Estar verdadeiramente ciente de algo é tão somente estar a par daquele algo.
Que, como disse, é algo que só se pode realmente estar ciente sabendo serem falsas todas as hipóteses que contradigam esse algo aparente. Ou seja, "ciência" nesse uso fundamentalista-literalista, é sinônima de oniciência.
Ora, "estar ciente" é exatamente saber serem falsas todas e qualquer hipóteses que desmintam o fato! Estar ciente de que o ursinho de pelúcia está dormindo é isso mesmo de excluir a hipótese de ele estar semi acordado, ou só cochilando, ou sob hipnose sonítica. A "onisciência" é relativa ao fato, nesse caso.
Essa relativização é arbitrariamente delimitada de acordo com conveniência prática, de acordo com o que aparenta ser a realidade apreensível, que pode ir além disso. Se começa por assumir que o ursinho de pelúcia realmente existe, e que pode dormir.
A ciência subjetiva é limitada a um número ínfimo de observações (sempre subjetivas, dado que indivíduos as fazem), a partir da qual os indivíduos e a sociadade extrapolam verdades maiores.
Não existe isso de ciência subjetiva, por que ciência são fatos. A não ser, claro, que você esteja sob efeito de algum composto estupefaciente.
não existe ciência "fora" do indivíduo
O estar ciente ou não é relativo ao indivíduo, quanto ao fatos ou a apreensão da Realidade, ela é externa ao ser, existe por si mesma. O estar ciente é objetividade, o supor estar ciente, subjetividade.
É sim. São indivíduos/sujeitos que julgam estar cientes. O "universo" sem indivíduos/sujeitos, com seus aparatos cognitivos, não está "ciente" de nada (ao menos de uma perspectiva naturalista, ou não-panteísta/similar).
Que a realidade da qual estão cientes pode ser externa a eles não muda isso.
sub·jec·ti·vo
adjectivo
1. Relativo ao sujeito ou nele existente.
Sem sujeitos, sem sujeitos para estarem cientes da realidade.
Negar a subjetividade da ciência é como negar a subjetividade da dor, ou da fome.
Não há subjetividades na Ciência. Ciência é eliminação da subjetividade, por definição.
Negar a subjetividade da ciência é como negar a subjetividade da dor, ou da fome.
Não há essa relação. A subjetividade no fenômeno é só o fenômeno que não é mensurado.
Não. Engraçado que você esteja ao mesmo tempo se prendendo a um sentido tão literal da palavra enquanto desconta esse outro aspecto, também gramatical/sintático/literal (e até mais correto ou fundamental).
Alguém "estar ciente de" implica um sujeito, que está ciente, logo é subjetivo, por definição.
"Fulano está ciente da existência de pernilongos" não é "sinônimo" de "existem pernilongos", mas é a descrição de um outro estado, uma outra situação, existe um sujeito/indivíduo, Fulano; e ele, em sua cabeça -- então subjetivamente -- considera existirem pernilongos, objetivamente.
Sem indivíduos/sujeitos, não há ninguém para ter ciência de qualquer coisa; haveria só os fatos, mas ninguém para ser ciente deles.
Se diz que "a ciência" (ou Ciência, com inicial maiúscula), como empreendimento social (e não meramente o estado subjetivo de estar ciente), "elimina a subjetividade" na medida em que a avaliação subjetiva e cuidadosa de uma questão, por um número maior de sujeitos, pode servir como um processo de eliminação de impressões equivocadas, por comparação e revisão.