Pelo pouco que já vi de Peter Joseph (do original), se mantém esse mesmo problema do forista que o homenageia; em vez de algo mais claro e delineado, há esse discurso de apocalipse capitalista, e de que precisa ser mudada a forma das pessoas pensarem e tudo mais, e que teoricamente seria possível com os recursos atuais, se redistribuí-los de forma que todos vivessem em abundância. Embora em alguns casos também mencione elementos meio favoráveis a um malthusianismo, como a limitação de recursos e desperdícios.
Redistribuir é tomar de quem tem para dar a quem não tem? À força?
Do pouco que vi, não era exatamente tocado questão de "uso de força" para alcançar isso. O ponto principal era que a humanidade já disporia de recursos abundantes o suficientes para dar a todos uma qualidade de vida muito melhor, que não faz sentido se forçadamente privar as pessoas do necessário para uma vida digna.
Quem não tem vai passar a ter? Ou vai desperdiçar e voltar a ficar sem nada?
Quem tem vai continuar gerando riqueza quando perceber que o fruto de seu trabalho lhe será confiscado?
Essa noção de que os pobres são pobres porque desperdiçam até a falência é algo mais tipicamente direitista e será na maior parte do tempo simplesmente ignorada pela esquerda, quando não estiverem apenas se lamentando dessa perspectiva como um preconceito classista.
Acho que, como implicitamente, no cenário geral, "quem" está gerando riquezas são mais diretamente ou trabalhadores ou "robôs", e não investidores, se imagina gradualmente substituir os últimos por inteligência artificial que trabalha a preço de custo, através de impostos e/ou estatização. Se o investimento é lucrativo/se há demanda real, e os recursos para ele existem, não seria necessário que isso fosse concretizado através de decisões individuais dos detentores legais de massivas quantidades de "tokens" de demanda.
Mas como talvez o "gradual" aí sugere, isso é mais um esforço pessoal meu de tentar imaginar a coisa de maneira mais plausível e menos revolucionária, enquanto que o forista que usa o nome de Peter Joseph questionava esse apego ao gradualismo.
De outras fontes, havia sugestões nas linhas de que, seria de interesse das próprias oligarquias criar esse estado do bem-estar-social, mesmo que a partir de livre e espontânea vontade da iniciativa privada ou de parcerias público-privadas, a fim de evitar uma eventual violência das massas. Foi feita analogia histórica com uma "automação" quase completa a partir de trabalho escravo no Império Romano, deixando pessoas desempregadas e suscitando as políticas de "pão e circo".