Esclarecimento: eu ironizava sarcasticamente a afirmação "ciência é fato".
"Ciências" são métodos variados (em evolução) que se crê que proporcionem o mais preciso/factual conhecimento acerca da realidade, e o conjunto das crenças resultantes dessas metodologias investigativas e elucubrações.
Crença = "aquilo que se tem como fato/verdade". Ateus/céticos credofóbicos/dicionariofóbicos têm a noção distorcida e oximorônica de "crença = conjecturas irracionais que não merecem a menor CREdibilidade, por não terem a menor FIDElidade", e, implícito nessa falácia, acabam tendo a crença de deterem um conhecimento "puro" e direto da realidade, que, ironicamente, é algo muito próximo da "fé" no sentido de "certeza no meu coração, no fundo de minha alma".
Talvez isso decorra de um medo de haver incertezas científicas, da mesma forma que para o "crente" em deuses e sobrenatural, considerar que estas crenças sejam falsas, pode ser também amedrontador, desconfortante.
Assim, antes da teoria do Big Bang ser verificada, o "fato" era o estado estacionário do universo.
Na verdade não era a ciência, ou o fato, o que se tinha nesse caso, e sim a falta ou a ausência dele.
"Fato" é o estado objetivo da realidade. "Ciência", no sentido de "estar ciente de", é um estado subjetivo do indivíduo que crê estar ciente dos fatos. Essa crença pode estar equivocada.
Ou, numa argumentação semanticamente "fundamentalista", não. Mas é um uso do termo que praticamente o faz sinônimo de "oniciência", diferentemente do seu uso regular.