Às 14:00 eu já tinha respondido isso tudo, só que deu pau na hora de enviar e perdi tudinho.
Só agora deu para fazer tudo de novo (domingo também e importante, mesmo no "capitalismo"
).
"E os seres humanos podem aprender a usar e a aguçar não só os seus sentidos – que só dão aparências – mas também a sua imaginação, assim como controlá-la de quatro maneiras diferentes: pela observação, pelo experimento, pelo cálculo e pela compatibilidade com outros elementos do conhecimento anterior."
"Controlá-la" o que? A imaginação? Como assim? Observação, experimento, elementos para cálculo (dados e instrumentais) e compatibilidade com elementos anteriores", tudo vai direto para a imaginação, sem passar pelos "sentidos que só dão aparência"? Algum tipo de telepatia entre mente e mundo?
Ele está falando de controlar a imaginação e os sentidos por meio do método científico,
Que/qual "método científico"? Como (além do "para que" que você "explica" logo em seguida, porque fica parecendo só mágica, ou um tipo de "meditação")?
Aqui diz que tem dois - dedutivo e indutivo.
Aqui são listados até mais, uma verdadeira família ou talvez sequência deles! É... Parece que "o método científico" foi e é muito debatido ao longo do tempo, objeto de evolução e questionamentos ele mesmo... Pode até surgir outro amanhã! Pois como então pode ser "o crivo da verdade"?...
Por isso eu já digo de cara: não me influencio muito menos me intimido com esse rótulo de "científico". Não vale mais que qualquer outro rótulo. Se quiserem impor isso como "marca de confiança"´, é só uma ditadura sem garantia.
para que o que nos guie não sejam só aparências sem contato com a realidade/matéria/natural. Por exemplo, pra não superficialmente olharmos pra natureza e a existência e dizer: “olha, tudo aparenta que foi criado por alguém, logo só pode existir um ser poderoso que criou tudo, que é um deus.”. Não vivermos só do que é aparente, mas analisar e experimentar para ver se é isto mesmo que parece.
Isso também vale para "
não olhar para o desenvolvimento tecnológico e dizer: olha, isso aparenta que tudo vai chegar a um ponto que será tão maravilhoso para todos que se alguém disser que estou propondo ou só profetizando o paraíso baseado nessa minha visão eu direi que não é bem isso só para não dizerem que estou propondo ou profetizando o paraíso e parecer exagerado"? Ou nesse caso contempla substituir um "Deus salvador" por Outro?
Porque... não parece que você tenha se dado conta ainda, mas essa sua "visão maravilhosa" do futuro simplesmente não acontece nem nunca se concretizou, sendo só uma expectativa baseada em aparências. Rotular algo de "científico" não muda fatos. O mundo já passou por uma fase assim há cerca de um século e pouco, coincidindo e/ou se superpondo com o final do período que foi chamado 'Belle Époque', quando as pessoas maravilhadas pelas primeiras conquistas da ciência e da tecnologia em diversas áreas que despontavam "promissoras", desconheciam os limites do possível e sonhavam com um mundo paradisíaco que todo aquele "conhecimento que só haveria de aumentar e aumentar proporcionaria finalmente à humanidade". Isso despertou e nutriu a literatura chamada ficção científica, ao contrário do que muitos creem que ocorra às avessas (ciência se seguindo à ficção). Julios Vernes e H.G. Wellses e Peter Josephs são mais produtos da ciência do que a ciência desses. Você apresenta ficção científica. O conhecimento aumenta e aumenta e deverá sim continuar aumentando, em ritmo variável até, mas não deverá nos trazer nenhum paraíso. Isso é só um culto à ciência por quem não a conhece bem, e não é novidade na história.
(Voltando ao assunto mesmo...)Parece bom, só ainda não vejo como isso elimina o fato de que tudo continua tendo primeiro que passar pelos sentidos, permanentes e incontornáveis intermediários entre a mente e o mundo, portando permanecendo sempre inconfiável, tudo no final sendo nada mais que meros julgamentos que a mente faz do que os enganosos sentidos apresentam a ela do mundo.Mas os empregos devem ser eliminados dentro do sistema proposto aqui,
É o que preocupa ("devem ser!!!" em vez de pelo menos "serão inevitavelmente", soa ditatorial...)
Então você prefere trabalhar de empregado pra viver do que fazer o que gosta, de forma independente da sua subsistência?
Só porque você pergunta, particularmente prefiro ser empreendedor, mas não tenho problema em ser empregado. Apenas que minhas preferências não importam em nada para a realidade.
Então a questão só se restringiria à "independência da subsistência", que ainda resta demonstrar, não com teorias, mas com prática. E tudo, para ser posto em prática, demanda a boa medida de planos de contingência. Quais?:
Certamente que, inconformados como são com a ordem natural das coisas, [...]
Qual a ordem natural das coisas a qual devemos nos conformar ?
Sempre entendi ordem natural das coisas como os acontecimentos incontroláveis, não modificáveis por desejos ou planos ideológicos. Então não está claro no contexto do AlienígenA a condicionalidade dele? Não é nem uma conformação a priori o que ele questiona, mas até que ponto vão lutar contra essa ordem? Se disserem para sempre, não são científicos, menos ainda realistas, confessando automaticamente pura ideologia cega. Do contrário, cadê a salvaguarda, o plano de contingência ao menos? Digamos que vocês milagrosamente se tornem os empoderados do mundo para ditar seu planejamento sobre a Terra, se não der certo, se "os desejos subjetivos de todos, que cada um ache que queira" não forem devidamente supridos, se o sistema falhar, qual sua atitude?
E não confundir emprego com trabalho. Trabalho a fazer sempre existirá, empregos é que devem deixar de existir.
De forma alguma. Trabalho é o que os empreendedores só têm, muitas vezes oferecendo empregos a outros. Essa descrição não é compatível com hobbies (que parece ser do que você quer falar), que não são considerados "trabalho" não importa o quanto de dedicação e esforço físico e mental envolvidos, mas com empreendimento, de onde eu devo concluir que "empreendedores sem empregados" é o que haverá? Mas eles não terão mercado consumidor?
As inovações serão proibidas? Aproveito aqui porque essa é uma questão crucial que já coloquei e da qual vocês fugiram: inovações serão proibidas? Se um empreendedor com ideias novas para novos produtos quiser produzi-los e comercializá-los, ele terá que ser novamente e constantemente roubado pelo sistema para integrar tudo à produção do mesmo? Ou ele e seus consumidores serão livres para negociar entre si o que ele tem a oferecer que não consta no portfolio do "sistema"?E, além disso, a OBRIGATORIEDADE existente atualmente de se ter um emprego pra viver (com exceções nada meritocráticas/democráticas), não lhe incomoda em nada?
Existe essa "OBRIGATORIEDADE" onde?!
E quais seriam essas "exceções nada meritocráticas/democráticas"?
Onde essa "obrigatoriedade" "existe ou existir", me incomoda(rá), prefiro o empreendimento, como já disse. Felizmente, se houver, ainda devem ser poucos os lugares do mundo onde essa "obrigatorietade existe", e talvez em nenhum lugar de forma absoluta (pessoas criativas são as forças humanas mais poderosas da Terra).
para que todos tenham qualidade de vida superior ao que tem hoje
Até os tais "1%"?
Sim, pois até mesmo estes que atualmente vivem em sua ilhas de luxo terão mais acesso ao que tem hoje
Essa afirmação me parece um desafio (ainda mais) frontal à realidade. Não tem absolutamente sentido algum.
Mas se tomarmos as "ilhas de luxo" de forma não metafórica, vale para elas também? Muitos ricos têm mesmo ilhas particulares e vastas extensões de terras em propriedades particulares nos continentes também. Poderão ter ainda mais de tudo isso? Até algum limite? O que e como determinará cada desses limites?
e com muito mais tranquilidade e segurança pra desfrutar de tudo, ou seja, mais liberdade ainda que já possuem agora.
E quem vai convencê-los desse suposto "fato"? Ainda mais quando eles são acusados agora de formarem os "demonácos 1%", os "grandes inimigos" dos "99%" nesse conto de "contas" e "faz de conta"?
Onde não há diferenças, não há movimento, não há nada.
Ninguém é igual. E todos terem o mesmo acesso facilitado aos recursos não implica de forma alguma que não haveriam diferenças entre os indivíduos.
Por que em que e como e quanto "ninguém é igual"? Nascem naturalmente diferentes? Porque nascem com "livre arbítrio"? Mais importante: que diferenças são essas e até que grau alcançam? Isso não pode ser "corrigido" por "modelamento
doutrinário educacional"? Isso não é um problema para o "projeto planificador"?
Sem dúvida que implica, pois alguns têm que ser caridosos com os demais para acesso a recursos serem facilitados.É crítica a "obsolescência programada" de um lado pelo "produtismo incontido" que ela gera através de um "consumismo incontido" e do outro a aceitação de que se "produza desnecessariamente" para atender a "caprichos", apenas tendo fé em que:
Estas coisas simplesmente deixariam de fazer sentido e a maioria acharia mais trabalhoso e incomodo optar por este tipo de coisa. Você simplesmente está batendo num espantalho.
não acontecerá?
Se assim é (será), me parece só com o "capitalismo" mesmo, mais desenvolvido. Do que se está a falar tanto aqui, afinal?
Vou exemplificar pra você entender: se eu tenho uma renda universal que me garante uma vida digna,
Só uma "vida digna"?! Não estamos falando aqui do "império da abundância"? E o atendimento a "tudo o que subjetivamente cada um achar que precisa e quer" necessário para acalmar o feroz dragão que habita o "
tronco reptiliano corpo caloso sistema límbico"? Medidas de remediação de pobreza já se adotam pelo mundo todo.
além de máquinas que produzem pão ou cachorro quente automaticamente, pra que é que eu vou ter todo o incomodo de fazer pão e cachorro quente por conta própria para os outros?
É simples: porque você fez uma péssima escolha de exemplo (embora nenhuma outra escolha possa ser boa o bastante). Porque a imensa complexidade que faz um pão de uma panificação ser diferente do de outra, ou uma salsisha artesanal ou mesmo só de uma fábrica diferente ser diferente, vai desde diferenças objetivas mas vastamente complexas até subjetivas de alguém querer por razões insondáveis "o cachorro quente do Almeida's" e será capaz de gastar vezes mais nele do que num "produto, seja serial ou altamente customizado, de fábrica". De onde ele quererá mesmo uma "renda universal" mesmo que haja pelas avenidas e esquinas "bebedouros" públicos que despejem além de água, cachorros quentes, pizzas e telefones celulares além de uma virtualmente ilimitada variedade de
goodies. E se ele não tiver alguma moeda com a qual possa convencer o Almeida's a trabalhar para ele produzindo os cachorros que só ele faz e que é desejado, talvez o "sistema límbico" trate de encontrar formas alternativas de "convencimento" para obter o que "ache subjetivamete que precisa e quer", como por exemplo vender-se fisicamente de alguma forma ou oferecendo "propostas" ainda mais... irrecusáveis ao pobre Almeida's que ficaria só muito satisfeito se pudesse negociar em outros termos.
Isto seria desnecessário e ninguém faria isto
Voltamos à questão dessa fé que questionei e você não respondeu. Isso é crença não diferente de "Jesus nos salvará no fim dos tempos".
(teriam coisas muito mais interessantes pra pensar e fazer),
Que "coisas mais interessantes"? Um planejamento absoluto não pode deixar nada passar sem escrutínio. Ociosidade por falta de responsabilidades e tédio sempre foram péssimos companheiros da mente humana.
a menos que encarasse como um passa tempo, mas daí seriam exceções que não teriam por que serem proibidas nem teriam grande impacto geral.
E se não forem exceções? Teriam grande impacto e portanto porquê serem proibidas então?
Outro exemplo: se eu tenho acesso barato ou mesmo gratuito a um serviço de carros autônomos confortáveis no momento em que eu quero, faria sentido eu ter um carro próprio pra ter todo o incomodo de cuidar dele, lavar ele, arrumar espaço para guardar ele etc.?
Mas nesse "super mundo" não haverá robôs domesticos ou pessoais para realizar todas as tarefas que não se queira fazer?!
"Arrumar espaço" como assim?! As pessoas teriam habitações restritas em tamanho? Esse mundo está me parecendo um mundo muito pobre para sustentar as necessidades do "sistema límbico"...
Você percebe que nomeia como "exemplos" puras suposições muito hipotéticas do que você crê e deseja que sejam os comportamentos das pessoas diante de situações que você hipotetiza?
Novamente, para alguns amantes de automóveis isto quem sabe seria um passa tempo eventual, mas pra grande maioria seria perda de tempo e chatice.
"Alguns"?. Automóveis são uma adoração humana generalizada, e não só eles! Um mundo como você profetiza, se fosse possível, só levaria a humanidade ao consumismo desenfreado, sem qualquer limite, uma contradição com qualquer capacidade produtiva. No final das contas, tudo o que você está propondo é gerenciar a escassez (com a única diferença de ser "à sua maneira") e não oferecer abundância, já está visto. Mas creio que as pessoas não vão querer esse seu gerenciamento...