea by the Russian Federation.[36] He considered the war between Russia and Ukraine to be inevitable and appealed for Putin to start military intervention in eastern Ukraine.[36] Dugin said, "The Russian Renaissance can only stop by Kiev."[37] During the 2014 pro-Russian conflict in Ukraine, Dugin was in regular contact with pro-Russian separatist insurgents.[38] He described his position as "unconditionally pro-DPR and pro-LPR".[39] A Skype video call posted on YouTube showed Dugin providing instructions to separatists of South and Eastern Ukraine as well as advising Ekaterina Gubareva, whose husband Pavel Gubarev declared himself a local governor and after that was arrested by the Security Service of Ukraine.[26] On 31 March 2014, Oleg Bahtiyarov, a member of the Eurasia Youth Union of Russia founded by Dugin, was arrested.[26] He had trained a group of about 200 people to seize parliament and another government building, according to the Security Service of Ukraine.[26] Dugin also developed links with far-right and far-left political parties in the European Union, including Syriza in Greece, Ataka in Bulgaria, the Freedom Party of Austria, and Front National in France, to influence EU policy on Ukraine and Russia.[40][41][42][43]

...


"Artigo da série de nacional-bolchevismo."





http://bigthink.com/paul-ratner/the-dangerous-philosopher-behind-putins-strategy-to-grow-russian-power-at-americas-expense



Citar
http://www.4pt.su/en/content/aleksandr-dugin%E2%80%99s-foundations-geopolitics
...

Within the United States itself, there is a need for the Russian special services and their allies “to provoke all forms of instability and separatism within the borders of the United States (it is possible to make use of the political forces of Afro-American racists)” (p. 248).  “It is especially important,” Dugin adds, “to introduce geopolitical disorder into internal American activity, encouraging all kinds of separatism and ethnic, social and racial conflicts, actively supporting all dissident movements – extremist, racist, and sectarian groups, thus destabilizing internal political processes in the U.S.  It would also make sense simultaneously to support isolationist tendencies in American politics…” (p. 367).

...

https://en.wikipedia.org/wiki/Foundations_of_Geopolitics

Offline Gauss

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Re:EUA x Russia (Guerra Fria Revival)
« Resposta #34 Online: 16 de Fevereiro de 2017, 17:29:31 »
Nacional Bolchevismo é de esquerda ou direita? :hihi:
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.


Offline Lorentz

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Re:EUA x Russia (Guerra Fria Revival)
« Resposta #36 Online: 16 de Fevereiro de 2017, 17:52:44 »
"Amy, technology isn't intrinsically good or bad. It's all in how you use it, like the death ray." - Professor Hubert J. Farnsworth

Offline Gauss

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Re:EUA x Russia (Guerra Fria Revival)
« Resposta #37 Online: 16 de Fevereiro de 2017, 19:38:36 »
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Geotecton

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Offline EuSouOqueSou

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Re:EUA x Russia (Guerra Fria Revival)
« Resposta #39 Online: 10 de Março de 2017, 09:40:59 »
Qualquer sistema de pensamento pode ser racional, pois basta que as suas conclusões não contrariem as suas premissas.

Mas isto não significa que este sistema de pensamento tenha correspondência com a realidade objetiva, sendo este o motivo pelo qual o conhecimento científico ser reconhecido como a única forma do homem estudar, explicar e compreender a Natureza.

Offline JJ

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Re:EUA x Russia (Guerra Fria Revival)
« Resposta #40 Online: 23 de Março de 2017, 14:39:30 »

Estados Unidos usam na Ucrânia a velha estratégia utilizada para desmontar a União Soviética, diz secretário do Conselho de Segurança da Rússia

Posted on October 18, 2014 by ortega


A crise na Ucrânia e os conflitos militares no Cáucaso são produto de uma política anti-russa promovida pelos norte-americanos, declarou o secretário do Conselho de Segurança da Rússia e ex-chefe do serviço secreto (FSB).

Nikolay Patrushev declarou em entrevista a Rossiiskaya Gazeta que analistas de inteligência observam um padrão no programa anti-russo atual que remonta aos que eram executados pelos serviços especiais norte-americanos nos anos ’70, baseado na “estratégia de pontos fracos^ de Zbigniew Brzezinski, política que consiste em transmutar os problemas em potencial dos oponentes em crises de larga escala.

Diz Patrushev:

“A CIA decidiu que o ponto mais vulnerável do nosso país era a economia.  Depois de fazer um modelo detalhado os especialistas norte-americanos estabeleceram que a economia soviética sofria de dependência excessiva de exportações energética. Em seguida, eles desenvolveram uma estratégia para provocar a insolvência financeira e econômica do Estado soviético, tanto através de uma queda acentuada na receita do orçamento e uma alta significativa nos gastos devido a problemas organizados no exterior.”

Patrushev explicou que com isso veio a queda dos preços do petróleo juntamente da da corrida armamentista, a guerra no Afeganistão, os movimentos anti-governo da Polônia, todos fenômenos que eventualmente levaram à queda da União Soviética. Como enfatizou o ex-chefe de inteligência, cada um destes tiveram as marcas das influência norte-americana.

A política hostil dos Estados Unidos segue depois de 1991, mas agora se concentra na Federação Russa como o único país do mundo com capacidade nuclear para se opor efetivamente aos Estados Unidos. Os produtos da corrida armamentista geram uma inevitável polarização geo-estratégica apesar do fim da polarização ideológica, com a Rússia sendo um grande adversário, mesmo que não ofereça mais uma alternativa política.

“Os estrategistas americanos viram a solução dessa situação na destruição final da administração estatal do nosso país e sua subsequente desintegração de seu território”, disse Patrushev. A estratégia da desintegração é ideal para neutralizar o poder de um grande Estado, especialmente uma potência nuclear.

O plano ganhou vida ativa e violentamente com o apoio dos Estados Unidos ao separatismo checheno, concomitante a saída da Rússia do caos que caracterizou os anos ’90. Para o oficial a atuação de Vladmir Putin foi fundamental para conter esse plano.

Apesar disso, a CIA seguiu esperando mais uma chance de avançar seu plano.

O novo estágio do conflito russo-americano foi em 2008 com a guerra na Geórgia. Para o antigo dirigente, depois da guerra Washington ficou claramente preocupado com a intenção russa de reclamar seu espaço entre as nações líderes do século XXI.

Dito isto, Patrushev explicou que o acontece atualmente na Ucrânia também é produto da ação de serviços especiais norte-americanas, incluindo o golpe que entronou a atual administração em Kiev.

“O golpe de Estado em Kiev foi feito com o apoio aberto dos EUA, usando um esquema clássico experimentado e testado na América Latina, na África e no Oriente Médio. Mas nunca antes este esquema tocou tão seriamente nos interesses russos.”

“Nossa análise mostra que quando os americanos provocam a Rússia a dar passos recíprocos que prosseguem os mesmos objetivos que tinham na década de 1980 no que diz respeito da União Soviética. Então eles estão procurando pontos fracos do nosso país, como fizeram antes. “

Ao falar dos objetivos finais dessas políticas Patrushev sugeriu que os Estados Unidos pretendem capturar o território russo e seus recursos minerais (expansão econômica – isso não se daria, obviamente, com uma ocupação militar mas através de acordos com Estados títeres que se formariam a partir da desintegração local e regional).

“Alguns experts norte-americanos como a ex Secretária de Estado Madeleine Albright sugeriram que Moscou tem poder sobre um território enorme que não pode desenvolver e impede que esses territórios de servir as necessidades da humanidade. Declarações são feitas para falar de uma suposta divisão injusta dos recursos naturais e a necessidade de prover acesso livre destes à outas nações.”

Enquanto a CIA cuida da parte militar, a Secretaria de Estado bombeia dinheiro em ONGs e organizações civis dentro da Rússia, no Cáucaso e no Leste Europeu (George Sorus se faz presente na região com seu dinheiro e suas ONGs desde o fim da União Soviética, financiando revoluções laranja, as forças eleitorais atlantista na Geórgia e o Euromaidan na Ucrânia).

O Estados Unidos seguem um princípio básico da geopolítica (da geopolítica atlantista) para garantir sua prepoderância ou hegemonia internacional, o de conter a “Heartland” euroasiática que por si só jã constituí um equilíbrio geopolítico (na Europa, no Oriente Médio, na Ásia Central e mesmo no extremo-oriente). Os efeitos de uma Rússia que busca uma posição de liderança no cenário internacional já se apresentaram no caso da guerra civil síria, por exemplo.

O autor brasileiro Moniz Bandeira escreveu um livro que explana a situação, “A Segunda Guerra Fria”.


http://realismopolitico.com/2014/10/18/estados-unidos-usam-na-ucrania-a-velha-estrategia-diz-secretario-do-conselho-de-seguranca-da-russia/





Offline Shadow

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Re:EUA x Russia (Guerra Fria Revival)
« Resposta #41 Online: 23 de Março de 2017, 14:55:51 »
Ucrânia é aquele país sob ataque da Rússia e seus paus-mandados?
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Offline JJ

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Re:EUA x Russia (Guerra Fria Revival)
« Resposta #42 Online: 23 de Março de 2017, 15:08:59 »
EUA e Otan martelam para criar à força uma Guerra Fria 2.0


A continuação da Guerra Fria 1.0 criou uma série de ameaças e provocações contra a Europa e, em particular, contra a Rússia. Hoje, especialistas insistem em que uma nova Guerra Fria está em curso: alguns dizem que a nova é a continuação da anterior, chamada Guerra Fria 1.0, que tão contraproducentemente envolveu o planeta por tanto tempo; outros dizem que ela inclui um fenômeno qualitativamente novo, o que justifica defini-la como Guerra Fria 2.0.


Por Vladimir P. Kozin*, no Global Research


Bandeiras dos Estados Unidos e Rússia Os que propõem a segunda teoria argumentam que a atual crise tem realmente nova dimensão, que o padrão anterior da Guerra Fria 1.0 morreu oficialmente em novembro de 1990, quando nações europeias decretaram solenemente seu final oficial, na Carta para uma Nova Europa, assinada em Paris.

Pessoalmente, sou de opinião que a Guerra Fria 1.0 terminou em 1990 – pelo menos entre as maiores potências globais e pelo menos politicamente. A diferença radical entre as Guerras Frias 1.0 e 2.0 é que a primeira teve dimensão global, e a segunda ocorre, realmente, em modo bilateral: entre EUA e Rússia, e Otan e Rússia.

Mas infortunadamente, uma nova Guerra Fria 2.0 emergiu em 2014 – 24 anos depois do fim da primeira. É per se um grande desafio-ameaça contemporâneo para a Europa. Apareceu muito depressa e intencionalmente, embora alguns fatores objetivos e reais tenham criado terreno sólido para esse renascimento. Apesar do fim da Guerra Fria 1.0 há quase 24 anos, as velhas linhas divisórias permaneceram discerníveis.

Quais são as grandes “velhas” provocações e ameaças?

Primeiro, aconteceu vasto aumento da Otan, que cresceu em direção ao leste: do fim da Guerra Fria 1.0 até o início da Guerra Fria 2.0, o número de membros daquela Aliança quase dobrou (de 1999 até 2009, 12 estados – 43% do número total de membros – foram acrescentados à lista). Mais importante que o número de estados até hoje é que a Otan continua empenhada nessa expansão: há mais quatro estados na lista de espera, dentre os quais a Geórgia e a Ucrânia. Robert Pzschel, representante oficial da Otan, confirmou, no final de outubro, que ambas, Geórgia e Ucrânia, podem vir a tornarem-se membros-plenos da Otan. O novo secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg em seu discurso de posse, dia 1º de outubro, disse que a Aliança assinara acordos com Finlândia e Suécia que lhe permitiriam cooperação mais íntima com o bloco militar ocidental.

Dia 15 de outubro, em discurso no Simpósio da Associação do Exército dos EUA [orig. Association of the US Army (AUSA) Symposium], Chuck Hagel, do Pentágono, criticou a Rússia por levantar-se no caminho, ‘às portas’ da Otan, impedindo o avanço da Otan. [1] Como se a Rússia estivesse caminhando todos os dias para oeste, para mais perto das ‘portas’ da Otan. A realidade é o contrário disso: a Aliança Atlântica, desde o dia em que foi constituída, só faz caminhar todos os dias, cada vez para mais perto da Rússia, para as portas da Rússia. O ministro russo da Defesa Sergey Shoigu disse que essa declaração de Chuck Hagel é prova de que os EUA estão preparando um cenário para ações militares próximas às fronteiras da Rússia.

A verdade é que os EUA sempre se esforçaram muito para manter “robustas forças avançadas de modelagem” [orig. “robust shaping forces forward”], como o vice-secretário de Defesa dos EUA Bob Work admitiu no Conselho de Relações Exteriores [orig. Council on Foreign Relations], em Washington, D.C., dia 30 de setembro, mesmo num momento em que o Pentágono combatia em duas grandes guerras – no Iraque e no Afeganistão. A expressão “forças avançadas” [orig.“forces forward”] é terminologia norte-americana para designar “forças avançadas alocadas permanentemente” nas bases norte-americanas de além-mar; e “forças avançadas alocadas rotativamente” [orig. “rotationally forward-deployed forces”] espalhadas pelo planeta: 80 mil no Pacífico; 20 mil na Coreia do Sul; 40 mil sob ordens do Comando Central; 28 mil na Europa, mais na África, na América Latina, etc. Hoje, como disse Chuck Hagel no Simpósio da AUSA, há soldados norte-americanos alocados ou “avançados” em quase 150 locações em todo o mundo. Não apenas “às portas” de vários países, mas, na realidade, diretamente em solo de outros países.

Segundo, os EUA retiraram-se unilateralmente, em meados de 2002, do Tratado Antimísseis Balísticos [orig. ABM Treaty] – tratado que, para todos os governos anteriores dos EUA, havia sido a “pedra basilar da estabilidade estratégica global”.

Terceiro, as decisões, dos presidentes Clinton e Obama de instalar um Sistema Global de Mísseis Balísticos de Defesa [ing. BMDS] mirado contra vários estados: as etapas básicas desse movimento são: em dezembro de 2002, a Diretiva Presidencial sobre instalação “limitada” do BMDS; em fevereiro de 2005, a criação do Comando Conjunto Funcional dos EUA para Defesa de Mísseis Integrados [orig. US Joint Functional Command for Integrated Missile Defense]; em fevereiro de 2007, os EUA apresentaram oficialmente os detalhes para o BMDS na Polônia e na República Checa; e em setembro de 2009, Barack Obama anunciou o plano US EPAA BMD. [2]

Quarto, o início da primeira fase da implantação da Abordagem Adaptativa em Fases, para a Europa (EPAA) em 2011, e o lançamento das capacidades preliminares no mesmo processo, continuação da 2ª fase e promessa de ter as quatro fases operantes a partir de 2022 e daí em diante.

Quinto, uma decisão tomada por Washington, em 2010, de base ampla, para modernizar as armas do arsenal nuclear tático dos EUA, o chamado tipo B-61, inclusive as armas alocadas em quatro países da Europa e na parte asiática da Turquia, ao mesmo tempo em que se ampliam as capacidades de penetração daquelas armas para atingir alvos reforçados.

Sexto, essa provocação está conectada ao problema do Tratado das Forças Convencionais na Europa [ing. Conventional Forces in Europa Treaty, CFE-1] e sua versão adaptativa CFE-1A] que deixou de facto de ser vigente em 2007, porque todos os membros da Otan que participaram das negociações daqueles acordos recusaram a ratificá-lo e a definir a expressão-chave “forças convencionais substanciais”.

Sétimo, a Otan posicionou-se ao lado da Geórgia quando atacaram a Ossétia do Sul, em agosto de 2008 (Operation “Empty Field” [Operação Campo Vazio]).

Oitavo, pela primeira foi criada a “tríade de Chicago” – “uma mistura apropriada de armas de defesa nucleares, convencionais e mísseis”, na Reunião da Otan em maio de 2012, em Chicago, e foi confirmada em recente reunião da Otan realizada em setembro passado em Newport, no Reino Unido.

E finalmente, o nono desafio-provocação-ameaça: em fevereiro de 2014, os EUA organizaram e executaram golpe de estado (inconstitucional) na Ucrânia, que pôs no poder em Kiev um regime ultranacionalista e anti-Rússia, que já praticou massivos crimes de guerra contra cidadãos pacíficos no Donbass – que são, de facto e de jure, cidadãos ucranianos – usando armamento pesado, inclusive MRLS “Grad”, “Smerch” e “Uragan”, bombas de fósforo branco e bombas de fragmentação (proibidas por duas Convenções Internacionais). A Human Rights Watch já identificou como bombas de fragmentação o material empregado em outubro, por tropas ucranianas, contra civis pacíficos. Esses crimes cometidos por militares são crimes contra a humanidade e já mataram cerca de 4 mil pessoas, com mais de 9 mil feridos no Donbass nos últimos seis meses, como reconheceu o Gabinete do Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos, em Relatório divulgado dia 8 de outubro.

As hostilidades que Kiev introduziu geraram resultados negativos: o comportamento de agressão de Kiev levou grande número de pessoas a fugir daquela área (280 mil moveram-se para outras áreas da Ucrânia; e quase 900 mil refugiaram-se na Rússia. Apesar do Acordo de Cessar-Fogo anunciado em Minsk dia 5 de setembro e reiterado dia 19 de setembro, as tropas de Kiev continuam a violar sistematicamente esses importantes acordos: mais 330 morreram depois de anunciado o cessar-fogo. Depois do cessar-fogo, tropas regulares de Kiev e formações irregulares já praticamente já se reorganizaram no sudeste. As potências ocidentais continuam a agir ilegalmente, de um modo que estimula e encoraja o governo de Kiev a só procurar soluções militares para aquele conflito, que só podem levar a um beco sem saída.

O custo da violência militar de Kiev contra o resto da Ucrânia pesará muito sobre as áreas sitiadas de Donetsk e Lugansk, com os danos causados pela guerra já estimados pelos combatentes da resistência na Novorússia, na primeira semana de outubro, em cerca de US$ 1 bilhão. Esse número é bem semelhante ao que Kiev divulgou. Segundo os números do governo da Ucrânia, serão necessários US$ 911 milhões para reconstruir as cidades no Donbass destruídas pela guerra. 65% dos prédios residenciais e moradias e 10% das escolas e jardins de infância foram destruídos no Donbass. O exército da Ucrânia não criou zonas desmilitarizadas com o Donbass. 40 mil empresas de médio porte na região pararam de funcionar. O nível de desemprego na Ucrânia alcançou 40% da força nacional de trabalho. Atualmente, a dívida externa da Ucrânia já alcança algo entre US$ 35 e US$ 80 bilhões. Kiev não pode pagar pelo gás que compra, porque gastou demais em guerra contra o próprio povo. Como já disse a ex-premiê ucraniana Iúlia Timochenko, a corrupção pós-Maidan já ultrapassou a corrupção pré-Maidan.

Por causa do movimento do exército ucraniano na direção do sudeste do país em abril, a região passa por severa catástrofe humanitária, com muitos cidadãos forçados a lutar para sobreviver sem água limpa, eletricidade e outros itens necessários à sobrevivência básica. [3]

Um novo relatório da ONU sobre a situação dos direitos humanos na Ucrânia, distribuído no início de outubro, diz que há violações continuadas das leis humanitárias, por grupos e batalhões de voluntários armados controlados pelas forças armadas ucranianas.

No período relatado, a lei humanitária, incluídos os princípios militares de necessidade, diferenciação, proporcionalidade e precauções tem sido continuadamente violada por grupos armados e algumas unidades de batalhões voluntários sob o controle das forças armadas ucranianas – diz o Relatório.

A quarta vala comum foi encontrada numa vila no leste da Ucrânia. A vala foi descoberta poucos dias depois de a Missão de Monitoramento da Organização de Segurança e Cooperação da Europa (OSCE) ter confirmado a descoberta de três covas para enterro em massa, em áreas que as forças de Kiev abandonaram recentemente. No total foram encontrados mais de 400 cadáveres, vários dos quais mostrando ferimento de bala na cabeça, com características de execução à queima-roupa.
[...]


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Re:EUA x Russia (Guerra Fria Revival)
« Resposta #43 Online: 23 de Março de 2017, 15:11:58 »
Infelizmente, muitas ONGs europeias e internacionais muito conhecidas fingem que não veem essas grandes violações de direitos humanos na Ucrânia. Os prisioneiros de guerra devolvidos ao Donbass pelas autoridades ucranianas chegam em condições físicas terríveis, não raro sem qualquer documento de identidade. Kiev frequentemente prende gente inocente pelas ruas, para exibir aquelas pessoas como “rebeldes” e oferecê-las como prisioneiros de guerra reais, em trocas de prisioneiros com o lado oposto.

Outra provocação relacionada à Ucrânia: as autoridades ucranianas continuam a impedir que especialistas malaios visitem o local onde caiu o avião MH17, impedindo assim qualquer exame objetivo na área da queda e escondendo todas as provas de que a área foi intencionalmente e diretamente bombardeada depois da queda do avião, dia 17 de julho, para destruir provas que houvesse do crime que ali foi cometido. O desafio-provocação, nesse caso, é que, até agora, não há qualquer investigação séria em andamento. As Forças Armadas da Ucrânia impedem ininterruptamente que equipes internacionais de investigação visitem o local em que o avião caiu. Kiev, de fato, trabalha para esconder verdade já conhecida, para que não se possa provar o que muitos já sabem: que a Força Aérea Ucraniana derrubou, deliberadamente, aquele avião. Um magnata ucraniano, Igor Kolomoiskiy, que é também governador da Região Dnepropetrovsk, confessou recentemente que as Forças Armadas Ucranianas estavam tentando destruir outro avião de passageiros no dia 17 de julho, quando, “sem intenção”, nas palavras dele, derrubaram o Boeing 777 da companhia malaia, matando quase 300 passageiros.

Há ainda outro fator relacionado à Ucrânia: a disseminação massiva de ideologia fascista ultranacionalista de linha duríssima hostil a não ucranianos e pessoas de outras nacionalidades. O principal e mais grave risco nesse caso é que uma geração de jovens ucranianos está ativamente envolvida nos processos de disseminação e absorção dessas ideologias, que recebem apoio e incentivo, além do consentimento, das supremas autoridades do governo da Ucrânia. Glorificação de nazistas alemães e o reconhecimento, como veteranos de guerra, do Exército Ucraniano Insurgente [orig. Ukrainian Insurgent Army (UPA)] na Ucrânia, acusado pela prática de crimes de guerra, inclusive de assassinatos em massa de judeus e de poloneses na Ucrânia, é sinal alarmante para a Europa que tanto sofreu nas mãos dos nazistas, na Segunda Guerra Mundial.

Infelizmente, nenhuma nação europeia, nem EUA ou Canadá, denunciaram o evento desse reconhecimento. É como se o remédio gerado para combater e erradicar o “vírus do fascismo” – remédio produzido pelo Tribunal de Nuremberg em 1945-1946 – já tivesse perdido qualquer eficácia no momento pelo qual a Europa passa hoje.

Quais as implicações potenciais desses nove problemas-desafios-ameaças-provocações listados acima?

Depois de 2014 a segurança e a estabilidade da Europa, considerada como um todo, deixaram, de fato, de existir – sem espaço para qualquer aprimoramento nem para o curto nem para o longo prazo. Eis por que está sendo fechada a janela de oportunidades para que se construa qualquer pouca e pequena confiança, que seja, que unifique toda a Europa. A Europa ligada por laços de confiança que a unificaram é capítulo definitivamente encerrado na história europeia contemporânea.

Quem é responsável por lançar a Guerra Fria 2.0 e novas ameaças e provocações-desafios?

O otimismo ocidental associado ao final da Guerra Fria 1.0 foi muito exagerado. Na verdade, só emergiu uma “Paz Fria” na Europa, entre a Guerra Fria 1.0 e a Guerra Fria 2.0. EUA e Otan supuseram, erradamente, que o crescimento militar de ambos durante esse período permaneceria invisível ou que seria interpretado como entertainment inocente.

Assim sendo, a Nova Guerra Fria é o principal desafio-provocação e a mais grave ameaça que se ergue hoje contra a estabilidade e a segurança da Europa.

A Nova Guerra foi intencionalmente iniciada pelo presidente Barack Obama, por razões óbvias: para aumentar a margem de gastos militares para a Otan; para criar mais estados pró-“Ocidente” em torno das fronteiras do território russo; para derrubar o presidente da Rússia; para minar o potencial militar e econômico da Rússia; e para arruinar a segurança e a economia da Europa – principal concorrente econômico dos EUA. Infelizmente, todos os 28 estados-membros da Otan e da União Europeia abraçaram a mesma escolha do presidente Obama. Hoje, essa nova guerra já está plenamente em curso.

A União Europeia, no que pese a “tendência” a seguir Washington, tem voz que se pode fazer ouvir e tem potencial para agir com independência. Mas são voz e potencial que permanecem quase totalmente inúteis. É muito triste, porque a União Europeia, se falasse pela própria voz, poderia adicionado equilíbrio real nas discussões e nos esforços internacionais para resolver vários problemas.

A Guerra Fria 2.0 e suas ameaças e provocações, é fator de deterioração global, porque promovem a deterioração do clima político, militar, econômico e financeiro. E está muito próxima da terra russa. Afeta muitos países europeus. Afeta a Federação Russa. Como o prof. Stephen Cohen, norte-americano de visão ampla e cabeça aberta, disse em encontro internacional no verão passado em Washington: “O epicentro da Nova Guerra Fria não está Berlim, mas junto às fronteiras russas, na Ucrânia, região absolutamente essencial, na visão de Moscou, para a segurança global e, até, para a sobrevivência da civilização russa”. A Guerra Fria 2.0 traz, de fato, seus próprios novos desafios-provocações e ameaças, com impacto orientado para incidir sobre o futuro.

Novas provocações-desafios e ameaças, no controle de armas?

A Guerra Fria 2.0 já congelou completamente o processo de controle de armas. Durante a Guerra Fria 1.0, EUA, União Soviética e Rússia firmaram vários acordos bilaterais e multilaterais no campo do controle da corrida armamentista (7 acordos para limitação e redução de armas estratégicas ofensivas [Strategic Offensive Arms (SOA)]; acordos para desassociar mísseis nucleares e respectivos alvos; os tratados INF e Open Skies; o Tratado CFE, etc.). Hoje, o processo de controle de armas entre EUA/Otan e Rússia está completamente paralisado, sem chances imediatas de qualquer tipo de ressurreição. Há 15 questões não resolvidas entre Moscou e Washington – em algumas áreas de importância capital. São todos, ao mesmo tempo, ameaças, provocações e desafios à estabilidade regional e global.

Dentre eles: o deslocamento/realocamento de mísseis norte-americanos de defesa; conversão dos submarinos estratégicos norte-americanos equipados com mísseis balísticos com ogivas nucleares (US SSBN), em submarinos estratégicos norte-americanos equipados com mísseis cruzadores (US SSGN); nenhum empenho dos EUA para contar as ogivas estratégicas ofensivas armazenadas na reserva ativa dos EUA; os EUA sistematicamente descartam qualquer proposta para controlar mísseis cruzadores portadores de ogivas nucleares lançados do mar (US SLCM); os EUA ainda têm armas nucleares táticas estacionadas na Europa (fora, portanto, de território norte-americano); os EUA não têm qualquer intenção em ampliar a aplicação do acordo INCSEA (para prevenção de incidentes no mar) de modo a que inclua submarinos movidos a energia nuclear (até hoje, já foram

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Re:EUA x Russia (Guerra Fria Revival)
« Resposta #44 Online: 23 de Março de 2017, 15:12:58 »
relatadas 12 colisões entre submarinos movidos a energia nuclear dos EUA e da URSS/Rússia); os EUA ainda mantêm doutrina nuclear ofensiva baseada na “contenção” nuclear em geral e da “contenção” nuclear estendida – com “regras” sobre primeiro ataque, ataques preventivos e para impedir retaliação; os EUA não manifestam qualquer intenção em redigir acordo CFE qualitativamente novo (CFE-2); os EUA não manifestam qualquer desejo de firmar qualquer acordo PAROS (para impedir que se instalem armas no espaço sideral); os EUA não têm qualquer plano para assinar algum acordo ASAT (acordo antissatélite); os EUA violam o Tratado INF sempre que, para testar mísseis interceptadores de defesa, usam mísseis balísticos de médio alcance (1.000-5.500 km) e mísseis balísticos de “alcance intermediário” (3.000-5,500 km); os EUA e a Otan estão mantendo a Operação da Força Aérea “Policiamento Aéreo do Báltico” por 24 horas/dia, 365 dias/ano com aeronaves de dupla capacidade [DCA, dual-capable aircraft], que podem transportar bombas atômicas de queda livre; Washington continua a escapar da ratificação do Tratado para Banimento Amplo de Testes [CTBT (Comprehensive Test Ban Treaty)] – 18 anos depois de o tratado ter sido assinado; os EUA não querem limitar o uso de veículos aéreos comandados à distância [UAVs (unmanned aerial vehicles)] armados e continuam a usá-los contra civis, especialmente no Paquistão, Afeganistão e outras nações; e, finalmente, os EUA recusam-se a impor limites ao lançamento de armas convencionais hipersônicas de acuidade máxima, a serem lançadas dentro da estratégia de “Rápido Ataque Global” [“Prompt Global Strike”].

Perigos que se consumarão nos próximos vários anos, se não forem contidos.

Nas forças nucleares: Os EUA completarão a substituição de sua tríade tradicional de armas estratégicas ofensivas (strategic offensive arm (SOA)] – criarão novos [mísseis] ICBMs, SLBMs e novos bombardeiros estratégicos pesados. As suas ogivas serão modernizadas. Será desenvolvido novo combustível para os novos mísseis ICBMs, serão criados motores mais potentes para os novos mísseis ICBMs e SLBMs e aumentará a capacidade para atingir alvos predefinidos. O Pentágono tem planos para desenvolver novo míssil cruzador lançado do ar ALCM e para converter submarinos nucleares lançadores de mísseis balísticos (SSBNs) em submarinos nucleares lançadores em mísseis teleguiados (SSGNs) (4 submarinos da classe “Ohio” já foram convertidos). Há intenções de longo alcance dentro do Pentágono para modernizar o arsenal ofensivo estratégico até o final do século 21, e o arsenal nuclear tradicional pelo menos até 2075. [4]

A rotação de forças pela Europa Ocidental para exercício ganhará padrão de rotina. A Otan montará a Spearhead Force [Força Ponta de Lança], – de modo que suas tropas mantenham-se em permanente estado de prontidão, para ação “em questão de dias”. No próximo mês de fevereiro, ministros de defesa da Otan definirão o design, a composição e o tamanho dessa “Força Ponta de Lança”.

Os EUA abriram oito novas bases militares na Europa: incluindo duas bases navais na Bulgária e na Romênia, e seis bases aéreas na Bulgária, Estônia, Lituânia, Romênia e Polônia. E dois novos centros C3I da Otan serão inaugurados na Polônia e na Lituânia. Os EUA usam áreas continentais europeias para instalação de seus sistemas de mísseis balísticos de defesa, e também as áreas para as quais a Otan se desloca, cada vez mais para leste. Em breve serão abertas mais duas bases de sistemas de mísseis balísticos de defesa – na Romênia e na Polônia. Sem dúvida, essas bases, ou quaisquer outras, serão automaticamente posicionadas como alvos pelos sistemas de mísseis balísticos de defesa e outros sistemas de armas russos.

A deterioração do relacionamento da Rússia com a aliança da Otan, sobretudo no que tenha a ver com a crise ucraniana, deixou muito obviamente evidente a inabilidade da aliança para alterar o código genético político-militar que a aliança incorporou durante a era da Guerra Fria 1.0. As capacidades militares da Otan, que se acumularam nas vizinhanças da terra e dos litorais da Rússia pode ser tomada como demonstração de intenções hostis e esquema de projeção provocativa de poder. Na verdade, foi a Otan quem se moveu até se plantar “às portas” da Rússia.

Mais uma provocação-desafio: acusações hostis e retórica de provocar guerra

Declarações hostis saídas da Casa Branca e dirigidas à Rússia, como “dar uma lição [à Rússia]”, “Rússia pagará caro pela intervenção militar na Ucrânia”, “anexação da Crimeia” e, finalmente, que a Rússia ficaria em segundo lugar [como graves perigos] entre o ebola (o vírus) e o Estado Islâmico”, como Barack Obama disse em recente sessão da Assembleia Geral da ONU, em setembro de 2014, são absolutamente sem qualquer fundamento. Vladimir Putin respondeu de forma perfeitamente clara: esse tipo de abordagem, associada às sanções é “comportamento hostil”.

Moscou jamais promoveu qualquer intervenção militar, nem na Crimeia nem no Donbass, embora tenha havido muitas vozes a pedir que a Rússia enviasse contingentes militares para as Repúblicas Populares de Donetsk e de Lugansk. Quanto à Crimeia, sempre houve tropas russas lá estacionadas, desde muito antes de a República da Crimeia tomar a decisão de solicitar sua reintegração à Federação Russa – aquelas tropas lá estavam sob vários tratados bilaterais assinados entre Rússia e Ucrânia sobre a permanência ali da Frota do Mar Negro, e jamais excederam o número limite de 25 mil homens. A reintegração da Crimeia à Rússia cumpriu-se sem que se disparasse sequer um tiro. A Crimeia já foi russa (desde 1783) e será terra russa para sempre. Jamais, em tempo algum, será “dada” a quem for, como presente ou incentivo para expandir “laços de amizade”.

A Rússia não aceitará em nenhum caso a palavra “anexação”. Depois da dita “anexação”, só 3.500 crimeanos optaram por mudar-se para a Ucrânia, por livre e espontânea vontade. Por outro lado, praticamente todos os soldados e policiais ucranianos que serviam na Crimeia optaram por servir às Forças Armadas Russas. Essa reintegração da Crimeia à Rússia aconteceu pacificamente, como efeito de referendo democrático realizado na Crimeia em março passado.

Para Washington, a coisa mais fácil a fazer seria reconhecer a reintegração da Crimeia à Rússia. Mas entre os dois estados – Ucrânia e Rússia – Washington infelizmente optou um estado falhado, imprevisível, perigosamente ultranacionalista, estado cujas declarações são mentiras integrais, do começo ao fim, estado que rouba gás e carvão pelos quais não pode pagar e que não paga, tampouco, créditos e empréstimos que receberam antes de começarem a roubar gás e carvão.

Quanto aos desenvolvimentos no Donbass, não é preciso mandar para lá tropas russas, simplesmente porque o número de combatentes que operam ali a favor da liberdade e da democracia é suficiente para repelires o genocídio que Kiev tenta consumar mediante sua “Operação Antiterror”. A Rússia jamais ocupou sequer uma polegada de terra ucraniana e não tem qualquer intenção de fazê-lo. É verdade: dez militares russos perderam-se numa estrada, certa vez, e apareceram em território da Ucrânia. Teria sido a “agressão” de que alguns falam?

Não houve luta. Os dez voltaram à Rússia. Se isso foi “agressão”, que nome se dá quando 460 soldados ucranianos cruzaram a fronteira da Rússia em vários grupos? “Mega agressão”?

Os dramáticos desenvolvimentos na Ucrânia revelaram crise em grande escala em termos da legislação internacional, das normas básicas da Declaração dos Direitos Humanos e da Convenção para Prevenção e Punição do Crime de Genocídio. Temos visto numerosas violações dos artigos 3, 4, 5, 7 e 11 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, da ONU, de 1948; e do artigo 3 da Convenção para Prevenção e Punição do Crime de Genocídio, do dia 9 de dezembro de 1948.

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Re:EUA x Russia (Guerra Fria Revival)
« Resposta #45 Online: 23 de Março de 2017, 15:13:27 »
Mais um desafio-provocação: sanções econômicas e financeiras

Há também sanções econômicas e financeiras contra a Rússia e contra vários altos funcionários do governo russo, em número superior, hoje, a medidas restritivas similares que já se aplicaram contra a União Soviética no passado – por conta do envolvimento dos soviéticos no Afeganistão –, ou contra a Rússia, quando a Geórgia atacou a Ossetia do Sul, em 2008.

A Rússia não compreende por que essas sanções foram introduzidas. Moscou nada fez de errado para ser castigada. Ao mesmo tempo, cresce entre os russos a clara convicção de que as sanções de estilo colonialista que o ocidente aplica à Rússia contribuem com pouco ou nada para resolver a crise ucraniana. Os verdadeiros objetivos dessas restrições são alterar e reformatar a Rússia; levar a Rússia a mudar suas posições em questões internacionais chaves que são as mais fundamentais para os russos e obrigar a Rússia a aceitar as inaceitáveis visões do ocidente. “É ainda o pensamento do século passado, de épocas passadas, pensamento colonialista combinado com inércia” – disse Sergey Lavrov, ministro de Relações Exteriores da Rússia, dia 19 de outubro. É improvável que essas sanções demovam a Rússia de suas posições atuais. E quanto mais sanções anti-Rússia se criem, mais forte o apoio que o Ocidente estará dando a Kiev e mais estarão “aos tropeços, rumo a um desastre” [orig “Blundering Into A Disaster”], como se lê no título que Robert McNamara, ex-secretário de Defesa dos EUA, deu a suas conhecidas memórias.

O presidente Vladimir Putin chamou recentemente de “perfeita tolice” as atuais medidas econômicas e financeiras ocidentais, e acrescentou que não causariam qualquer dano aos programas sociais e econômicos do estado russo. 94% dos russos disseram que não temem as sanções dos EUA e da União Europeia e tolerarão qualquer efeito negativo que as sanções por acaso venham a gerar. Para os russos, as tais sanções não são “nem quentes demais nem frias demais”, como disseram. O Banco Central Russo admitiu que as sanções ocidentais afetaram apenas a atividade operacional de alguns bancos russos, mas que não tiveram qualquer impacto negativo mais amplo. Pelo contrário, até aumentou a confiança dos clientes nos Bancos “Rússia” e SMP que foram incluídos nas sanções: os depósitos aumentaram em cerca de 20%. Mas as sanções estão afetando gravemente as próprias fundações do comércio mundial, as regras da Organização Mundial do Comércio e o princípio da inviolabilidade da propriedade privada.

As sanções não produzirão qualquer efeito profundo sobre a economia da Rússia, como supuseram os que inventaram as sanções. A produção industrial da Rússia nos últimos oito meses aumentou cerca de 2,5% (ano passado, o produto industrial crescera apenas 1,5% no mesmo período). Ano passado, a agricultura russa cresceu apenas 2,5% durante os primeiros oito meses do ano; esse ano, tivemos crescimento de 4,9% no mesmo período. Esse ano, o orçamento russo mostrou superávit de mais de 1 trilhão de rublos, cerca de 200 bilhões de euros. E a Rússia mantém suas reservas de US $ 450 bilhões em ouro e em moedas fortes.

Mas as sanções ocidentais são, isso sim, faca de dois gumes: até agora, os países europeus já perderam US$ 1 trilhão, desde a imposição das sanções contra a Rússia. À parte as óbvias consequências econômicas, as sanções da UE contra a Rússia têm implicações políticas danosas contra os próprios europeus. Sabe-se, claro, que as sanções também tiveram algum efeito danoso, limitado, sobre a economia russa. Mas no mesmo período, a economia europeia sofreu muito. Muitas empresas europeias de vários ramos industriais vinham cooperando com a comunidade empresarial russa. Depois que as sanções foram introduzidas, aquela cooperação tornou-se impossível, e os investimentos de parceiros ocidentais na Rússia podem não gerar os resultados antes previstos. Não há dúvidas de que as empresas que mais sofreram foram os pequenos e médios negócios que se organizaram em toda a Europa e orientados diretamente para aquela cooperação com a Rússia. Claro que essas falências levarão a demissões em massa em praticamente todos os países europeus. E, resultado disso, é possível que se observe crescimento no desemprego, descontentamento em massa contra políticas do estado e queda nos índices de confiança entre a população.

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Re:EUA x Russia (Guerra Fria Revival)
« Resposta #46 Online: 23 de Março de 2017, 15:15:13 »
Nos últimos anos, condições assemelhadas parecem ter levado às chamadas “revoluções coloridas” ou “revoluções provocadas por caos controlado” em vários países. Hoje, o que se vê é que começam a configurar-se mais ameaças contra a segurança na Europa.

As sanções ocidentais voam como bumerangues. Por exemplo, a Polônia introduziu sanções contra a Rússia e imediatamente perdeu acesso ao gigantesco mercado russo consumidor de maçãs: há muitos anos a Polônia vende anualmente à Rússia 900 mil toneladas de maçã, 90% de todas as maçãs que a Polônia exportava. Atualmente, a Rússia está comprando maçãs da Sérvia, Nova Zelândia e África do Sul. A indústria polonesa de industrialização de maçãs está em ruínas: foi arruinada pelos próprios poloneses. As sanções fizeram os preços caírem alucinadamente: ninguém quer comprar maçãs polonesas nem a 10 centavos de euro o quilo.

Outras sanções ocidentais são irrelevantes, como a sanção introduzida contra Nikolai, de 10 (dez) anos, filho do presidente Aleksander Lukachenko de Belarus; ou contra a deputada russa Elena Mizulina, que se opõe ao casamento homoafetivo. Há também sanções cômicas, como as que foram impostas a um cavalo que vive num estábulo que pertence ao presidente checheno Ramzan Kadyrov. [5]

Os EUA e nações europeias que se serviram do mecanismo de sanções terão dificuldades para reparar os danos que causaram à própria reputação. Christine Lagarde, Diretora-Gerente do Fundo Monetário Internacional disse, dia 9 de outubro, que

Embora até aqui o impacto do conflito na Ucrânia tenha sido relativamente contido, qualquer escalada gerará, com certeza, efeitos negativos, tanto regionalmente como globalmente.

Novo pacote de sanções foi introduzido pelos EUA contra a Rússia, como tentativa primitiva de “vingar-se”, num momento em que a situação na Ucrânia não se desenvolve conforme o cenário que Washington rabiscou atrabiliariamente.

Para seja qual for a finalidade, é inútil tentar falar com a Rússia na língua das sanções. Na atmosfera em que se cozinham precipitadamente massivas sanções ocidentais anti-Rússia, Moscou tem o direito de impor ininterruptamente suas próprias sanções contra os EUA, em qualquer e em todos os domínios, como resposta. Mas, como se pode ver, Moscou não respondeu com sanções às nações que decidiram começar por usar sanções, e sem nenhum motivo real.

Kiev, para começar, em vez de pagar dívidas conhecidas e assumidas, abarrotou a Corte de Arbitragem de Estocolmo com montanhas de arquivos irrelevantes e de origem suspeita, e iniciou várias ações contra a Rússia. Em termos gerais, pergunta justa é:

Como é possível alguém falar em des-escalar a situação na Ucrânia, enquanto, simultaneamente, os mesmos que inventam novas e novas sanções contra a Rússia também assinam acordos de paz que jamais cumprem?

A Ucrânia ainda não pagou por 11,5 bilhões de metros cúbicos de gás que comprou da Rússia, e por 100 mil toneladas de carvão que comprou da Polônia. Somadas com dívidas anteriores, a Ucrânia deve um total de US$ 9,8 bilhões à Rússia. Nada desse dinheiro foi pago até agora. E a Rússia não é organização de caridade, para continuar a fornecer gás gratuito à Ucrânia, sem esperar pagamento. De 1991 a 2014, a Rússia deu à Ucrânia cerca de US$ 200 bilhões. Isso tudo prova que a Ucrânia já é, hoje, comprador extremamente suspeito e perigoso, para toda a economia mundial. Como disse Robert Fico, Primeiro-Ministro da Eslováquia, em outubro de 2014:

Algo me diz que a Ucrânia está esperando de outros, não dela mesma, a solução de suas dificuldades.

Justo seria, isso sim, que as atuais sanções tivessem sido forçadas contra o atual governo da Ucrânia, pelas atrocidades que cometeu contra seus próprios cidadãos; e pelas muitas evidências de que a Ucrânia nunca foi e jamais será contraparte econômica e financeira confiável. Impor sanções é resultado de desacordos políticos. Se a Rússia, a UE e os EUA tivessem imposto sanções contra a Ucrânia, Kiev talvez tivesse posto fim à prática de seus muitos crimes de guerra massivos, no sudeste, contra a própria população ucraniana.

[...]



Fonte: Redecastorphoto. Traduzido pelo Coletivo de Tradutores da Vila Vudu

http://www.vermelho.org.br/noticia/254235-9

« Última modificação: 23 de Março de 2017, 15:34:37 por JJ »

Offline Geotecton

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Re:EUA x Russia (Guerra Fria Revival)
« Resposta #47 Online: 23 de Março de 2017, 15:16:02 »
Estou curioso para saber a fonte desta... análise impecável (sic).
Foto USGS

Offline Shadow

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Re:EUA x Russia (Guerra Fria Revival)
« Resposta #48 Online: 23 de Março de 2017, 15:22:07 »
Estou curioso para saber a fonte desta... análise impecável (sic).

"Satanás é legal!"
Fonte: Satanás Research Group


Eis a capivara do "analista".
https://en.riss.ru/profile/vladimir-kozin-riss/

PhD in Historical Sciences
Universities:Moscow State Institute of International Relations, Diplomatic Academy of the MFA of Russia

The Russian Institute for Strategic Studies (RISS) is a major scientific-research and analytical centre established by the President of the Russian Federation:histeria:

The main task of RISS is to provide information support to the Administration of the President of the Russian Federation, the Federation Council, the State Duma and the Security Council as well as to Government offices, ministries and departments. RISS provides expert appraisals and recommendations and prepares analytical materials for those bodies.

RISS:

    deals with issues of national security, studying the relationships between Russia and other countries;

    analyses and predicts trends in political and socio-economic processes at global and regional levels;

    examines ways of maintaining strategic stability in new geopolitical conditions and evaluates strategic risk factors;

    considers ways to resolve crises that threaten global and regional stability, paying particular attention to the fight against terrorism;

    resists the falsification of history in the post-Soviet space.

RISS’ research and analysis is carried out by:

    Centre for the Baltic and CIS Countries Studies

    Centre for Social Studies

    Centre for Asia and the Middle East

    Centre for Economic Studies

    Centre for Euro-Atlantic and Defence Studies

RISS’ regional centres are located in Simferopol, Nizhny Novgorod, Kaliningrad, Saint-Petersburg, Rostov-on-Don, Kazan, Ekaterinburg, Arkhangelsk, Chelyabinsk and Vladivostok. Overseas, information and analytical work is conducted by the Institute’s representatives in Poland, Finland, France, as well as at the permanent representation of RISS in Serbia and analytical centre in Transnistria.

Among the academics and experts of RISS are 13 Doctors and 40 Candidates of Sciences. The Institute offers internships for undergraduate and graduate students of universities in Russia and abroad.

RISS publishes a series of books, monographs, anthologies of materials presented at round tables and conferences, periodicals such as «The Russian Vector» and «RISS Analytical Reviews», and the journal «National Strategy Issues», which is included in the list of publications reviewed by the Higher Attestation Commission of the Russian Federation.
« Última modificação: 23 de Março de 2017, 15:35:31 por Shadow »
"Who knows what evil lurks in the hearts of men? The Shadow knows..."

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Re:EUA x Russia (Guerra Fria Revival)
« Resposta #49 Online: 23 de Março de 2017, 15:23:16 »

Síria, leste europeu, tudo isso faz parte de um conjunto de planos  muito bem pensados e que visam  enfraquecer  os poucos países que podem se opor aos planos do império.




 

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